UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO SISTEMA WEB DE COLETA SELETIVA GEORREFERENCIADA Guilherme Quadros Grüdtner Helton M. Kraus, M.Sc. São José, Novembro de 2013. ii UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO SISTEMA WEB DE COLETA SELETIVA GEORREFERENCIADA Guilherme Quadros Grüdtner São José, Novembro 2013. Orientador: Helton M. Kraus, Mestre em Computação Aplicada. Co-Orientadora: Anita Maria da Rocha Fernandes, Dra. Eng. Área de Concentração: Sistema de Informação Geográfica Linha de Pesquisa: Sistema de Informação Geográfica Palavras-chave: Sistema de informação geográfica, geoprocessamento, coleta seletiva Número de páginas: 97 RESUMO Até o advento da informática, a manipulação de dados geográficos era feita através de mapas e outros documentos impressos ou desenhados. Foi a partir do século XX que os dados geográficos passaram a ser tratados por um conjunto de técnicas matemáticas e computacionais denominadas de geoprocessamento. Hoje, através de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), é possível desenvolver sistemas baseados em mapas capazes de calcularem rotas, exibirem posições geográficas, determinar distâncias e muitas outras funcionalidades. O presente trabalho apresenta o desenvolvimento de um Sistema Web que possibilita a interação de qualquer usuário através de um mapa interativo, facilitando o acesso a informações sobre a coleta seletiva através da exibição de rotas e dias da coleta, bem como contribuindo com a criação de novas rotas e novos pontos de coleta através de pontos de interesse cadastrados pelos usuários. Este trabalho tem foco em empresas de coleta de material reciclável. A escolha por este ramo de mercado se deve ao fato da grande preocupação e o incentivo do cuidado com o meio ambiente. Este sistema utiliza a API de mapas da Google para criar e mostrar rotas, pontos de entrega voluntária e área de abrangência. O Sistema Web foi desenvolvido utilizando as linguagens de programação C#, JavaScript, ASP.NET e HTML e a estrutura de banco de dados Microsoft SQL Server 2008. O desenvolvimento deste projeto resultou em um Sistema Web, dividido em dois ambientes, que possibilita aos usuários interessados cadastrar pontos de interesse e visualizar os serviços da empresa e aos administradores da empresa, divulgar de uma forma dinâmica seus serviços através do mapa interativo e analisar os pontos de interesse cadastrados a fim de tomadas de decisão. iii ABSTRACT Until the advent of computer technology , the manipulation of geographic data was done through maps and other documents printed or drawn . It was from the twentieth century that spatial data were treated by a set of mathematical and computational techniques called geoprocessing. Today, through Geographic Information Systems ( GIS ) , it is possible to develop systems based on maps able to calculate routes , exhibit geographic locations , determining distances , and many other features . This paper presents the development of a web system that allows any user interaction via an interactive map , providing easy access to information about the selective collection through the display of routes and collection days , as well as contributing to the creation of new routes and collection points through points of interest by registered users . This work focuses on companies collecting recyclable material . The choice of this branch of the market is because of the great concern and encouragement of caring for the environment . This system uses the Google Maps API to create and show routes , points of voluntary surrender and coverage area . The system was developed using Web programming languages C# , JavaScript , HTML and ASP.NET and structure database Microsoft SQL Server 2008 . The development of this project resulted in a web system , divided into two modules , which enables users to register interested points of interest and view the services of the company and the directors of the company , disclose dynamically its services through the interactive map and analyze the registered points of interest to decision-making. iv AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado a vida e a oportunidade de poder estudar e chegar até aqui. Aos familiares que sempre me apoiaram, deram força e torceram por mim, em especial a minha avó, Neusa, que é sempre presente e me ajuda em tudo o que é possível. A minha futura sogra, Mariza, que me auxiliou na definição do tema para minha monografia. Aos amigos que sempre souberam compreender os momentos em que não pude estar presente. Ao meu professor e orientador, Helton M. Kraus, por me auxiliar ao longo do desenvolvimento deste trabalho. Aos meus chefes Marcos A. Schmitt e Ricardo Antunes pela força, compreensão e incentivo em concluir a graduação. Aos meus colegas de trabalho, que acompanharam minha luta e me incentivaram, especialmente o meu colega Martiliano, que me passou muita experiência de vida e ao colega Ricardo Amorim que me ajudou nas dúvidas que surgiram durante o desenvolvimento do sistema. Aos professores de Ciência da Computação da Univali por toda a experiência acadêmica e profissional repassada durante todo curso. v DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, Neusi e Giovani, e ao meu irmão, Vinícius, pelo incentivo, cooperação e apoio e, em especial, à minha noiva Talita Daiane, pois compartilharam comigo os momentos de alegrias e também de tristezas, nesta etapa, em que, com a graça de Deus, está sendo vencida. vi LISTA DE FIGURAS Figura 1- Estrutura geral de um SIG .......................................................................................................20 Figura 2 - Camadas temáticas representando o mundo real. ...................................................................22 Figura 3 - Características fundamentais do dado geográfico. .................................................................24 Figura 4 - Estruturas de armazenamento de dados espaciais. .................................................................25 Figura 5- Esquema de armazenamento de dados em estrutura matricial em múltiplas camadas ou bandas (A) Esquema de armazenamento em Banda Sequencial (BSQ), (B) Esquema de armazenamento em Banda Intervalada por Linha (BIL) e (C) Esquema de armazenamento em Banda Intervalada por Pixel (BIP). .................................................................................................26 Figura 6 - Representações vetoriais em duas dimensões. .......................................................................27 Figura 7 - Gráfico do aumento no número de municípios brasileiros com coleta seletiva .....................31 Figura 8 - Percentual de utilização dos modelos de coleta seletiva no Brasil .......................................32 Figura 9 - Agentes executores da coleta seletiva ....................................................................................32 Figura 10 - Rotas da Associação de catadores ........................................................................................35 Figura 11 - Setores de coleta de lixo, cenário atual - Ituiutaba (MG).....................................................37 Figura 12 - Imagem do Google ...............................................................................................................39 Figura 13 - Tela do Yahoo ......................................................................................................................42 Figura 14 - Tela do Nokia .......................................................................................................................45 Figura 15 - Demonstrativo de funcionalidades do ArcGIS.....................................................................49 Figura 16 - Tela principal do ambiente Web Site ...................................................................................53 Figura 17 - Pontos de solicitação de coleta de materiais ........................................................................54 Figura 18 - Diagrama de casos de uso do Usuário Comum. ...................................................................58 Figura 19 - Diagrama de casos de uso do Usuário Administrativo ........................................................61 Figura 20 - Modelo lógico do banco de dados ........................................................................................64 Figura 21 - Módulo Web Site - Página Inicial ........................................................................................66 Figura 22 - Mapa Iterativo do sistema GeoColeta ..................................................................................66 Figura 23 - Ícones dos Pontos de Entrega Voluntária .............................................................................67 Figura 24 - Rota e informações sobre o material e os dias coletados .....................................................67 Figura 25 - Demonstração da Área de abrangência ................................................................................68 Figura 26 - Solicitação de Interesse na Coleta Seletiva ..........................................................................68 Figura 27 - Módulo Web Site - Página Empresa ....................................................................................69 Figura 28 - Módulo Web Site - Página Contato......................................................................................69 Figura 29 - Módulo Administrativo - Página Login ...............................................................................70 Figura 30 - Módulo Administrativo - Página Cadastro...........................................................................71 Figura 31 - Página de cadastro de usuários .............................................................................................71 Figura 32 - Cadastro de notícias .............................................................................................................72 Figura 33 - Página de alteração de dados da empresa.............................................................................72 Figura 34 - Página de cadastro da área de abrangência ..........................................................................73 Figura 35 - Página de cadastro dos Pontos de Entrega Voluntária .........................................................74 Figura 36 - Página de cadastro de rotas ..................................................................................................74 Figura 37 - Tabela de rotas existentes .....................................................................................................75 Figura 38 - Página de visualização dos Pontos de Interesse ...................................................................75 Figura 39 - Gráfico dos itens avaliados no ambiente Web site ...............................................................79 Figura 40 - Gráfico dos itens avaliados no ambiente Administrativo.....................................................82 vii LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Esquema conceitual de dados geográficos armazenados em estrutura matricial.................. 26 Tabela 2 - Dados coletados no levantamento de campo......................................................................... 35 Tabela 3 - Comparação entre API de mapas.......................................................................................... 52 viii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS API ASPX BIL BIP BSQ CAD CEMPRE COMCAP CSS DAO DGN DHTM DXF DWG GPS HTML JPEG LR PEV PNRS SIG SGBD SQL TCC UNIVALI VPF Application Programming Interface Active Server Pages (.NET) Banda Intervalada por Linha Banda Intervalada por Pixel Banda Sequencial Computer-Aided design Compromisso Empresarial Para Reciclagem Companhia de Melhoramentos da Capital Cascading Style Sheets Data Access Object Downers Grove North Dynamic HiperText Markup Language Drawing Exchange Format Distillers wet grains Global Positionong system HiperText Markup Language Joint Photographic Expert Group Logística Reversa Ponto de Entrega Voluntária Política Nacional de Resíduos Sólidos Sistema de Informação Geográfica Sistema Gerenciador de Banco de Dados Structured Query Lenguage Trabalho de Conclusão de Curso Universidade do Vale do Itajaí Vector Product Format 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 11 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA........................................................................... 13 1.1.1 Solução Proposta ............................................................................................. 13 1.1.2 Delimitação de Escopo .................................................................................... 14 1.1.3 Justificativa ...................................................................................................... 15 1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 15 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 15 1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 15 1.3 METODOLOGIA .............................................................................................. 16 1.3.1 Metodologia da Pesquisa ................................................................................ 16 1.3.2 Procedimentos Metodológicos........................................................................ 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................... 18 2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA .......................................... 18 2.1.1 Histórico ............................................................................................................ 18 2.1.2 Definições........................................................................................................... 19 2.1.3 Dados Geográficos ............................................................................................ 20 2.1.4 Estruturas e Formatos de Dados Geográficos ............................................... 24 2.1.4.1 Estrutura Matricial (Raster) ......................................................................... 25 2.1.4.2 Estrutura Vetorial ......................................................................................... 27 2.2 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM DE MATERIAIS ......................... 29 3 TRABALHOS E FERRAMENTAS RELACIONADAS ................. 34 3.1 TRABALHOS RELACIONADOS .................................................................... 34 3.1.1 Logística reversa: a utilização de um sistema de informações geográficas na coleta seletiva de materiais recicláveis ........................................... 34 3.1.2 Avaliação do serviço de coleta de resíduos sólidos domiciliares em cidade de médio porte utilizando sistemas de informação geográfica e receptores de sistema de posicionamento por satélite. ........................................... 36 3.2 ANÁLISE DOS TRABALHOS RELACIONADOS ........................................ 38 3.3 FERRAMENTAS DE MAPAS .......................................................................... 38 3.3.1 API de mapas Google ....................................................................................... 39 3.3.2 API de mapas Yahoo ........................................................................................ 42 3.3.3 API de mapas NOKIA ..................................................................................... 45 3.3.4 API de mapas ESRI (ArcGIS)......................................................................... 49 3.4 COMPARATIVO ENTRE AS FERRAMENTAS ........................................... 51 4 DESENVOLVIMENTO ....................................................................... 53 4.1 VISÃO GERAL DO SISTEMA ......................................................................... 53 4.2 ANÁLISE DOS REQUISITOS .......................................................................... 55 4.2.1 Requisitos Funcionais....................................................................................... 55 10 4.2.2 Requisitos Não Funcionais............................................................................... 57 4.3 MODELAGEM DO SISTEMA ......................................................................... 57 4.3.1 Casos de Uso...................................................................................................... 58 4.3.2 Modelagem do Banco de Dados ...................................................................... 63 4.3.3 Telas do sistema ................................................................................................ 65 5 RESULTADOS ...................................................................................... 77 6 CONCLUSÕES ..................................................................................... 85 6.1 CONTRIBUIÇÕES ............................................................................................. 87 6.2 TRABALHOS FUTUROS .................................................................................. 87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 88 ANEXO A – Notícia divulgada no site da COMCAP ........................... 91 ANEXO B - Coleta Seletiva - Dias e horários por bairros da capital . 92 ANEXO C - Dias e horários da coleta seletiva por bairro ................... 95 ANEXO D – Roteiro de avaliação do Sistema GeoColeta ................... 