FACULDADE TECSOMA Pré-projeto de Trabalho de Conclusão de Curso Juliete Dias Machado BENEFÍCIOS DA CINESIOTERAPIA NO TRATAMENTO DOMICILIAR DOS COMPROMETIMENTOS MOTORES E LIMITAÇÕES FUNCIONAIS AO PACIENTE IDOSO RESTRITO AO LEITO POR SEQUELA DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE): estudo de caso. Paracatu 2013 Juliete Dias Machado BENEFÍCIOS DA CINESIOTERAPIA NO TRATAMENTO DOMICILIAR DOS COMPROMETIMENTOS MOTORES E LIMITAÇÕES FUNCIONAIS AO PACIENTE IDOSO RESTRITO AO LEITO POR SEQUELA DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE): estudo de caso. Pré-projeto apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 1 do 7º período do curso de Fisioterapia da Faculdade Tecsoma. Profª.: M Sc. Cecília Nascimento Profª.: M Sc. Michelle Faria Lima Paracatu 2013 LISTA DE SIGLAS ADM – Amplitude de Movimento ATP – Adenosina Trifosfato AVC – Acidente Vascular Cerebral AVD´s – Atividades de Vida Diária AVE – Acidente Vascular Encefálico AVEh – Acidente Vascular Encefálico hemorrágico AVEi – Acidente Vascular Encefálico isquêmico PSF – Programa Saúde da Família SUS – Sistema Único de Saúde SUMÁRIO 1 TEMA ................................................................................................................................ 6 2 HIPÓTESE ........................................................................................................................ 6 3 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 7 4 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................. 9 5 OBJETIVOS ................................................................................................................... 10 5.1 Objetivo geral ............................................................................................................... 10 5.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 10 6 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 11 6.1 Fisioterapia na atenção básica de saúde ...................................................................... 11 6.2 Fisioterapia domiciliar ................................................................................................. 13 6.3 Biologia e teoria do envelhecimento ............................................................................ 14 6.4 Epidemiologia do envelhecimento ............................................................................... 15 6.5 Alterações fisiológias do envelhecimento ..................................................................... 16 6.6 Principais patologias que levam o idoso a ficar acamado ........................................... 17 6.6.1 Acidente vascular encefálico ...................................................................................... 18 6.6.2 Fisiopatologia do AVE ............................................................................................... 19 6.6.3 Categorias etiológicas ................................................................................................. 20 6.6.4 Epidemiologia do AVE ............................................................................................... 21 6.6.5 Diagnóstico................................................................................................................. 21 6.6.6 Fatores de risco .......................................................................................................... 22 6.6.7 Prevenção ................................................................................................................... 22 6.7 Comprometimentos motores ........................................................................................ 23 6.7.1 Alterações do tônus .................................................................................................... 24 6.7.2 Distúrbios de controle postural e equilíbrio................................................................ 24 6.7.3 Diminuição da flexibilidade ....................................................................................... 25 6.7.4 Diminuição da força muscular ................................................................................... 26 6.7.5 Descondicionamento .................................................................................................. 26 6.7.6 Limitações funcionais................................................................................................. 27 6.8 Cinesioterapia para pacientes acamados ..................................................................... 27 6.8.1 Posicionamento adequado .......................................................................................... 29 6.8.2 Mobilização articular ................................................................................................. 29 6.8.3 Técnica de alongamento ............................................................................................. 30 6.8.4 Fortalecimento muscular ........................................................................................... 31 6.8.5 Treino de marcha ....................................................................................................... 32 6.8.6 Exercícios para melhorar coordenação motora.......................................................... 33 6.8.7 Exercícios para melhorar o equilíbrio ........................................................................ 33 6.8.8 Treino funcional......................................................................................................... 34 7 METODOLOGIA ........................................................................................................... 36 7.1 Critérios de inclusão..................................................................................................... 36 7.2 Métodos ........................................................................................................................ 36 8 CRONOGRAMA ............................................................................................................ 38 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 39 ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ................. 47 ANEXO B – FICHA DE AVALIAÇÂO FISIOTERAPEUTICA .................................... 49 ANEXO C - ESCALA DE AVALIAÇÃO DE FUGL-MEYER EM PORTUGUÊS ....... 53 ANEXO D – ESCALA DE BARTHEL MODIFICADA .................................................. 57 ANEXO E – GUIA DO CUIDADOR DE PACIENTES ACAMADOS ........................... 62 6 1 TEMA Benefícios da cinesioterapia no tratamento domiciliar dos comprometimentos motores e limitações funcionais ao paciente idoso restrito ao leito por sequela de Acidente Vascular Encefálico (AVE): estudo de caso. 2 HIPÓTESE Se a cinesioterapia através dos exercícios passivos, ativos assistidos, ativos e resistidos são capazes de promover o movimento, corrigir alterações musculares, manter ou melhorar a amplitude de movimento (ADM) e força muscular, garantindo o desempenho adequado das funções, então haverá melhora nos comprometimentos motores e limitações funcionais de paciente idoso com sequela de AVE restrito ao leito. 7 3 INTRODUÇÃO O presente estudo propõe verificar os benefícios da cinesioterapia no tratamento domiciliar dos comprometimentos motores e limitações funcionais em um paciente idoso com sequela de AVE, restrito ao leito. O envelhecimento é um processo natural e inevitável do ser humano com o passar dos anos, fazendo com que ocorram modificações funcionais e estruturais, gerando diminuição de suas capacidades vitais, tornando o idoso mais propenso a doenças, especialmente as crônicodegenerativas (FECHINE; TROMPIERI, 2012). De acordo com Lianza (2007), o envelhecimento não é definido apenas pela idade cronológica, mas sim pelas condições físicas, funcionais, mentais e de saúde. O envelhecimento normal acarreta alterações graduais e progressivas, que tende a aparecer por volta da terceira década de vida, esse declínio funcional aumenta a prevalência de enfermidades agudas e crônicas podendo levar a incapacidades funcionais. De acordo com Lima-Costa e Veras (2003), o envelhecimento populacional representa um grande desafio para saúde pública. Inicialmente, este fenômeno era observado somente em países desenvolvidos, mas recentemente são nos países em desenvolvimento que o envelhecimento da população tem ocorrido de forma mais acentuada. No Brasil, o número de idosos, com idade maior ou igual a 60 anos, passou de 3 milhões em 1960, para 14 milhões em 2002. Em um período de 40 anos houve um aumento de 500% desta população. Considerando a continuidade destas tendências, estima-se que em 2020 o Brasil alcançará a faixa dos 32 milhões de idosos. Segundo Brasil (2009), esse aumento da população idosa se deve a diminuição das taxas de fecundidade, associada ao aumento nos índices de mortalidade precoce em jovens o que acaba gerando uma modificação na estrutura etária da população, ocasionando uma relativa diminuição da população mais jovem e um aumento proporcional da população idosa. Paralelo a essas modificações, as doenças próprias do envelhecimento ganham maior expressão para sociedade. Os resultados dessa dinâmica geram uma demanda crescente por serviços de saúde, resultando na escassez dos mesmos, tornando-se assim o maior desafio para a saúde pública atual. O idoso necessita de mais serviços de saúde, as internações hospitalares são mais frequentes e o tempo de ocupação do leito é maior quando comparado a outras faixas etárias. Geralmente, as doenças dos idosos são crônicas, múltiplas e persistem por mais tempo exigindo acompanhamento constante, medicação contínua, exames periódicos e cuidados permanentes (LIMA-COSTA; VERAS, 2003). 