Influência do Índice de Oscilação Sul (IOS)

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Influência do Índice de Oscilação Sul (IOS) e Anomalia do Niños sobre as chuvas no
Nordeste Brasileiro
Edvânia Pereira dos Santos, Itomésio Matias C. Filho, José Ivaldo B. de
Brito
Universidade Federal de Campina Grande, UFCG
[email protected], [email protected],
[email protected]
Resumo
O Índice de Oscilação Sul (IOS) é um fenômeno de grande escala que determina a
intensidade dos ventos Alísios no oceano Pacífico equatorial, e os Niños são anomalias do
sistema climático no oceano pacífico tropical. Tais fenômenos têm importantes
conseqüências ao redor do globo devido a sua influência direta na atuação dos fenômenos
meteorológicos de grande escala. Os dois fenômenos citados foram estudados neste
trabalho a fim de conhecer seu comportamento no que diz respeito às chuvas no Nordeste
do Brasil.
Palavra-Chave: Índice de Oscilação Sul, Niños, Nordeste do Brasil.
Abstract
The Southern Oscillation Index (SOI) is a large scale phenomenon determining the
intensity of eastern equatorial winds over the Pacific ocean. El Niño and La Niña episodes
are tropical climatic anomalies present over the Pacific ocean. Such phenomena have
importent global consequences due to their direct influence on lage scale meterological
phenomena. In this work, the two mentioned phenomena where studied in order to
understand their influences particularly on the rainfalls in the nothern east of Brazil.
Keywords: Southern Oscillation Index, El Nino, La Nina, Northern east of Brazil
1. Introdução
O índice de oscilação sul (IOS) é um fenômeno de grande escala que é caracterizado
pela diferença de pressão padronizada em Darwin (Austrália) e Taiti (Polinésia Francesa) e
está associado ao enfraquecimento ou a intensificação dos ventos alísios sobre o oceano
pacífico equatorial, o IOS é considerado positivo quando a pressão está maior no Taiti e
negativo quando a pressão está maior em Darwin.
Os eventos de Niños são definidos como anomalias do sistema climático e
representam uma alteração no sistema oceano-atmosfera no oceano pacífico tropical. O El
Niño é o aquecimento anômalo das águas do pacifico equatorial, enquanto que o La Niña é
o esfriamento anômalo. A ocorrência desses dois fenômenos altera diretamente a circulação
de Walker, modificando o regime de chuvas e temperatura em várias partes do globo.
A influência do fenômeno ENOS na variabilidade da precipitação sobre o Brasil
tem sido um tema de referência em vários estudos (Prela et al, 2006; Da Silva et al, 2001,
Minuzzi et al, 2006). No Nordeste Brasileiro de forma especial, a ocorrência desse
fenômeno causa danos em vários setores, tendo influência negativa no setor agrícola,
afetando diretamente o setor econômico de várias localidades que dependem na maioria dos
casos, da sazonalidade das chuvas.
As anomalias de temperatura na superfície do mar sobre o Oceano Pacífico
Equatorial são separadas por regiões, como mostradas na figura 1. Os dados de suas
anomalias são utilizadas pelo CPC – NOAA para observação de anos de El Nino e La Nina.
Figura 1: Localização das 4 regiões de Nino na Bacia do Pacífico. Fonte:
(http://www.cpc.noaa.gov/products/analysis_monitoring/ensostuff/nino_regions.shtml)
O objetivo deste trabalho foi de conhecer as correlações entre o Índice de Oscilação
Sul e os Niños com as anomalias de chuva do Nordeste Brasileiro coletados do CPC, e a
partir dessa seleção saber se esses eventos são significativos. Para isso, foi utilizado o teste
de significância de student.
Os resultados mostraram uma relação significativa entre os setores de Ninos e IOS,
e a ocorrência de chuvas no nordeste. Foi observado ainda que os Episódios de El Nino e
La Nina, tem uma relação forte com a ocorrência de IOS.
2. Material e métodos
Os dados foram coletados do site do CPC/NOAA, com informações a respeito das
TSM dos setores Ninos no pacifico. Com os dados obtidos das anomalias dos El Niños e do
índice de oscilação Sul (IOS), foi utilizado o software EXCEL para obter as correlações
entre o IOS e os setores do El Nino (1+2; 3; 3,4; 4) com o nordeste brasileiro. Através
dessas informações foi possível fazer uma comparação entre a ocorrência de chuvas no
nordeste brasileiro e sua influência da ocorrência ou não dessas chuvas com os setores de
Ninos do Oceano Pacifico.
Foram consideradas apenas as anomalias positivas acima de 0,75 (El Nino) e
abaixo de -0,75 (La Nina) para anomalias de TSM no Oceano Pacífico Tropical. O teste de
correlação de stuident foi utilizado para observar o nível de confiança entre os resultados
encontrados.