97 11 1 INTRODUÇÃO A necessidade em buscar uma vida mais plena através de recursos naturais e saudáveis faz-se presente com mais intensidade no mundo atual. O ser humano após anos de destruição voltou a acalentar o sentimento de respeito pelo meio ambiente, conquanto, uma notória preocupação é a grande incidência de lixo. O Instituto GEA (2012) descreve o lixo como responsável por um dos mais graves problemas enfrentados em nossa atualidade, tendo por base um volume excessivo e progressivamente aumentado, principalmente em grandes centros urbanos. Todo esse detrito não encontra um local propício para seu depósito, e os poucos locais ainda encontrados, tais como aterros sanitários, vem esgotando-se pelo acúmulo iminente de resíduos. Todo tipo de detrito produzido pela sociedade, mesmo após seu recolhimento não deixa de existir, apenas é levado para outro lugar. É preciso que o material descartado seja tratado para que não venha a causar problemas ao meio ambiente. Uma das soluções para auxiliar na resolução do conflito, é a separação do material em nichos de similaridade, tais como vidro, papel, plástico, metal, e lixo orgânico, o que viabiliza a reutilização do material coletado após um árduo processo de reciclagem. Os detritos, cada qual em seus nichos, são coletados por empresas específicas a cada um, para que estes detritos tenham seus devidos fins. Porém, independente do tipo de material o processo de coleta é praticamente o mesmo. As empresas de materiais recicláveis, como papel, plástico, vidro e metal, na sua maioria, possuem suas rotas e horários e realizam sistematicamente suas coletas. Empresas de demais materiais como baterias, lixo eletrônico, medicamentos e outros, também possuem seus itineres e/ou realizam a coleta mediante a solicitação. A coleta seletiva do lixo está intimamente ligada ao processo de Reciclagem, auxiliando no recolhimento dos resíduos que podem ser transformados e reutilizados, contribuindo para a preservação do meio ambiente. A coleta seletiva é de grande importância a sociedade. Além de gerar renda para as pessoas e economia para as empresas, é de vital importância ao meio ambiente, uma vez que diminui a poluição de solos e rios, e contribui para o desenvolvimento sustentável do planeta. Vargas (2002) destaca que o “desenvolvimento sustentável pressupõe participação, diálogo, respeito às diferenças, reconhecimento 12 das capacidades e uma visão integrada de suas várias dimensões econômicas, políticas cultural, tecnológica e ambiental”. Corroborando com o conceito anterior, Philippi e Pelicioni (2000) descrevem a educação ambiental como um processo de educação política que possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades, bem como a formação de atitudes que se transformam necessariamente em práticas de cidadania, que garantam uma sociedade sustentável. Segundo dados da Recicloteca (2013), em Florianópolis, Santa Catarina, a coleta seletiva é feita porta a porta, com frequência semanal, abrangendo 86,85% da população – 297.301 mil habitantes em 45 bairros, incluindo as principais praias, recolhendo 133t/mês. Esta operação mobiliza ao todo 12 trabalhadores, com quatro caminhões-baú e um compactador, além de um microtrator. Este tipo de coleta se dá em dias diferentes da coleta convencional. São recolhidos os materiais ‘secos’ como plásticos, papéis e metais numa única embalagem. Há orientação para que o vidro seja entregue separado dos demais. Visando difundir a ideia da reciclagem e criar a interação entre a sociedade e as empresas recicladoras é criou-se um projeto que visa a aproximação entre empresa e sociedade. Bringhenti (2004) aponta a coleta seletiva como uma estratégia importante a ser adotada no gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, a qual visa recuperar os dejetos ora inúteis otimizando as etapas de tratamento e destinação final, o que torna a reduzir os impactos sanitários e ambientais. O projeto proposto consiste em um Sistema Web que mostra os trajetos realizados pela empresa coletora, seus dias de coleta e informações da empresa, como história e demais informações que a empresa julgar relevantes, tendo como principal objetivo exibir de uma maneira simples e dinâmica os meios de atuação da empresa. Para mostrar os trajetos, de forma dinâmica aos usuários, foi desenvolvido, com base nos Sistema de Informações Geográficas (SIG) e a API do Google Maps, um mapa interativo. Segundo Câmara et al (1996), o SIG, é um sistema composto por software, usuário, hardware, dados e técnicas de análise, que permite o uso integrado de dados georreferenciados com uma finalidade específica. Através do mapa interativo, qualquer usuário pode indicar um local que tenha interesse na coleta seletiva. Por sua vez, a empresa coletora receberá as informações dos locais de interesse e 13 mediante análise irá verificar a possibilidade de disponibilizar um ponto de coleta ou reformular a rota de seus veículos para atender os interesses demonstrados. 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA A crescimento da conscientização de que reclicar é preciso para melhorar o planeta vem fazendo muitas pessoas melhorarem seus hábitos em relação ao meio ambiente. Com isso, é crescente o número de pessoa que cuidam da separação do lixo orgânico do não orgânico. A boa vontade destas pessoas por si só não é suficiente se não existirem coletores e/ou locais de coleta para estes resíduos que são separados. E é graças a empresas de coleta seletiva que estes materiais recicláveis são destinados a locais específicos onde serão tratados e reciclados. Porém, o serviço de coleta seletiva ainda não se encontra presente em todos os lugares como no caso da coleta do lixo comum. Para muitas pessoas que querem começar a reciclar seu lixo, a disponibilidade da coleta seletiva torna-se uma dificuldade visto que os dias de coleta e trajetos, por vezes, podem não ser rotineiros ou de fácil conhecimento. Hoje, a principal empresa de coleta de lixo de Florianópolis/SC, a COMCAP (Companhia de Melhoramentos da Capital), possui uma página junto ao site da Prefeitura Municipal de Florianópolis, onde são divulgadas suas informações, horários, ruas e locais atendidos, todos em arquivos PDF. 1.1.1 Solução Proposta Tendo por base o problema descrito, desenvolveu-se um projeto que auxilia e divulga o trabalho realizado pelas empresas de coleta seletiva. O projeto proposto consiste em um Sistema Web que mostra os trajetos realizados pela empresa coletora, seus dias de coleta, pontos de entrega voluntária e área de abrangência dos serviços, tendo como principal objetivo informar através de um mapa interativo as rotas percorridas e locais da coleta seletiva. Através do mapa, é possível visualizar a ruas contempladas pelo serviço de coleta e também possibilitará a qualquer usuário apontar um local de interesse na coleta seletiva. Por sua vez, a empresa coletora alimentará a base de dados com suas informações e receberá as indicações dos usuários e 14 mediante análise irá verificar a possibilidade de implantar pontos de coleta seletiva próximo aos pontos de interesse ou até redefinir suas rotas. O sistema permite que sejam criadas quantas rotas forem necessárias, bastando que o coletor informe os pontos, informe o identificador e indique o material que aquela rota coleta. Será possível informar também os dias de coleta de cada rota e uma observação. Com isso, o sistema irá gerar o itinere da rota mostrando todas as informações quando o usuário clicar nela. É possível, também, que a empresa delimite sua área de abrangência. Desta forma, só serão aceitas solicitações feitas dentro da região de atendimento, a qual foi definida pela empresa. É valido resaltar que os demais cadastros, como rotas e pontos de entrega voluntária também só poderão ser criados dentro da área de abrangência A empresa pode cadastrar pontos de entrega voluntária (PEV). É possível cadastrar quantos pontos a empresa quiser, bastando que para cada ponto seja informado o material coletado. 1.1.2 Delimitação de Escopo O Sistema Web proposto não possuí algoritmos que definam melhor rota para os veículos. Para definição das rotas são utilizados os recursos da própria Application Programming Interface (API) de mapas escolhida para o projeto. Através do sistema, nomeado por GeoColeta (Sistema de Coleta Seletiva Georreferenciado), a empresa alimentará o banco de dados com todo o seu itinerário de serviços, cadastrando as rotas, PEV e área de abrangência. A empresa pode cadastrar usuários a partir do primeiro usuário que foi criado pelo desenvolvedor do sistema. O sistema GeoColeta não possui rastreamento via satélite dos veículos da empresa. O Sistema Web GeoColeta ituliza a API de mapas da empresa Google (Google Maps). E foi desenvolvido utilizando a linguagem C# para classes e métodos, JavaScript, ASP.NET e HTML para as páginas e a estrutura de banco de dados Microsoft SQL Server 2008. Optou-se por ferramentas da Microsoft devido produtividade oferecida, pois utilizando um conjunto de produtos Microsoft se tem um ambiente integrado, além de que o Visual Studio é uma ferramenta muito completa oferecendo 15 uma grande diversidade de componentes e frameworks para desenvolvimento de sistemas. Levou-se em consideração também o fato da universidade oferecer todas as ferramentas Microsoft sem custo aos alunos e a experiência já possuída com estas ferramentas e linguagens. 1.1.3 Justificativa Visando um apelo maior a conscientização do cidadão à importância da coleta seletiva e da reciclagem de materiais, é válida a criação de uma ferramenta que crie uma interação entre empresa e sociedade. Desta forma foi criado um Sistema Web que facilita ao cidadão ter o conhecimento dos locais em que ocorrem a coleta seletiva, os pontos de entrega de material reciclável e que permite a ele informar à empresa coletora seu interesse na coleta seletiva. Acredita-se que com esta forma interativa, tem-se como resultado uma maior facilidade e esclarecimento ao usuário do que os abordados hoje através de arquivos e tabelas. Com isso, espera-se que aumente o número de pessoas a praticarem a separação do lixo reciclável. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Desenvolver um Sistema Web para auxiliar na identificação de pontos e rotas de coleta seletiva de lixo. 1.2.2 Objetivos Específicos 1. Analisar as principais características dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG); 2. Analisar as APIs disponíveis para desenvolvimento de SIGs; 3. Definir os requisitos para elaboração do Sistema Web; 4. Modelar a ferramenta proposta; 5. Desenvolver a ferramenta; e 6. Realizar testes e avaliar a ferramenta. 16 1.3 METODOLOGIA Com a definição dos objetivos e o escopo do trabalho, nesta seção é apresentada uma síntese da metodologia da pesquisa e os procedimentos metodológicos utilizados durante a realização do projeto. 1.3.1 Metodologia da Pesquisa A metodologia da pesquisa tem o intuito de descrever de maneira detalhada a ações desenvolvidas no método de trabalho da pesquisa, sendo aplicada neste trabalho a pesquisa aplicada, na qual geram-se conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução do problema. A natureza da pesquisa refere-se ao método qualitativo, que considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o usuário, que não pode ser traduzida em números. Dentro da pesquisa qualitativa, este trabalho classifica-se como uma pesquisa exploratória, que tem como objetivo estabelecer critérios, métodos e técnicas para a elaboração de uma pesquisa e a partir desta pesquisa criar novos produtos e processos. 1.3.2 Procedimentos Metodológicos Os procedimentos metodológicos apresentam como o trabalho foi desenvolvido para atingir os objetivos propostos. Os procedimentos realizados seguiram etapas, sendo que cada uma resultou em artefatos, sejam eles revisão bibliográfica, documentação ou parte da codificação do Sistema Web. A sequencia de etapas realizadas para este trabalho foram: Análise do funcionamento dos SIG: nesta etapa foi realizada a pesquisa bibliográfica dos conceitos que envolvem os sistemas de informação geográfica, buscando identificar as formas de representação do conhecimento, as formas de aplicação nas soluções deste trabalho e demais definições pertinentes necessárias para elaboração do sistema proposto. Esta etapa resultou em uma documentação formal de parte dos requisitos do sistema, e também definiu parte do escopo geral do projeto. Análise de soluções similares: nesta etapa foram identificadas e analisadas as principais API de mapas disponíveis no mercado, onde identificou-se as suas principais características e deficiências, que serviram como base para definição da API utilizada e a elaboração da ferramenta proposta. Também foi realizada a consulta e análise de trabalhos similares que compartilhem dos mesmos assuntos aqui abordados. O resultado 17 desta etapa foi uma documentação formal sobre as APIs juntamente com uma tabela comparativa entre elas e como consequência a definição da API utilizada no projeto. Por parte dos trabalhos similares, foi criada uma documentação analítica dos projetos realizados. Modelagem: os requisitos foram avaliados, desde as tecnologias utilizadas até as características finais, visando detalhar cada componente da ferramenta utilizando as linguagens C#, Active Server Pages (ASPX), HiperText Markup Language (HTML), JavaScrip e Cascading Style Sheets (CSS). Este tipo de modelagem é composto por diagramas que descrevem as características de estrutura, comportamento e interação de sistemas computacionais. Desenvolvimento: mediante modelagem, foi implementado o Sistema Web utilizando as linguagens C#, JavaScript e ASP.NET e criado o banco de dados a ser utilizado pela aplicação, no qual foi optado pelo Microsoft SQL Server 2008. Avaliação: como forma de avaliação foram realizados testes com pessoas em busca de informações sobre coleta seletiva selecionadas aleatórias. A avaliação foi realizada com 28 pessoas, onde cada uma utilizou as funcionalidades do sistema Web, cadastrando pontos de interesse, rotas, PEV e área de abrangência. Posteriormente a avaliação foi dado um feedback sobre o sistema. Tentou-se realizar uma avaliação com profissionais da área de coleta seletiva, porém não houve retorno das partes quanto a possibilidade de um encontro para a demonstração do sistema. 18 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Desde a criação do primeiro sistema simples para aplicação da cartografia por meio de sistemas informatizados em 1950, até a recente massificação do acesso à SIG (como o Google Earth), as tecnologias para captura, armazenamento, tratamento e recuperação de informações georreferenciadas tem melhorado cada vez mais e possibilitado um leque cada vez maior de aplicações. A Seção 2.1 apresenta a história e definição dos Sistemas de Informação Geográfica, dando ênfase principalmente na estrutura de dados geográficos onde são apresentadas as estruturas que são utilizadas pelos SIG e descrevendo suas características. Na Seção 2.2 é discutido sobre a coleta seletiva e o processo da reciclagem abordando sua abrangência no cenário nacional e a importância e benefícios de sua prática. 2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA O Geoprocessamento denota do tratamento de informações geográficas utilizando técnicas matemáticas e computacionais. Os instrumentos computacionais do Geoprocessamento, chamados de Sistemas de Informações Geográficas, permitem a realização de análises complexas ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados (CÂMARA & MEDEIROS, 1998). As técnicas matemáticas representam as transformações e distorções geométricas necessárias durante a transformação de coordenadas (FERREIRA, 2006). 2.1.1 Histórico Segundo Câmara e Medeiros (1998), a observação e a representação da superfície terrestre tornaram-se fundamentais na organização das sociedades. Desde a mais remota antiguidade até os dias atuais, as informações espaciais tem sido descritas de forma gráfica pelos antigos cartógrafos. Originalmente, os mapas foram usados para descrever locais distantes, para assim, auxiliar a navegação e as estratégias militares. Ainda de acordo com os referidos autores, com o inicio das navegações nos séculos XIV e XV, os governos europeus resgataram a importância dos mapas e começou-se a realização de mapeamentos sistemáticos em seus territórios. No século XX, a elaboração de mapas topográficos e temáticos foi intensificada. Surgiram os métodos matemáticos e estáticos para o tratamento de informações geográficas contidas nos mapas. E foi nas décadas de 1970 e 1980 que graças a evolução computacional, houve um grande avanço nas técnicas de produção e análise cartográfica. 19 O primeiro SIG informatizado foi desenvolvido no Canadá em 1962, mas só tornou-se totalmente aplicável em 1971, sendo denominado Canada Geographic Information Systems. As instituições públicas e áreas de domínio militar foram os primeiros usuários destes produtos. O objetivo inicial era disponibilizar informações georeferenciadas para apoiar a gestão pública na prestação de serviços à sociedade, como por exemplo, a realização de inventários de terras que envolviam aspectos socioeconômicos e ambientais. No Brasil as primeiras aplicações do SIG foram direcionadas aos setores de energia e meio ambiente (NAZÁRIO, 1998). Ao final da década de 70, houve um grande amadurecimento na indústria do SIG, ocorrendo principalmente nos Estados Unidos. Após este evento, acompanhou-se um rápido crescimento durante a década de 80, onde os SIG ganharam a aceitação mundial. Dados os fatos, na década de 90 os SIG tiveram sua aplicação ampliada para o setor privado e disseminaram novas áreas e enfoques, como por exemplo: geo-marketing, gestão de território, áreas de cartografia, análise de recursos naturais, licenciamentos e impactos ambientais, transportes, comunicação, energia, hidrogeologia, zoneamento, e planejamento urbano e regional etc. (CALIJURI & ROHM, 1995; DOMINGUES & FRANÇOSO, 2008; LOPES, 2005; NAZÁRIO, 1998; ROSE, 2001; PINTO & MONTEZANO, 2005). 