8 De acordo com Carvalho e Papaléo (2006), as doenças cerebrovasculares, principalmente o AVE, são responsáveis pela maior causa de incapacidades em idosos nos países ocidentais. O comprometimento neurológico pode levar a incapacidade aguda ou crônica, sendo a imobilidade a mais preocupante. Conforme Boechat e colaboradores (2012), a imobilidade pode gerar alterações no estado emocional do indivíduo independente da condição que o levou ao decúbito prolongado, acarretando problemas como ansiedade, apatia, depressão, instabilidade emocional, isolamento social além de causar enrijecimento da musculatura, fraqueza, osteoporose, alterações nas características morfológicas, bioquímicas e biomecânicas de vários componentes das articulações sinoviais, úlceras por decúbito, e descondicionamento cardiovascular. O idoso, após sofrer AVE e passar por um período de internação hospitalar, pode retornar ao seu domicílio na maioria das vezes com sequelas físicas e emocionais, que comprometem sua capacidade funcional, independência e autonomia, além de gerar efeitos sociais e econômicos que afetam sua qualidade de vida. Geralmente, quando ocorre um declínio funcional devido algum processo patológico, a família se torna responsável pela assistência e cuidados desse idoso (MARQUES; RODRIGUES; KUSUMOTA, 2006). O acompanhamento da fisioterapia domiciliar destes pacientes é de grande relevância e tem como objetivo minimizar o impacto causado pelas alterações da função sensório-motora deixadas pelo AVE, no sentido de promover maior independência funcional e melhorar a qualidade de vida desses pacientes (TELLES; GUSMÃO, 2012). 9 4 JUSTIFICATIVA A população idosa no Brasil vem crescendo de forma acelerada, uma das principais características do idoso está relacionada com a diminuição de suas funções fisiológicas com o avançar da idade, fazendo com que o mesmo se torne mais propenso às doenças crônicodegenerativas. O AVE é uma das principais causas de dependência na população idosa deixando sequelas que afetam o sistema sensitivo, cognitivo, alterações na fala e linguagem e especialmente o sistema motor responsável por grandes limitações funcionais e isolamento social. O atendimento domiciliar é de extrema importância ao trabalho do profissional fisioterapeuta, para identificação das limitações desses pacientes verificando suas atividades de vida diária (AVD´s) e a partir daí, elaborar o tratamento e orientações cabíveis a cada caso. A cinesioterapia, como técnica exclusiva da fisioterapia, apresenta baixo custo financeiro, capaz de garantir a promoção do movimento necessário para a manutenção da função, baseada em seus efeitos de manutenção da força, mobilidade, flexibilidade, relaxamento e coordenação motora, garantindo ao paciente acamado o restabelecimento de suas funções normais e melhora da qualidade de vida. 10 5 OBJETIVOS 5.1 Objetivo geral Verificar a eficácia da cinesioterapia no tratamento domiciliar dos comprometimentos motores e limitações funcionais, ao paciente idoso restrito ao leito por sequela de AVE. 5.2 Objetivos específicos Avaliar a força muscular do paciente idoso com sequela de AVE restrito ao leito. Avaliar os comprometimentos motores do paciente idoso com sequela de AVE restrito ao leito. Verificar as capacidades funcionais do paciente em questão. Prestar orientações ao paciente e/ou cuidador quanto aos cuidados a serem tomados. 11 6 REFERENCIAL TEÓRICO 6.1 Fisioterapia na atenção básica de saúde O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma forma de organização do sistema de saúde do país, baseado nos princípios da integralidade, universalidade e equidade. Tem como modelo a atenção integral à saúde, diferente do modelo de atenção à saúde anteriormente, que era centrado apenas na doença (SILVA; ROS, 2007). O programa saúde da família (PSF) foi criado em 1991, quando o ministério da saúde formulou o programa de agentes comunitários de saúde, como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, conforme os princípios do SUS. A busca de novos modelos de assistência é resultado de um momento histórico social, onde o modelo tecnicista/hospitalocêntrico não atende mais à emergência das mudanças do mundo moderno e às necessidades de saúde das pessoas. Neste sentido, o PSF se apresenta como uma nova maneira de atender a saúde, com sua atenção voltada à família e não somente o indivíduo doente, introduzindo nova visão no processo de intervenção em saúde na medida em que não espera a população adoecer, pois age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenção (ROSA; LABATE, 2005). Para Aveiro e colaboradores (2011), o fisioterapeuta possui amplas possibilidades de atuação, que ainda não são completamente exploradas, em relação a sua atuação no PSF, por dificuldades de definição do seu campo de trabalho. Suas ações ainda estão restritas a alguns municípios, principalmente no que diz respeito à prevenção de agravos e promoção da saúde. Segundo Silva e Ros (2007), historicamente, a atuação do fisioterapeuta é entendida como assistência no nível de atenção terciária; porém, sabe-se que quando inserido na atenção primária, pode ser de grande importância para as ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e educação em saúde. Recentemente, as mudanças e transformações no campo das políticas e práticas de saúde, com o avanço de organização e efetivação do SUS, tem levado a fisioterapia a se inserir gradativamente na atenção básica, ampliando seu campo de atuação para além da reabilitação, com enfoque também para a prevenção de doenças e promoção de saúde. Embora a inserção na assistência básica não se apresente ainda como uma realidade nacional (AVEIRO et al., 2011). 12 Para Véras e colaboradores (2004), a fisioterapia dentro do novo modelo de saúde necessita ser descentralizada para os níveis de atenção primária, secundária e terciária, dentro de uma rede hierarquizada e integrada. A atenção primária é entendida como uma forma de organização dos serviços de saúde como uma estratégia para integrar todos os aspectos desses serviços a partir de uma perspectiva da população. A atenção primária se difere da secundária e terciária por dedicarse aos problemas mais frequentes que se apresentam na fase inicial, atuando geralmente em unidades de saúde, consultórios comunitários e asilos (DUNCAN et al., 2004). A atenção secundária é formada por serviços especializados á nível ambulatorial e hospitalar, com densidade tecnológica intermediária entre a atenção primária e a terciária, historicamente interpretada como procedimentos de média complexidade. Esse nível compreende serviços médicos especializados, de apoio diagnóstico, terapêutico e atendimento de urgência e emergência (BRASIL, 2010 a). O nível terciário de prevenção é estabelecido quando o indivíduo passou pelos níveis anteriores e ficou com alguma sequela. Nesse caso, a fisioterapia atua minimizando e evitando uma possível limitação total depois de instaladas as alterações anatômicas e fisiológicas. O objetivo principal desse nível é recolocar o indivíduo afetado em uma posição útil na sociedade, na expectativa da máxima utilização de suas capacidades residuais (SOUZA, 2007). A fisioterapia na atenção terciária se concentra no controle de danos, seja buscando a cura de determinadas doenças que restringem a locomoção humana, seja reabilitando sequelados de patologias diversas ou desenvolvendo a capacidade residual funcional de indivíduos que tiveram lesões irreparáveis de determinadas funções, possibilitando e incentivando a atuação também no controle de fatores que potencialmente podem contribuir para o desenvolvimento da doença (BISPO JUNIOR, 2013). A fisioterapia na atenção terciária tem possibilidades de realizar atendimento fisioterapêutico individual na unidade ou domicílio, especialmente a pacientes acamados, por meio de cinesioterapia e estimulação cognitiva, podendo utilizar-se de técnicas específicas, orientações aos cuidadores quanto à prevenção de deformidades, e úlceras de decúbito (AVEIRO et al., 2011). 