A ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR E AS MEDIDAS QUE VISAM PROMOVER CONFORTO DE PROFISSIONAIS E PACIENTES Francisca Sandra Cardoso Barreto Manoel Lucas Corrêa e Silva 2 1 RESUMO A ética é uma área do conhecimento que trata da definição e avaliação do comportamento de pessoas e organizações. E administração hospitalar não é diferente no aspecto da administração de insumos materiais. Essa pesquisa teve como objetivo geral: Verificar de que forma as diretrizes que norteiam as condutas do administrador em saúde para oferecer conforto a pacientes e profissionais estão sendo seguidas. E objetivos específicos: Identificar a existência de diretrizes norteadoras para o profissional administrador em saúde. Verificar em que medida tais diretrizes norteadoras estão em conformidade com as diretrizes éticas do profissional da saúde formado em Enfermagem. Verificar de qual modo o profissional a frente do setor de administração hospitalar gerencia riscos e benefícios no processo de implantação de medidas que visem o conforto. Trata-se de uma pesquisa com caráter descritivo de natureza exploratória com uma abordagem qualitativa. Teve-se como sujeito da pesquisa nove de dez administradores em saúde de hospitais da rede Pública Municipal da Cidade de Teresina – PI, dentre eles Diretores Gerais e/ou Administrativos da unidade pesquisada. Os resultados foram que, os entrevistados afirmaram conhecer e seguir o código de ética do administrador e/ou profissional da saúde, e que no momento da aquisição de material para o hospital a maioria afirmou levar em consideração a qualidade aliada aos baixos preços do produto. Concluise, que os administradores sabem dos seus deveres éticos para com a sociedade, que existem regras a serem seguidas dentro do serviço administrativos do gestor, mas que isso ainda não acontece na proporção ideal. Palavras chaves: Ética; Bioética; Administração Hospitalar; Enfermagem. _____________________ 1 Mestre em bioética pela Universidade de Brasília (UNB). Profa. na Faculdade Integral Diferencial – FACID. 2 Graduando em Enfermagem pela Faculdade Integral Diferencial – FACID. ABSTRACT Ethics is an area of knowledge that deals with the definition and evaluation of the behavior of individuals and organizations. And hospital management is no different in the aspect of the administration of material inputs. This research aimed overall: Check how the guidelines that govern the conduct of the health administrator to provide comfort to patients and professionals are being followed. And specific objectives: to identify the existence of guidelines for guiding the professional health administrator. Check to what extent these guidelines are in accordance with guiding the ethical guidelines of the health professional degree in Nursing. Check which way the professional sector of the front of the hospital administration manages risks and benefits in the process of implementing measures to comfort. This is a survey descriptive exploratory in nature with a qualitative approach. The research subject nine out of ten managers in health care in public hospitals in Teresina City Council - PI, including general managers and / or Administrative Unit searched. As a result he found that the respondents claim to know and follow the code of ethics administrator and / or health professional, and that at the time of purchase of equipment for the hospital said the majority to take into consideration the quality coupled with low oil prices. It is concluded that managers know their ethical duties to society, there are rules t o be followed within the service's administrative manager, but it still does not happen in ideal proportion. Keywords: Ethics, Bioethics, Hospital Administration, Nursing. INTRODUÇÃO A ética é uma área do conhecimento que trata da definição e avaliação do comportamento de pessoas e organizações. Ela lida com o que pode ser diferente do que é, podendo ir desde a aprovação até a reprovação do comportamento observado em relação ao comportamento ideal. O comportamento ideal é definido por meio de um código de conduta, ou código de ética. Afirma ainda que os códigos de ética são normas de conduta. Para o referido autor existe um código de ética diferente para cada profissão ou grupo profissional como, os médicos, o grupo da propaganda, dos militares, dos políticos, de um partido político, dos jornalistas, de um grupo social, de uma corrente filosófica ou doutrinária (como a ética do capitalismo) ou até mesmo de uma pessoa. Cada código de conduta é explícito, como os juramentos que os médicos fazem, ou implícitos, como a obrigação de oferecer socorro a quem está em dificuldades (9). A bioética, ética clínica e a ética profissional são as bases que norteiam as pesquisas em seres humanos, uma vez que essas são a aplicação da ética no campo prático. Sendo assim, um hospital necessita de princípios éticos para que tudo funcione corretamente (14). A responsabilidade social das organizações e o comportamento ético dos administradores estão entre as tendências mais importantes que influenciam a teoria e a prática da administração. No entanto, a ética e a responsabilidade social não são assuntos