2.1.2 Definições Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são softwares que fornecem armazenagem, recuperação, análise, visualização e também a criação de mapas dotados de informações espaciais, tais como logradouros, informações territoriais, localização de informações censitárias, dentre outros (CHURCH, 2002). Para Nazário (1998), os SIG tratam de uma coleção de software, hardware, dados geográficos e pessoal para facilitar o processo de tomada de decisão que envolve o uso de informações georreferenciadas na organização. Mark et al. (2013) afirmam que SIG são sistemas informatizados para o armazenamento, recuperação, manipulação, análise e visualização de dados geograficamente referenciados. Uma vez que eles podem incluir informações física, biológica, cultural, demográfica, ou econômica, eles são ferramentas valiosas nas ciências naturais, sociais, médicas e de engenharia, bem como em negócios e planejamento. Câmara e Queiroz (2004) apresentaram, numa visão abrangente, o relacionamento hierárquico dos principais componentes ou subsistemas de um SIG (Figura 1). No nível mais próximo ao usuário (interface homem-máquina) é definido como o sistema será operado e controlado. Desde a sua 20 concepção, um SIG deve ser compreendido como uma ferramenta para apoiar a tomada de decisão por parte do usuário. Figura 1- Estrutura geral de um SIG. Fonte: Câmara e Queiroz (2004). Fitz (2008) afirma que, nesse sentido, a estrutura de um SIG deve ser muito bem planejada para que essa interação homem-máquina ocorra de maneira eficiente e atenda às necessidades dos usuários. No nível intermediário, um SIG deve ter mecanismos de processamento de dados espaciais (entrada, edição, análise, visualização e saída). Finalmente, no nível mais interno, um sistema de gerenciamento de bancos de dados geográficos oferece armazenamento e recuperação dos dados espaciais e dos seus atributos. Para Câmara e Queiroz (2004), cada software, em função de seus objetivos e necessidades, implementa estes componentes de forma distinta, mas todos os subsistemas citados devem estar presentes em um SIG. 2.1.3 Dados Geográficos Para que seja possível produzir informações geográficas a partir dos Sistemas de Informações Geográficas, é necessário “alimentar” os computadores e os programas computacionais com dados sobre o mundo real. Desta forma, é necessário produzir uma representação ou um modelo 21 computacional do mundo real, que é extremamente complexo em seu detalhamento e em sua dinâmica temporal. Ferreira (2006) explica que existem 3 grandes implicações na construção de uma representação do mundo real, sendo elas: redução da complexidade geométrica do mundo real, através da aplicação de escala, amostragem e seleção de elementos; a redução da complexidade temporal do mundo real, através de um corte temporal ou da observação de fenômenos em intervalos discretos de tempos e, por fim, a identificação e categorização dos elementos existentes na superfície terrestre, através de cortes temáticos. O autor divide a superfície terrestre em três grandes categorias de elementos as quais se distinguem por suas características geométricas relacionadas ao mapeamento. Elementos Contínuos: Elementos da natureza que se caracterizam pela dificuldade na localização das bordas (limites) entre suas classes. Exemplos destes elementos são: solos, o relevo, a vegetação, a geologia, a geomorfologia, a temperatura, a paisagem, a pluviometria, etc. Os elementos com características contínuas podem ser representados por elementos de estrutura vetorial, tais como, conjuntos de ponto regularmente ou irregularmente espaçados, isolinhas (curvas de mesmo valor), redes de polígonos regulares ou irregulares, e também por elementos de estrutura matricial, conjuntos de pixels ou células (tesselação, imagens digitais). Elementos Discretos: Elementos que apresentam facilidade na localização das bordas entre suas classes. Exemplos destes são os objetos construídos pelo homem, tais como elementos do sistema viário (ruas, rodovia, avenidas, aeroportos, portos, pontes, etc.), edificações em geral, áreas agrícolas, equipamentos de infraestruturas (postes, linhas de transmissão e de comunicação, etc.). Os elementos de característica discreta podem ser representados em SIG ou em cartografia preferencialmente por estruturas vetoriais (pontos, linhas e polígonos), no entanto, também é possível representar tais elementos utilizando-se estruturas matriciais (pixels, células). Elementos abstratos: Elementos que apresentam características discretas, mas nem sempre são fisicamente identificáveis por meio de observação terrestre, aérea e orbital. Os elementos abstratos possuem bordas entre suas classes, porém essas bordas nem sempre estão materializadas sobre a superfície terrestre, mas sim em convenções jurídicas e administrativas. Como exemplo de elementos de característica abstrata, se pode citar zoneamentos eleitorais, limites políticos, áreas de preservação ambiental, zonas militares, etc. 22 Os elementos de característica abstrata são representados em SIG e cartografia, referencialmente através de estruturas vetoriais (pontos, linhas e polígonos), porém também podem ser representadas por estruturas matriciais (pixels, células). Através dos SIG e também em outros programas computacionais que tratam elementos gráficos digitais, o mundo real é representado por conjuntos de camadas temáticas, conforme pode-se observar na Figura 2. Figura 2 - Camadas temáticas representando o mundo real. Fonte: Ferreira (2006). A organização computacional das camadas suprademonstradas depende da arquitetura dos programas computacionais, podendo estes trabalharem com um único arquivo ou não. Cada camada trata de um subconjunto de dados dentro deste arquivo, sendo que outros programas consideram cada camada como um arquivo separado. Sob o óbice de abordagens tecnológicas mais recentes, o conjunto de camadas é visto como um banco de dados geográficos, onde cada tabela integrante deste banco é uma camada temática (FERREIRA, 2006). 23 Corroborando com o conceito acima, Fitz (2008) enfatiza que um procedimento muito relevante existente nos SIG é a capacidade do sistema executar a sobreposição de camadas (layers) de dados espaciais, conhecido como overlay. Essas camadas são georeferenciadas e podem ser livremente manipuladas, o que permite gerar informações adicionais às preexistentes. A sobreposição de camadas pode ser feita tanto em arquivos matriciais, quanto em arquivos vetoriais. Em geral, os SIG são considerados a principal ferramenta utilizada pelo “geoprocessamento” ou “geoinformática”. Sobre essas terminologias, Câmara e Queiroz (2004) afirmam que os termos Geographical Information Systems e Geographical Information Science deram origem a vários termos em Português que são utilizados de forma equivalente, embora existam diferenças sutis entre eles, a citar: Geotecnologias - usado de forma genérica para referir-se às tecnologias de tratamento computacional da informação geográfica. Inclui as tecnologias SIG, GPS e dispositivos móveis; Geoprocessamento - foi uma tentativa de traduzir Geographical Information Science para o português, em que se une o prefixo “geo” ao termo "processamento" para se referir aos SIG, ou seja, aos tratamentos computacionais de dados geográficos. Para o autor, o termo “Geoinformática” deve ser utilizado em detrimento ao geoprocessamento. Geoinformática - é uma melhor forma de descrever a disciplina científica que lida com teorias, métodos e técnicas para representação computacional de dados geográficos. O termo "informática" tem uma conotação ampla em Português e inclui as atividades de ciência e tecnologia de informação. Assim, Geoinformática é um conceito amplo para incluir muitas atividades que tem em comum o uso de TI (Tecnologia de Informação) para tratar dados geográficos. Câmara, Monteiro e Medeiros (2004) enfatizam que a Ciência da Geoinformação ainda não se consolidou como disciplina científica independente. Para que isto aconteça, será preciso estabelecer um conjunto de conceitos teóricos, de aplicação genérica e independente de aspectos de implementação. Para os autores, a tecnologia SIG evoluiu de maneira muito rápida a partir da década de 1970, mas esse desenvolvimento não foi acompanhado por um correspondente avanço nas bases conceituais da geoinformação. Como resultado, o aprendizado da geoinformática tornou-se singularmente difícil e as raízes deste problema estão na própria natureza interdisciplinar da Ciência da Geoinformação. 24 2.1.4 Estruturas e Formatos de Dados Geográficos Segundo Ferreira (2006), dados geográficos são definidos como dado espacial cuja dimensão espacial esta associada à sua localização na superfície da Terra num determinado instante ou período de tempo. O autor ainda complementa que dados geográficos possuem quatro características fundamentais, a primeira delas é a característica espacial (posição geográfica e geometria do elemento representado), a segunda é a característica não espacial (descrição alfanumérica, pictórica e sonora do elemento representado), ou seja, além de textos descritivos, a tecnologia atual permite a associação de imagens, filmes, sons e hiperlinks aos elementos representados. A terceira característica fundamental é a característica temporal, que trata do tempo de validade do dado geográfico, além de suas variações sobre o tempo. Finalmente, a última característica fundamental é a sua documentação (metadados), que pode conter um grande conjunto de informações úteis para a correta utilização do dado geográfico, precisão e acurácia do dado, restrições e regras para distribuição e acesso, descrição de cada atributo não espacial, etc. A Figura 3 apresenta as quatro características fundamentais de um dado geográfico. Figura 3 - Características fundamentais do dado geográfico. Fonte: Ferreira (2006). A componente espacial do dado geográfico pode ser armazenada em uma estrutura vetorial ou matricial. A Figura 4 ilustra dados espaciais armazenados em estrutura vetorial e estrutura matricial. 25 Figura 4 - Estruturas de armazenamento de dados espaciais. Fonte: Ferreira (2006). 2.1.4.1 Estrutura Matricial (Raster) Na estrutura matricial, também conhecida como estrutura raster, a representação é feita através de uma matriz onde cada célula tem uma valor correspondente ao atributo analisado e pode ser localizada pelo cruzamento entra as linhas e colunas. Ferreira (2006) define uma estrutura matricial como sendo uma matriz bi-dimensional, que pode ser matematicamente definida como sendo uma função f(x,y), composta por linhas e colunas, onde cada elemento desta estrutura contém um número inteiro ou real, podendo ser negativo ou positivo. O autor ainda destaca que cada elemento da estrutura matricial recebe o nome de célula ou pixel (picture element) e pode representar qualquer elemento do mundo real, por exemplo temperatura (pode conter valores positivos para regiões quentes ou negativos para regiões extremamente frias), altitudes (valores positivos para locais acima do nível médio dos mares, ou negativos para locais abaixo do nível médio dos mares), reflectâncias (valores positivos e reais entre 0 e 1), níveis de cinza (valores positivos inteiros, variando de 0 a 255, para imagens de oito bits 28, 0 a 65535 para imagens de dezesseis bits 216, e assim por diante). Os valores de dados armazenados em estrutura matricial podem representar também categorias temáticas do mundo real, por exemplo, no caso do tema vegetação, todas as células com valor 10 podem pertencer a categoria floresta, as células com valor 11 podem pertencer a categoria cerrado e assim por diante. O armazenamento de dados geográficos em uma estrutura matricial ocorre através de um arquivo, conforme exemplificado na Tabela 1. 26 Coord. X Coord. Y Res. X Res. Y N. Linhas N. Colunas 428000 7325000 30 30 10 10 200, 124, 234, 244, 145, 34, 12, 45, 345, 123, 321, 124, 122, 300, 301, 302, 40, 1, 2, 34, 54, 45, 12, 13, 54, 65, 67, 34, 43, 23, 0, 11, 24, 32, 24, 55, 36, 47, 28, 27, 45, 65, 76, 78, 98, 9, 25, 23, 434, 56, 764, 34, 234, 234, 21, 32, 34, 54, 67, 78, 89, 90, 45, 32, 23, 11, 22, 34, 55, 445, 12, 23, 44, 55, 55, 12, 12, 32, 34, 45, 56, 65, 67, 76, 76, 45, 34, 45, 56, 12, 34, 45, 657, 12, 23, 44, 55, 65, 12, 12, 43, 45 Tabela 1- Esquema conceitual de dados geográficos armazenados em estrutura matricial Fonte: Ferreira (2006). Os arquivos em estrutura matricial podem conter ainda várias camadas, mais especificamente bandas, no caso de imagens obtidas por sensores remotos, ou por câmaras fotográficas digitais, ou ainda por meio de dispositivos de digitalização matricial, denominados scanners. Neste caso, os arquivos matriciais podem ser estruturados de três formas distintas, sendo elas: Banda Sequencial (BSQ), Banda Intervalada por Linha (BIL) ou Banda Intervalada por Pixel (BIP). Nestes três casos, o cabeçalho da imagem também contém o número de bandas da imagem, além é claro, do esquema de armazenamento (BSQ, BIL ou BIP), em seguida estão armazenados os valores das células de cada banda. A Figura 5 ilustra os esquemas de armazenamentos BIL, BIP e BSQ. Figura 5- Esquema de armazenamento de dados em estrutura matricial em múltiplas camadas ou bandas (A) Esquema de armazenamento em Banda Sequencial (BSQ), (B) Esquema de armazenamento em Banda Intervalada por Linha (BIL) e (C) Esquema de armazenamento em Banda Intervalada por Pixel (BIP). Fonte: Adaptado de Ferreira (2006). 27 Os arquivos matriciais são armazenados nos mais diversos formatos, porém os mais utilizados são: Tiff, GeoTiff, Jpeg, BMP, IMG, GRIB, GRID, MrSid, entre outros. Todos esses formatos são armazenados em estrutura binária, no entanto, é possível utilizar um editor de textos simples e produzir um arquivo em formato ASCII. 2.1.4.2 Estrutura Vetorial Dados espaciais armazenados na estrutura vetorial tem a localização e os atributos gráficos de cada objeto representadas por pelo menos um par de coordenadas. Nesta estrutura as entidades podem ser representadas na forma de pontos, linhas (arcos e demais elementos lineares) e polígonos (Áreas). Na Figura 6 pode-se observar graficamente estas formas. Figura 6 - Representações vetoriais em duas dimensões. Fonte: Câmara (2013). Corroborando com o conceito supracitado, Ferreira (2006) define as estruturas vetoriais como a localização e aparência gráfica de cada elemento do mundo real, representados por um ou mais pares de coordenadas. Adicionalmente, esses elementos também são caracterizados por atributos descritivos (não espaciais). 28 O autor comenta ainda que este tipo de representação não é exclusivo de programas SIGs, que programas de CAD e outros tipos de programas de computação gráfica também utilizam esta representação. Porém, o uso de estruturas vetoriais por programas computacionais de SIG são mais sofisticados que programas CAD, pois tratam da topologia, associação de atributos alfanuméricos e indexação espacial. Para se entender melhor como são tratados os dados da estrutura vetorial pelos SIGs, são apresentados os esquemas de armazenamento dos dados vetoriais pontuais, lineares e poligonais, bem como as noções de topologia. Feição Pontual - Elementos do mundo real, tais como postes da rede elétrica, sinalização vertical de trânsito, transformadores e outros equipamentos elétricos e hidráulicos, árvores, entre outros elementos geralmente são representados como pontos. Nascentes de rios, alguns pequenos lagos, algumas pequenas cidades e localidades, edificações, conforme a escala de representação, podem ser representados por feições pontuais. As feições pontuais são utilizadas para representar elementos do mundo real, que conforme a escala possui área e comprimento de inviável representação gráfica, ou que ainda para atender os objetivos, sua área e comprimento não necessitam ser graficamente representados (FERREIRA, 2006). Feição Linear - Elementos do mundo real, tais como linhas de distribuição elétrica, cabos de telefonia fixa, encanamentos de água, esgoto e gás, eixos de logradouro, eixos da rede de drenagem, são representados por feições lineares. Riachos, rios e estradas, conforme a escala de representação, podem ser representados por feições lineares. Ferreira (2006) define que as feições lineares são utilizadas para representar elementos do mundo real, que conforme a escala, possuem comprimento, porém sua área é de inviável representação gráfica, ou que ainda para atender os objetivos, sua área não necessita ser graficamente representada. Uma feição linear é graficamente definida por um conjunto de coordenadas (x1, y1, x2, y2,...,xn, yn), sendo que o primeiro e o último par de coordenadas são denominados nós e desempenham a função de terminais e/ou conectores das feições lineares, enquanto isso, os pares de coordenadas intermediárias são os vértices da feição linear. Através dos pares de coordenadas que formam o conjunto de feições lineares, é possível obter as propriedades topológicas de comprimento, direção, conectividade e adjacência. 29 Feição Poligonal - Elementos do mundo real, tais como limites políticos, corpos d’agua, lotes, quadras, categorias de vegetação, de solos, de geologia e de geomorfologia, entre outros, são representados por estruturas vetoriais poligonais. Os arquivos vetoriais são armazenados nos mais diversos formatos, porém os mais utilizados são: Shapefile, Distillers wet grains (DWG), Drawing Exchange Format (DXF), Downers Grove North (DGN), coverage, Vector Product Format (VPF), entre outros. Atualmente, os bancos de dados geográficos podem conter dados vetoriais. As feições poligonais são utilizadas para representar elementos do mundo real, que possuem área e perímetro e podem ser representados graficamente. Uma feição linear é graficamente definida um conjunto de feições lineares (L1, L2, .., Ln), que por sua vez são graficamente definidas por conjuntos de coordenadas (x1, y1, x2, y2, ...,,xn, yn). Através desta estruturação, são definidas as seguintes propriedades topológicas: área, perímetro, adjacência, contingência e o polígono envelope (FERREIRA, 2006). 2.2 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM DE MATERIAIS A coleta do material residual segregado consiste na separação e recolhimento de resíduos descartados por empresas e casas, os materiais que podem ser reciclados, como vidros, metais, papéis e plásticos são separados do lixo orgânico. Mediante entendimento aduzido por Bringheti (2004), a coleta seletiva pode ser definida como "a etapa de coleta de materiais recicláveis presentes nos resíduos sólidos urbanos, após sua separação na própria fonte geradora, seguido de seu acondicionamento e apresentação para coleta em dias e horários pré-determinados, ou mediante entrega em Postos de Entrega Voluntária, em Postos de Troca, a catadores, a sucateiros ou a entidades beneficentes". O autor ainda defini a coleta seletiva como um "instrumento de gestão ambiental que deve ser implementado visando à recuperação de material reciclável para fins de reciclagem". Não somente papéis, plásticos, metais e vidros merecem a devida atenção, outros resíduos – tais como pilhas, baterias e medicamentos – também devem ser separados, pois quando descartados no meio ambiente provocam a contaminação do solo. Conceitua-se como "resíduo tóxico" qualquer substância tóxica capaz de causar danos à saúde e/ou ao meio ambiente quando depositado em um local inadequado (BALDISSARELLI et. al., 2009). 