64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 FENOLOGIA DE Psittacanthus dichroos (LORANTHACEAE) EM UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA DA PARAÍBA 1, 1 1 1 Georgiana M.S. Pimentel *, Nayara S. L. Albuquerque , Priscilla S.G. Assis , Denise D. Cruz , Alan Loures1 Ribeiro 1 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Departamento de Sistemática e Ecologia, João Pessoa, PB; *[email protected] Introdução A família Loranthaceae possui 75 gêneros distribuídos principalmente nas regiões tropicais e subtropicais [1]. São plantas hemiparasitas, popularmente conhecidas como erva-de-passarinho, e frequentemente atacam a porção aérea de seus hospedeiros. O gênero Psittacanthus se estende da Argentina à Baixa Califórnia, possui espécies com flores de coloração forte e são polinizadas por beija-flores [2]. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a fenologia de Psittacanthus dichroos num fragmento de Mata Atlântica da Paraíba. Figura 1. Fenofases reprodutivas de Psittacanthus dichroos entre os anos de 2012 e 2013 em área de Tabuleiro da Paraíba. Metodologia Conclusões O estudo foi realizado na Reserva Biológica Guaribas (Rebio Guaribas) localizada nos municípios de Mamanguape e Rio Tinto, Paraíba. A Reserva possui uma área de aproximadamente 4.321 ha, distribuída em três seções. O estudo foi realizado na Área II, com 3.378 ha, cuja cobertura vegetal é de Floresta Estacional Semidecídua cercada por manchas savânicas, um tipo de cerrado regional. Foram marcados 77 indivíduos de Psittacanthus dichroos em trechos de cerrado e acompanhados mensalmente de abril de 2012 a maio de 2013. Os parâmetros reprodutivos avaliados foram número de botões, de flores, frutos verdes e maduros. Para a sincronia de floração foi registrado a porcentagem de indivíduos floridos mensalmente e classificados nas seguintes categorias: assincrônica (até 20%); sincronia baixa (21%-60%); sincronia alta (acima de 60%) [3]. Psittacanthus dichroos produz flores e frutos praticamente todo o ano, o que pode servir como recursos para uma variedade de aves presentes na Rebio Guaribas, inclusive beija-flores. Por ser uma planta hemiparasita, fazem-se necessários estudos da fenologia de suas hospedeiras, relacionando com fatores bióticos e abióticos, para melhor entender o funcionamento e sincronia de suas fenofases. Resultados e Discussão [1] Calvin, C. L.; Wilson, C. A. 2006. Comparative Morphology of Epicortical roots in Old and New World Loranthaceae with references to roots types, origin, patterns of longitudinal extension and potential clonal growth. Flora 201: 345-353. [2] Kuijt, J.; Gracie, C. 2004. Loranthaceae (Mistletoe Family).Pp. 221-223. In: Smith, N.; Mori, S. A. Henderson, A.; Stevenson, D.; Heald, S. V. (Eds). Flowering Plants of the Neotropics. Princeton University Press. [3] Bencke, C. S. C.; Morellato, L. P. 2002. Comparação de dois métodos da fenologia de plantas, sua interpretação e representação. Revista Brasil. Bot. 25 (3): 269-275. [4] Newstrom, L. E.; Frankie, G. W.; Baker, H. G. 1994. A New Classification for Plant Phenology Based on Flowering Patterns in Lowland Tropical Rain Forest Tree at La Selva, Costa Rica. Biotrópica 26 (2): 141-159. Observamos a produção de botões florais e flores, frutos verdes e maduros durante todo o ano, com exceção do mês de abril de 2013, quando não foi observada a produção de flores (Fig. 1). A produção de botões ocorreu com maior intensidade nos meses de junho, dezembro e janeiro, enquanto as flores tiveram seu pico registrado nos meses de julho, janeiro e fevereiro (Fig. 1). A sincronia de floração de Psittacanthus dichroos foi baixa nos meses de janeiro e fevereiro de 2013 e os demais meses, do ano de 2012 e 2013 do estudo, foram assincrônica. Os ciclos fenológicos de plantas tropicais são complexos e apresentam padrões irregulares de difícil compreensão [3]. De acordo com a classificação de [4], P. dichroos possui uma frequência contínua de floração com padrão irregular. Conhecer essa dinâmica no ambiente de estudo permite, portanto, promover estratégias eficazes de conservação e manter o ambiente em equilíbrio. Agradecimentos Agradecemos a CAPES-REUNI pela bolsa fornecida à GMSP. Ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade pela licença para realização do trabalho, e especialmente à Rebio Guaribas pelo apoio à pesquisa. Referências Bibliográficas