13 6.2 Fisioterapia domiciliar Para Henrique e Borges citado por Dias e Dias (2008), a visita domiciliar é uma modalidade da atenção domiciliar que ocorre no âmbito da atenção básica, fazendo parte do processo de trabalho das equipes de saúde da família destinado às pessoas com perdas funcionais e dependência para as AVD´s, como os idosos que geralmente possuem doenças crônico-degenerativas e perdas funcionais necessitando de adequação em seu domicílio. A visita domiciliar pode ser entendida como atendimento realizado por profissional e/ou equipe de saúde na residência do paciente, com o objetivo de avaliar as necessidades deste, de seus familiares e do ambiente onde vive, para estabelecer um plano assistencial voltado à recuperação e/ou reabilitação (FABRÍCIO, 2004). Novais e Brito (2011), constataram em seu estudo que a visita domiciliar é a ação mais importante a ser realizada na atenção primária devido ao baixo poder aquisitivo da comunidade na qual o serviço está inserido. Os usuários não têm condições suficientes para se deslocarem em busca de atendimento fisioterapêutico e, quando esse serviço vai até suas casas, há uma intervenção adequada quanto à patologia desse indivíduo, melhorando sua qualidade de vida e promovendo um alívio nas demandas da própria unidade de saúde da família que, em muitas circunstâncias, possui dificuldades em conseguir um transporte adequado para levar o usuário até um serviço de nível secundário ou terciário. O atendimento domiciliar deve ter uma abordagem familiar, não centrado apenas no indivíduo acometido por alguma doença, mas compartilhar a responsabilidade da intervenção com todos os membros, buscando soluções mais eficientes e próximas da realidade da família (VÉRAS et al., 2004). Segundo Fiedler e colaboradores (2007), após um evento patológico que deixará sequelas crônicas é necessário um acompanhamento fisioterapêutico para recuperar e/ou manter algumas funções importantes para melhor qualidade de vida. Visto que a qualidade de vida, muitas vezes está relacionada com a independência funcional, realização das AVD´s, bem-estar físico, psicológico e social, boa interação familiar/social e participação com o meio em que vive. Ao realizar o atendimento em domicílio a realidade de vida do paciente fica mais próxima, mais fácil de compreender e perceber as suas reais limitações para então realizar adaptações, através do conhecimento técnico, para melhoria de suas condições, melhorando a sua percepção de qualidade de vida. O fisioterapeuta como membro da equipe de saúde da família tem um papel significativo, na promoção a saúde e prevenção de doenças através de informações e orientações para 14 AVD´s, prevenção de deformidades, cuidados posturais, cuidados com sequelas após alterações musculoesqueléticas, neuromusculares e cardiopulmonares quando a doença já se encontra instalada e a reintegração social, conhecendo o contexto onde o indivíduo assistido vive (BRAGA; ROSA; NOGUEIRA, 2008). A proximidade do fisioterapeuta ao ambiente domiciliar proporciona, cuidados diretos no tratamento da doença, uma visão do contexto familiar, especificamente às barreiras ambientais e relacionais na prevenção de agravos à saúde do ser cuidado e da família. O fisioterapeuta conhece o ambiente em que vive o paciente, tornando mais fácil fazer o treino de AVD´s e instruí-lo quanto às suas limitações, de modo a proporcionar melhora na adaptação à realidade nesse momento de fragilidade da saúde (SILVA; DURÃES; AZOUBEL, 2011). O atendimento domiciliar garante acesso à fisioterapia para a população carente e que apresentam patologias crônicas (COSTA et al., 2009). Na maioria das vezes estes pacientes possuem dificuldade em deslocar-se de sua residência até a unidade de atendimento devido às suas limitações físicas, financeiras e dinâmica familiar, fazendo-se necessário o atendimento fisioterapêutico domiciliar, colocando o profissional em contato íntimo com o paciente e seus familiares. A assistência domiciliar aponta para a reestruturação e reorganização das práticas de saúde, deslocando seu olhar para o espaço-domicílio das famílias e comunidades nas quais as práticas estão enraizadas, assim, a família e seu contexto tornam-se alvos estratégicos de investigação para o programa de saúde da família (TRAD; BASTOS, apud BRAGA; ROSA; NOGUEIRA, 2008). 6.3 Biologia e teoria do envelhecimento O envelhecimento biológico refere-se às alterações associadas à idade que envolve estruturas físicas e o funcionamento do organismo. Este reduz a capacidade do organismo em manter a homeostase e, portanto, de sobreviver (GUCCIANE, 2002). Para Gomes citado por Fonseca e Rizzotto (2008), o envelhecimento pode ser definido como um processo de desgaste cumulativo, irreversível, universal e não patológico, que causa a deterioração do organismo, tornando-o progressivamente incapaz de cumprir com as funções fisiológicas básicas, levando o indivíduo à morte. O processo normal e fisiológico do envelhecimento não é considerado como incapacitante, entretanto a população idosa é mais propensa desenvolver doenças crônicas que 15 levam a disfunções e incapacidades causando um isolamento social que poderá agravar ainda mais a doença (LIANZA, 2007). O fenótipo do envelhecimento é representado por manifestações típicas como cabelos grisalhos, diminuição da massa corpórea magra pele enrugada entre outras. Apesar de o envelhecimento biológico ser um fenômeno universal, os mecanismos envolvidos em sua gênese até hoje não são bem esclarecidos (CARVALHO; PAPALÉO, 2006). Gucciane (2002), classifica as teorias do envelhecimento em várias formas, sendo comum a apresentação em dois grupos: teorias programadas e teorias estocásticas. As teorias programadas são baseadas na existência de relógios biológicos que regulam o crescimento, a maturidade, a senescência e a morte. Já as teorias estocásticas defendem a identificação de agravos que causam danos moleculares e celulares, aleatórios e progressivos. 6.4 Epidemiologia do envelhecimento Conforme Lebrão (2007), a população brasileira sofreu nas últimas cinco décadas transições decorrentes das mudanças nos níveis de mortalidade e fecundidade em ritmos acelerados fazendo com que ocorra um aumento da população idosa. No Brasil, o número de idosos, com idade maior ou igual a 60 anos, passou de 3 milhões em 1960, para 7 milhões em 1975 e 14 milhões em 2002. Através da análise desses dados observa-se em um período de 40 anos houve um aumento de 500% desta população. Considerando a continuidade destas tendências, estima-se que em 2020 o Brasil alcançará a faixa dos 32 milhões de idosos. Nunes e Portella (2003), destacam que o aumento da expectativa de vida se deve principalmente aos avanços científicos, melhorias na infra-estrutura sanitária, melhores condições sócio-econômicas e a redução na taxa de natalidade ocorrida. As mudanças no perfil demográfico trazem importantes repercussões sociais e econômicas para toda a população, especialmente para os idosos. Tais alterações demográficas são acompanhadas por mudanças no perfil epidemiológico, no qual se observa uma redução da incidência de doenças infecto-contagiosas e o aumento das doenças crônico-degenerativas próprias das faixas etárias mais avançadas (FONSECA; RIZZOTTO, 2008). 16 6.5 Alterações fisiológias do envelhecimento A maioria das alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento é resultado de uma perda gradual. Essas perdas são observadas no início da vida adulta, mas não são capazes de gerar repercussões funcionais significativas nos sistemas orgânicos até que seu declínio se torne intenso (GUCCIANE, 2002). De acordo com Lianza (2007), as principais alterações no processo de envelhecimento são: a) Função cardíaca: ocorre aumento de colágeno e degeneração das fibras musculares, espessamento e calcificação das valvas, enrijecimento da parede das artérias, diminuição da produção e condução dos estímulos e alterações bioquímicas relacionadas ao cálcio e a adenosina trifosfato (ATP); b) Função pulmonar: observa-se modificação nos mecanismos reguladores da respiração, diminuição da capacidade de expansão da caixa torácica, diminuição da complacência pulmonar, diminuição da resistência das paredes das vias aéreas intrapulmonares e dilatação dos bronquíolos, ductos e sacos alveolares; c) Função renal: vai haver diminuição do número de néfrons, espessamento da membrana basal, esclerose e hialinização dos glomérulos, aumento do tecido conjuntivo interticial e alterações tubulares; d) Função hepática: há diminuição do fluxo sanguíneo e diminuição da metabolização de substâncias; e) Sistema nervoso: ocorre atrofia do sistema nervoso central com diminuição dos neurotransmissores, diminuição da sensibilidade dos receptores e na velocidade de condução do estímulo nervoso; f) Sistema ósseo: vai haver diminuição da espessura do componente compacto do osso, perda de lâminas óssea com cavidades maiores entre as trabéculas, e diminuição do número de atividades dos osteócitos; g) Sistema articular: nota-se diminuição da espessura do disco intervertebral enrijecimento das articulações sinoviais com rachaduras e fendas na superfície; h) Sistema muscular: ocorre perda de massa muscular, substituição das fibras musculares por tecido conjuntivo e alteração na placa motora. 