30 É válido ressaltar que todo “medicamento” de modo algum deve ser descartado junto com o lixo orgânico, pois possui substâncias químicas que podem contaminar o solo e a água. O usuário deve entregar os frascos de medicamentos não mais utilizados nos postos de coleta, os quais são dispostos em redes de farmácias. Salienta-se que diversos dos componentes encontrados em remédios são resistentes a ação da água, e caso não sejam tratados acabam voltando para rede de água pluvial (NASCIMENTO, 2008). É de suma importância que os seres humanos se sensibilizem e reduzam o seu consumo, reutilizem ou reciclem os resíduos sólidos, eliminando assim a degradação do meio ambiente. A sociedade em que vivemos tem como hábito extrair da natureza a matéria-prima e, depois de utilizada, descartá-la em lixões, caracterizando uma relação depredatória com o seu habitat. Assim, grande quantidade de produtos recicláveis que poderiam ser reaproveitados a partir dos resíduos, são inutilizados na sua forma de destino final. “Isso implica em uma grande perda ambiental, devido ao potencial altamente poluidor do mau gerenciamento dos resíduos gerados, comprometendo a qualidade do ar, solo e, principalmente as águas superficiais e subterrâneas”, (AZEVEDO, 1996). Vê-se que a coleta seletiva é de grande importância á sociedade. Além de gerar renda para as pessoas e economia para as empresas, é de vital importância ao meio ambiente, uma vez que diminui a poluição de solos e rios. A coleta seletiva é de vital importância para o desenvolvimento sustentável do planeta. Vargas (2002) destaca que o “desenvolvimento sustentável pressupõe participação, diálogo, respeito às diferenças, reconhecimento das capacidades e uma visão integrada de suas várias dimensões econômicas, políticas cultural, tecnológica e ambiental”. A Coleta Seletiva do lixo está intimamente ligada ao processo de Reciclagem, auxiliando no recolhimento dos resíduos que podem ser transformados e reutilizados, contribuindo para a preservação do meio ambiente. A palavra “reciclagem” descrita pelo Dicionário Michaelis significa: sf (reciclar+agem) 1 Modificação, mais ou menos profunda, nos períodos, métodos de avaliação etc. escolares. 2 Reaproveitamento (de algum material). Dados da pesquisa Ciclosoft do trazem avanços na reciclagem brasileira pós aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE) anuncia os resultados da Pesquisa Ciclosoft 2012. 31 A edição atual do estudo aponta que 27 milhões de brasileiros e 766 municípios do País já contam com coleta seletiva. Realizada a cada dois anos, a pesquisa está em sua décima edição e tem por objetivo traçar um panorama da reciclagem no país e servir de instrumento para iniciativas que visam o desenvolvimento do setor. Os números apontam avanços deste serviço no País, principalmente após a aprovação da PNRS. Dos 5.565 municípios brasileiros, 14% já contam com o serviço estruturado. Em comparação com os resultados obtidos em 2010, houve um incremento de, aproximadamente, 73% no número de cidades que realizam a coleta, saltando de 443 para 766 (CEMPRE, 2012). Figura 7 - Gráfico do aumento no número de municípios brasileiros com coleta seletiva Fonte: CEMPRE (2012) Existem três diferentes modelos de coleta seletiva: Cooperativas de catadores, Postos de Entrega Voluntária e porta-a-porta. Os programas com maior êxito são aqueles em que há uma combinação destes modelos. Segundo levantamento realizado pela Ciclosoft, Figura 8 - Percentual de utilização dos modelos de coleta seletiva no BrasilFigura 8, a maior parte dos municípios brasileiros ainda realiza a coleta porta-a-porta, o que totaliza um total de 88% dos 766 municípios mencionados. 72% dos municípios utilizam o modelo de cooperativas e 53% utilizam os pontos de entrega voluntária (PEV). 32 Figura 8 - Percentual de utilização dos modelos de coleta seletiva no Brasil Fonte: CEMPRE (2012) Seguindo o levantamento realizado, conforme a Figura 9, a Ciclosoft aponta que a coleta de resíduos sólidos municipais é feita pela própria prefeitura em 48% das cidades pesquisadas; Empresas particulares são contratadas para executar a coleta em 26%; E 65% apoia ou mantém cooperativas de catadores como agentes executores da coleta seletiva. Figura 9 - Agentes executores da coleta seletiva Fonte: CEMPRE (2012) Acompanhando o crescimento na coleta seletiva e o interesse da população em fazer sua parte neste processo, crescem os investimentos nesta área. Em Florianópolis/SC, a principal empresa 33 responsável pela coleta de lixo e também da coleta seletiva, Companhia de Melhoramentos da Capital COMCAP, anunciou no dia 29/11/2012, um projeto, em parceria com a Prefeitura Municipal e o Governo Federal, para criação de um Sistema Web, com características muito semelhantes a propostas neste projeto, ANEXO A. Hoje, a COMCAP possuí um site1 que está no domínio da Prefeitura Municipal de Florianópolis. Neste site são disponibilizadas informações sobre a companhia, projetos e serviços. É disponibilizado também um documento em formato pdf, conforme ANEXO B, onde são apresentados dias e horários por bairros do atendimento da coleta seletiva na capital catarinense. Além dos horários e bairros, há também um outro documento em formato pdf, ANEXO C, que instrui as pessoas a o que separar para a coleta seletiva. 1 http://www.pmf.sc.gov.br/entidades/comcap/ 34 3 TRABALHOS E FERRAMENTAS RELACIONADAS Foram realizadas pesquisas encima de trabalhos com os mesmos objetivos do projeto aqui proposto. Nesta pesquisa foram encontrados trabalhos que relacionavam em suas proposta o sistema de coleta Seletiva. Dentre estes trabalhos foram selecionados dois que abordavam o uso de sistemas de informação geográfica para criação de melhores rotas para os caminhões da coleta seletiva. Nas subseções que seguem tem-se uma breve descrição do estudo realizado e as características de cada trabalho. 3.1 TRABALHOS RELACIONADOS Nesta seção serão comentados trabalhos similares que foram desenvolvidos com a intenção de encontrar o melhor e menor caminho a se realizar pelos caminhões das empresas de coleta de lixo. Ambos os autores mapearam as rotas percorridas pelos caminhões através de GPS e posteriormente utilizaram o sistema GPS TrackMaker para simular e encontrar o melhor caminho. 3.1.1 Logística reversa: a utilização de um sistema de informações geográficas na coleta seletiva de materiais recicláveis Oliveira (2011), apresenta em sua dissertação, a utilização de um Sistema de Informações Geográficas para Transportes no planejamento da logística reversa (LR) de um programa de coleta seletiva de materiais recicláveis em meio urbano, tendo como objeto de estudo uma associação de catadores de materiais recicláveis localizada na cidade de Itajubá/MG. O método de pesquisa adotado é a modelagem e simulação. Xanthopoulos e Iakovou (2009 apud OLIVEIRA 2011) descreve que a LR é uma disciplina integrada e sistemática da cadeia de suprimentos e tem como meta promover o desenvolvimento sustentável, o manejo dos produtos em fim de vida de forma eficiente, lucrativa e em conformidade com as regulamentações ambientais. Já para Srivastava (2007), a LR integra um conceito mais amplo denominado “Gestão Verde da Cadeia de Suprimentos” (Green Supply Chain Management) que tem suas raízes na gestão ambiental inserida na cadeia de suprimentos e visa discutir a influência e conexão entre ambas as áreas. Conforme o autor, a LR é incentivada pela crescente deterioração do meio ambiente, como a diminuição de fontes de matérias-primas, esgotamento da vida útil dos aterros e aumento dos níveis de poluição. 35 A pesquisa realizada utilizou a Associação de Catadores Itajubenses de Materiais Recicláveis como fonte de dados e para captação destes dados um aparelho GPS. Oliveira(2013) captou os dados com base em objetivos montados por ela, conforme Tabela 2. OBJETIVO 1) Informações básicas do funcionamento do sistema 2) Localização, Roteirização e Programação de Veículos INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS - Localização do depósito -Frota de veículos -Tipo de resíduos coletados -Volume total coletado - Abrangência da coleta - Mapa digital da cidade e sentido de tráfego das vias - Capacidade do veículo - Trajetos percorridos - Distância total percorrida por cada veículo de coleta - Frequência da coleta -Horário da coleta -Periodicidade da coleta -Ponto de disposição final -Equipe de trabalho - Velocidade nos trajetos - Restrição de janela de tempo - Pontos de passagem obrigatórios - Sequência de visitas - Tempo gasto em cada trajeto - Volume coletado em cada trajeto Tabela 2 - Dados coletados no levantamento de campo Fronte: Oliveira (2011) Após os dados coletados, os arquivos gerados pelo GPS foram tratados no software GPS Trackmaker PRO e convertidos para um arquivo compatível com o transCAD. Na avaliação realizada por Oliveira (2011), conforme Figura 10, foi percebido que o veículo da associação precisava atravessar a cidade inteira até chegar ao aterro, e que ocorre dos associados chegarem aos bairros após o caminhão da coleta convencional, o que acabava prejudicando a coleta do material reciclável e denegrindo a imagem da associação. Figura 10 - Rotas da Associação de catadores Fonte: Oliveira (2011) Após a conclusão dessa etapa de coleta dos dados onde Oliveira (2011) identificou e conheceu as principais características do objeto de estudo, partiu-se para uma etapa de modelagem e simulação. 36 Nesta etapa foram criados cenários de simulação, com base em hipóteses assumidas para a elaboração dos mesmos. Frente aos cenários criados, estes foram divididos em cinco grupos, onde em cada qual se enquadravam cenários com características semelhantes. Após a simulação dos cenários, a pesquisadora analisou os resultados obtidos e demonstrou através de um tabela os resultados obtidos dos melhores cenários simulados. Diante das análises, Oliveira (2011) conclui dizendo "A logística reversa, alternativa para a destinação dos materiais recicláveis presentes nos Resíduos Sólidos Urbanos, devido a sua peculiaridade de trabalhar em muitos casos, com produtos de baixo valor agregado (pós-consumo), requer tanto (ou até mais) atenção e planejamento quanto à logística direta. Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi utilizar um Sistema de Informações Geográficas para Transportes no planejamento da logística reversa de um programa de coleta seletiva de materiais recicláveis em meio urbano, tendo como objeto de estudo uma associação de catadores de materiais recicláveis na cidade de Itajubá/MG." O intuito principal deste trabalho foi descrever o método utilizado para o planejamento e dimensionamento de um programa de coleta seletiva, uma vez que os valores das variáveis e parâmetros podem ser modificados e simulados novamente no SIG à medida que novas necessidades e restrições forem estabelecidas. 3.1.2 Avaliação do serviço de coleta de resíduos sólidos domiciliares em cidade de médio porte utilizando sistemas de informação geográfica e receptores de sistema de posicionamento por satélite. Castro (2006) elaborou um estudo de caso do serviço de coleta de lixo na cidade de Ituiutaba (MG). O estudo foi elaborado com o intuito de melhorar o serviço da coleta, diminuindo o distância percorrida, a mão de obra e a repetição de trechos. Para caracterizar o problema, foram realizados mapeamentos dos setores e das rotas de coleta de lixo da área de estudo com a utilização de sistema GPS e o software GPS TrackMaker para o tratamento e obtenção dos dados de distâncias percorridas, tempos e velocidade de percurso. No estudo de casos, Castro (2006) utiliza o SIG como ferramenta para roteirização de veículos de coleta de resíduos sólidos domiciliares aliados a receptores do sistema GPS. Para início de estudo, precisou-se identificar a situação da coleta de lixo, visto que a Secretária Municipal de Obras e Serviços Públicos não possuía sequer uma planta, adequada, da cidade. 37 Elaborou-se então uma planta da cidade com os setores de coleta de lixo conforme a Figura 11. Foi identificado que os roteiros realizados pelos caminhões de coleta não seguiam nenhum estudo e haviam sido definidos pelos próprios motoristas que executavam os serviços há vários anos. Figura 11 - Setores de coleta de lixo, cenário atual - Ituiutaba (MG). Fonte: Castro (2006). Tendo a definição dos setores e levantamento dos recursos disponíveis, deu-se início à captação dos dados como percurso, tempo e velocidades máxima, média e mínima. Após os levantamentos, foi aplicado o software TransCAD para elaboração de um novo cenário para a coleta de lixo. Para Cairns (1998 apud CASTRO, 2006), o software TransCAD possibilita a definição de redes, viagens, matrizes e tem uma série de algoritmos desenvolvidos para transporte, fornecendo uma 38 funcionalidade adicional às tradicionais ferramentas disponíveis em SIG, como rotinas específicas para solução de problemas de logística, pesquisa operacional e de transporte em geral. No sistema TransCAD foram criados diferentes cenários, os quais foram simulados utilizando uma rotina de roteamento em arco. Com os resultados obtidos, Castro (2006) conclui que as aplicações das rotinas do TransCAD mostraram que grandes melhorias nos serviços de coleta de lixo podem ser implantadas. Os resultados oriundos do estudo apontaram melhorias significativas, com redução de trajetos e mão de obra. 3.2 ANÁLISE DOS TRABALHOS RELACIONADOS Nota-se que a intenção dos dois autores foi a de achar a melhor rota a ser percorrida pelos caminhões das empresas de coleta de lixo. Para tal processo, eles captaram os trajetos realizados através de um sistema GPS e posteriormente simularam situações através de um software. Os autores, coincidentemente, utilizaram o software TransCAD para desenhar o mapa e todo o trajeto realizado. Com isso foi possível observar e agregar ao projeto aqui proposto as formas de delimitação utilizadas para demarcar setores e também o processo de roteamento que será de grande importância ao mapa interativo do Sistema Web. Os autores explicam em seus trabalhos como foi o processo de captação das informações e como utilizá-las posteriormente em sistemas de informação geográfica. Com isso, muitas dúvidas acerca deste processo foram sanadas e serão mais facilmente resolvidas na etapa de modelagem do Sistema Web. 3.3 FERRAMENTAS DE MAPAS A análise de ferramentas de mapas baseou-se sobre as principais ferramentas de mapas disponíveis no mercado. A partir destas foi realizada uma análise sobre cada uma e levantou-se suas principais características o que resultou em uma tabela comparativa que auxiliou na decisão pela ferramenta a ser adotada para o desenvolvimento deste projeto. As ferramentas de mapas são as API de mapas oferecidas no mercado, dentre as quais destacam-se 4 principais APIs, são elas: a) API de mapas da Google, b) API de mapas da Yahoo, c) API de mapas da NOKIA e d) API de mapas da ESRI. 39 Nas subseções que seguem tem-se uma breve descrição das características e principais funcionalidades de cada um destes serviços. 3.3.1 API de mapas Google O Google Maps possui uma ampla gama de APIs, as quais permitem incorporar a funcionalidade e a utilidade diária do Google Maps em seus aplicativos e websites, bem como adicionar dados seus sobre os mapas (GOOGLE, 2013). Figura 12 - Imagem do Google Fonte: Google (2013) A interface da API da Google é clara e de fácil entendimento conforme observa-se na Figura 12. É possível utilizar esta API utilizando JavaScript para incorporar seus mapas iterativos às páginas Web. Para poder utilizar os serviços disponíveis pela Google o desenvolvedor necessitará criar uma chave de autenticação. Esta chave serve para monitoramento do uso da API e para que a empresa Google entre em contato com o desenvolvedor caso necessário (GOOGLE, 2013). A chave é gratuita e permite que a aplicação ou página Web carregue até 25.000 vezes o mapa no mesmo dia. O carregamento é considerado somente quando o mapa é iniciado em uma página da Web. Não é considerada forma interativa com o mapa, por exemplo, a criação de rotas, as mudanças na visualização, dentre outras. É válido destacar que, caso o site exceda o valor de 25.000 carregamentos, não significa que o mapa será travado a partir daquele momento. A empresa Google esta ciente que podem haver dias de pico onde o mapa é carregado inúmeras vezes, podendo ultrapassar o limite outrora estipulado. Portanto, só será considerado que o mapa excedeu o limite de carregamento caso ele ultrapasse o número limite de carregamentos durante 90 dias consecutivos (GOOGLE, 2013). 40 Os tipos de visualizações disponíveis na API são, de acordo com GOOGLE (2013) são: 1. ROADMAP (Mapa de ruas): esta visualização oferece ao usuário uma visão em duas dimensões do globo, apresentando as ruas, avenidas e demais tipos de logradouros com seus nomes; 2. SATELLITE (Satélite): oferece ao usuário a visão real, mas não atual, do globo. Com ela é possível ver cidades inteiras com todos os objetos que a compõe (casas, prédios, ruas, florestas, parque, etc.). Através de recursos como Visualização 3D e visualização 45°, disponíveis em algumas cidades do mapa, é possível visualizar construções em três dimensões e ter a visão do mapa a partir de fotos tiradas de avião, respectivamente. 3. HYBRID (Híbrido): exibe uma mistura dos mapas de ruas e do mapa satélite. 4. TERRAIN: exibe blocos de relevo físico para exibir recursos de elevação e água (montanhas, rios etc.). 5. Imagens em 45°: A API do Google Maps suporta imagens especiais em 45° somente de alguns locais. Tratam-se de imagens em alta resolução, as quais fornecem visualizações em perspectiva, direcionando a cada ponto cardeal (norte, sul, leste e oeste). As imagens estão disponíveis em níveis de zoom maiores para os tipos de mapa aceitos. A API trabalha com objetos de sobreposição, ou seja, é possível colocar objetos no mapa, como ícones e caixas de texto. Sobreposições são objetos no mapa ligados à coordenadas de latitude/longitude, portanto, elas se movimentam quando o usuário arrasta ou amplia o mapa. As sobreposições refletem objetos que são adicionados ao mapa para designar pontos, linhas, áreas ou coleções de objetos. A API do Google Maps possui vários tipos de sobreposições, segundo GOOGLE (2013). Exemplos destas são: 1. Localizações simples: são exibidas com o uso de "marcadores", os quais podem exibir imagens de ícones personalizados; 2. Linhas: são exibidas com o uso de "polilinhas", representando uma sequência ordenada de localizações. 41 3. As áreas de forma arbitrária no mapa são exibidas com o uso de "polígonos", os quais são semelhantes às polilinhas. Os polígonos são uma sequência ordenada de localizações e definem uma região delimitada por eles. 4. As camadas do mapa podem ser exibidas utilizando "tipos de mapa de sobreposição", é possível criar um conjunto de blocos próprio, criando tipos de mapas personalizados, os quais substituem conjuntos básicos de blocos de mapas ou podendo ser exibidos na parte superior desses mesmos conjuntos. 