Medicamentos Inibidores de Apetite

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Medicamentos Inibidores de Apetite
Rosana Bento Radominski
Doutora em Endocrinologia
Professora de Endocrinologia e Nutrição UFPR
dos Cursos de Graduação e Pós-graduação da UFPR
Colaboradora do Serviço de Endocrinologia e Metabologia da UFPR
Membro do Departamento de Obesidade da SBEM
Câmara dos Deputados
COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA
Projeto de lei 2431 de 2011
Autor: Deputado Felipe Bornier
Há várias maneiras de se olhar para a Obesidade...
Ou excesso de adiposidade
Excesso de gordura
“saudável”
 ↑peso
SEM
– Fatores de risco
metabólicos
– Fatores funcionais
– Doenças relacionadas à
obesidade
Obeso saudável é a exceção
não a regra
As complicações ocorrem
com o tempo, não são
imediatas
Obesity Drug Outcome Measures.
The George Washington University School of Public
Predisposição genética
Sedentarismo
Hábitos alimentares
Outros Fatores de risco
Obesidade
= DOENÇA
É o excesso de adiposidade corporal que causa efeitos
adversos à saúde (OMS,2000)
Complicações médicas da obesidade
Acidente vascular cerebral
Doença pulmonar
Hipertensão
intracraneana
catarata
doença coronariana
Pancreatite
Fígado gorduroso,
esteato-hepatite,
cirrose
Câncer de útero,
mama, cólon
esôfago, pâncreas,
rins e próstata
Cálculos biliares
diabetes
dislipidemia
hipertensão
Anormalidades
ginecológicas, ovários
policísticos, infertilidade,
impotência
Osteoartrose joelhos e
quadris
Lesões de pele
gota
Flebite, varizes, edema
Complicações médicas da obesidade
Acidente vascular cerebral
Doença pulmonar
Hipertensão
intracraneana
catarata
QUALIDADE DE
VIDA
doença coronariana
Pancreatite
Fígado gorduroso,
esteato-hepatite,
cirrose
Câncer de útero,
mama, cólon
esôfago, pâncreas,
rins e próstata
Cálculos biliares
diabetes
dislipidemia
hipertensão
Anormalidades
ginecológicas, ovários
policísticos, infertilidade,
impotência
Osteoartrose joelhos e
quadris
Lesões de pele
gota
Flebite, varizes, edema
Aumento está sendo mais
acelerado nas classes mais
baixas da população
• Custos da Obesidade - SUS
• Ministério da Saúde – 19/03/2013
– R$ 488 milhões com tratamento de doenças
associadas à obesidade
– 116 milhões com obesidade grave
MODIFICAÇÃO DO
ESTILO DE VIDA
ORIENTAÇÃO
ALIMENTAR
ATIVIDADE
FÍSICA
MUDANÇA
DE ATITUDES
Tratamento da Obesidade
Wadden, Int J Obes, 1989
MODIFICAÇÃO DO
ESTILO DE VIDA
ORIENTAÇÃO
ALIMENTAR
ATIVIDADE
FÍSICA
MUDANÇA
DE ATITUDES
Falha em mais de 70% das vezes
Wadden, Int J Obes, 1989
Intervalo terapêutico no tratamento da
obesidade
Dieta e
estilo de
vida
Banda
gástrica
Cirurgia
Bariátrica
Intervalo
terapêutico
0%
5%
10%
15%
Não efetivo para a
maioria
O que preenche a lacuna?
20%
25%
30%
35%
Tratamento da
Obesidade e da Síndrome Metabólica
MODIFICAÇÃO DO
ESTILO DE VIDA
REEDUCAÇÃO
ALIMENTAR
ATIVIDADE
FÍSICA
MUDANÇA DE
ATITUDE
MEDICAÇÕES
TRATAMENTO INTEGRADO = SUCESSO TERAPÊUTICO
Conduta em doenças crônicas
DOENÇA CRÔNICA
1ª. MEDIDA
2ª. MEDIDA
HAS
MUDANÇA DE ESTILO DE
VIDA
MEDICAÇÃO
DM2
MUDANÇA DE ESTILO DE
VIDA
MEDICAÇÃO
HIPERURICEMIA
MUDANÇA DE ESTILO DE
VIDA
MEDICAÇÃO
OBESIDADE
MUDANÇA DE ESTILO DE
VIDA
? (?)