recentes, pois a sociedade atual continua sem resolver os mesmos problemas que motivaram os primeiros debates sobre a ética, há mais de 2500 anos. Outra questão que continua provocando discussões é o papel das empresas na sociedade. Alguns estudiosos do assunto acham que as empresas têm responsabilidades com a sociedade e devem cumpri-las (9). Nesse contexto, emergiram as seguintes questões norteadoras: Quais as eventuais implicações ético-profissionais nas medidas administrativas que visam atender ao conforto e bem-estar comum em hospitais? As medidas administrativas que visam conforto e bem-estar comum dos profissionais e pacientes podem afetar e/ou aumentar o risco de contaminação? Como o profissional da saúde no exercício de uma função administrativa em hospital conjectura e equaliza o sincretismo do risco aumentado de contaminação e o conforto? Dessa forma, o objetivo geral dessa pesquisa foi: Verificar de que forma as diretrizes que norteiam as condutas do administrador em saúde para oferecer conforto a pacientes e profissionais estão sendo seguidas. E objetivos específicos: Identificar a existência de diretrizes norteadoras para o profissional administrador em saúde. Verificar em que medida tais diretrizes norteadoras estão em conformidade com as diretrizes éticas do profissional da saúde formado em Enfermagem. Verificar de qual modo o profissional a frente do setor de administração hospitalar gerencia riscos e benefícios no processo de implantação de medidas que visem o conforto. 2 METODOLOGIA A presente pesquisa submeteu o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa sob protocolo de número 366/10 e foi aprovada no dia 08/02/2011, solicitou ainda o Termo de Consentimento Institucional, assim como foi resguardado os critérios da Resolução 196/96 do Ministério da Saúde, que discorre sobre pesquisa envolvendo seres humanos, suas normas e regulamentações. Na referida Resolução consta que a pesquisa envolvendo seres humanos é toda aquela que, individual ou coletivamente, direta ou indiretamente envolva o ser humano ou utilize o manejo de informações ou materiais pertinentes ao mesmo. (4). Em seguida, requereu a autorização da FMS (Fundação Municipal de Saúde), para que fossem realizadas as pesquisas em 9 (nove) Hospitais Públicos Municipais de Teresina – PI. Logo depois, a pesquisa requereu a autorização de cada uma das três Regionais de Saúde da Cidade de Teresina PI (Zona Sul, Leste e Norte). E ainda após informadas as particularidades e propósitos da pesquisa a cada um dos entrevistados, seguindo da assinadora do Termo de Consentimento Livre e Esclarecidos por cada um dos 9 (nove) entrevistados. A presente pesquisa teve caráter descritivo de natureza exploratória com uma abordagem qualitativa. A realização da pesquisa deu-se em 9 de 10 hospitais da rede pública municipal de saúde da cidade de Teresina – PI que serviram como campo de pesquisa. Foram escolhidos hospitais de pequeno, médio e grande porte que contassem com um serviço de internação hospitalar e que proporcionassem as melhores condições para a realização da pesquisa e a melhor obtenção de resultados. Essa pesquisa teve como sujeito 9 (nove) de 10 (dez) administradores em saúde, que atuam como Diretor Geral ou Diretor Administrativo do serviço de saúde e que tem autonomia decisória para implantar ações administrativas no seu ambiente de trabalho. No que tange à experiência em administrar serviços de saúde, não precisaram ter um tempo mínimo de prestação de serviço, contudo o serviço ao qual estavam à frente, deveria não ser o primeiro e também todos aqueles que aceitarem participar da pesquisa. E para critério de exclusão terá administradores que não tivessem experiência em administração de serviços de saúde e todos aqueles administradores que não aceitassem participar da pesquisa. Foi aplicada uma entrevista semi-estruturada, gravada em aparelho de mp4 e que foi transcrito fidedignamente a fala do entrevistado. A aplicação dos questionários deu-se a 9 administradores em saúde, que deveriam está em seu horário de trabalho, no turno da manhã (das 08:00 ao 12:00) e/ou no turno da tarde (das 14:00 as 18:00), em seu local de trabalho, com horário previamente marcado, a fim de não incorrer em surpresa para o entrevistado. Esse foi conscientizado dos propósitos da pesquisa, uma vez que a marcação prévia da entrevista possibilitou ao administrador estudar acerca do tema a ser investigado. Para o tratamento de dados, utilizaram-se as respostas colhidas nas entrevistas aplicadas aos administradores em saúde de Hospitais Públicos municipais da cidade de Teresina – PI. Nessa fase a técnica de análise de conteúdo foi aplicada. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Chegou-se ao resultado dessa pesquisa após a análise proporcional do discurso das entrevistas e através das questões objetivas que foram respondidas pelos administradores, sendo subdivido os resultados em três categorias que se seguem e que abrangem desde a ética na administração até a administração hospitalar com suas particularidades no momento da aquisição e tomada de decisões, assim como o perfil dos profissionais entrevistados. 