5. A "janela de informações" trata também de um tipo de sobreposição para a exibição de conteúdo, normalmente sob forma textual ou de imagem, dentro de um quadro pop-up na parte superior de um mapa determinada localização. A API oferece ao usuário diversos controles do mapa, que por sua vez tornam a navegação mais fácil e dinâmica, o que permite ao usuário maior interatividade com a ferramenta. Estes controles são visualizados na tela e são de fácil entendimento e interpretação, sendo possível incluir variações dos mesmos na API do Google Maps, permitindo que o usuário deixe que a API do Google Maps manipule todo o comportamento do controle (GOOGLE, 2013). A seguir são apresentados os controles disponíveis: 1. Controle de Zoom: no caso de grandes mapas é exibida uma barra de deslizamento, ou pequenos botões "+/-" quando tratar de mapas pequenos, o que viabiliza o controle do nível de zoom do mapa. O padrão aparencial é que este controle fique no canto superior esquerdo do mapa, no caso de dispositivos sem tela sensível ao toque, ou no canto inferior esquerdo nos dispositivos sensíveis. 2. Controle Panorâmico: exibe botões para a obtenção de uma imagem panorâmica do mapa. Por padrão, esse controle fica no canto superior esquerdo do mapa em dispositivos sem tela sensível ao toque. Em determinados casos, é possível que o controle panorâmico permita girar a imagem até 45°. 3. Controle de Escala: exibe a escala do mapa, sendo necessário a ativação do mesmo para ser visualizado. 4. Controle do tipo de mapa: permite alterar entre tipos de mapa (exemplo, ROADMAP e SATELLITE). Por padrão, o controle aparece no canto superior direito do mapa. 42 5. Controle Street View: contém um ícone de Pegman que pode ser arrastado para o mapa a fim de ativar o Google Street View, o controle aparece no canto superior esquerdo do mapa, e fornece uma visualização panorâmica das ruas e estradas situadas em sua área de cobertura (GOOGLE, 2013). 6. Controle Girar: é um pequeno ícone circular que permite girar os mapas que contêm imagens oblíquas. Normalmente esse controle aparece no canto superior esquerdo do mapa. 7. Controle Mapa de Visão Geral: exibe uma miniatura da visão geral do mapa, a qual reflete a janela de visualização atual do mapa em uma área mais ampla. Tem-se por padrão o controle aparecer no canto inferior direito do mapa e ser mostrado em seu estado recolhido. A API do Google Maps possuí o serviço de geocodificação o qual converte endereços (por exemplo: “298 Rua Koesa, Kobrasol, São José” ) em coordenadas geográficas (Por exemplo latitude: -27.591285, longitude: -48.613483), assim podem ser usadas para inserir marcadores ou para posicionar o mapa (GOOGLE, 2013). Presente na API de Mapas do Google, as rotas podem especificar origens e destinos como sequências de texto (por exemplo, "Florianópolis, São José", ou Florianópolis, Biguaçu, Balneário Camboriu) ou como valores de Latitude e Longitude. O Serviço da Google Directions pode retornar rotas em diversas partes, usando uma série de pontos de referência. As rotas são exibidas como uma polilinha desenhando o trajeto em um mapa ou como uma série de descrições textuais. 3.3.2 API de mapas Yahoo "A API de mapas da Yahoo permite incorporar mapas ricos e interativos, em sites e aplicativos de desktop usando as plataformas Flash, Ajax e APIs de imagens de mapas" (YAHOO, 2013). Figura 13 - Tela do Yahoo Fonte: Yahoo(2013). 43 A API de mapas da Yahoo, conforme exibida da Figura 13, oferece outras ferramentas que incorporam a API de mapas. Com estas ferramentas é possível adicionar aos mapas informações geográficas, informações climáticas e fotos. A API do Yahoo pode adicionar conteúdos relevantes geograficamente em seus mapas, tais como Yahoo! Lista de locais, tráfego, e os relatórios do tempo, eventos e fotos do Flickr. Além disso, suporta o padrão GeoRSS e permite estender esta funcionalidade de mapas para consumir qualquer outro API (YAHOO, 2013). A API da Yahoo permite que o desenvolvedor adicione mapas para seus sites usando DHTML e JavaScript. Os mapas são totalmente incorporáveis e programáveis usando a linguagem de programação JavaScript. A API é compatível com os navegadores Firefox 2, Internet Explorer 6 ou 7, Opera 9, Safari 3 e Google Chrome. Versões mais recentes desses navegadores também são suportadas (YAHOO, 2013). O site Yahoo! Developer Network não fornece documentação necessária nem referência documental sobre as características da API de mapas. É possível encontrar referências técnicas de como programar a API e com base nisso será descrito as características relevantes encontradas na API de mapas da Yahoo. Os tipos de visualizações disponíveis na API são: 1. ROADMAP: (Mapa de ruas) esta visualização oferece ao usuário uma visão em duas dimensões do globo, apresentando as ruas, avenidas e demais tipos de logradouros com seus nomes; 2. SATELLITE: (Satélite) esta visualização oferece ao usuário a visão real, mas não atual, do globo. Com ela é possível ver cidades inteiras com todos os objetos que a compõe (casas, prédios, ruas, florestas, parque, etc.). 3. HYBRID: (Híbrido) esta visualização exibe uma mistura dos mapas de ruas e do mapa satélite. A API oferece ao usuário diversos controles ao mapa que por sua vez tornam a navegação mais fácil e dinâmica. Estes controles são visualizados na tela e são de fácil entendimento e interpretação. Abaixo os controles disponíveis: 1. Controle de Zoom exibe uma barra de deslizamento e pequenos botões "+/-" para controlar o nível de zoom do mapa. 44 2. Controle de tipo de Mapa permite que o usuário alterne entre tipos de mapa (por exemplo, MAP e SATELLITE). 3. Controle de posicionamento permite que o usuário mova o mapa nos sentidos cima, baixo, esquerda e direita. A API permite a colocação de marcadores no mapa. Os marcadores podem ser etiquetas simples, SmartWindows, ou ambos. A SmartWindow é um pequeno balão que se abre quando o usuário clica no marcador. Todos os marcadores podem ser indexados de modo que você pode usar JavaScript para percorrê-las como uma matriz. É possível usar HTML para ambos SmartWindow e etiquetas simples. A API do Yahoo possuí o serviço de geocodificação o qual converte endereços (por exemplo: “298 Rua Koesa, Kobrasol, São José” ) em coordenadas geográficas (Por exemplo latitude: -27.59128, longitude: -48.613483), assim podem ser usadas para inserir marcadores ou para posicionar o mapa. Presente na API de Mapas do Yahoo, as rotas podem especificar origens e destinos como sequências de texto (por exemplo, "Florianópolis, São José", ou Florianópolis, Biguaçu, Balneário Camboriu) ou como valores de Latitude e Longitude. A API pode retornar rotas em diversas partes, usando uma série de pontos de referência. As rotas são exibidas como uma polilinha desenhando o trajeto em um mapa ou como uma série de descrições textuais. Infelizmente a API de mapas da Yahoo não será uma ferramenta a ser adotada neste projeto, pois a empresa Yahoo, no dia 13 de setembro de 2011, encerrou as atividades de desenvolvimento da ferramenta (YAHOO, 2013). 45 3.3.3 API de mapas NOKIA A API de mapas da Nokia permite a criação de aplicações web interativas, Figura 14, utilizando sua biblioteca JavaScript de classes e métodos. Trata-se de um conjunto de interfaces de programação que permitem ao desenvolvedor criar aplicações Web com um sistema rico em recursos e mapas interativos (NOKIA, 2013). Figura 14 - Tela do Nokia Fonte: Nokia (2013). Os tipos de visualizações do mapa oferecidas pela API são: 1. NORMAL: Esta é a visualização padrão mostrando um mapa convencional. 2. NORMAL_COMMUNITY: Esta é uma visualização que apresenta um mapa convencional com edições da comunidade. 3. SATELLITE: Esta é uma visualização que oferece uma vista do mapa com base em imagens de satélite. 4. SATELLITE_COMMUNITY: Esta é uma visualização que oferece uma vista do mapa com base em imagens de satélite com as edições da comunidade. 5. SMARMAP: Esta é uma visualização que apresenta um mapa de contraste reduzido semelhante ao mapa de rua normal; seu conjunto cor otimizado torna-o adequado para ser utilizado com sobreposições. 46 6. SMART_PT: Esta é uma visualização que apresenta um mapa de contraste reduzido, mostrando as linhas do transporte público. 7. TERRAIN: Esta é uma visualização que apresenta um mapa com base em imagens de perfil de elevação (um mapa topográfico, com sombreamento indicando a forma do terreno). 8. TRAFFIC: Esta é uma visualização que mostra um mapa com informações de trânsito. A API de mapas da Nokia para JavaScript oferece a possibilidade de criar objetos geográficos, como círculos, retângulos e polígonos, além de permitir que se desenhe objetos sobre o mapa, e sua colocação com precisão sobre o mapa (NOKIA, 2013). A ferramenta possuí o serviço de geocodificação o qual converte endereços em coordenadas geográficas (Por exemplo latitude: -27.591285, longitude: -48.613483) e também a geocodificação reversa, a qual transforma coordenadas geográficas em endereços (Por exemplo: “298 Rua Koesa, Kobrasol, São José”). É oferecida uma cobertura global de ruas e rodovias, o que permite que sejam criadas rotas que refletem modos personalizáveis, como o mais rápido, mais curto, evitando estradas com pedágio ou balsas, etc, também há suporte para a utilização de padrões de velocidade históricos como uma otimização de rotas em função do tempo do dia (NOKIA, 2013). A API apresenta uma funcionalidade interna que aproveita a API do Geolocation W3C suportado por muitos navegadores (NOKIA, 2013). O Nokia Maps API é modular e contém pacotes separados para mapas, lugares, posicionamento, direções (roteamento) e processamento de dados. Se um aplicativo não exige certos pacotes, você pode reduzir a pegada e tempo de carga, excluindo-o (NOKIA, 2013). A API foi projetada para atender às demandas do desenvolvimento moderno de aplicações web. Os padrões comuns de desenvolvimento que implementa ajudam a melhorar a eficiência e reduzir o ciclo de desenvolvimento (NOKIA, 2013). 1. Início rápido: É excelente em termos de consumo de memória devido ao pequeno tamanho do framework JavaScript subjacente. O mapa começa rápido assim como carregamento conteúdo. 47 2. Carregamento rápido: Fornece carregamento dos recursos por pacotes, como rota e pesquisa e até mesmo dos dados do mapa em si. O conteúdo é baixado do servidor apenas quando necessário. 3. Navegação rápida: Utiliza o cache do navegador. Uma vez que o conteúdo foi baixado do servidor, é reutilizado, tanto quanto possível para minimizar o uso de banda. O uso desta API requer uma chave de identificação que pode ser conseguido fazendo o cadastro no site da Nokia. Cadastrado o usuário pode adquirir uma licença gratuita que lhe da direito de utilizar a API de mapas. A licença oferece ao desenvolvedor, visualizações (carregamentos) ilimitadas dos mapas, sendo limitada apenas a utilização dos recursos. Por exemplo, um recurso como roteamento de percurso pode ser utilizado 2.500 vezes num dia (NOKIA, 2013). API Nokia possui um conjunto de componentes básicos para a navegação do usuário. Com isso é possível melhorar uma aplicação construída em torno de um mapa interativo. Os componentes de interface permitem que o usuário amplie ou reduza, desloque o mapa ou altere sua escala, altere o tipo de mapa, etc. Os componentes de interface do usuário são: 1. O comportamento do mapa possui uma coleção de componentes que permitem interação do usuário com o mapa geral através do mouse ou touch (os tipos de interação incluem zoom, panorâmica, etc). 2. Barra de zoom: um componente que fornece um controle deslizante no mapa, permitindo ao usuário fazer zoom in / out - clicando no sinal de mais aumenta o nível de zoom e as causas do mapa para mostrar mais detalhes, enquanto o clicando no sinal de menos tem o efeito oposto. 3. Barra de escala: encontrasse na parte inferior do mapa. O usuário pode expandi-lo para ver uma régua que mostra como alterar as unidades entre metros e milhas. 4. TypeSelector: exibe os tipos de visualizações do mapa, no canto superior direito do mesmo. 5. Visão geral: exibe a área na visualização do mapa atual em um contexto mais amplo, mostrando menos detalhes, mas permitindo que o usuário veja o que está além da visualização 48 do mapa atual. O panorama se expande a partir do canto inferior direito, quando o usuário clica no ícone Panorama. 6. Posicionamento: é um componente que faz parte do pacote de posicionamento. Ele fornece um botão que aciona um pedido para determinar a localização do usuário. Em caso de sucesso, o mapa é centrado na localização obtida e um círculo é mostrado em torno dele. O tamanho do círculo indica a precisão com que a posição do utilizador foi obtida. 7. Transporte público: é um componente que fornece uma sobreposição do mapa para exibir as linhas de transporte público. A sobreposição pode ser alternada pelo usuário do mapa, porém a exibição de informações de transporte público se limita a uma série de níveis de zoom específicos para o local / cidade. 8. Tráfego: é um componente que exibe informações de trânsito no mapa como uma sobreposição. A sobreposição pode ser alternada pelo usuário do mapa, porém a exibição de informações de trânsito está confinada a uma série de níveis de zoom específicos para o local / cidade. Além destes componentes, uma opção mais comum é mostrar pontos de interesse em um local. Esta API permite usar marcadores para fazer exatamente isso. A API oferece dois tipos de marcadores: 1. StandardMarker (Marcador Padrão): é um marcador que usa ícones de plataforma padrão e um conjunto pré-definido de propriedades cujos valores podem ser controlados através da API. 2. Marker (Marcador): que permite que você use uma imagem de ícone personalizado para indicar um ponto no mapa. É possível modificar os marcadores existentes e a criação de outros marcadores personalizados, utilizando imagens SVG ou bitmaps. Além dos marcadores é possível adicionar formas geométricas, baseadas em coordenadas, ao mapa (NOKIA, 2013). A API permite que você exiba as sobreposições na parte superior do mapa. Nos cenários mais simples, as sobreposições são imagens estáticas que são solicitadas pelo aplicativo cliente do servidor de mapa e sobrepostas no mapa na tela do lado do cliente. Tais peças podem ser imagens que apresentam uma visão alternativa de uma área do mapa ou destacar certas características do terreno, etc. 49 A API possui a opção de mapa de calor, com esta funcionalidade é possível mostrar informação geográfica no mapa de uma forma que reflete a frequência de ocorrência de locais com características específicas ou os valores relativos associados com locais. Marcadores, círculos ou polígonos são úteis quando você quer simplesmente mostrar onde locais ou áreas são, mas para indicar de valores relativos como a ocorrência ou intensidade, é melhor usar os mapas de calor. 3.3.4 API de mapas ESRI (ArcGIS) A API ArcGIS foi criada para ser uma ferramenta ubíqua e com funcionalidade de coleta, organização, gerenciamento, análise, comunicação e distribuição de informação geográfica. Além disso, a API é usada por pessoas de todo o mundo para colocar o conhecimento geográfico para trabalhar no governo, negócios, ciência, educação e mídia. ArcGIS permite que a informação geográfica a ser publicada possa ser acessada e usada por qualquer pessoa (ESRI, 2013). A API é mais que uma ferramenta de mapas. A API é uma coleção de ferramentas de software utilizadas para desenvolver projetos de sistemas de informação geográfica profissionais. A ferramenta ArcGIS, conforme observado na Figura 15, inclui uma infraestrutura baseada em cloud computing, ferramentas profissionais, modelos de aplicação, base de mapas e conteúdo compartilhado (ESRI, 2013). Figura 15 - Demonstrativo de funcionalidades do ArcGIS. Fonte: ESRI (2013). A empresa ESRI (Environmental Systems Research Institute) hospeda a API JavaScript no servidor ArcGIS Online. Este servidor é monitorado 24 horas todos os dias. Entregues através de uma rede de distribuição de conteúdo (CDN - content delivery network). CDN é uma coleção de servidores, web distribuídos geograficamente, que trazem conteúdo de forma eficiente (ESRI, 2013). O desenvolvimento da API para JavaScript utiliza Dojo para simplificar e garantir o mesmo comportamento nos diferentes navegadores. Ferramentas como Dojo, jQuery, YUI, Prototype, e 50 muitos outros são projetados para abstrair as idiossincrasias do navegador de modo que não seja necessário tratá-los todos no código. Dojo é um kit de ferramentas de código aberto que ajuda você a escrever código JavaScript robusto e eficiente. JavaScript é uma linguagem que roda dentro de um navegador web, e há vários tipos de navegadores que interpretam JavaScript de forma ligeiramente diferente (ESRI, 2013). A API inclui a função Geocode an address (Geocodificar um endereço) que passado um endereço, exibe a localização de endereços correspondentes. Isto é vulgarmente conhecido como geocodificação. O Widget de editor é um objeto altamente personalizável capaz de criar e editar recursos. O construtor Widget recebe por parâmetro a funcionalidade da aplicação irá incluir. Neste caso, apenas as opções necessárias estão definidas (ESRI, 2013). Os tipos de visualização dos mapas são: 1. Imagens do Mundo: exibe imagens de satélite para o mundo e imagens de alta resolução para os Estados Unidos, Grã-Bretanha, e muitas áreas metropolitanas de todo o mundo. 2. Mapa de ruas: Abrangente todo o mundo com dados a nível de estradas para o mundo e a nível da rua para os Estados Unidos, Canadá e vários países europeus. Atualizações são publicadas duas vezes por ano. 3. Topográfico: Compilado de melhores fontes disponíveis; inclui limites, cidades, características da água, as características fisiográficas, parques, monumentos, transportes e edifícios. As atualizações são publicadas mensalmente. 4. Relevo Sombreado: Elevação da superfície apresentada como relevo sombreado, destinados para uso como uma camada de base cartográfica para adicionar relevo sombreado para mapas. 5. Mapa Físico: Um mapa natural do solo do planeta, inclui relevo sombreado, cobertura do solo, e parques. 6. Terreno: Imagens de relevo sombreado, batimetria, e as características da água costeiras. 7. Oceanos: Batimetria, nomes de água marinha do corpo, os nomes dos recursos submarinos, e os valores de profundidade derivados em metros. 51 8. Cinza Claro: Este mapa base chama a atenção para o seu conteúdo temático, proporcionando um fundo neutro com cores mínimas. 9. National Geographic World Map: Projetado como um mapa de referência geral para fins educativos e de informação e como uma base cartográfica para uso por profissionais de GIS e outros para a criação de mapas da web e aplicações web. De acordo com o site da empresa ESRI é possível identificar os seguintes serviços na API Javascript ArcGIS: 1. Geosearch (Busca Geográfica): através deste serviço é possível localizar um endereço, ou encontrar um lugar, recurso ou ponto de interesse. O resultado da pesquisa é apresentado no mapa, mas não armazenada para uso posterior. 