Benefícios e Riscos de tratar a
obesidade com medicamentos
O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e
Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da
área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a
tomada de decisão do médico.
O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e
Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da
área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a
tomada de decisão do médico.
Sibutramina: eficácia
• Recomendação: A sibutramina é eficaz no
tratamento da obesidade, do sobrepeso (A) e
dos componentes da síndrome metabólica,
desde que haja perda de peso (A), e deve ser
utilizada em conjunto com aconselhamento
nutricional e incentivo à prática de atividade
física.
Sibutramina: segurança
• A sibutramina é
– Segura e bem tolerada (A).
– Desprovida de de potencial de abuso e
dependência (B).
– Desde que respeitadas as contraindicações já bem
estabelecidas . (A).
– Não há evidências de contraindicação da
sibutramina para diabéticos tipo 2 sem quadro
clínico de doença coronariana e/ou diabético tipo
2 sem doença cardiovascular (A).
Dietilpropiona, Femproporex e Mazindol
A dietilpropiona é eficaz no tratamento da obesidade(B) em conjunto com o
aconselhamento nutricional e o incentivo à prática de atividade física. A perda de peso
esteve associada à melhora dos fatores de risco cardiometabólicos e variou de 1,6 à
11,5 Kg em 6 meses(B). Na população brasileira, a perda de peso foi de 9,8% do peso
corporal(A).
No ensaio clínico que avaliou a eficácia do uso de femproporex no tratamento da
obesidade, demonstrou perda de peso estatisticamente significativo, em conjunto com o
aconselhamento nutricional e incentivo à prática de atividade física(B). Coorte
nacional demonstrou que a menor taxa de perda de peso/ano foi conseguida com uso de
femproporex em pacientes acima de 65 anos(B). A perda de peso com femproporex está
relacionada com melhora dos fatores de risco cardiometabólicos(B).
O mazindol é eficaz no tratamento da obesidade e do sobrepeso(B). Há controvérsias sobre
a redução dos fatores de risco cardiometabólicos, provavelmente dependentes da perda de
peso, pois há trabalhos que demonstram estes benefícios(B) e outros não encontraram
redução dos fatores de risco cardiometabólicos, porém o tempo de avaliação foi apenas 12
semanas(B).
Dietilpropiona, Femproporex e Mazindol
Recomendação: A dietilpropiona, o Femproporex e o
Mazindol são contra-indicados em pacientes com
hipertensão arterial não controlada e, não devem ser
recomendados, a pacientes com história de doença
cardiovascular, incluindo doença arterial coronariana,
acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva
e arritmias cardíacas (B). São contraindicados em
pacientes com distúrbios psiquiátricos e antecedentes de
adição, podendo nestes casos levar à dependência química
(D). Não existem estudos em gestantes ou lactantes.
75 países e territórios relatam o uso regular de
medicamentos de ação central - na maioria: fentermina,
femproporex, anfepramona e mazindol
International Narcotic Control Board
• Reconhece que:
– as substâncias de ação em sistema nervoso central
são indispensáveis para os propósitos médicos e
científicos
– a falta de disponibilidade destes medicamentos
pode privar os pacientes de seus direitos
fundamentais e da oportunidade de tratar sua
enfermidade
Remédios e colaterais
• Aspirina = sangramento gastrointestinal,
hipoglicemia
• Metformina = neuropatia, anemia, acidose
• Cortisona= HAS, DM, alterações psiquiátricas
• Glitazonas = Insuficiência cardíaca, osteoporose
• Antidepressivos = “n” (inclusive suicídio)
Órgãos de Vigilância
Benefícios x Riscos
para Saúde da população
International Narcotic Control Board
• Cabe aos governos:
– Estimular o treinamento adequado e o
monitoramento dos profissionais de saúde quanto
ao uso correto das medicações, as possibilidades
de abuso e desvios de prescrição
– Regular, monitorar e combater o uso inadequado
das medicações
– Encorajar o desenvolvimento e o uso de de
agentes terapêuticos mais seguros e eficazes para
substituir aqueles com perfis de segurança e
eficácia mais limitados.