3.1 Perfil e Características Administrativas dos Gestores em Serviço de Saúde Observou-se no que tange ao curso de formação superior apresentado pelo entrevistado, que a maioria possui um curso na área da saúde e, a grande maioria tem o curso de bacharel em Enfermagem. Dentre eles 6 (seis) ocupavam o cargo de Diretor Geral, com o curso de Psicologia havia 1 (um) entrevistado que ocupava a função de Diretor Geral, com o curso de Administração havia 1 (um) entrevistado que desempenhava a função de Diretor Administrativo, e por último havia 1 (um) entrevistado formado em Serviço Social que desenvolvia as funções de um Diretor Administrativo. Contudo, é importante salientar que havia entre os 9 (nove) entrevistados, um Diretor que além do curso de Enfermagem, também concluiu o curso de Administração, sendo assim, por ordem cronológica de conclusão dos cursos, tal administrador foi contabilizado como profissional Enfermeiro, por ter sido o curso de Enfermagem o primeiro há ser concluído. Os dados acima citados foram obtidos após análise das entrevistas realizadas pela pesquisa, onde foram marcados os cursos de formação dos profissionais entrevistados. Esses números foram obtidos ao comparar as respostas fornecidas ao entrevistador. Segue abaixo o gráfico 1, que foi criado baseado nos dados dessa pesquisa e que expressa em percentual o número de profissionais formados no Cursos de Enfermagem, ou Administração, ou Psicologia, ou Serviço Social. GRÁFICO 1: Curso de Formação dos profissionais entrevistados FONTE: Dados diretos do entrevistador, 2011. Observa-se claramente pelo gráfico 1 que é visível a diferença em números, quando se compara o curso de formação dos Diretores Gerais ou Administrativos no que respeito a Enfermagem e os demais cursos, sendo essa primeira visivelmente predominante no currículo dos entrevistados com um total de 67% de todos os profissionais entrevistados, seguida dos demais cursos que se encontram em uma situação de isonomia em números totalizando igual e individualmente 11% cada um dos demais cursos (Psicologia, Administraç ão e Serviço Social). Os profissionais da saúde, hoje estão em sua grande maioria ocupando os cargos de chefia a frente dos serviços hospitalares. Embora, (12) afirme que não há exigência de formação profissional para que um diretor possa desempenhar sua função de chefia, sendo assim, é importante ressaltar que apesar de que essas afirmativas não sejam direcionadas a um determinado curso que tenham sido referidos pelos entrevistados dessa pesquisa, observouse que os profissionais Enfermeiros possuem atualmente um maior espaço e domínio técnico-científico para ocupar esses cargos de gerência (12,13). A administração hospitalar esta intimamente ligada à qualidade do profissional administrador, sem fazer citação de curso de formação. Para ele o que importa é que o profissional domine de maneira firme as variáveis que estão envolvidas no processo de administração de um hospital, que são elas: a gestão de recursos humanos e materiais, assim como materiais tecnológicos, o tipo do profissional existente e outras particularidades de cada serviço, que enquadram o número da população atendida, o público atendido e outras (12). A enfermagem configura-se em uma profissão que tem evoluído consideravelmente nos últimos anos, graças ao desenvolvimento técnicocientífico e de sua prática profissional. Estudada e explicada sob diferentes enfoques, à prática da enfermagem tem contribuído muito para o desenvolvimento pessoal e profissional, da categoria, o que faz com que ela necessite do apoio de outras ciências, como a administração, para a expansão do conhecimento. A enfermagem, por constituir um conjunto de ciências, humanas e sociais, busca, na administração a utilização do método científico, capaz de tornar o trabalho operacionalmente racional. Autores experientes ao longo da História têm afirmado que a administração serve como um instrumento de qualquer organização (13). Sendo assim, pode-se inferir que no panorama atual da administração hospitalar, os profissionais da saúde estão ocupando grande espaço, pois há um predomínio desses no cenário atual da administração, e isso pode ser identificado tanto com os dados obtidos nessa pesquisa, onde a maioria dos profissionais entrevistados são formados em cursos da área da saúde, como na literatura buscada para comparar os resultados que, também afirma que o profissional da saúde é um grande mediador de conflitos. No que diz respeito à especialização buscada para aprimorar os conhecimentos, todos os administradores referiram ter ou está fazendo na época da pesquisa algum tipo de especialização na área da saúde, principalmente administração hospitalar, gestão hospitalar, administração pública, administração dos serviços de saúde, gestão empresarial entre outros. Sendo essas, especializações as mais citadas pelos administradores no momento das entrevistas. Viu-se que (7,8) quando comparados com os resultados da pesquisa, afirmaram que o processo de especialização, ou melhor a educação permanente dos profissionais serve de maneira consistente como uma base sólida para uma tomada de decisão mais embasada em princípios teóricos, fundamentada em