2. Serviços de geocodificação exigem uma assinatura ArcGIS Online. Com estes serviços é possível converter um endereço para uma coordenada XY e acrescentar o resultado a um registro existente em um banco de dados. Todos os resultados de geocodificação são armazenados para uso posterior. 3. O serviço de tarefa Geométrica é um serviço gratuito que os desenvolvedores podem usar em conjunto com o ArcGIS. Ele contém métodos utilitários que fornecem acesso a sofisticados e a operações geométricas, por exemplo, a geometria tampão, projeto e simplificar, calcular áreas e comprimentos para geometria, e determinar as relações espaciais e pontos de etiqueta. 3.4 COMPARATIVO ENTRE AS FERRAMENTAS Frente à pesquisa realizada sobre as principais ferramentas de mapas disponíveis, elaborou-se a Tabela 3 comparando as funcionalidades mais relevantes a este projeto. Considerou-se a linguagem JavaScript como primeiro e mais importante item, pois para o desenvolvimento deste projeto possuise maior familiaridade com esta linguagem além da vasta documentação disponível na internet. Como demais critérios, adotou-se funcionalidades para a criação de uma mapa iterativo para os usuários. Logo escolheu-se os Marcadores, para que seja possível a colocação de marcas e assim informar pontos de coletas e também para que o usuário possa marcar o local que deseja o atendimento. Geocodificação (Geocode), que é um funcionalidade indispensável quando se trabalha com banco de dados geográficos. Roteamento (Routing), para a criação das rotas oferecidas pelas 52 empresas de coleta de material reciclável e por fim, as três visualizações básicas (Ruas, Satélite e a mistura dos dois). Empresa JavaScript Marcadores Geocode Routing Visualizações Básicas2 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Tabela 3 - Comparação entre API de mapas. Mediante comparação realizada entre as APIs foi percebido que os elementos básicos como suporte a linguagem JavaScript e métodos de sobreposição por marcadores, geocodificação e roteamento são comuns as APIs de mapas estudadas. Entretanto outros pontos foram determinantes para escolha da API a ser utilizada no projeto. Por exemplo: A API de mapas da YAHOO foi descontinuada em 2011. Com isso, o suporte a esta ferramenta se tornou inviável o que inviabiliza e dificulta a escolha desta API. A API da Nokia tem apenas informações superficiais sobre os mapas do Brasil. Além de que suas opções não possuem tradução, forçando desta maneira que o usuário final do sistema tenha conhecimento na língua inglesa. A API da ESRI tem seu foco voltado principalmente a geoprocessamento de aplicações mais complexas, o que a torna uma ferramenta mais complexa de uso. A API da Google, se mostrou mais aplicável ao projeto, pois além de possuir os elementos básicos ao projeto, contempla todos os requisitos esperados para implementação da ferramenta. Além disso, possui um recurso que tornará a aplicação mais dinâmica, o Google Street View. Dadas as comparações, fica definida como API de mapas para o projeto GeoColeta a API de mapas da Google. 2 Visualização de Satélite, Ruas e Híbrido. 53 4 DESENVOLVIMENTO Foi desenvolvido um sistema web para empresas de coleta seletiva, visando auxiliar, informar e interagir com os usuários a fim de promover maior interesse destes para a reciclagem e também facilitando ao acesso a informações, como dias da coleta e rotas das empresas executoras da coleta. O desenvolvimento deste projeto visou atrair mais participantes para o processo de separação do material a ser reciclado e assim diminuir o impacto destes na natureza e com isso melhorar a sustentabilidade do meio ambiente. 4.1 VISÃO GERAL DO SISTEMA O Sistema Web GeoColeta é composto por dois ambientes distintos. Um ambiente é destinado ao público em geral e o segundo é destinado especificamente para a empresa de coleta seletiva. No ambiente destinado ao público em geral, tratado como ambiente Web Site, Figura 16, está o principal componente deste projeto, o mapa interativo. Neste ambiente também estão disponíveis informações sobre a empresa coletora de material reciclável, um espaço para contato, onde qualquer pessoa poderá enviar dúvidas, sugestões e/ou reclamações, além de um mural de novidades, onde a empresa poderá divulgar notícias, projetos ou qualquer informativo que desejar. Figura 16 - Tela principal do ambiente Web Site 54 Através do mapa interativo, os usuários interessados na coleta seletiva poderão cadastrar este interesse, informando a localização desejada. Esta localização é conhecida como Ponto de Interesse e para informá-lo basta que o interessado clique no mapa para que seja exibido uma janela onde ele preencherá seu nome, e-mail e o material da coleta e automaticamente a ferramenta reconhecerá o endereço do ponto clicado. O ambiente administrativo, o qual será exclusivo para a empresa de coleta seletiva, permite que sejam cadastrados usuários, notícias, dados da empresa, PEV, rotas e a área de abrangência. Referente ao mapa interativo, uma rota será o trajeto realizado pelos veículos da empresa, a qual será exibida como uma sequencia de retas, na cor do material coletado naquela rota, passando por todas as ruas contempladas. Um PEV é um ponto no mapa, o qual será representado por um ícone de lixeira, na cor do material coletado, e é exibido no endereço pertencente ao ponto de entrega voluntária. A área de abrangência é um polígono que é exibido em um tom escuro porém que transparece o mapa interativo. Esta área marca toda a região atendida pela empresa de coleta seletiva. Além dos cadastros, a empresa conta com uma rotina que exibe no mapa os pontos de interesse na coleta, cadastrados pelos interessados. Desta forma, feitas as análises, a empresa poderá tomar decisões quanto a criação de novos PEV ou definição de novas rotas. Os pontos são exibidos em cores pré definidas aos tipos de material coletado. Figura 17 - Pontos de solicitação de coleta de materiais. 55 O ambiente administrativo disponibiliza ainda uma opção para troca de senha do usuário cadastrado. Definidos os ambientes, o funcionamento do sistema ocorre da seguinte forma: a empresa, através do ambiente administrativo alimentará a base de dados com suas informações, cadastrando seus dados, criando sua rotas, definindo sua área de abrangência, cadastrando seus PEV e incluindo seus usuários. 4.2 ANÁLISE DOS REQUISITOS Segundo Brennan (2009), o uso da análise de requisitos tem como propósito descrever tarefas e técnicas, com o intuito de definir as capacidades requeridas de uma solução potencial para atender as necessidades do cliente ou usuário. Os requisitos são caracterizados em funcionais e não funcionais. Segundo Martins (2007), requisitos funcionais definem o comportamento do sistema, capturados através do Caso de Uso, que documentam as entradas de dados, os processos e as saídas geradas. Por sua vez, requisitos não funcionais, têm como objetivo descrever as funcionalidades requeridas para um sistema, com sua usabilidade e características de desempenho (BRENNAN, 2009). 4.2.1 Requisitos Funcionais Os requisitos funcionais descrevem os serviços que o sistema deve oferecer e suas funções ao fim do seu desenvolvimento, como devem se comportar a certas entradas, as mais variadas situações. RF 01 - Dois Ambientes Distintos O sistema deverá possuir dois ambientes distintos. Um para os administradores e outro para os usuários comuns. RF 02 - Acesso ao ambiente administrativo através de autenticação O acesso ao ambiente administrativo deverá ser realizado através do CPF e senha de usuários cadastrados. RF 03 - Usuário e Senha distintos por administrador O sistema deverá gerar uma senha única para cada usuário administrador cadastrado no sistema. Cada usuário deverá se autenticar utilizando o seu CPF. RF 04 - Ambiente Web Site deverá apresentar informações da empresa. 56 O ambiente Web Site deverá exibir informações sobre a empresa, sua localização, missão, visão, objetivos e demais informações que a empresa julgar relevantes. RF 05 - Cadastrar Notícias O sistema deverá permitir o cadastro de notícias. Os cadastro de uma notícia será realizado através do preenchimento do título, do resumo e do texto da notícias. RF 06 - Cadastrar Usuários O sistema deverá permitir o cadastro de usuários. Os dados cadastrados serão o CPF, nome, email e telefone. Cada usuário cadastrado terá uma senha distinta que deverá ser enviada por email assim que o cadastro for realizado. RF 07 - Alterar Dados da Empresa O sistema deverá permitir a alteração de dados da empresa. Os dados empresariais serão telefone, e-mail, CPF/CNPJ, Razão Social, Nome Fantasia, Endereço Completo e Logotipo. RF 08 - Cadastrar Rotas O sistema deverá permitir o cadastro de rotas. Através de pontos indicados no mapa iterativo o sistema deverá desenhar a rota. Ainda será possível cadastrar o tipo de material coletado por esta rota e os dias da mesma. RF 09 - Cadastrar Pontos de Entrega Voluntária O sistema permitirá o cadastro de PEV. O ponto será cadastrado a partir de um ponto indicado no mapa e a seleção do tipo de material coletado. RF 10 - Cadastrar Área de Abrangência O sistema permitirá o cadastro da área de abrangência da empresa. A área será cadastrada a partir de pontos indicados no mapa iterativo. RF 11 - Cadastrar Pontos de Interesse O sistema permitirá o cadastro de pontos de interesse na coleta seletiva. O ponto de interesse será cadastrado a partir de um ponto indicado no mapa iterativo, o nome do interessado, o email e o material a ser coletado. 57 RF 12 - Exibir Informações da Empresa O sistema deverá exibir uma página contendo informações sobre a empresa, como sua história, missão, visão, objetivo e outros. RF 13 - Enviar E-mail O sistema deverá enviar e-mail com as senhas dos usuários cadastrados e com mensagem enviadas pelos visitantes do Sistema Web pela página de Contato. 4.2.2 Requisitos Não Funcionais Requisitos não funcionais são as características e aspectos internos do sistema, envolvendo especificamente a parte técnica. RNF 01 - O sistema será desenvolvido utilizando as linguagens de programação C#, JavaScript, ASPX, CSS, HTML de modo a executar na plataforma web. RNF 02 - O sistema utilizará a API de mapas da empresa GOOGLE. RNF 03 - O sistema utilizará um sistema gerenciador de banco de dados open source, porém de grande aceitação no mercado o MSSQL. RNF 04 - A interface do Sistema Web será desenvolvidas utilizado-se padrões ergonômicos. Suas funcionalidades e informações devem estar bem visíveis e disponíveis. RNF 05 - Comunicação sistema e usuário com mensagens simples, explicativas do erro gerado. Evitando termos técnicos. RNF 06 - O ambiente administrativo deverá ser acessado somente mediante a autenticação por usuário e senha. 4.3 MODELAGEM DO SISTEMA Realizada a definição dos requisitos não funcionais, elaborou-se um diagrama de casos de uso. Este diagrama descreve as funcionalidades propostas no sistema, representando por unidades discretas da interação entre usuário e sistema. Elaborou-se também a modelagem do banco de dados. Neste modelo estão representadas todas as estruturas de tabelas necessárias para o armazenamento dos dados do sistema. 58 4.3.1 Casos de Uso O diagrama de caso de uso representa as principais funcionalidades que a ferramenta dispõe no ponto de vista do usuário. Na Figura 18 seguem os casos de uso do Ator Usuário Comum descritos para este TCC. O ator usuário comum representa qualquer pessoa que acesse o site da empresa. O ator usuário Administrativo representa os usuários cadastrados pela empresa para terem acesso aos cadastro do banco de dados. uc Casos de Uso - Usuário Comum CSU02 - Env iar e-mail de contato CSU01 - Cadastrar Ponto de Interesse CSU10 - Ler Notícias CSU11 - Visualizar Pontos de Entrega Voluntária Usuário Comum CSU12 - Visualizar Rotas CSU14 - Visualizar Área de Atuação CSU13 - Visualizar Dados da Empresa Figura 18 - Diagrama de casos de uso do Usuário Comum. Caso de Uso CSU01: Cadastrar Ponto de Interesse Deve ser permitido ao usuário comum, cadastrar no mapa iterativo, um ponto de seu interesse na coleta seletiva. Breve Descrição: Usuário Comum Ator Primário: Que o usuário esteja acessando o ambiente web site. Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: 1. Acessar a página. 2. Clicar no local desejado dentro da área de abrangência da empresa 3. Preencher os dados solicitados. 4. Clicar em ‘Solicitar Interesse’. Fluxo Exceção – O sistema não valida campos não preenchidos a. O sistema apresenta uma mensagem de erro. Ponto de Interesse cadastrado no banco de dados. 59 Caso de Uso CSU02: Enviar e-mail de contato Deve ser permitido ao usuário comum enviar mensagem de e-mail a empresa coletora. Breve Descrição: Usuário Comum Ator Primário: Que o usuário esteja acessando o ambiente web site. Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: 1. Acessar a página. 2. Clicar na aba "Contato". 3. Preencher o seu e-mail e escrever a sua mensagem. 4. Clicar em ‘Enviar’. Fluxo Exceção – O sistema não valida campos não preenchidos a. O sistema apresenta uma mensagem de erro. Mensagem do usuário comum enviada à empresa. Caso de Uso CSU010: Ler Notícia Deve ser permitido ao usuário comum ler as notícias cadastradas pela empresa Breve Descrição: Usuário Comum Ator Primário: Que o usuário esteja acessando o ambiente web site. Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: 1. Acessar a página. 2. Visualizar o título e o resumo na coluna de notícias a direita da página. 3. Clicar em "Ler Notícia". O texto completo da notícia é exibido. Caso de Uso CSU11: Visualizar Pontos de Entrega Voluntária Deve ser permitido ao usuário comum visualizar no mapa interativo os PEV cadastrados. Breve Descrição: Usuário Comum Ator Primário: Que o usuário esteja acessando a página. Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: 1. Acessar a página. 2. Clicar na aba "Início". 3. Marcar a opção de visualização de PEV no mapa interativo. PEV exibidos no mapa interativo. 60 Caso de Uso CSU12: Visualizar Rotas Deve ser permitido ao usuário comum visualizar no mapa interativo as rotas cadastradas. Breve Descrição: Usuário Comum Ator Primário: Que o usuário esteja acessando a página. Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: 1. Acessar a página. 2. Clicar na aba "Início". 3. Marcar a opção de visualização de rotas no mapa interativo. Rotas exibidas no mapa interativo. Caso de Uso CSU13: Visualizar Dados da Empresa Deve ser permitido ao usuário comum visualizar no Sistema Web os dados da empresa Breve Descrição: Usuário Comum Ator Primário: Que o usuário esteja acessando a página. Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: 1. Acessar a página. 2. Clicar na aba "Empresa". Dados da empresa exibidos na página web. Caso de Uso CSU14: Visualizar Área de Abrangência Deve ser permitido ao usuário comum visualizar no mapa interativo a área de abrangência da empresa. Breve Descrição: Usuário Comum Ator Primário: Que o usuário esteja acessando a página. Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: 1. Acessar a página. 2. Clicar na aba "Início". 3. Marcar a opção de visualização da área de abrangência da empresa no mapa interativo. Área de abrangência exibida no mapa interativo. 61 O diagrama a seguir representa as funcionalidades específicas do Ator Usuário Administrativo: Figura 19 - Diagrama de casos de uso do Usuário Administrativo Caso de Uso CSU04: Breve Descrição: Ator Primário: Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: Caso de Uso CSU05: Breve Descrição: Ator Primário: Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: Cadastrar Dados da Empresa Deve ser permitido ao usuário administrativo cadastrar, alterar e consultar dados da empresa Usuário Administrativo Que o usuário esteja acessando o ambiente administrativo e esteja autenticado nele. 1. Clicar no menu "CADASTRO". 2. Selecionar a opção "Dados da empresa". 3. Preencher os dados. 4. Clicar em ‘Salvar. Fluxo Exceção – O sistema não valida campos não preenchidos a. O sistema apresenta uma mensagem de erro. Dados da empresa cadastrado ou atualizados no banco de dados. Cadastrar Rotas Deve ser permitido ao usuário administrativo cadastrar, alterar e consultar Rotas Usuário Administrativo Que o usuário esteja acessando o ambiente administrativo e esteja autenticado nele. 1. Clicar no menu "CADASTRO". 2. Selecionar a opção "Rotas". 3. Marcar os pontos que formarão a rota. 4. Informar o tipo de material coletado. 5. Informar os dias da coleta. 6. Clicar em ‘Salvar. Fluxo Exceção – O sistema não valida campos não preenchidos a. O sistema apresenta uma mensagem de erro. Rota cadastrada ou atualizada no banco de dados. 62 Caso de Uso CSU06: Breve Descrição: Ator Primário: Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: Cadastrar Área de Abrangência Deve ser permitido ao usuário administrativo cadastrar, alterar e consultar a área de abrangência da empresa. Usuário Administrativo Que o usuário esteja acessando o ambiente administrativo e esteja autenticado nele. 1. Clicar no menu "CADASTRO". 2. Selecionar a opção "Área de Abrangência". 3. Marcar os pontos que formarão a área. 4. Clicar em ‘Salvar. Área de Abrangência cadastrada ou atualizada no banco de dados. Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Cadastrar Usuários Deve ser permitido ao usuário administrativo cadastrar, alterar, excluir e consultar Usuários Usuário Administrativo Que o usuário esteja acessando o ambiente administrativo e esteja autenticado nele. 1. Clicar no menu "CADASTRO". 2. Selecionar a opção "Usuário". 3. Preencher o CPF, Nome, e-mail e telefone do usuário. 4. Clicar em ‘Salvar. Fluxo Exceção – O sistema não valida campos não preenchidos a. O sistema apresenta uma mensagem de erro. Pós-Condições: Fluxo Exceção – O sistema não aceita usuários já cadastrados a. O sistema apresenta uma mensagem de erro. Usuário cadastrado, atualizado ou excluído no banco de dados. Caso de Uso CSU07: Breve Descrição: Ator Primário: Pré-Condições: Caso de Uso CSU08: Breve Descrição: Ator Primário: Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: Cadastrar Pontos de Entrega Voluntária Deve ser permitido ao usuário administrativo cadastrar, alterar, excluir e consultar Pontos de entrega voluntária (PEV) Usuário Administrativo Que o usuário esteja acessando o ambiente administrativo e esteja autenticado nele. 1. Clicar no menu "CADASTRO". 