17 6.6 Principais patologias que levam o idoso a ficar acamado Boechat e colaboradores (2012), afirmam que a principal característica do idoso diz respeito com suas funções fisiológicas que diminuem após os 30 anos de idade, alcançando um acentuado desequilíbrio após os 60 anos, o decréscimo destas funções estão relacionados com o descondicionamento e o desuso, tornando o idoso mais susceptível a apresentar lesões patológicas crônicas não transmissíveis que resultam no declínio da capacidade funcional e dependência para suas AVD´s. Segundo Carvalho e Papaléo (2006), as próprias alterações fisiológicas por si só são capazes de contribuir para a perda da mobilidade. Essas alterações não são tão visíveis em situações basais, mas se tornam evidentes em situações de acúmulo, alterando a homeostase do organismo. A imobilidade pode ser provocada por inúmeras causas e estar presente em um único indivíduo. Conforme Boechat e colaboradores (2012), a imobilidade pode gerar alterações no estado emocional do indivíduo independente da condição que o levou ao decúbito prolongado, acarretando problemas como ansiedade, apatia, depressão, instabilidade emocional, isolamento social além de causar enrijecimento da musculatura, fraqueza, osteoporose, alterações nas características morfológicas, bioquímicas e biomecânicas de vários componentes das articulações sinoviais, úlceras por decúbito, e descondicionamento cardiovascular. Dentre as causas mais comuns de patologias que levam o idoso a imobilidade, pode-se citar o AVE como a principal causa. De acordo com O`Sullivan e Schmitz (2004), a incidência de AVE aumenta significadamente com a idade. Após os 55 anos essa incidência tende a duplicar a cada década. Em homens brancos com idade entre 65 e 74 anos sua incidência é de aproximadamente 14,4 mil, passando para 24,6 mil com idade entre 75 e 84 anos e nas pessoas com mais de 85 anos o numero aumenta para 27 mil casos. Geralmente após um AVE o indivíduo pode desenvolver certo grau de retorno motor e funcional, porém a maioria dos sobreviventes apresentam consequências crônicas complexas e heterogêneas, que causam dificuldades em seus domínios funcionais. Os domínios funcionais estão ligados à capacidade de realizar AVD, seja no aprendizado e aplicação de conhecimentos (atenção, pensamento, cálculos, resolução de problemas); na comunicação (linguagem falada, escrita); na mobilidade (manutenção da posição corporal, transferências, deambulação); no auto cuidado, vida doméstica, interação interpessoal e social (SCHEPER et al., apud ALMEIDA 2012). 18 Outras causas que leva o idoso a ficar acamado são as doenças neurológicas como a doença de Parkinson e neuropatias. As alterações musculoesqueléticas com destaque para a osteoartrose, as quedas, sequela de fraturas, osteoporose e amputações. Entre as causas cardiovasculares incluem insuficiência cardíaca, insuficiência coronária. As respiratórias como a doença pulmonar obstrutiva crônica. As alterações sensoriais como as deficiências visuais e auditivas. E as alterações psíquicas como depressão, demência e isolamento social (CARVALHO; PAPALÉO 2006). 6.6.1 Acidente vascular encefálico De acordo com Baldin (2009), o cérebro é uma estrutura altamente vascularizada. Inúmeras artérias se ramificam em seu interior para levar oxigênio e nutrientes para o seu funcionamento adequado, quando ocorre a obstrução dessas artérias haverá uma redução do fluxo sanguíneo e o território que deveria ser irrigado por ela entra em processo de anóxia e as células, principalmente os neurônios, morrem. Esses eventos caracterizam o acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi). Já o acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEh) acontece quando uma artéria se rompe e o sangue é extravasado dando origem a um hematoma, ou coágulo, que provoca sofrimento no tecido cerebral. O`Sullivan e Schmitz (2004), definem o termo AVE como surgimento agudo de uma disfunção neurológica decorrente de uma anormalidade na circulação cerebral resultando em sinais e sintomas que correspondem ao comprometimento de áreas focais do cérebro. Gagliardi (2010), explica que o termo derrame é um termo popular bastante conhecido, usado para referir à doença, porém não é preciso, uma vez que sugere um derramamento de sangue o que nem sempre ocorre. Poderia então ser empregado apenas para os casos de hemorragia cerebral, mas popularmente é utilizado para todas as formas da doença. Já o termo acidente vascular cerebral (AVC) também é usado para referir à doença, porém esse termo está sendo desencorajado uma vez que a lesão pode envolver qualquer estrutura encefálica e não apenas o cérebro (DELISA et al., 2002). Como mostra os autores há uma variedade de termos usados para se referir a mesma doença o que pode causar confusão e imprecisão quanto à sua caracterização o termo AVE parece ser o que melhor define a doença. Conforme O`Sullivan e Schmitz (2004), o AVE apresenta clinicamente uma série de déficits como alterações no nível de consciência e comprometimento nas funções do sentido, motricidade, cognição, percepção e linguagem. Para ser considerado como AVE, os déficits 19 neurológicos focais devem persistir por pelo menos 24 horas. Os déficits motores são caracterizados por apresentar paralisia (hemiplegia) ou fraqueza (hemiparesia), tipicamente no lado do corpo oposto ao local da lesão. A localização e a extensão da lesão irão determinar o prognóstico funcional e os sintomas comportamentais que o paciente irá apresentar. Tanto no AVEi quanto no AVEh ocorrem comprometimento do suprimento sanguíneo para regiões específicas do cérebro (COHEN, 2001). 6.6.2 Fisiopatologia do AVE De acordo com Fauci e colaboradores (2008), no AVEi a oclusão de um vaso intracraniano reduz o fluxo sanguíneo para a região cerebral que ela irriga. A falta de fluxo sanguíneo cerebral causa morte do tecido cerebral em 4 a 10 minutos. Se o fluxo sanguíneo for restaurado antes que ocorra morte celular significativa, o paciente pode apresentar apenas sintomas transitórios. A isquemia produz necrose ao não fornecer glicose aos neurônios, o que resulta em incapacidade das mitocôndrias em produzir ATP, sem ATP as bombas iônicas da membrana irá parar de funcionar fazendo com que os neurônios se despolarizem e que o cálcio intracelular se eleve induzindo a liberação de glutamato pelas terminações sinápticas que por sua vez aumentam o influxo neuronal de cálcio, então radicais livres são produzidos para degradação dos lipídios da membrana e disfunção mitocondrial. Essas destruições catalíticas das membranas danificam outras funções vitais das células. O edema cerebral isquêmico, causado por acúmulo de líquido, inicia-se após o trauma como resultado de necrose tissular e da ruptura das membranas celulares causada pelo movimento da água que sai do sangue e entra nos tecidos cerebrais. O inchaço tende a desaparecer gradualmente em aproximadamente 3 semanas. (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). AVCh ocorre devido a hemorragia subaracnóide, em geral resultante da ruptura de aneurismas saculares congênitos localizados nas artérias do polígono de Willis e a hemorragia intraparenquimatosa, cujo mecanismo causal básico é a degeneração hialina de artérias intraparenquimatosas cerebrais, tendo como principal patologia associada a hipertensão arterial sistêmica (RADANOVIC, 2000). 