um maior número de bases do conhecimento, o que a confere a condição de gerenciar um serviço de maneira mais confiável. É inquestionável que há uma necessidade imperativa de contratar pessoas que sejam qualificadas em aspectos de conhecimento científicos, por meio de uma educação reflexiva e participativa. Essa importância dada ao grau de informações se explica pela tentativa de reduzir custos de produção e, mais recentemente, a capacitação pessoal que gerencia os recursos humanos. Isso se da principalmente pelo fato de que foi impulsionada por pressões sociais, como elevação da escolaridade, crescente aumento do nível de informação das pessoas e inovações tecnológicas, bem como motivação e expectativa das pessoas na participação das decisões, nos resultados e no futuro da empresa (7). O gerente deve ter algumas competências em sua gestão (Competência intelectual, interpessoais, técnicas e intrapessoais), atribuições essas que são adquiridas através de profissionalização, informações e conhecimentos, sendo defendido que é através de processos educativos específicos (especializações) que se adquire grande parte dessas características. Sendo a competência intelectual, a capacidade de produzir e processar informações; a interpessoal a destreza em liderar sua equipe, trabalhar em grupo e em rede; a técnica atende sobre a especificações dos conhecimentos do profissional, vindas da escola e das especializações de cada profissão; e a competência intrapessoal é a habilidade de se ver enquanto gestor, com seus defeitos e qualidades (8). Portanto, os dados obtidos nessa pesquisa, onde todos os administradores entrevistados afirmaram ter concluído ou está concluindo uma especialização vão de encontro com a literatura pesquisada e exposta acima, pois os entrevistados estão se capacitando em seu aspecto cognitivo, para que esses tomem decisões mais fundamentadas e seguras. E ainda, como percepção do autor dessa pesquisa, teve-se que os administradores que possuem um maior número de especializações possuem um maior domínio de mais conhecimento acerca da administração hospitalar, no que se refere a gestão e licitações hospitalares. Quanto ao tempo de experiência a frente da gestão hospitalar esse índice variou de 1 ano a 10 anos, sendo não somente esse um indicador para quantificar e/ou qualificar o nível de experiência apresentada pelos entrevistados. No entanto como impressão do entrevistador teve que o maior tempo a frente do serviço administrativo embora não sirva isoladamente como um indicador da experiência, serve ao menos para oferecer um maior domínio da oratória, sendo expressada pela fundamentação maior das respostas. Chegou-se a esse resultado através da análise das entrevistas, onde se estabeleceu de acordo com as respostas colhidas o tempo mínimo e máximo de desempenho das atribuições, enquanto Diretores Gerais ou Administrativos dos profissionais entrevistados. Aos se estabelecer um paralelo com outras pesquisas sobre o tema da relação estabelecida entre o tempo a frente de um serviço de administração hospitalar e a experiência demonstrada pelo administrador, verificou-se que, (5, 11) autores pesquisados, afirmam que, o tempo de experiência de um profissional serve de base para um melhor cumprimento de suas funções, seja qual for sua profissão, pois embora a teoria sirva para fundamentar as tomadas de decisões, esse processo deve acontecer também considerando a prática e a experiência adquirida no serviço. O processo administrativo da muita ênfase no tempo de experiência dos profissionais, pois esse associa tempo a eficiência do serviço, já que ele define eficiência, como a capacidade que o indivíduo tem em desenvolver suas funções da melhor maneira possível dentro do serviço onde trabalha. Embora, ele também concorde que essa realidade está mudando, pois os novos profissionais estão saindo mais adaptados a novas mudanças tecnológicas, o tempo de experiência ainda se configura em exigência para assumir um cargo de gerência (5). Os profissionais recém formados ainda não tem experiência para gerenciar um serviço, embora em específico o profissional Enfermeiro que tem na sua grade curricular de formação, disciplinas relacionadas a administração de empresas de saúde, quando se forma ainda tem que adquirir com a prática a experiência necessária para chefiar um serviço, e assim oferecer para a população um serviço de qualidade (11). O que se pode inferir como impressão do autor dessa pesquisa que os profissionais que apresentaram um menor tempo de serviço a frente da administração hospitalar, demonstram um menor conhecimento e uma menor fundamentação de suas falas, quando comparados com os mais experientes. Resultado esse que vai de encontro com os autores citados anteriormente, pois a experiência fornece um domínio maior de variáveis linhas do conhecimento. No que diz respeito aos assuntos principais estudados pelos administradores para assumir o cargo de chefia, viu-se através da técnica de análise proporcional de discurso que, há um consenso quando se fala em busca de conhecimentos acerca de: diretrizes da saúde, protocolos da saúde, gestão em saúde, portarias do SUS entre outros diversos, que