2. Selecionar a opção "Pontos de Entrega Voluntária". 3. Marcar o ponto no mapa interativo. 4. Selecionar o tipo de material coletado. 5. Clicar em ‘Salvar. PEV cadastrado, atualizado ou excluído no banco de dados. 63 Caso de Uso CSU09: Breve Descrição: Ator Primário: Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: Caso de Uso CSU15: Breve Descrição: Ator Primário: Pré-Condições: Fluxo Principal: Fluxo Alternativo e Exceções: Pós-Condições: Cadastrar Notícias Deve ser permitido ao usuário administrativo cadastrar, alterar, excluir e consultar Notícias Usuário Administrativo Que o usuário esteja acessando o ambiente administrativo e esteja autenticado nele. 1. Clicar no menu "CADASTRO". 2. Selecionar a opção "Notícias". 3. Preencher os dados. 4. Clicar em ‘Salvar. Fluxo Exceção – O sistema não valida campos não preenchidos a. O sistema apresenta uma mensagem de erro. Notícia cadastrada, atualizada ou excluída no banco de dados. Cadastrar Logo da Empresa Deve ser permitido ao usuário administrativo cadastrar, alterar, excluir e consultar a logo da empresa. Usuário Administrativo Que o usuário esteja acessando o ambiente administrativo e esteja autenticado nele. 5. Clicar no menu "CADASTRO". 6. Selecionar a opção "Dados da Empresa". 7. Fazer o upload da imagem. 8. Clicar em ‘Salvar. Fluxo Exceção – O sistema não valida imagens com tamanho superior a 4Mb a. O sistema apresenta uma mensagem de erro. Logo cadastrada, atualizada ou excluída no banco de dados. 4.3.2 Modelagem do Banco de Dados A modelagem do banco de dados responsável por representar o ambiente observado, documentar e normalizar, fornecer processos de validação e observar processos de relacionamento entre objetos. Assim o modelo físico representado na Figura 20, representa o relacionamento entre as tabelas do banco de dados do projeto aqui apresentado. O modelo físico leva em consideração os limites impostos pelo Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) e pelos requisitos não funcionais dos programas que acessam os dados. 64 ENTIDADELOGO ENTIDADEENDERECO AREAATUACAO ENE_Tid ENL_Tid ARA_Tid ENL_ENT_TidEntidade ENL_MarcaGestao ARA_Latitude ARA_ENT_TidEntidade (FK) ARA_Longitude NTC_Tid ENT_Tid NTC_Assunto NTC_Resumo NTC_Texto NTC_Data NTC_ENT_TidEntidade (FK) NTC_Ativo ENT_CpfCnpj ENT_RazaoSocial ENT_NomeFantasia ENT_Telefone ENT_Slogan ENT_Email ENT_ENE_TidEndereco (FK) ENT_ENL_TidLogo (FK) ENT_EmailRemetente ENT_EmailRemetenteHost ENT_EmailRemetentePort ENT_EmailRemetenteSSL ENT_EmailRemetenteUser ENT_EmailRemetentePassword INTERESSADO INT_Tid INT_Nome INT_Email INT_DataCadastro INT_ENT_TidEntidade (FK) USU_Tid ENE_Logradouro ENE_Complemento ENE_NumeroPorta ENE_CEP ENE_Bairro ENE_Cidade ENE_UF ENE_URL ENE_Latitude ENE_Longitude ENE_ENT_TidEntidade ENTIDADE NOTICIA USUARIO USU_Nome USU_CPF USU_Email USU_Telefone USU_DataInclusao USU_Senha USU_Ativo USU_ENT_TidEntidade (FK) PONTOENTREGAVOLUNTARIA PEV_Tid PEV_Longitude PEV_Latitude PEV_ENT_TidEntidade (FK) PEV_MTC_TidMaterialColetado (FK) PONTOROTA POT_Tid MATERIALCOLETADO POT_Latitude POT_Longitude POT_ROT_TidRota (FK) MTC_Tid PONTOINTERESSE MTC_Nome MTC_Descricao ROTA POI_Tid ROT_Tid POI_Latitude POI_Longitude POI_INT_TidInteressado (FK) POI_MTC_TidMaterialColetado (FK) ROT_Horario ROT_Observacoes ROT_Identificador ROT_MTC_TidMaterialcoletado (FK) ROT_ENT_TidEntidade (FK) Figura 20 - Modelo lógico do banco de dados Frente aos dados necessários para as representações no mapa interativo e as características e funcionalidades da API de mapas escolhida, não foi necessária a utilização de um banco de dados geográficos. Na modelagem adotada, o uso de um banco de dados convencional supriu as necessidades pois os dados que são representados no mapa interativo necessitam basicamente de pontos de latitude e longitude que neste caso puderam ser armazenados em uma tabela de dados normal. A modelagem do banco de dados considerou o fato de possuir um banco de dados único onde várias empresas de coleta seletiva possam ser inseridas. Diante disso, a tabela ENTIDADE funciona como principal identificadora das demais tabelas, permitindo assim em um mesmo banco de dados existirem mais de uma empresa sem que haja conflito entre os dados. Nesta tabela são cadastradas as principais informações que representam a empresa como por exemplo o CPF/CNPJ, a Razão social e o Nome Fantasia. 65 Os dados de endereço da empresa são armazenados na tabela ENTIDADEENDERECO que é identificado na tabela ENTIDADE através de uma chave estrangeira do mesmo modo que a logo da empresa, que é armazenada na tabela ENTIDADELOGO e também se relaciona com a tabela ENTIDADE. A tabela ROTA armazena todas as rotas criadas pela empresa. Uma rota possuí uma identificação, os dias em que ela ocorre, uma observação e um conjunto de pontos onde estes são armazenados na tabela PONTOROTA. Cada ponto da rota é formado por uma posição latitudinal e uma posição longitudinal e o relacionamento de qual rota este ponto pertence. A área de abrangência, é gravada na tabela AREAATUACAO, possuí apenas pontos formados por latitude e longitude e o relacionamento com a ENTIDADE. Os pontos de interesse cadastrados pelos usuários são gravados na tabela PONTOINTERESSE e os dados deste usuário na tabela INTERESSADO. Os usuários administrativos, que a empresa cadastrar, são armazenados na tabela USUARIO e estes serão vinculados a tabela ENTIDADE. Desta maneira os usuários só podem acessar os dados da empresa (ENTIDADE) a qual estão vinculados. Finalizando, tem-se a tabela MATERIALCOLETADO que contém os tipos de material coletados (metal, plástico, vidro, papel, etc.). 4.3.3 Telas do sistema Inicialmente foi criada uma empresa fictícia chamada de Companhia de Reciclagem de Florianópolis para ser utilizada como empresa modelo para as telas do sistema. No ambiente Web Site tem-se uma tela base onde são exibidas as informações do cabeçalho, que são a logomarca, a razão social, o nome fantasia e o slogan da empresa, e o rodapé que mostrará a razão social da empresa como link, que direcionará para o site da empresa, e o telefone e assinatura do sistema GeoColeta. Além disso, existe a coluna de notícias fixada no canto direito da página. Esta página fica estática e somente o corpo é alterado. 66 Quando o usuário acessar o sistema ele será direcionado para a página "Início" (Figura 21). Nesta página está o mapa interativo. Abaixo do mapa interativo estão as opções de Geo Localização e de visualização das informações da coleta, como rotas, área de abrangência e PEV. Figura 21 - Ambiente Web Site - Página Inicial A opção de geo localização irá levar o usuário até o endereço que for digitado. Para utilizar este recurso o usuário precisa no mínimo digitar um endereço, como por exemplo, Av. Ivo Silveira e clicar em Buscar. A API irá utilizar o serviço de geocodificação onde o endereço digitado será transformado em coordenadas geográficas que serão utilizadas para posicionar o mapa no local desejado. O usuário também poderá complementar o endereço, colocando o número da casa, por exemplo, para ter um resultado mais preciso. Figura 22 - Mapa Iterativo do sistema GeoColeta 67 No mapa estão disponibilizados os Pontos de Entrega Voluntária (PEV). Este pontos são exibidos através de ícones, cada qual com as cores do material que referência. A Figura 23 mostra os ícones e a qual material cada um representa. Figura 23 - Ícones dos Pontos de Entrega Voluntária A legenda da Figura 23 pode ser visualizada na tela de ajuda do ponto de entrega voluntária. As rotas são exibidas através de um conjunto de pontos que formam uma sequência de retas, conforme Figura 24. Ao clicar na rota é exibido uma caixa com informações sobre o tipo de material coletado, o identificador da rota, os dias em que aquela coleta é realizada e se existir, alguma observação. Figura 24 - Rota e informações sobre o material e os dias coletados 68 É possível também visualizar a área de abrangência da empresa. Esta área é exibida no mapa através de um polígono, formado por pontos informados pela empresa, que estão sobrepostos no mapa. A Figura 25 representa a exibição da área de abrangência. Figura 25 - Demonstração da Área de abrangência Além disso, o mapa permite que qualquer usuário cadastre um ponto de interesse dentro da área de abrangência da empresa. Os pontos de interesse cadastrados servem de base para que a empresa crie novos PEV ou redefina sua rotas para atendê-los. Ao clicar em qualquer ponto do mapa (dentro da área de abrangência da empresa) é exibida uma área, conforme Figura 26, para que seja informado o nome, o e-mail e o material reciclável que o interessado dispõe, além de exibir o endereço do ponto clicado. Ao enviar a solicitação a informação do ponto cadastrado é enviada ao banco de dados da empresa. Figura 26 - Solicitação de Interesse na Coleta Seletiva 69 A Figura 27 demonstra a página da opção EMPRESA onde são exibidas informações sobre a empresa, como a história da empresa, por exemplo. Figura 27 - Ambiente Web Site - Página Empresa A página de contato, representada na Figura 28, possibilita aos interessados enviar um e-mail a empresa de coleta seletiva. Nesta tela o usuário preencherá o nome completo, o e-mail, telefone e a mensagem que deseja enviar a empresa. Figura 28 - Ambiente Web Site - Página Contato No ambiente específico da empresa, tratado como ambiente Administrativo, estão todos os cadastros necessários e as informações sobre os pontos de interesse enviados pelos voluntários. Este 70 ambiente está restrito apenas a usuários cadastrados e para acessá-lo será necessário informar o CPF e a senha. No ambiente Administrativo também há uma página base, onde o cabeçalho contém a logo e o nome do sistema GeoColeta e a informação ADMINISTRATIVO para identificar o ambiente. Quando o usuário se autenticar, aparecerá no canto superior direito o nome da empresa e abaixo o nome do usuário e a opção "Sair" para encerrar a sessão do sistema. No rodapé aparecem as informações do desenvolvedor e a assinatura do sistema GeoColeta. Ao acessar o ambiente administrativo o usuário é direcionado a página de login (Figura 29). Ao realizar a autenticação a opção de alterar a senha é liberada e a página é direcionada para a guia Cadastros. Figura 29 - Ambiente Administrativo - Página Login A página de Cadastro possibilita ao usuário administrativo cadastrar, alterar, excluir e consultar usuários e notícias e alterar os dados da empresa. A representação do menu de opções pode ser observada na Figura 30. 71 A estrutura de menus do ambiente administrativo é: Para as categorias (Cadastro, Mapa e Login) um menu horizontal de guias. Ao acessar uma guia é exibido um sub menu horizontal com as funções e para as funções pode existir um menu vertical de opções. Figura 30 - Ambiente Administrativo - Página Cadastro Para cadastrar um usuário basta que outro usuário já cadastrado acesse a guia Cadastro, nisso serão exibidas as opções dentre as quais esta Usuários. Ao colocar o mouse sobre esta opção um menu vertical será exibido e nela conterá a opção Inserir. A clicar nela será exibida a página para que sejam inseridos o CPF, nome, e-mail e telefone do novo usuário. Preenchido os dados basta clicar em Salvar para que o novo usuário seja habilitado. Figura 31 - Página de cadastro de usuários O cadastro de notícias, da mesma forma que o cadastro de usuários, esta contido na guia Cadastro e quando o usuário posiciona o mouse sobre a opção Notícias é exibido o menu vertical com as opções de manipulação das notícias onde a primeira opção é Inserir. Para inserir uma nova notícia o 72 usuário autenticado precisa informar o assunto, o resumo e o texto da notícia. É possível alterar a data de cadastro se assim desejar o usuário, caso contrário ela vem preenchida com data e hora atual. Figura 32 - Cadastro de notícias A página de Cadastro ainda permite que sejam alteradas as informações da empresa e o logotipo. Para alterar estes dados, basta que o usuário posicione o mouse sobre a opção Dados da Empresa e selecione a opção Alterar Dados para mudar os dados como Razão social, Nome Fantasia, CNPJ e dados referente ao endereço. Figura 33 - Página de alteração de dados da empresa A guia Mapa contém opções referente ao cadastro de dados no mapa interativo. Nela encontrase as opções Abrangência dos Serviços, Pontos de Entrega Voluntária, Rotas e Pontos de Interesse. 73 As páginas referentes ao mapa contam com botões de ajuda ao usuário. Este botões possuem o símbolo "?" e ao usuário clicar neles é exibida uma caixa de ajuda explicando o que seria a opção escolhida ou como cadastrá-la. A área de abrangência refere-se ao perímetro atendido pelos serviços da empresa. Os demais cadastros como PEV, rotas e pontos de interesse só podem ser cadastrados dentro desta área. Desta maneira, o cadastro da área de abrangência seria o primeiro e mais importante cadastro do mapa interativo. Para cadastra a área de abrangência o usuário irá clicar marcando pontos nos limites da abrangência dos serviços, conforme observado na Figura 34. Logo, os limites desta área serão os pontos informados pelo usuário. É possível ainda arrastar este pontos posicionando-os em outros locais. Figura 34 - Página de cadastro da área de abrangência 74 Os Pontos de Entrega Voluntária determinam locais de recolhimento oferecidos pela empresa de coleta seletiva. Para exibição destes pontos foram criados ícones de lixeiras, cada qual nas cores do material que as representa. Ressalta-se que a legenda destes materiais encontra-se na Figura 23. Figura 35 - Página de cadastro dos Pontos de Entrega Voluntária Para cadastrar um PEV basta que o usuário selecione o tipo de material coletado nele e clique no mapa no local onde ele esta estabelecido. Para excluir um PEV o usuário precisa apenas clicar com o botão direito sobre ele. As rotas expressam o trajeto realizado pelos veículos da empresa coletora. As rotas são diferenciadas por cores, cada qual representada pelo material coletado e estas cores são as mesmas representadas para as ícones dos PEV. Figura 36 - Página de cadastro de rotas 75 Cada rota possuí informações tais como identificador, dias da coleta, observações e o material coletado que podem ser visualizadas ao clicar sobre a rota. Para cadastrar uma rota é necessário informar o material coletado e o identificador e desenha-la no mapa. Para desenhar a rota basta que o usuário marque pontos no mapa. a cada novo ponto inserido a rota vai sendo desenhada e quando concluída basta clicar em Salvar rota para que ela seja salva. Além de visualizar as rotas no mapa, existe uma tabela, conforme Figura 37, com todas as rotas existentes, logo abaixo das opções de visualização. Através desta tabela o usuário poderá excluí-las ou consultar suas informações. Figura 37 - Tabela de rotas existentes Os pontos de interesse são cadastrados pelos interessados através do Web site e posteriormente são visualizados e analisados pela empresa. Estes pontos são representados por ícones de esferas cada qual diferenciado pela cor do material que o interessado selecionou ao realizar sua solicitação. Figura 38 - Página de visualização dos Pontos de Interesse 76 Cada Ponto de interesse possui informações sobre o interessado que podem ser visualizadas clicando-se sobre o ícone do ponto. A análise realizada pela empresa é feita de forma visual: dados os pontos exibidos no mapa, a empresa poderá notar concentrações de pontos e a partir disto tomar suas decisões. A exibição destes pontos de interesse também é possível nas páginas de cadastro de rotas e PEV de modo a facilitar o cadastro destes novos dados. 77 5 RESULTADOS O desenvolvimento deste projeto seguiu as etapas planejadas, e teve como resultado um sistema dividido em dois ambientes. O ambiente administrativo que possibilita a empresa cadastrar as informações pertinentes a coleta dos materiais, como rotas, informando os dias e o tipo de material coletado, os pontos de entrega voluntária, informando o tipo de material que cada ponto recolhe e a área de abrangência. O ambiente Web Site possibilita aos usuários visualizarem as informações da coleta seletiva cadastradas pela empresa e também cadastrar pontos de interesse. O sistema foi avaliado tomando como meta a corretude das funcionalidades programadas. A cada passo dado, o sistema era testado para verificar se as funcionalizadas estavam de acordo com o especificado, se estavam mostrando os dados realmente como foram cadastrados e principalmente, em relação ao mapa, se as informações cadastradas estavam sendo exibidas fielmente a suas localizações cadastradas. O mapa interativo foi desenvolvido utilizando ícones e cores vivas de modo que sua exibição atraia a atenção dos usuários. Ao término do desenvolvimento o sistema foi disponibilizado na internet de modo que as avaliações que venham a advir possam ser realizadas e também para testes de desempenho. O ambiente Web Site foi disponibilizado através da URL geocoleta.admsistemas.com.br e o ambiente Administrativo através da URL geocoleta-admin.admsistemas.com.br. Para avaliar a usabilidade do sistema, foram realizados testes com 43 pessoas, onde foram levantados primeiramente dados como sexo, idade, grau de instrução, se possui ou não computador em casa, o nível de conhecimento de informática o qual foi avaliado em 3 níveis: baixo, médio e avançado. Em relação ao sexo, das 43 pessoas pesquisadas: 11 pessoas do sexo Feminino; 31 pessoas do sexo Masculino Em relação a idade: 3 pessoas entre 15-20 anos; 12 pessoas entre 21-25 anos; 78 13 pessoas entre 26-30 anos; 4 pessoas entre 31-35 anos; 6 pessoas entre 36-40 anos; 5 pessoas acima dos 40 anos. Em relação ao grau de instrução: 16 pessoas com superior incompleto; 27 pessoas com superior completo Em relação ao conhecimento de informática: 1 pessoa considerou tem conhecimento baixo; 24 pessoas consideraram ter um conhecimento médio e 18 pessoas consideraram ter um conhecimento avançado; Em relação a possuírem ou não computador em casa, todos os pesquisados possuem. Para a avaliação destes usuários foram observados alguns itens em relação ao ambiente que era realizado os testes. O roteiro da avaliação pode ser visualizado no ANEXO D. Para o ambiente Web Site foram observados os seguintes pontos: Compreensão de como utilizar o ambiente; Compreensão de como utilizar a ferramenta (Mapa); Visualização das informações das rotas Cadastro de um ponto de interesse; Navegação entre as guias do site; e Leitura de notícias na coluna Novidades. Para o ambiente Administrativo, foram observados os seguintes pontos: Compreensão de como