20 6.6.3 Categorias etiológicas O AVE é causado por dois mecanismos principais. Sendo eles o AVEh e o AVEi. Cohen (2001), explica que o AVEh ocorre como resultado do rompimento de algum vaso sanguíneo, devido a um aneurisma ou trauma, ou quando a pressão no vaso faz com que ele se rompa devido a hipertensão. A hemorragia faz com que ocorra um aumento das pressões intracranianas, lesionando os tecidos cerebrais e restringindo o fluxo sanguíneo distal. A hemorragia intracerebral é causada pela ruptura de um vaso cerebral com consequente sangramento para dentro do cérebro (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). A hemorragia cerebral ocorre com maior frequência em local de pequenas artérias penetrantes profundas, os mesmos vasos responsáveis por derrame lacunar, se sofrerem oclusão ao em vez de hemorragia, acredita-se que essas hemorragias ocorrem devido a microaneurismas que se desenvolve nesses vasos em pacientes hipertensos. Na hemorragia subaracnóidea, os aneurismas se desenvolvem a partir de pequenos defeitos na parede das artérias e levemente aumentam em tamanho eventualmente eles desenvolvem tendências a sangrar na fase adulta. Uma grave ruptura de um aneurisma pode ser percebida por cefaléia, pequenos sangramentos ou por lesões de nervos cranianos causados por compressão do aneurisma. A hemorragia subaracnóidea também pode ser causada por sangramento de malformações arteriovenosas as quais são um emaranhado de vasos dilatados encontrados na superfície do cérebro ou dentro do parênquima cerebral (DELISA et al., 2002). De acordo com Gambier; Masson e Dehen (1999), o AVEi ocorre devido a uma redução crítica do débito sanguíneo, devido à oclusão parcial ou total de uma artéria cerebral. Distingue-se em ataque isquêmico transitório caracterizado como um déficit neurológico devido à doença vascular geralmente focal cerebral ou retiniana de início súbito com regressão em até 24 horas (CARVALHO; PAPALÉO, 2006). E em AVEi durável que corresponde a constituição de um infarto cerebral propriamente dito (GAMBIER; MASSON; DEHEN, 1999). A escassez do fluxo sanguíneo cerebral priva o cérebro de glicose e oxigênio, prejudicando o metabolismo celular levando a lesão e morte de tecidos. O termo trombose cerebral refere-se à formação de um coagulo sanguíneo ou trombo dentro das artérias cerebrais ou de suas ramificações, esses trombos levam a isquemia resultando no infarto cerebral aterotrombótico. Os trombos também podem se deslocar para um ponto mais distal na forma de um êmbolo intra-arterial. Esses êmbolos chamados de êmbolos cerebrais são 21 liberados na corrente sanguínea e vão para as artérias cerebrais e se alojam em um vaso provocando a oclusão e o infarto (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). 6.6.4 Epidemiologia do AVE De acordo com Abramczuk e Villela (2009), a cada ano são registrados aproximadamente 90 mil óbitos por doenças cerebrovasculares no Brasil. O SUS registrou no ano de 2008 cerca de 200 mil internações por AVE, o que gera um gasto de aproximadamente R$ 270 milhões para os cofres públicos. Desse total, 33 mil casos evoluíram para óbito. O AVE é uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos. Corresponde a terceira causa de morte nos Estados Unidos. Quando comparado com a idade sua incidência é maior em mulheres acima de 85 anos, enquanto que nas pessoas mais jovens sua incidência se torna maior nos homens. O risco relativo homem/mulher de sofrer uma AVE é de 1,25 (para idades entre os 55-64 anos), 1,5 (para idades entre os 65-74anos), 1,07 (para idades entre os 75-84 anos) e 0,76 (para idades superiores a 85 anos). Aproximadamente 3/4 de todos os casos de AVE ocorrem em pessoas com idade superior a 65 anos. Após os 55 anos de idade, o risco de sofrer um AVE mais do que duplica a cada década (PIASSAROLI et al., 2011). Para Makiyama e colaboradores (2004), a prevalência de AVE é considerada alta, apesar da taxa de sobrevida ser elevada, aproximadamente 90% dos sobreviventes desenvolve algum tipo de deficiência, o que o torna uma das principais causas de incapacidade em adultos. 6.6.5 Diagnóstico O diagnóstico preciso e precoce do AVE é de suma importância, visto que o AVE é considerado uma grande emergência médica. É fundamental que o médico tenha absoluta segurança diagnóstica para que possa iniciar o tratamento correto o mais rápido possível. (GAGLIARDI, 2004). Segundo Carvalho e Papaléo (2006), alguns distúrbios neurológicos podem camuflar um episódio de AVE, especialmente nos idosos, como o caso das alterações metabólicas, a hipoglicemia, hiperglicemia, hipóxia, e principalmente infecções sistêmicas, estas são capazes de causar alterações neurológicas focais similares ao AVE. Por isso, é de extrema importância os diagnósticos diferencias, se considerados as consequências de submeter um paciente erroneamente a potencias riscos de um tratamento para fase aguda (como a administração de 22 trombolíticos ou anticoagulantes), sendo assim é recomendado a realização de exames complementares para a exclusão de outros diagnósticos. O diagnóstico diferencial é feito através da realização de exames por imagem de ressonância magnética, este é capaz de mostrar modificações após poucas horas da lesão, no entanto a tomografia computadorizada geralmente é realizada antes por ser um exame mais barato e por revelar as lesões estruturais aos quais podem necessitar intervenção cirúrgica (DELISA et al., 2002). 6.6.6 Fatores de risco Para Baldin (2009), os fatores de risco referem a qualquer circunstância que possa facilitar a ocorrência de determinada doença. A maioria dos fatores de risco estão associados a estilos de vida e comportamentos que se modificam ao longo do tempo. Segundo Diz (2012), a classificação mais tradicional os divide em modificáveis e não modificáveis, levando em conta o fato de poderem ou não ser alvo de intervenção.. Os fatores de risco modificáveis são aqueles que podem ser minimizados ou eliminados, e não modificáveis quando não é possível intervir ou diminuir seu impacto (CARVALHO; PAPALÉO, 2006). Em seu estudo Baldin (2009), descreve a hipertensão arterial, doença cardíaca, colesterol, diabetes mellitus, tabagismo, obesidade, má alimentação, uso excessivo de bebidas alcoólicas, história de doença vascular anterior e o sedentarismo como os principais fatores de risco modificáveis para o AVE. De acordo com Castro e colaboradores (2009), os fatores de risco não modificáveis incluem a idade onde se observa aumento da incidência por volta dos 60 anos e dobra a cada década, a hereditariedade, o sexo e a etnia, sendo que o sexo masculino e a etnia negra apresentam maior incidência de AVE. 6.6.7 Prevenção A prevenção adequada é baseada na eliminação dos fatores de risco modificáveis e real controle dos fatores predisponentes. Várias diretrizes podem ser usadas na tentativa de se prevenir a doença. Deve-se dar atenção ao controle da pressão arterial e do colesterol. O tabagismo também deve ser eliminado. A prevenção e o tratamento do excesso de peso, da síndrome metabólica e do diabetes mellitus, através da alimentação adequada e exercício 23 físico, possui papel importante. Sem dúvida, a prevenção da aterosclerose passa por um processo de educação de médicos e de pacientes que vai além da atividade física, alimentação saudável, absenteísmo do fumo e combate ao excesso de peso deve ser ensinado na escola como estratégia preventiva de saúde pública (SANTOS FILHO; MARTINEZ, 2002). Segundo Silva (2004), a avaliação do risco de doença cardiovascular deve começar aos 20 anos de idade levando em conta a história familiar, o uso de tabaco, o consumo de álcool e a atividade física devem ser avaliadas em todas as consultas de rotina. A pressão arterial, o índice de massa corporal e o pulso devem ser registrados pelo menos de 2/2 anos. O`Sullivan e Schmitz (2004), destacam que a prevenção também depende de uma conscientização popular quanto aos sinais precoces da doença como dores de cabeça súbita e forte com causa desconhecida, fraqueza ou entorpecimento súbito de um lado do corpo, perda de visão ou embaçamento súbito especialmente em um olho só, tonturas, instabilidades ou quedas não explicáveis que ocorram junto a qualquer dos sintomas acima. O reconhecimento precoce desses sinais reside em iniciar imediatamente o tratamento de emergência. 6.7 Comprometimentos motores De acordo com Marcato (2005), as sequelas dependem da localização, do tamanho da lesão e da quantidade de fluxo sanguíneo colateral. Os comprometimentos motores mais comuns são a hemiplegia e a hemiparesia, correspondente à alteração motora caracterizada por perda total ou parcial do movimento no hemicorpo contralateral à lesão. Também pode ser acompanhada por alterações sensitivas, cognitivas, visuais, perceptivas e da linguagem. Tanto na hemiplegia como na hemiparesia ocorrem fenômenos semelhantes como alterações de tônus, reações associadas, perda das reações de equilíbrio, endireitamento e proteção e perda de movimento seletivo. Estes comprometimentos levam à incapacidade ou dificuldade de executar tarefas da vida diária, além de interromper outras atividades que eram realizadas antes à lesão. Para Davies citado por Carvalho e colaboradores (2007), a deficiência motora mais comum após um evento de AVE resulta em uma sequela conhecida como hemiplegia, esta se refere ao estado físico caracterizado por paralisia do hemicorpo, contralateral a lesão cerebral levando à incapacidade ou dificuldade para realizar diversas AVD´s. Segundo O`Sullivan e Schmitz (2004), a hemiparesia é caracterizada como fraqueza motora ou paralisia parcial que afeta uma das metades do corpo. 