também dizem respeito a aspectos ligados a administração hospitalar. Os autores pesquisados e comparados com os resultados dessa pesquisa, no que diz respeito aos conhecimentos expressados pelos administradores, (1, 3) vão em consonância com os resultados obtidos nessa pesquisa, onde afirmam que o conhecimento demonstrado e verbalizados pelos entrevistados ainda não é o suficiente para que se tenha um serviço de saúde de qualidade, pois os entrevistados demonstraram se preocupar principalmente com questões ou relacionadas a gestão hospitalar ou a biossegurança dos serviços de saúde, deixando a desejar em várias outras áreas do conhecimento que também fazem parte da administração hospitalar, como por exemplo, a aquisição de materiais de qualidade, a profissionalização dos servidores que ali trabalham, entre outras características que devem ser apresentadas e desenvolvidas pelos administradores. O profissional administrador deve conhecer sua clientela com todas suas particularidades, para que só assim possa oferecer um serviço de qualidade. Sendo fundamental buscar conhecimento no aspecto epidemiológico da população, deve levar em consideração o grau de satisfação da clientela, oferecer a proteção da saúde e o controle do processo saúde-doença, entre outros conhecimentos específicos da saúde que, não englobam somente a forma de administrar um serviço em seu teor burocrático (3). Os administradores têm ainda uma visão muito simplista do que de fato é a gestão pública de um serviço de saúde, ficando esses atrelados a apenas questões burocráticas e administrativas mínimas do dia-a-dia dos serviços que gerenciam e se esquecem dos verdadeiros ensinamentos repassados nos processos educativos que, envolvem economia, psicologia, sociologia, epidemiologia e outros (1). Deste modo, verifica-se que os resultados obtidos nessa pesquisa afirmam que, os conhecimentos dos administradores ainda estão limitados a parte burocrática do serviço, deixando de lado área do serviço que são fundamentais para um bom gerenciamento do local de trabalho. E isso, vai de encontro com o afirmado pelos autores acima citado, pois eles concordam que os administradores se fecharam em um mundo onde só existem as questões burocráticas do serviço, e deixaram de lado a sociedade e suas particularidades, características essas que são fundamentais para uma boa administração hospitalar. E o que se pode visualizar, foi que os entrevistados demonstram conhecer muito bem todas as particulares dos processos licitatórios e burocráticos dos serviços que gerenciam, mais pouco mencionam as questões associadas que levam o serviço a recorrer aos processos burocráticos imediatos, como por exemplo a compra direta de materiais, uma vez que os materiais do serviço acabaram, não tem na instituição maior que fornece esses materiais e portanto, necessitam recorrer a compra direta e as diversas modalidades da licitação. Sendo que, se o administrador visualiza-se outras questões além dos aspecto burocrático do serviço, que permeiam os principais riscos epidemiológicos, as principais necessidades e outras questões associadas a sociedade, dificilmente seriam pegos de surpresa com a falta de matérias descartáveis e ou reaproveitáveis (esterilizáveis). 3.2 Aspectos Éticos na Gestão Administrativa em Serviços de Saúde É factual que existem os códigos de conduta de cada profissão e, no que tange a esse assunto todos os entrevistados afirmaram conhecer o código de ética do profissional da saúde e do profissional administrador. E ainda no que diz respeito a código de ética, os entrevistados afirmaram em sua grande maioria seguirem o código de ética do profissional da saúde e do profissional administrador, totalizando 6 (seis) entrevistados com tal resposta, e em segundo lugar 2 (dois) administradores afirmaram que o código de ética que seguem é o do profissional da saúde e em terceiro lugar ficou o código do profissional administrador isolado dos outros códigos, sendo citado por 1 (um) dos entrevistados. Para tanto, coincidentemente o profissional que respondeu seguir a norma de conduta do administrador é o profissional formado em administração, justificando sua resposta pelo fato de seguir o código da sua profissão. Já os demais que citaram seguir o código de ética do profissional da saúde e/ou profissional administrador são profissional formado na área da saúde e humanas. De acordo com o que segue no gráfico 2, os códigos de ética seguidos e citados pelos entrevistados foram o código de ética que rege as condutas do profissional da área da saúde, em seguida o código de ética do profissional administrador e a junção dos códigos de ética do profissional da saúde com o profissional administrador. GRÁFICO 2: Códigos de ética que rege as condutas dos profissionais entrevistados. FONTE: Dados diretos do entrevistador, 2011. Pelo o que se pode analisar pelo gráfico acima, é que os profissionais entrevistados em sua maioria unem de maneira hábil as diferentes finalidades do Código de Ética do profissional da saúde e do profissional administrador, a fim de que haja uma melhoria no processo de gestão do serviço de saúde totalizando 67% dos profissionais entrevistados e