fenologia de espécies de um fragemento florestal de cerrado em

Propaganda
FENOLOGIA DE ESPÉCIES DE UM FRAGEMENTO FLORESTAL DE CERRADO
EM FLORIANO – PI.
1
Orleane Cristine Marques Ozorio Peixoto1; Nélson Leal Alencar2.
Universidade Federal do Piauí – Campus Floriano; 2 Universidade Federal do Piauí –
Campus Teresina
INTRODUÇÃO.
O cerrado compreende grande parte da vegetação do Piauí e devido à intensa modificação
antrópica seus ecossistemas estão apresentando desequilíbrios (PIAUILINO et al 2012), para
entender e superar eles vários estudos são feitos, um deles é o estudo fenológico, ciência que
identifica as fases biológicas repetitivas das plantas, a floração, frutificação, brotamento foliar e queda
foliar, sua intensidade, duração e seus ajustes adaptativos (MORELLATO, 1991), assim a partir do
conhecimento fenológico é possível entender a dinâmica dos ecossistemas, a disponibilidade de
alimento, além de possibilitar a organização de um perfil de preservação e aproveitamento do local
(LIMA, 2007). Desta forma, o objetivo do trabalho é observar as quatro fenofases das espécies
escolhidas, identificando o período de floração e frutificação, caducifólia e brotamento foliar das
espécies de cerrado.
METODOLOGIA
As espécies foram estudadas na Fazenda experimental do Colégio Técnico de Floriano – PI,
sendo selecionados 10 indivíduos em campo de cada uma delas, que foram visitados mensalmente
durante um período de onze meses de agosto de 2013 até junho de 2014. Durante as visitas, foram
registradas as fenofases de queda de folhas, brotamento de novas folhas, floração e frutificação de
acordo com Fournier (1974), que busca analisar além da presença ou ausência e a intensidade de
cada fenofase.
RESULTADO E DISCUSSÃO.
Os indivíduos de Byrsonima correifolia apresentaram uma caducifolia parcial, ou seja, eles
não perdem todas as suas folhas no período seco. Com o início das chuvas no mês de dezembro
começou o brotamento e uma intensa floração seguida de frutificação e foi percebido que há
sincronismo entre os indivíduos tanto na fase vegetativa como na fase reprodutiva. A B. correifolia
tem suas fenofases bastante influenciada pela sazonalidade, o que era esperado em vegetações de
cerrado. Por falta de literatura comparou-se com outras espécies do gênero de Byrsonima
percebendo-se que com todas ocorrem as mesmas características fenológicas, os trabalhos usados
foram Araújo, 2009;Gonçalves, 2013;Seixas, 2011;Jenrich, 1989;Costa et al., 2006;Lorenzi, 1992.
Os da Q. grandiflora não apresentou nem Floração nem frutificação ao longo do período de
estudo e que ela inicia sua senescência foliar em meados de junho com oito indivíduos com 25% de
perda de folhas sua copa representando média de 20% entre os indivíduos e que o pico de
caducifolia entre agosto e meados de setembro e seu brotamento começou com o início das chuvas
em novembro com uma média de 7,5% da fenofase sendo representada por três indivíduos,
chegando ao pico de brotamento entre fevereiro e março. Santos e Ferreira (2012), Silvério e Lenza
(2010), Lorenzi (1992) declaram que esses resultados são típicos dessa espécie para as fenofases
de caducifolia e brotamento.
Para T. brasiliensis embora não se tenha muito estudo para comparar foi concluído que nada
pode ser afirmado sobre a fenologia reprodutiva uma vez que não houve a presença dessas fases
durante o estudo. Mas o que se refere à fenologia vegetativa de caducifolia se inicia em junho com
uma média percentual entre os seus indivíduos de 12,5 % de seus indivíduos com o pico de
senescência em meados de setembro-outubro com uma média de 92,5% e o brotamento iniciando
em dezembro com uma média de 32,5% atingindo o total da fenofase entre fevereiro e março. Lorenzi
(1992) e Rubim et al (2010) afirmam que esta espécie é decídua e tem esse padrão fenológico
comum ao seu habitat.
Na Família Myrtaceae com uma espécie não identificada e outra com o gênero
identificado apresentam as mesmas épocas de padrões vegetativos apenas com porcentagens
diferentes, a caducifolia que inicia no mês de junho com a mesma média entre os indivíduos de 15%,
atingindo seu pico em agosto com uma diferença, pois a média do Psidium atinge 100% e da
Myrtaceae sp1 com média percentual de 75% entre seus indivíduos. O brotamento inicia em
Novembro com média do Psidium sp 12,5% e da Myrtaceae sp1 27,5% chegando ao pico da
fenofase no mês de março. Apenas dois indivíduos de Myrtaceae sp1 apresentaram frutificação, mas
ambos não apresentaram floração. Rubim et al (2010) e Lorenzi (1992) confirmam em seus estudos
sobre os padrões de brotamento e caducifolia os mesmos do estudo para as espécies desta família.