24 6.7.1 Alterações do tônus A hipotonia ou flacidez frequentemente está presente imediatamente após o AVE, sua duração é breve e raramente, persiste indefinidamente podendo persistir apenas em um pequeno número de pacientes com lesões restritas no córtex motor primário ou cerebelo (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). A espasticidade prevalece em cerca de 90% dos casos e desencadeia uma resistência aumentada à mobilização passiva, que impossibilita a movimentação ativa, e dificulta a atividade motora voluntária com déficit na ADM e força muscular (FLANSBJE apud SANTOS et al., 2011). Para Krueger-Beck, Nogueira-Neto e Nohama (2010), a espasticidade é definida como um distúrbio neurológico proveniente da lesão do neurônio motor superior decorrente de patologias como AVE e da desorganização dos circuitos neurais da medula espinhal, que acarreta alterações sensório-motoras de graduações variadas. A espasticidade resulta em manifestações físicas como dores, movimentos involuntários, posturas anormais, deficiências de marcha e resistência aumentada ao movimento. Essas manifestações podem levar a problemas secundários, como alteração do comprimento muscular, culminando com o desenvolvimento de contraturas que podem ser reversíveis com tratamento conservador ou até mesmo deformidades musculares, irreversíveis ao tratamento conservadora sendo necessária intervenção cirúrgica (RICHARDSON apud NUNES, 2004). Segundo Nunes (2004), poderá ocorrer também um desequilíbrio articular devido à sobreposição da musculatura antagonista sobre a agonista, isso porque a presença de espasticidade na musculatura antagonista limita a força produzida pela musculatura agonista durante a realização do movimento voluntário. Com o passar do tempo, ocorrerá um enfraquecimento por desuso da musculatura agonista, levando a um ciclo vicioso que pode resultar em deformidade articular. 6.7.2 Distúrbios de controle postural e equilíbrio O AVE frequentemente ocasiona alterações de equilíbrio decorrentes de lesões no sistema nervoso central que afetam os aspectos motores, sensoriais e de integração do controle do movimento (TELLES; GUSMÃO, 2012). 25 Segundo O`Sullivan e Schmitz (2004), os pacientes com AVE tipicamente apresentam assimetria na qual maior parte do peso nos movimentos de sentar e levantar é transferida para o lado não parético. Apresentam maior balanço postural ao ficar em pé, fato característico em idosos em geral. Os atrasos no início da atividade motora e a anormalidade na sincronia e no sequenciamento da atividade motora e co-contração anormal resultam na desorganização dos sinergismos posturais. 6.7.3 Diminuição da flexibilidade A flexibilidade é definida como a habilidade para mover uma articulação através de uma ADM livre de dor e sem restrições, dependente da extensibilidade dos músculos, que permite que estes cruzem uma articulação para relaxar, alongar e conter uma força de alongamento (KISNER; COLBY, 2005). Conforme Dantas e colaboradores (2002), algumas evidências sugerem que mudanças biológicas como o enrijecimento dos tendões, modificações nas cápsulas articulares ou no músculo são responsáveis pelo declínio da flexibilidade, relacionado com a idade. Com o passar dos anos, o colágeno tende a aumentar sua solubilidade, tornando-se mais espesso, não havendo o acréscimo em conteúdo, no músculo, levando a uma diminuição na amplitude do movimento. A imobilização ou a falta de atividade como ocorre no AVE intensifica a rotatividade do colágeno e deposição nos ligamentos, reduzindo a fibra muscular ou a massa muscular, resultando na diminuição da flexibilidade. De acordo com O`Sullivan e Schmitz (2004), a falta de movimento voluntário reduz a ADM, causa contratura, deformidade e atrofia muscular por desuso, à medida que as contraturas evoluem surgem o edema e dor restringindo ainda mais as tentativas de movimento. Em casos de AVE nos membros superiores são comuns as contraturas dos flexores e cotovelo, flexores de punho e dedo e pronadores do antebraço, nos membros inferiores nota-se contraturas nos flexores plantares. Em um estudo realizado por Cacho, Melo e Oliveira (2004), em 10 indivíduos hemiplégicos e hemiparéticos verificou-se limitação da amplitude articular em 30% dos indivíduos, por condições dolorosas. A dor e a limitação da amplitude articular de movimento foram observadas principalmente em flexão, rotação externa e abdução do ombro, seguida da extensão de punho e dedos. Nas extremidades inferiores nenhum dos pacientes referiram dor a movimentação passiva. 26 6.7.4 Diminuição da força muscular Segundo Delisa e colaboradores (2002), o período de imobilidade causa redução progressiva da força, do tamanho e da resistência à fadiga do músculo, Junto com percepção de fraqueza associado ao descondicionamento cardiovascular. Com o repouso completo, o músculo perde de 10 a 15% de sua força por semana, ou cerca de 1 a 3% por dia, um paciente em repouso total no leito por 3 a 5 semanas pode perder metade de sua força muscular. Este tipo de fraqueza muscular também esta associada a uma redução no tamanho do músculo e alterações histológicas definitivas. Segundo Carvalho e Papaléo (2006), a redução da massa e força muscular é uma das consequências mais importantes da imobilidade. A musculatura dos membros inferiores tende a perder força em velocidade duas vezes maior que os membros superiores, provavelmente devido a combinação de fatores como: os músculos dos membros inferiores tem atuação antigravitacional mais significativa, geralmente são mais condicionados, maiores e além disso a imobilidade resulta em menor atividade dos membros inferiores do que os superiores. Os músculos mais afetados pela imobilização são o quadríceps, glúteo, sóleo, gastrocnêmio e eretores espinhais. Há diminuição do diâmetro e comprimento das fibras musculares, com hipotrofia e encurtamento dos músculos. Estas alterações são chamadas de atrofia por desuso. 6.7.5 Descondicionamento De acordo com Ovando e colaboradores (2011), o descondicionamento físico pode ser considerado um fator secundário ao AVE que limita a realização das habilidades locomotoras necessárias para a reabilitação do paciente no seu ambiente. Segundo Pellegrini e colaboradores (2009), o sedentarismo, presente na maioria das vezes após o quadro de AVE, pode levar a redução da capacidade física, dos volumes e capacidades pulmonares e a hipotrofia músculoesquelética. As alterações nos sistemas cardiorrespiratório próprias da idade como a redução do debito cardíaco, queda na captação máxima de oxigênio, diminuição da capacidade respiratória bem como alterações no sistema musculoesquelético como a diminuição da massa muscular, da força e massa corporal magra podem afetar a tolerância ao exercício (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). 27 6.7.6 Limitações funcionais O AVE pode levar a limitações significativas no desempenho funcional, com consequências negativas nas relações pessoais, familiares, sociais e principalmente na qualidade de vida do paciente. O dano funcional se caracteriza pelo grau de incapacidade para realizar determinadas atividades devido a um comprometimento neurológico (TERRONI et al., 2003). Para Caldas (2003), a dependência funcional se traduz por uma necessidade de ajuda para a realização de atos básicos da vida. Por outro lado, a dependência não é um estado permanente e sim processo dinâmico cuja sua evolução pode ser modificada, ou até mesmo prevenida se houver assistência adequada. Delisa e colaboradores (2002), relatam que a idade pode estar associada com as limitações funcionais após AVE, isto porque o idoso por si só apresenta limitações funcionais fisiológicas antes da doença. A maioria dos pacientes que sobrevivem ao AVE, irão apresentar deficiência neurológica significativa que afeta a capacidade de realizar AVD como tomar banho, transferir-se, vestir-se, alimentar-se, pentear-se. Entretanto, muitos pacientes demonstram melhoras funcionais à medida que a recuperação ocorre, na maioria dos casos a evolução é notada nos seis primeiros meses, apesar de alguns casos apresentarem melhoras contínuas até doze meses após a lesão. 6.8 Cinesioterapia para pacientes acamados A reabilitação destes pacientes tem como objetivo minimizar o impacto causado pela imobilidade, com o intuito de promover maior independência funcional e melhorar a qualidade de vida desses pacientes (TELLES; GUSMÃO, 2012). Segundo Boaventura (2009), a reabilitação de um paciente acamado após um quadro de AVE significa ajudar o paciente a usar toda sua capacidade, a reassumir sua vida anterior, adaptando-se à sua situação atual. Essa reabilitação consiste na aplicação de um programa planejado, através do qual a pessoa, mantém ou progride para o maior grau de independência. Brunnström citado por Segura (2005), divide o processo de recuperação motora em 6 fases, incluindo as descrições de uma sequência estereotipada de eventos relacionados com o controle de movimento, assim como a influência do tônus e da atividade reflexa sobre os padrões sinérgicos anormais. 