3. Resultados e Discussão
Os resultados encontrados são mostrados na tabela 1, mostram a correlação entre as
ocorrências de chuvas no nordeste Brasileiro e as regiões do Niños (Figura 1).
Tabela 1 – Correlações entre as regiões de IOS Niños, Atlântico e Nordeste brasileiro.
IOS-Niño 1+2
IOS-Niño 3
IOS-Niño 4
IOS-Niño 3,4
IOS-Nordeste do Brasil
IOS-Atlântico Norte
IOS-Atlântico Sul
IOS-Atlântico Tropical
Niño 1+2-Nordeste do Brasil
Niño 3-Nordeste do Brasil
Niño 4-Nordeste do Brasil
Niño 3,4-Nordeste do Brasil
Correlação
-0,7017
-0,8727
-0,8878
-0,9299
0,3521
-0,3086
0,0653
-0,7593
-0,386566
-0,4159
-0,295591
-0,4079
tcritico
9,5791
25,3546
29,02593
47,6121
2,7844
2,3632
0,4545
12,42045
3,148734
3,48405
2,243978
3,390011
Significância Estatística
99%
99%
99%
99%
95%
90%
não tem significância
99%
99%
99%
95%
99%
Se o IOS for maior que zero tem-se chuva no Nordeste e se o IOS for menor que
zero indica seca. Pode-se observar na tabela 1, a correlação entre o IOS e o Nordeste do
Brasil é positiva, portanto tem - se chuva.
No caso do niño 1+2 se ele for maior que zero observa-se seca e se for menor que
zero tem-se chuva, portanto consultando a tabela 1 tem-se que a correlação entre o niño
1+2 e o Nordeste Brasileiro é negativa então tem-se chuva no Nordeste Brasileiro devido
ao niño 1+2.
O niño 3 é da mesma maneira do niño 1+2, se for positivo tem-se seca no Nordeste
do Brasil e se for negativo tem-se chuva e o valor observado na tabela 1 da correlação entre
o niño 3 e o Nordeste do Brasil é negativo, portanto tem-se chuva.
Se o niño 4 é positivo observa-se seca caso contrário é observado chuva, na tabela –
1 tem-se o valor da correlação entre o niño 4 e Nordeste do Brasil e seu valor é negativo e
ele é o mais fraco entre os niños, então tem-se chuva no nordeste.
Se o niño 3,4 é positivo tem-se seca e se for negativo tem-se chuva, como se pode
observar na tabela 1, o valor do niño 3,4 é negativo, portanto tem-se chuva no Nordeste do
Brasil.
Na tabela 1, mostra o nível de significância de cada evento e é observado que são
todos bem significativos para o Nordeste Brasileiro, ou seja, têm uma boa influência na
ocorrência das chuvas na região Nordeste do Brasil.
É possível observar as correlações entre as regiões de anomalias de TSM e o IOS,
em que há um nível de significância importante em relação à ocorrência desses dois
fenômenos. Tais valores mostram que os episódios de ENOS estão associados à ocorrência
do IOS.
4. Conclusão
Os eventos dos Niños são bastante significativos para o clima do Nordeste do
Brasil, visto que são sistemas responsáveis pelo aparecimento ou inibição de chuvas,
portanto é de grande importância saber o comportamento ENOS como uma ferramenta para
a previsão de chuva no Nordeste Brasileiro.
Com o estudo do Índice de Oscilação Sul (IOS) e dos Niños pode-se fazer uma
previsão para o aparecimento de eventos extremos de chuva ou seca na região nordeste
brasileira, a fim de favorecer o setor agrícola, que depende das ocorrências de chuvas para
uma produção significativa para o favorecimento do crescimento econômico na região.
Para obter maiores informações, a efeito de previsão, é necessário que essas
correlações sejam observadas o período chuvoso para a região estudada, pois os resultados
mostram apenas a relação entre o fenômeno ENOS em uma média anual e a região
Nordeste.
5. Bibliografia
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http://www.cpc.noaa.gov/data/indices/ Acesso em: 25/12/2009
DA SILVA, D.F.; MOLION, L.C.B.; LEMES, M.A.M., Variabilidade espacial das chuvas
na Bacia do Rio São Francisco, II Encontro nordestino de Biogeografia, 10 a 13 de Outubro
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NORTHEAST BRAZIL RAINFALL ANOMALY In: Monthly values * 100. Disponível
em: http://jisao.washington.edu/data_sets/brazil/ Acesso em: 25/12/2009
MINUZZI, R. B.; SEDIYAMA, G. C.; COSTA, J.M.N; VIANELLO, R.L.; Influência do
fenômeno climático El Nino no período chuvoso da região sudeste do Brasil, Geografia - v.
15, n. 2, jul./dez. 2006. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/geografia.
PRELA, A.; GARCIA, B. I. L., PEREIRA, A. R., Variação de Graus-dia em Piracicaba
(sp), em anos de El niño e La niña. Bragantia, Campinas, v.65, n.3, p.527-532, 2006.
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