utilizar o ambiente; Navegação entre as guias do ambiente; Cadastro de um usuário; Cadastro de uma notícia; 79 Alteração de logotipo; Cadastro da área de abrangência; Cadastro de uma rota; Cadastro de um ponto de entrega voluntária; e Visualização dos pontos de interesse. Para início da avaliação cada usuário foi orientado sobre os itens que estariam sendo observados e que ao final da avaliação de cada item fosse assinalado o grau de dificuldade que eles encontraram e o tempo que levaram para realizar a avaliação. As opções de dificuldade eram Baixa, Média e Alta. Foi também orientado a cada participante que lesse a mensagem exibida ao acessar cada ambiente do sistema. Durante cada avaliação foi observada a utilização do sistema pelos participantes a fim de levantar pontos que pudessem ser melhorados ou ajustados de modo a melhorar e facilitar a utilização para os usuários. Ao final dos testes no ambiente Web Site foi coletado o formulário de avaliação do participante e analisado os itens avaliados, sendo estas informações representadas no gráfico da Figura 39. Figura 39 - Gráfico dos itens avaliados no ambiente Web site A dificuldade elevada na leitura de notícias deu-se devido ao texto não possuir formatação. Desta forma uma notícia muito extensa acaba ficando ruim de ler. Em média os usuário levaram 43 segundo para visualizar e ler algumas notícias. Para resolver o problema é necessário alterar o componente utilizado para exibir as notícias por um que permita a inserção da tag de texto formatado. Esta alteração não será possível neste 80 momento pois o componente é limitado e é necessária a criação de um novo componente para exibição das mesmas. Na navegação entre as guias do site, no cadastro de um ponto de interesse, na visualização das informações das rotas e na compreensão de como utilizar o ambiente não houve nenhuma dificuldade relatada pelos avaliadores. O tempo médio que levou-se para navegar entre as guias do site foi de 15 segundos. O tempo médio para a visualizar as informações das rotas, analisando-se os locais por onde elas passavam foi de 21 segundos. Para compreensão de como utilizar a ferramenta considerou-se o tempo em que o usuário interagiu com o mapa visualizando as informações, navegando e cadastrando pontos de interesse. Em média obteve-se 1 minuto e 26 segundos. Já a compreensão de como utilizar o ambiente considerou-se todo o tempo da avaliação onde registrou-se uma média de 3 minutos e 23 segundos. O cadastro de um ponto de interesse também não gerou nenhuma dificuldade. Oito participantes comentaram que tiveram uma dificuldade média pois para visualizar o endereço é necessário rolar a barra de rolagem, porém não se trata realmente de uma dificuldade. O ponto relatado porém se dá devido ao tamanho da janela exibida ser limitada pela própria API e neste caso não foi possível aumentá-la mais. Em média levou-se 38 segundo para cadastrar um ponto de interesse. Durante a avaliação do ambiente Web site foi levantado quantos participantes já haviam utilizado uma ferramenta de mapas na web. Dos 43 participantes, 25 já haviam utilizado e 18 nunca. Os dezoito participantes que nunca haviam utilizado uma ferramenta de mapa na web receberam uma ajuda básica de como utilizar a API de mapas, onde foram demonstrados aspectos simples como movimentação utilizando o clicar e arrastar e aproximação do zoom utilizando o botão scroll do mouse ou o recurso do touth pad dos notebooks. Prezando-se por uma avaliação de usabilidade com comparativos mais significantes foi comparado com o site da empresa COMCAP o tempo que o usuário levaria para conseguir uma informação sobre a coleta de lixo. A COMCAP não possui um sistema Web para a divulgação dos serviços da coleta seletiva. Alguns dados como bairros atendidos e horários são fornecidos através de um documento que pode ser baixado pelo site. 81 Para um usuário saber se seu bairro é atendido é necessário que ele baixe o arquivo disponibilizado e percorra o documento até encontrar, se existir, o seu bairro ou através da combinação de teclas CTRL + F, digite o nome do bairro. Em média os usuários levaram 1 minuto e 23 segundos para acessar o site, encontrar e acessar a área de coleta seletiva, baixar o arquivo e consultar o bairro. Em contrapartida, no sistema GeoColeta, utilizando o mecanismo de geolocalização o usuário leva em média 15 segundos para acessar o site, digitar o endereço e analisar no mapa interativo rotas e PEV próximos ao endereço digitado. O mecanismo de geolocalização ainda reconhece o endereço caso o usuário digite alguma letra errada. Através da opção COMCAP ambiental localizada no menu esquerdo do portal da COMCAP é possível localizar informações sobre um PEV. Nesta área existe um resumo sobre o ponto informando a localização e ainda um material em vídeo. Na apresentação da empresa é possível entender que a área de abrangência da empresa é a região da grande Florianópolis. Todos estes dados, porém estão separados e demandam de tempo e certa pesquisa para que sejam conhecidos. Em média, gastou-se 3 minutos e 31 segundos navegando no site da COMCAP em busca destas informações. Já no sistema GeoColeta, todos estes dados são concentrados e exibidos de forma dinâmica no mapa interativo. Desta maneira os usuários levaram em média 35 segundos para visualizar e analisar estes dados. Ainda mais especificamente, usuários entre 15 e 30 anos levaram em média 2 minutos e 40 segundos pesquisando estas informações no site da COMCAP. Usuários acima dos 31 anos, levaram em média 4 minutos e 23 segundos. No sistema GeoColeta, a média entre os usuários de 15 a 30 anos foi de 26 segundos e os usuários acima de 31 anos levaram em média 44 segundos. Finalizada a avaliação do ambiente Web Site iniciou-se a avaliação do ambiente Administrativo. Da mesma maneira que o ambiente anterior foi observada a utilização do sistema pelos participantes a fim de levantar pontos que pudessem ser melhorados ou ajustados de modo a melhorar e facilitar a utilização para os usuários. 82 Ao final dos testes no ambiente Administrativo foi coletado o formulário de avaliação do participante e observado os itens avaliados conforme apresentado no gráfico da Figura 40. Figura 40 - Gráfico dos itens avaliados no ambiente Administrativo Na avaliação do ambiente Administrativo houve uma pequena dificuldade na manipulação da ferramenta do mapa para os usuários que utilizaram o navegador Internet Explorer, pois a API da Google acaba não sendo estável como é quando se utiliza o navegador Google Chrome ou o FireFox. Porém nada que impedisse a utilização das funcionalidades do ambiente. Ocorreu certa dificuldade no cadastro de rotas devido a quantidade maior de informações que devem ser cadastradas, além da definição de todos os pontos que definem o trajeto que são marcados por vários clicks , que exigem maior atenção do usuário. Considerando uma rota com pelo menos 50 pontos, os usuários levaram em média 2 minutos e 53 segundos para acessar a página, preencher os dados, marcar os pontos e salvar a rota. Na alteração da logotipo a única dificuldade foi encontrar uma imagem que não excedesse os limites do upload. A funcionalidade limita que não sejam carregadas imagens com dimensões maiores que 120x80 pixels e que o formato seja JPEG (ou JPG). Os tempos desta atividade tiveram grande variação, para os usuários que já possuíam uma imagem apropriada o tempo médio foi de 25 segundos e para os usuários que precisaram encontrar uma imagem o tempo médio foi de 1 minuto e 28 segundos. 83 O cadastro da área de abrangência também necessita que sejam marcados vários pontos para que seja coberta uma área real e precisa da abrangência dos serviços. Considerando uma área com pelo menos 50 pontos os usuários levaram em média 2 minutos e 41 segundos. A visualização dos pontos de interesse não gerou nenhuma dificuldade, cada usuário acessava a página e visualizava os pontos cadastrados no mapa assim como as informações contidas em cada um. Foi registrado um tempo médio de 1 minuto e 10 segundos na analises e visualizações dos pontos de interesse; O cadastro de um PEV considerava que cada participante acessasse a página correspondente, localizasse um endereço através da geolocalização, selecionasse o tipo de material coletado e marcasse o ponto no mapa. O tempo médio registrado nesta avaliação foi de 34 segundos. Para cadastrar uma notícia foi orientado que o avaliador utilizasse notícias de qualquer site desejado e as transferisse para o sistema GeoColeta. Não houve nenhuma dificuldade registrada e o tempo médio para este cadastro foi de 1 minuto e 40 segundos. Utilizando seus dados pessoas cada avaliador se cadastrou no sistema. Feito o cadastro, cada usuário recebeu sua senha por e-mail e realizou uma autenticação no ambiente Administrativo. Foi registrado um tempo médio de 25 segundos apenas para o cadastro do usuário. A compreensão de como utilizar o ambiente, assim como no ambiente Web Site, considerou todo o tempo que o usuário levou para avaliar o site o que em médio resultou em 10 minutos e 51 segundos. Entre os usuários de 15 à 30 anos registrou-se uma em média 4 minutos e 40 segundos na avaliação do ambiente Administrativo. Já os usuários acima dos 31 anos, levaram em média 6 minutos e 11 segundos. Ao final da avaliação os participantes comentaram qual percepção tiveram com o uso da ferramenta, principalmente quanto as dificuldades, dúvidas ou sugestões. No geral não houveram dificuldades significativas relatadas por nenhum dos participantes. As janelas de ajuda sanaram as dúvidas durante a utilização e também não houve críticas ao sistema. Durante o mês de novembro entrou-se em contato com as empresas de coleta seletiva COMCAP, PROACTIVA e AMBIENTAL com a intenção de poder demonstrar e realizar testes do 84 sistema GeoColeta junto a profissionais da área. O contato ocorreu através de ligações telefônicas e emails. Nos contatos telefônicos foi explicado o motivo do contato, informando que se tratava de um trabalho de conclusão de curso e que para melhores resultados seria de grande valia a orientação e avaliação de profissionais que lidam com o processo da coleta seletiva. A empresa COMCAP orientou que fosse entrado em contato com a coordenadora da coleta seletiva, a qual foi referida como Flávia, através de e-mail. No mesmo instante foi elaborado um email explicando o motivo do contato e dando uma explicação sobre o projeto desenvolvido. Neste email também foi enviado as URL do sistema de modo que propiciasse uma noção inicial do que seria apresentado e concluiu-se o e-mail agradecendo a atenção e pedindo que fosse dada uma resposta tanto em caso positivo como em negativo a visita. A empresa PROACTIVA orientou que fosse entrado em contato com a técnica da coleta seletiva, a qual foi referida como Fernanda, através do e-mail. Seguindo o mesmo e-mail montado para a empresa COMCAP, foi explicado o motivo, a intenção da visita e pedido que houvesse um retorno. A empresa AMBIENTAL não identificou o responsável, mas solicitou que fosse enviado um email para o setor de atendimento que a responsável, a qual estava intercedendo no telefonema, iria repassar ao responsável da coleta seletiva. Novamente, seguindo o mesmo padrão de e-mail, foi enviado o e-mail para a atendente. Nos três casos não houve retorno dos e-mails enviados. Desta forma ficou-se impossibilitado de ser realizado o teste com profissionais da área de coleta seletiva. A aplicabilidade do sistema aqui desenvolvido necessitaria de um opinião profissional, assim como seria muito importante uma avaliação de usabilidade por parte de profissionais da coleta seletiva. Infelizmente, dado o motivo supracitado, não puderam ser realizados os testes e avaliações previsto para esta etapa do projeto. 85 6 CONCLUSÕES A proposta deste trabalho foi desenvolver uma ferramenta que auxilie na divulgação dos serviços oferecidos pelas empresas de coleta seletiva através de um mapa interativo. O sistema desenvolvido esta voltado ao nicho da coleta seletiva porém a ideia pode ser estendida a outras área que utilizem serviços de localização através de um mapa, como por exemplo, táxis, ônibus, redes de restaurantes, entre outros. Para o desenvolver a ferramenta foi inicialmente realizada a revisão bibliográfica sobre SIGs, apresentando os conceitos e definições envolvidos. Através desta revisão foram elucidados conceitos referente a estruturas de dados e formas de representação, assim como técnicas para aplicação de SIGs no sistema, alcançando assim o objetivo específico de analisar as principais características dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG). Através do levantamento das ferramentas de mapas forma levantadas quatro diferentes APIs existentes no mercado, nas quais foram levantadas suas principais características e funcionalidades relevantes ao desenvolvimento deste sistema. Com o estudo realizado pode-se então fazer uma comparação destas ferramentas de modo a decidir pela ferramenta que melhor se encaixaria no desenvolvimento do projeto e alcançando assim o objetivo específico de analisar as APIs disponíveis para desenvolvimento de SIGs. Além das ferramentas, pesquisou-se sobre trabalhos relacionados à coleta seletiva, onde foram selecionados dois projetos que buscavam o melhoramento das rotas para as empresas de coleta seletiva. Para estes projetos foi realizado uma análise onde descreveu-se os principais fatos descritos pelos autores. A análise proporcionou um entendimento sobre a forma de representação e organização dos dados assim como contribuiu com a forma de representação e construção de rotas. Os requisitos do sistema foram definidos levando em consideração cadastros simples de um sistema e o material disponibilizado pela empresa COMCAP em seu site. Através deste material foi possível definir que tipos de informações exibir no mapa interativo e desta forma colocá-los como requisitos funcionais do sistema. Baseado no conhecimento e experiência de uso, forma definidos os requisitos não funcionais, os quais buscou-se utilizar ferramentas da Microsoft para se obter uma melhor compatibilidade e performance do sistema como um todo. Desta forma foi possível alcançar o objetivo específico de definir os requisitos para elaboração do sistema Web. 86 Para a modelagem foi utilizada a linguagem UML para criar os casos de uso e o software ERwin para a modelagem do banco de dados. Seguindo esta modelagem o sistema foi desenvolvido utilizando para o desenvolvimento do sistema a linguagem C# na classes de entidades, negócio e Data Access Object (DAO) onde todos os requisitos, apoiados pelos casos de uso, foram transformados em funções para os usuários e para o banco de dados foi utilizado a linguagem SQL. Vale ressaltar que foi utilizado um banco de dados convencional em decorrência da API de mapas da Google possuir um grande conjunto de ferramentas possibilitando assim que os dados necessários para as visualizações criadas pudessem ser armazenados em tabelas de dados convencionais. Totalmente apoiado pela modelagem e juntamente com a criação das classes que compõe a parte do sistema não visível aos usuários, foram criadas as telas do sistema web as quais foram desenvolvidas utilizando linguagens como HTML, ASP.NET, JavaScript e CSS. Com a modelagem e o desenvolvimento do sistema proposto alcançou-se os objetivos específicos de modelar e desenvolver a ferramenta. A avaliação da ferramenta foi realizada com 28 pessoas distintas, onde cada participante utilizou todas as funcionalidades do sistema e principalmente da ferramenta mapa, cadastrando e visualizando as informações. Para realizar esta avaliação o sistema foi disponibilizado na internet através dos sites geocoleta.admsistemas.com.br, para o ambiente Web Site e geocoletaadmin.admsistemas.com.br, para o ambiente administrativo. A avaliação foi concluída através de um formulário de usabilidade onde os participantes marcaram o grau de dificuldade de utilização de cada item especificado. Tentou-se avaliar o sistema com profissionais da coleta seletiva entrando em contato com empresas como a COMCAP, PROACTIVA e AMBIENTAL, porém, infelizmente não houve um retorno de nenhuma das empresas e desta forma ficou-se impossibilitado de avaliar a aplicabilidade e usabilidade por estes profissionais. De forma geral o objetivo do trabalho foi desenvolver um sistema Web para auxiliar na identificação e roteamento de pontos de coleta seletiva de lixo, o qual foi alcançado e a seguir mostrase pontualmente as contribuições do trabalho. 87 6.1 CONTRIBUIÇÕES As principais contribuições deste trabalho foram: Ferramenta para as empresas de coleta seletiva exibirem de forma simples e dinâmica seus serviços. Ferramenta para permitir a interação entre usuários e empresa sobre o interesse na coleta seletiva. 6.2 TRABALHOS FUTUROS Ao longo do desenvolvimento deste trabalho e das avaliações realizadas, puderam ser identificadas algumas possibilidades de melhoria as quais incluem: Análise automatizada dos pontos de interesse: criar uma função que a partir dos pontos de interesse cadastrados seja verificado a incidência de interesses de mesmo tipo de material próximos e que isso seja indicado automaticamente a empresa de modo que esta precise apenas confirmar ou não a criação de um novo PEV, por exemplo. Acompanhamento via GPS dos veículos: atrelados a dispositivos de rastreamento via GPS é válida a criação de um mecanismo que faça o acompanhamento da frota de veículos das empresas de coleta seletiva e mostre em tempo real suas localizações. Roteirização dos veículos de coleta: criar uma funcionalidade que dada uma área seja criada uma rota, buscando sempre o melhor caminha, onde todas as ruas desta área sejam contempladas com o serviço da coleta seletiva. Controle de pontos inválidos: criar um tratamento que verifique os pontos informados pelos usuários para que sejam localizações válidas não permitindo cadastrar informações em oceanos, montanhas ou qualquer local inválido a prestação de serviços. 88 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, F. de. A cultura brasileira. Rio de Janeiro/Brasília: UFRJ/UNB, 1996. BALDISSARELLI, A. et al. Considerando mais o lixo [organização].2. Ed. Ver. E ampl. – Florianópolis: Copiart, 2009. BRENNAN, K.. A Guide to the Business Analysis Body of Knowledge (Babok Guide). Ontario: Iiba, 2009. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=CFHw8jSEWwkC&printsec=frontcover&hl=ptBR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 15 jun. 2013. BRINGHENTI, J. 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