que seguem ambos os códigos, sendo seguido pelo código de ética apenas do profissional da saúde que foi citado por 22% dos entrevistados e por último o código de ética do profissional administrador isoladamente com 11% do total. Comparando-se os resultados obtidos nessa pesquisa com os resultados apresentados em outras já realizadas sobre o tema do código de ética, viu-se que, (2, 8) afirmam que de fato o profissional deve atender e seguir o código de ética de sua profissão, pois é esse código que normatiza a atuação e prática das funções dos profissionais. No entanto, não foi encontrado na literatura autores que afirmem qual código de ética deve ser seguido pelo profissional administrador hospitalar, mas há autores que afirmam que, o profissional deve tomar suas decisões baseadas no bem estar e conforto da sociedade e todos os que terão contato com o serviço prestado. O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, visão e missão da empresa, que tem por finalidade expressar seus princípios e valores ao público com os quais mantêm contato, bem como nortear as ações de seus colaboradores para os padrões de conduta consensualmente considerados adequados. É certo que os diversos indivíduos que formam uma instituição possuem valores morais pautados de acordo com sua formação familiar, religiosa, educacional e social, e seu comportamento é orientado com base em determinados princípios. Mas devem ainda sim seguir o código de ética que lhe é imposto (2). Os códigos de ética profissional, embora tenham o compromisso com os interesses das categorias profissionais não podem desconsiderar sua responsabilidade para com a sociedade, considerando então os meios necessários para atingir o ser, e dessa forma atingir o princípio básico de toda ética, qual seja o respeito à dignidade humana. Logo, suas normas têm por finalidade promover o bem-estar da sociedade, assegurando lisura de comportamento aos seus membros em suas atividades profissionais (8). Verificou-se portanto, que os administradores seguem os códigos de deontologia da sua profissão e que alguns associam ao seu código o de outro profissional para gerir seu serviço melhor. Sendo assim, esses seguem como sugerem os autores acima mencionados a idéia de que os profissionais devem seguir as regras de sua profissão, mas também devem levar em consideração os valores e características da sociedade para quem trabalham. O que se pode inferir que, os resultados ainda demonstram que os administradores devem em sua totalidade seguir não somente o seu código de ética, ou melhor o da sua profissão, mas deve também considerar todos os outros no momento de sua tomada de decisão. Quando questionados sobre a existência ou não de diferença entre ser administrador de uma empresa de um ramo diferente do da saúde e de ser o administrador de uma empresa na área da saúde, 8 (oito) dos 9 (nove) entrevistados afirmaram haver diferença concreta em ser administrador dessas diferentes empresas, e apenas 1 (um) administrador afirmou não haver diferença entre ser administrador de empresas de diferentes áreas de atuação, isso quando uma das variáveis é a saúde. Viu-se na literatura que todos os autores utilizados para fundamentar o resultado dessa pesquisa, (6, 7) concordam que existem diferenças visíveis entre ser o administrador de um hospital e ser o administrador de um outro serviço que não seja na área hospitalar. O que vai de acordo com os resultados obtidos nessa pesquisa. Cada profissão, em conseqüência cada área do saber tem um domínio próprio que a individualiza uma das outras, já que individualmente elas criam um mundo único para si, estabelecendo assim um monopólio de poder, pois cada uma dedicou-se a estudar uma vertente social especifica e direcionada para suas finalidades (6). Nenhuma profissão é igual a outra, no entanto as profissões da área da saúde tem uma particularidade que a diferencia inegavelmente das outras, que é o fato de que as outras profissões trabalham com um produto podendo visualizar o termino do produto e a forma que se apresenta ou apresentará o mesmo, já as profissões na área da saúde trabalham com a incerteza do resultado final do produto, pois embora suponha-se como o corpo reagirá diante do tratamento não se tem a certeza convicta de que todas as pessoas submetidas ao mesmo tratamento responderão de maneira igual, pois a saúde trabalha com a condição de que cada cliente possuem particularidades que o diferencia potencialmente um dos outros (7). Sendo assim, pode-se afirmar que, ainda é necessário que a totalidade dos profissionais entenda que, embora se trate de um serviço de administração, gerenciar um hospital requer a consideração de características que o diferenciam potencialmente de outros serviço, pois sua oferta de produto e de resultados é diferente dos demais serviços, já que, nesse setor não se pode visualizar o termino do serviço antecipadamente. Tendo-se assim, uma visão de que o entrevistado que afirmou seguir o código de ética do profissional administrador ainda necessita visualizar a diferença final do produto e resultado oferecido no final do serviço hospitalar prestado. 