• ANVISA RDC52
– Proíbe os
medicamentos
catecolaminérgicos
– Restringe a venda da
sibutramina:
•
•
•
•
IMC>30kg/m2
s/complicações
Por tempo restrito
Termo de
consentimento
• Cadastro na ANVISA
• Contraindica a sibutramina:
– Em sobrepeso (mesmo com
síndrome metabólica)
– Adolescentes
“drogas malditas”
Medicamentos com
orlistate
Ação central
Droga que diminue a
absorção intestinal
de gorduras
Drogas de ação catecolaminérgica
(anorexígenas)
Anfepramona (dietilpropiona)
Femproporex
Mazindol
Sibutramina
Off label:
•
•
•
•
•
Fluoxetina, sertralina
Bupropiona
Topiramato
Metformina
Análogos do GLP-1
• Sibutramina
– Aumento da venda: (antes de
2011)
• Queda da patente
• Redução do preço (medicação de
primeira linha)
– Redução da comercialização (após
outubro de2011)
•
•
•
•
Desistência dos laboratórios
Dificuldade na importação
Restrição da indicação
Uso de receituário B2 = “causa
dependência”
• Uso do termo de consentimento
• Medicações off label
– Aumento da prescrição
• Sem receituário
específico
• Automedicação
– Sem fiscalização
adequada
Benefícios x Riscos
para Saúde do paciente
Medicina Baseada em Evidência
Centrada no Paciente
• Ações regulatórias devem cuidar do paciente como um
todo e não serem centradas na droga
• Equidade: garantir o uso para todos os pacientes que
têm indicação, evitando o uso naqueles que não têm
• Diferenças entre obesos: perdas de 5% a 10% podem
ser suficientes para redução do IMC
• Hipertensão
1.
• Obesidade
1.
é doença não parece ser oficial
(Fator de risco) : se parar o
tratamento retorna
2.
Idem + DM, câncer, apnéia, insuficiência
hepática
É doença oficial: se parar tratamento
retorna
2.
Leva a complicações: insuficiência
renal, cardíaca, infarto, AVC, DAC
3.
Sem estigma para o paciente
4.
Projetos de tratamento são
custeados
•
Estilo de vida não é integral no
tratamento
•
Medicamentos custeados
Paciente se sente culpado pelo
insucesso
4. Projetos de tratamento:
 Estilo de vida é integral a qualquer
tratamento
 2 medicamentos disponíveis não
fornecidos
3.
• Medicamentos novos – virão a custos
altos
• Medicamentos suspensos
• Cirurgia bariátrica
 Controle intensivo
Até que novas formas de avaliação de risco
sejam disponíveis: quem deve pesar estas
opções é quem atende o doente
Custos do
tratamento
Órgãos de vigilância
B/R população
Custos de não
tratar
Custos
Riscos impostos
pela escolha do
tratamento
médicos
B/R paciente
paciente
B/R em termos
pessoais
Riscos para a saúde
e bem estar
impostos pela
obesidade
Benefícios da perda de peso:
Bem estar
Função
Morbidade
Mortalidade
• Governo (lições do tabagismo)
– Esclarecimento
– Prevenção
– Tratamento
• Treinamento (educação continuada )
• Ferramentas (programas comportamentais
nas unidades básicas e medicamentos?)
Governo Brasileiro – Ministério da
Saúde
• Plano de Ação para
Enfrentamento das
Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT)
• Programa Saúde nas
Escolas
• Academia da Saúde
• Núcleo de Apoio à
Saúde da Família
Lições para levar para casa….
• O uso ou a restrição de medicações não vai
influenciar o aumento da prevalência da
obesidade
– O planejamento do governo, sim
• O uso adequado da medicação antiobesidade
ajuda, sim, o obeso a melhorar sua doença.
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