28 a) No primeiro estágio: o paciente tem dificuldade para iniciar o movimento devido à flacidez e severo comprometimento nos padrões de movimento; b) No segundo estágio: à medida que surge a recuperação os sinergismos básicos do membro ou algum de seus componentes podem surgir como reações associadas ou então pode haver respostas de movimento voluntário mínimo, nesse ponto a espasticidade começa a se desenvolver; c) No terceiro estágio: a espasticidade é aumentada podendo se tornar grave ocorre melhora o controle voluntário, mas sem atingir todos os componentes do padrão de movimento, sendo nesta fase evidente o predomínio da sinergia flexora no membro superior (retração da escápula, adução e rotação interna do ombro, flexão do cotovelo, pronação de antebraço, flexão do punho e dedos e flexão com adução do polegar) e da sinergia extensora no membro inferior (extensão, adução e rotação interna de quadril, extensão do joelho, plantiflexão e inversão do tornozelo com flexão plantar dos dedos); d) No quarto estágio: a espasticidade diminui e melhora a execução e reversão de alguns movimentos antagonistas às sinergias anormais; e) No quinto estágio: o paciente apresenta combinações mais difíceis de movimentos à medida que os sinergismos básicos do membro perdem o domínio sobre os atos motores; f) No sexto estágio: pode haver o desaparecimento da espasticidade tornando os movimentos de articulações individuais aproximando a coordenação normal. A partir desse ponto ocorre a recuperação da função motora normal, entretanto nem todos chegam a esse estágio já que o processo de recuperação pode estacionar em qualquer estágio. A cinesioterapia pode ser definida como o treinamento sistemático e planejamento de movimentos corporais, posturas ou atividades físicas com a intenção de proporcionar ao paciente meios de tratar ou prevenir comprometimentos motores, melhorar ou aumentar a função física, reduzir fatores de risco relacionados à saúde, e otimizar o estado de saúde geral e sensação de bem estar. As técnicas de cinesioterapia devem ser escolhidas com base nas limitações funcionais ou incapacidade individual do paciente (KISNER; COLBY, 2005). A cinesioterapia ou exercícios físicos terapêuticos podem ser realizados através da movimentação passiva, ativa assistida, ativa e ativa resistida. As formas ativas ocorrem através de contração muscular isométrica, isotônica concêntrica e excêntrica (PIASSAROLI et al., 2011). A realização da cinesioterapia para pacientes com sequelas motoras após AVE é essencial para a recuperação funcional, nesta fase os exercícios terapêuticos visam 29 manutenção da integridade e mobilidade articular, melhora da consciência em relação ao lado hemiplégico e da função motora, melhora do controle de tronco e equilíbrio aumento da força, aumento da independência funcional, melhora da coordenação motora e aumento da sensação de bem estar do paciente (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). 6.8.1 Posicionamento adequado Na fase inicial ao AVE, os membros e articulações estão propensos ao desenvolvimento de contraturas, e a comprometimento secundários como a distensão da cápsula articular do ombro, subluxação e ombro doloroso devido ao braço flácido e fraco, nesta fase a fisioterapia deve intervir através de posicionamento adequado e mobilização de todas as articulações comprometidas (DELISA et al., 2002). Conforme Lianza (2007), as extremidades devem ser posicionadas de forma adequada, com mudanças de decúbito a cada duas horas para impedir o aparecimento de úlceras de decúbito sobre proeminências ósseas. As manobras de posicionamento no leito representam o primeiro passo para a aprendizagem da autonomia. O posicionamento é uma das principais questões no início da reabilitação, deve-se dar importância ao ato de posicionar o paciente fora de posturas indesejáveis para evitar os sinergismos anormais, contraturas ou deformidades posturais. As posições adequadas incentivam alinhamento articular correto, simetria e conforto (O`SULLIVAN, SCHMITZ, 2004). 6.8.2 Mobilização articular Para manter a ADM normal, os segmentos devem ser movidos por suas amplitudes disponíveis periodicamente, seja a amplitude articular ou muscular. As atividades de ADM são realizadas para manter ou melhorar a mobilidade das articulações e dos tecidos moles de modo a minimizar a perda de flexibilidade dos tecidos e a formação de contraturas (KISNER; COLBY, 2005). A movimentação passiva é de extrema importância para a manutenção de amplitude articular, além de evitar retrações musculares secundárias as modificações histomorfológicas. O exercício passivo pode ser iniciado após dois ou três dias de instalação da lesão, e a mobilização das articulações em toda sua amplitude deve ser repetida duas a três vezes por dia em membros superiores e inferiores (LIANZA, 2007). 30 De acordo com Kisner e Colby (2005), o objetivo da movimentação passiva é diminuir as complicações que podem ocorrer com a imobilização, como degeneração da cartilagem, aderência e formação de contraturas e estagnação da circulação. Os exercícios de ADM ativoassistida e ativa devem ser iniciados sempre que o paciente for capaz de contrair ativamente os músculos e mover um segmento com ou sem assistência. Quando o paciente possui musculatura fraca e é incapaz de mover uma articulação por meio da amplitude desejada é empregada a ADM ativa assistida com o objetivo de proporcionar assistência aos músculos, assim que o paciente obtém ADM completa pode-se progredir para exercícios com resistência manual ou mecânica. Segundo Boaventura (2009), o fisioterapeuta deve iniciar o tratamento com atividades simples de movimentação de ambos os lados do corpo. Essa atividade é muito importante, pois só assim o paciente terá maior segurança ao tentar movimentar-se. As atividades iniciais, com o passar dos dias e de acordo com a melhora do paciente, devem ser modificadas para um novo desafio, fazendo com que o paciente possa progredir até sua recuperação. Um aspecto importante é estimular o paciente a ter o máximo de independência para realizar as suas AVD´s, das mais simples às mais complexas. 6.8.3 Técnica de alongamento Exercícios de alongamento e fortalecimento visam manter ou melhorar a ADM e a força muscular, a fim de evitar deformidades, proporcionar melhor equilíbrio e força entre os músculos agonistas e antagonistas e maior independência funcional dos pacientes (SANTOS; OLIVEIRA; PIEMONTE, 2012). O alongamento tem efeito imediato no aumento da ADM pelo decréscimo na viscoelasticidade, mas após certo período o aumento na amplitude é devido ao ganho de sarcômeros em série (ROSÁRIO; MARQUES; MALUF, 2004). De acordo com Delisa e colaboradores (2002), assim que uma contratura se desenvolve o tratamento padrão é a combinação de exercícios ativos e passivos com um alongamento eficaz, realizado por pelo menos duas vezes ao dia. Em caso de contratura leve, pode ser eficaz um alongamento mais curto com duração de 20 a 30 minutos. Em casos de contraturas mais graves devem ser combinados alongamentos prolongados de 30 minutos ou mais com posicionamento adequado Conforme Prentice e Voight (2003), a técnica de alongamento estático é a mais eficiente e muito usada, envolve alongamento passivo em determinado músculo antagonista, 31 colocando-o na posição de alongamento máximo mantendo-o por um período prolongado. As recomendações quanto ao tempo ideal para manter o alongamento variam de 3 a 60 segundos, a manutenção do alongamento por 5 a 30 segundos é a mais eficiente para aumentar a flexibilidade, os alongamentos com duração superior a 30 segundos parece ser incômoda ao paciente. O alongamento estático de cada músculo deve ser repetido 3 a 4 vezes. O alongamento só ocorre quando se mantém a tração por determinado tempo suficiente para que haja deformação do tecido conectivo que não retorna ao estado anterior após a retirada da tração. Isso significa que o movimento deve ser lento e prolongado, sem, contudo provocar dor (LIANZA, 2007). De acordo com Rosário; Marques e Maluf (2004), existem várias outras técnicas de alongamento que também podem ser usadas, tais como, o alongamento passivo e a facilitação neuromuscular proprioceptiva, no entanto o alongamento estático além de ser eficaz é considerado o mais seguro. 