3.3 Processo de Compras: Variáveis e Prioridades Aos resultados obtidos para essa variável da pesquisa, chegou-se após a análise proporcional do discurso, quando se comparou as entrevistas fornecidas pelos Diretores Gerais ou Administrativos. O que se pode observar com os resultados dessa pesquisa foi que segundo respostas fornecidas pelos entrevistados, e analisadas pela técnica de análise proporcional do discurso, 6 (seis) entrevistados afirmaram que, a prioridade na grande maioria das instituições de saúde quando se fala em qualidade e/ou baixos preços do produto é que o aspecto imperativo inquestionavelmente é a qualidade do material adquirido associada também aos baixos custos do produto, pois, a qualidade não é inerente a altos preços. Portanto, é sim possível segundo os entrevistados a existência de materiais com qualidade associada a baixos preços. Em segundo lugar ficou a variável qualidade indicada como principal consideração no momento da aquisição de material para o hospital, sendo afirmada por 2 (dois) entrevistados. E em último lugar ficou a variável baixos preços que foi citado por apenas 1 (um) dos administradores. De acordo com o gráfico 3, pode-se visualizar que as principais questões levadas em consideração pelo profissional administrador diz respeito, ou a qualidade, ou a baixos custos do produto, ou a ambas. GRÁFICO 3: Prioridades conferidas aos momento da aquisição dos materiais hospitalares. FONTE: Dados diretos do entrevistador, 2011. Fazendo uma análise do gráfico acima, pode-se inferir que no momento da compra de materiais para um serviço de saúde o que a maioria dos profissionais leva em consideração é exatamente a fusão de dois determinantes distintos entre si, mas que quando juntos podem agregar ganhos ou perdas incomensuráveis a quem os utiliza como indicadores. Ou seja, para os entrevistados o importante é aliar a qualidade do produto adquirido com os baixos custos ofertados pelos fornecedores. Segundo o gráfico, pode se observar que 67% dos entrevistados afirmaram levar em consideração no momento da compra de materiais a junção de qualidade com baixos custos do produto, sendo seguido por 22% dos entrevistados que afirmaram dar prioridade a qualidade do produto e por último 11% afirmaram dar maior atenção aos baixos custos. “No serviço público com determinação legal de compra mediante processo de licitação com no mínimo três orçamentos, a compra é realizada visando o menor preço, sendo necessária para garantir a eficiência, detalhar o tipo de material para realizar a compra já que não pode ser sugerido marca”.(Turquesa) “Ao adquirir um material observamos eficácia, qualidade, risco diminuído a saúde do usuário e trabalhamos com também o preço, nem sempre o que é caro é bom ou vice-versa“. ﴾Opala﴿ Para (7, 10) os resultados obtidos nessa pesquisa vão de encontro com seus estudos, no momento em que esses afirmam que o importante na administração hospitalar é dar prioridade a qualidade do serviço de saúde, no entanto também afirmam que com atual mudança no perfil econômico do mundo, há uma necessidade de também levar em consideração o aspecto financeiro da instituição, seja ela pública ou privada. Informações essas que podem ser visualizadas nos resultados dessa pesquisa, pois hoje há uma maior necessidade de oferecer um serviço de qualidade por parte dos administradores, uma vez que, os clientes do serviço hospitalar estão ficando mais exigente e buscando mais seus direitos. A qualidade dos serviços de saúde constitui-se em forte preocupação presente nos mais variados sistemas de saúde em todo o mundo, sejam eles predominantemente públicos ou privados, sendo ainda insuficiente o conhecimento sobre a efetividade das estratégias destinadas à sua melhoria (10). Os estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, necessitam adaptar-se a esse novo cenário que se formou no mundo, uma vez que, houve a globalização da economia, a socialização dos meios de comunicação, mudanças no comportamento dos usuários de saúde entre outras mudanças. O que impõe a necessidade de os serviços de saúde aprimorarem os sistemas de gerenciamento dos recursos materiais. Sendo, portanto, necessário que qualquer que seja a finalidade da organização de saúde o processo de compra deverá observar os requisitos de qualidade do material (7). Logo, visualiza-se nessa pesquisa que no panorama atual os administradores hospitalares estão mais ligados a oferta de um serviço de qualidade melhor, o que vai de acordo com as afirmações dos autores acima citados. E isso, está acontecendo porque a sociedade está ficando mais esclarecida e reivindicando mais por uma melhor oferta do serviço de saúde. Pode-se afirmar que, as condutas mais adotadas para diminuir o risco de infecção e/ou contaminação tomadas pelos administradores estão inquestionavelmente relacionada à manutenção dos materiais, qualificação dos profissionais acerca de cuidados com a higiene pessoal e do ambiente de trabalho, tal como a forma de utilizar os materiais, levando em consideração ambiente, cliente e procedimento a ser praticado. E ainda reformas relacionadas a estrutura física das instituições. Ou seja, os administradores em geral estão preocupados mais em oferecer para o