Floração
Frutificação
100
100
75
75
50
50
25
25
0
0
AGO OUT DEZ FEV MAR ABL MAI JUN
AGO OUT DEZ FEV MAR ABL MAI JUN
(A)
(B)
Caducifolia
Brotamento
100
100
75
75
50
50
25
25
0
0
AGO OUT DEZ FEV MAR ABL MAI JUN
(C)
AGO OUT DEZ FEV MAR ABL MAI JUN
(D)
Figura 1. Apresenta a média percentual mensal de (A) floração, (B) frutificação,(C) caducifolia e (D)
brotamento dos dez indivíduos das cinco espécies escolhidas.
Byrsonima correifolia;
Terminalia brasiliensis;
Qualea grandiflora;
Psidium sp;
Myrtaceae sp1.
Palavras-chave: Fenologia. Fenofase. Cerrado.
REFERÊNCIAS.
ARAÚJO, R. R. Fenologia e morfologia de plantas e biometria de frutos e sementes de
muricizeiro (Byrsonima verbascifolia (L.) Rich) do tabuleiro costeiro de Alagoas. 2009. 89f.
Dissertação (Mestrado em agronomia) – Universidade Federal Rural do Semi-árido de Mossoró. Rio
Grande do Norte.
COSTA, C.B.N.; COSTA, J.A.S. & RAMALHO, M. 2006. Biologia reprodutiva de espécies simpátricas
de Malpighiaceae em dunas costeiras da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Botânica. v.29, 1, p.
103-114.
FOURNIER LA. 1974. Um método cuantitativo para la medición de características fenológicas em
árboles. Turrialba.4:422 – 423.
GONÇALVES, N. P.; DE LUCENA.E. M. P. BONILLA, O. H. Fenologia da Byrsonima gardneriana
(Malpighiaceae) Ocorrente no Jardim Botânico de São Gonçalo do Amarante-Ceará-Brasil.
Congresso Nacional de Botânica, 64. 2013. Belo Horizonte.
JENRICH, H. Vegetação arbórea e arbustiva nos altiplanos das chapadas do Piauí central.
Teresina, PI: ESCHBORN, 1989. 90 p.
LIMA, AL. A. Padrões fenológicos de espécies lenhosas e cactáceas em uma área do semiárido do nordeste do Brasil, 2007. 71f. Dissertação (Mestrado em Botânica)- Programa de PósGraduação em Botânica da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do
Brasil, Vol 1- 4ª- Ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 376p.
MORELLATO, L.P.C. 1991. Estudo da fenologia de árvores, arbustos e lianas de uma floresta
semidecídua no sudeste do Brasil. Tese de doutorado. (Ecologia) Instituto de Biologia da
Universidade Estadual de Campinas. UNICAMP- SP.
PIAUILINO, S. A. C.; BOTREL, R.T.; MANCIN, A. C.; SOUSA, A. M. Estudo fenológico de Lafoensia
replicata Pohl. No município de Bom Jesus,PI. Scientia plena. V. 08. Nº 04. 2012.
RUBIM, P.; NASCIMENTO H. E. M.; MORELLATO, L. P. C. Variações interanuais na fenologia de
uma comunidade arbórea de floresta semidecídua no sudeste do Brasil. Acta Botânica Brassilica.
V.29. nº 3. p.756-764, 2010
RÉU-JUNIOR, W. F. Interações formigas-Malpighiaceae, Byrsonima intermedia (A. Juss.) e
Heteropterys pteropetala (H.B.K.), no cerrado: atratividade ligada aos nectários extraflorais e
defesa biológica à planta, 2005. 64f. Tese (Doutor em ciências- Área de entomologia) - Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP.
SANTOS, Franco Porto & FERREIRA, Wagner de Melo. 2012. Estudo fenológico de Davilla elliptica
St. Hill. e Qualea grandiflora Mart. em uma área de Cerrado sentido restrito em Porto Nacional,
Tocantins. Revista Interface. NEMAD, 5ª Ed. p. 3-14, 2012.
SEIXAS, E. N. C.; SILVA, M. A.P.; MENDONÇA, A. C. A. M.; SANTOS, M. A. F. Biologia reprodutiva e
propriedades químico farmacológicas de Byrsonima Rich. ex Kunth (Malpighiaceae) no nordeste –
Brasil. Cadernos de Cultura e Ciências. v. 10. n. 2. p.07-16, 2011.
(http\\periodicos.urca.br/ojs/index.php/cadernos/article/view/399.).
Silvério, D.V. & Lenza, E. Fenologia de espécies lenhosas em um cerrado típico no Parque Municipal
do Bacaba, Nova Xavantina, Mato Grosso, Brasil. Biota Neotropica. V10, Nº3, p.205-216, 2010.
Download