LEUCEMIA LINFOCÍTICA RELACIONADA À EXPOSIÇÃO AO BENZENO E SEUS DERIVADOS FIUZA, Tamara L.1; NOGUEIRA, Mariele F.1; CATTANEO, Roberta 2. O benzeno é um hidrocarboneto aromático, líquido, incolor, de odor peculiar, menos denso que a água e muito volátil devido ao seu ponto de ebulição relativamente baixo, sendo responsável pelas altas concentrações ambientais muitas vezes alcançadas. É bastante utilizado na indústria química e petroquímica pela propriedade solvente. Os seus derivados são usados como matéria prima de produtos como borracha, agrotóxicos, fertilizantes, medicamentos, fibras sintéticas, plásticos. Essas substâncias também estão presentes em produtos acabados como colas, tintas, vernizes, solventes em geral, produtos farmacêuticos e combustíveis. Define-se Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno como todo quadro clínico de manifestação aguda ou crônica decorrente de exposição ocupacional ao agente, por tempo e dose suficientes, sem proteção adequada, para a caracterização do nexo causal, em conjunto com a constelação de sintomas, sinais e dados laboratoriais compatíveis com a doença. Atualmente uma grande parte da população esta exposta a esses intoxicantes, que são principalmente os trabalhadores de indústrias e rurais. Porém ainda não há protocolos que visem à proteção à saúde dessas pessoas, o que faz com que seja agravado o quadro de danos a saúde publica. A exposição ao benzeno e seus derivados esta relacionada à mielodisplasia, anemia aplástica, leucemia linfóide crônica, alterações préleucemicas e câncer do tecido linfático. Em um estudo realizado no Hospital de Base (FAMERP/FUNFARME), com 62 pacientes portadores de leucemia mielóide crônica, 15 (24,2%) relataram exposição ocupacional a agentes carcinogênicos. Destes, 80% eram 1avradores e lidavam com agrotóxicos, 13,3.% lidavam profissionalmente com substâncias para tintura de cabelos e 6,7% era pintor e lidava com tintas e solventes. Nestes casos, tais agentes poderiam ter contribuído com a etiopatogenia da doença. Os principais achados laboratoriais são: hipercelularidade global, redução de granulócitos, eosinofilia, atipias do setor megacariocítico, presença de micromegacariócitos, macrocitose, linfocitopenia, monocitopenia e neutropenia. Ainda são poucos os estudos que evidenciem o mecanismo de ação destas substancias que fazem desencadear o quadro leucêmico. O que se sabe é que o benzeno e seus derivados podem envolver direta ou indiretamente o material genético. Em estudos com ratos observou-se que estas substâncias inibem a comunicação intercelular entre hepatócitos, uma propriedade de muitos agentes promotores de tumor. Como os compostos organoclorados são lipofílicos e, conseqüentemente tendem a se acumular na parte lipídica da membrana celular, é possível que sua presença interfira diretamente nas “gap-junctions” e, portanto, na comunicação intercelular. Como a restrição ao crescimento imposta por células normais sobre células iniciadas no processo de transformação maligna pode ser resultado da transmissão de fatores. Para o tratamento da doença, o principal objetivo é a obtenção da resposta hematológica seguida da resposta citogenética. O tratamento da leucemia baseia-se no emprego de quimioterápicos capazes de promover mielossupressão. Com isso, ocorre redução da leucocitose, da esplenomegalia e da hepatomegalia. Embora seja conhecida a hipótese de desencadeamento da doença por exposição ao benzeno, se faz necessário pesquisar o assunto, uma vez que se trata de uma causa de saúde publica, pois são muito utilizadas e muitas pessoas estão expostas. ¹ Acadêmicas do Curso de Farmácia da UNICRUZ. [email protected] e [email protected] ² Farmacêutica Bioquímica MSc. – Professora Curso de Farmácia Unicruz [email protected]