servidor e o cliente do serviço de saúde, principalmente a biossegurança do serviço, deixando de lado questões básicas como o conforto dos profissionais e pacientes, a escuta ativa das reivindicações, o cuidado com outros riscos aos quais os mesmos encontram-se expostos, como por exemplo: danos a saúde mental, pois frequentam um ambiente insalubre, riscos físicos, por conta de estruturas físicas inadequadas das instituições entre outros. Segundo (7) há um consenso de que os profissionais devem dar atenção não somente a questões de biossegurança, mas também ao conforto e bem estar dos profissionais e clientes, assim como, uma boa condição de desempenho das funções dos profissionais dentro do serviço hospitalar, entre outras variáveis. O que vai em consonância entre os resultados obtidos nessa pesquisa e os resultados obtidos pelas realizadas pelos autores referidos. O desenvolvimento das atividades assistenciais de saúde requer condições adequadas de trabalho, tanto no que se refere ao atendimento das necessidades dos usuários, como das necessidades dos profissionais que ali trabalham, sendo essa responsabilidade compartilhada por todos os profissionais que compõem os recursos humanos do serviço. Claro, que essas decisões devem levar em consideração ainda um compromisso com o meio ambiente e com a qualidade de vida das pessoas e dos trabalhadores (7). Deste modo, pode-se afirmar que os profissionais administradores embora conheçam a importância da utilização de EPI’s pelos profissionais, ainda estão atrelados somente a essa questão da biossegurança, deixando de lado questões de saúde do trabalhador que permeia como afirma (7) desde questões que levam em considerações ambientais e de qualidade de vida para o profissional e o cliente. 4 CONCLUSÃO Constatou-se após a análise das entrevistas, que as normas de conduta que regem as ações e práticas dos gestores em serviço de saúde são atendidas conforme a necessidade surja, pois para tomada de atitudes os administradores seguem regras impostas pelo serviço que gerenciam. Viu-se que no setor de gerenciamento de serviços hospitalares existem regras, diretrizes que regulamentam as tomadas de decisões a frente de uma administração. O que no caso da saúde pública, tem em específico regras que são impostas por órgãos como a OMS, Secretarias de Saúde, Fundações de Saúde, entre outros. A existência de tais diretrizes são observadas ao longo de todo o processo administrativo dos serviços de saúde que serviram como cenário dessa pesquisa, tendo sido visualizado no decorrer do processo de licitação para aquisição de todos os materiais referidos pelos entrevistados. Já no que diz respeito ao modo que tais diretrizes se apresentam em relação as normas de conduta dos profissionais em relação as normas de conduta dos profissionais de enfermagem, conclui-se que os administradores embora não sejam formados em Enfermagem obedecem algumas exigências feitas pelo código de deontologia da Enfermagem, principalmente no que diz respeito a biossegurança nos serviços que gerenciam, deixando de lado outros cuidados tão importantes quanto, como exemplo a prioridade pela qualidade do material adquirido e a manutenção adequada em modo e tempo, entre outras. E ao que diz respeito a forma que o administrador trata a condição de risco e benefício no processo de aquisição de materiais que visam conforto de profissionais e paciente, constatou-se que os administradores visualizam de maneira antecipada os possíveis riscos a saúde dos clientes e profissionais. Contudo, embora os gestores tenham uma visão antecipada dos possíveis riscos, não há um consenso entre os administradores que o mais importante é o risco diminuído, já que houve administrador que afirmou que o importante é o custo diminuído dos materiais sem priorizar o risco diminuído de infecção/contaminação e/ou físico dos materiais adquiridos. Logo, essa pesquisa verificou que existem regras para nortear as condutas dos administradores, mas que não são seguidas em sua totalidade. Viu-se que embora a maioria dos entrevistados sejam Enfermeiros, esses não seguem plenamente as exigências feitas pelo código de ética da Enfermagem. Sendo assim, é necessário ainda que os profissionais que ocupam cargos de administrador de serviços hospitalares públicos atentem que o importante é buscar de maneira correta seguir todas as exigências que são feitas pelos órgãos de saúde para oferecer um serviço de qualidade, com eficiência e eficácia e ainda que satisfaçam as necessidades dos clientes e profissionais que freqüente o serviço de saúde sob responsabilidade de tais administradores. REFERENCIAS (1) ANDRÉ (2) ARRUDA, M. C. C. de. Código de ética: um instrumento que adiciona valor. São Paulo: Negócios, 2002. (3) BENITO, G. A. V. Conhecimento gerencial requerido do enfermeiro no Programa Saúde da Família. Rev Bras Enferm, 58(6):635-40 nov-dez. 2005. Disponível em: Acesso em: 09 de nov. de 2011. (4) BRASIL, M. S. Conselho Nacional de Saúde. Brasília, Ministério da Saúde, 1996. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/reso_96.htm. Acesso em: 20 de out. de 2010. (5) CHIAVENATO, I. 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