6.8.4 Fortalecimento muscular O uso do exercício resistido é uma intervenção fisioterapêutica apropriada para melhorar o uso integrado da força, da potência e do desempenho muscular durante os movimentos funcionais. Os exercícios resistidos são qualquer forma de exercício ativo na qual uma contração muscular dinâmica ou estática é resistida por uma força externa aplicada manual ou mecanicamente (KISNER; COLBY, 2005). Falcão, Antunes e Sierra (2008), afirmam em seu estudo que o trabalho de fortalecimento muscular no tratamento de pacientes que apresentam comprometimentos motores neuromusculares após AVE deve fazer parte do tratamento fisioterapêutico destes indivíduos sem riscos de aumento da espasticidade, e com probabilidade de melhora significativa em funções motoras como na marcha e em tarefas funcionais de membros superiores, principalmente quando o treinamento é realizado associado a tarefas motoras. Trócoli e Furtado (2009), observaram em seu estudo através de uma revisão na literatura, que o treinamento de força muscular tem papel importante na recuperação funcional de pacientes hemiparéticos, mesmo naqueles com sequelas crônicas da patologia, verificaram melhora na força muscular associada à melhora no desempenho funcional. Concluíram ainda que o treinamento de força muscular não apresenta influência, positiva ou negativa, sobre o tônus muscular. 32 Os métodos de treino de força para os pacientes que apresentam fraqueza são bem aceitos e documentados. O treinamento por meio de exercícios provoca diversas alterações musculares tais como aumento na geração de força máxima devido a mudanças no disparo neural e no músculo causa hipertrofia de fibras musculares individuais, melhora na adaptação metabólica e enzimática. A eficiência de um programa de treinamento muscular depende da obtenção de um estímulo adequado, as cargas exercidas sobre o músculo devem ser maiores do que as que ocorrem normalmente. A seleção de uma determinada sequência de treinamento deve se basear nas necessidades específicas do paciente e nos possíveis benefícios de um método em particular (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). 6.8.5 Treino de marcha O treino de marcha visa corrigir o padrão alterado, através de exercícios específicos para toná-lo mais próximo possível do padrão normal. Deve ser treinada a correção postural e todas as fases da marcha, estimulando a flexão de quadril, joelho e a flexão plantar na fase de apoio unilateral, dissociação de cinturas escapular e pélvica e alternância de membros superiores e inferiores em sentido contralateral (LIANZA, 2007). O treino de marcha deve ser iniciado precocemente a fim de minimizar o desenvolvimento de comprometimentos indiretos. Andar é uma atividade motivacional importante para a maioria dos pacientes. As atividades de marcha devem se concentrar nos movimentos seletivos necessários a sincronia adequada, visto que as deficiências do movimento variam de paciente para paciente e devem ser cuidadosamente identificadas (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). A recuperação da marcha é a principal meta na reabilitação desses pacientes. Os programas de treinamento de marcha visam restabelecer a marcha funcional e melhorar a qualidade ou desempenho desta (OVANDO et al., 2010). Segundo Lianza (2007), assim que o paciente estiver apto a deambular, deverá ser feito o treino de marcha com uso de barras ou bengalas supervisionado pelo terapeuta, assim que sua confiança e habilidades permitirem deverá receber treino de marcha em rampas, degraus e terrenos acidentados. 33 6.8.6 Exercícios para melhorar coordenação motora Segundo Kisner e Colby (2005), a coordenação motora é o sequenciamento correto do recrutamento de fibras musculares, combinados com a intensidade apropriada de contração muscular. Proporcionando o início, a condução e a graduação efetiva dos movimentos. É a base dos movimentos suaves precisos e eficientes de forma consciente e automática. O treino de coordenação consiste em desenvolver a capacidade de reproduzir à vontade padrões motores multimusculares automáticos rápidos, fortes e precisos do que aqueles produzidos voluntariamente. Para que haja o controle muscular é necessário que apenas os músculos indispensáveis estejam envolvidos no movimento ficando os demais em repouso. O aprendizado motor ocorre primeiro com a formação da imagem sensorial do movimento que é comparada com os padrões sensoriais já conhecidos, a partir daí ocorre o refinamento do ato motor chegando a um novo modelo de movimento. A sensação do movimento atual é comparada com a memória de movimentos passados e fazem-se ajustes ou adequações em movimentos futuros (LIANZA, 2007). Os déficits de coordenação ocorrem quando os músculos não se descarregam em sequência ou quando o sistema nervoso central não é capaz de dirigir com precisão atividades de movimento (BANDY; SANDERS, 2003). De acordo com Lianza (2007), a coordenação envolve não só o sistema sensorial e motor, mas também funções cerebrais como inteligência, concentração e motivação. Portanto, a colaboração e o relaxamento do paciente, ambiente adequado e os períodos de repouso são de fundamental importância para o êxito do treinamento. 6.8.7 Exercícios para melhorar o equilíbrio De acordo com O`sullivan e Schmitz (2004), após o paciente adquirir controle da estabilidade inicial dos segmentos corporais nas posturas eretas, deve-se iniciar as atividades de equilíbrio dinâmico. O paciente é estimulado a explorar seus limites de estabilidade mediante a transferência de peso de baixa frequência, o paciente deve aprender até que ponto pode movimentar-se em uma determinada direção e como alinhar o centro de gravidade dentro da base de apoio, de modo a manter a estabilidade na posição ereta. A deficiência do equilíbrio pode ser causada por déficits em funções sensoriais ou motoras, por lesões cerebelares e disfunções vestibulares. A habilidade do paciente para sentar sem apoio, ou se for capaz, levantar e andar sem apoio fornece informações 34 importantes para a avaliação do equilíbrio. A ataxia causada pelo déficit sensorial pode ser diferenciada daquela resultante de perda cerebelar porque a execução de uma tarefa motora com os olhos fechados é bem pior na ataxia sensorial, quando o paciente não possui a visão para compensar a perda sensorial (DELISA et al., 2002). As atividades para melhorar o equilíbrio devem empregar perturbações posturais para deslocar o centro de massa do paciente e estimular os sinergismos normais necessários ao equilíbrio. É possível desafiar os ajustes posturais antecipatórios pedindo para o paciente executar movimentos voluntários que surtem um efeito desestabilizante como transições da posição sentada para em pé, giros de 3600, treino de tarefas duplas como ficar em pé e agarrar ou chuta uma bola, ou andar carregando um objeto são ótimas opções visto que o paciente direciona sua atenção para a tarefa em questão, ao invés de permitir que ele se concentre na tarefa de equilíbrio (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). 6.8.8 Treino funcional Inicialmente deve ser feita a avaliação da capacidade funcional observando a realização das atividades e movimentos propostos. O exame funcional deve ser feito em todas as atitudes posturais e transferências, inclusive observando as AVD´s devendo ser avaliado não apenas de forma quantitativa, mas também qualitativamente valorizando não apenas o que o paciente realiza, mas também como realiza (LIANZA, 2007). Os comprometimentos subjacentes devem ser relacionados ao desempenho funcional. As limitações podem variar de acordo com a tarefa, ambiente e indivíduo, portanto o desempenho pode sofrer influência do grau de comprometimento, estágio de recuperação, tipo de ambiente e assim sucessivamente. Uma estrutura conceitual de intervenções permite que várias posturas, atividades e técnicas diferentes sejam classificadas de acordo com a função. A progressão se dá por meio de posturas e atividades cada vez mais difíceis, e o uso de técnicas para auxiliar o movimento deve diminuir à medida que o controle ativo surgir (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). Arthur e colaboradores (2010), relatam que o treinamento repetitivo é uma forma de intervenção capaz de recuperar a força e consequentemente melhorar o desempenho funcional como, por exemplo, treino de sentar e levantar de um assento mais elevado progredindo para um assento mais baixo quando feito com repetições pode proporcionar ganhos de resistência e melhorar a organização dos movimentos, também é recomendado realizar atividades com 35 objetos de encaixar e treino de AVD´s como abrir a torneira, pegar o copo e levar até a boca, pentear cabelo entre outras atividades que o paciente apresentar dificuldades na realização. 36 7 METODOLOGIA 7.1 Critérios de inclusão Os critérios de inclusão adotados serão paciente de qualquer sexo, que esteja restrito ao leito em domicílio com sequela de AVE, não apresentar comprometimento cognitivo grave capaz de interferir no tratamento, e idade igual ou superior a 60 anos. 7.2 Métodos Trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativo do tipo estudo de caso, que pretende verificar os benefícios da cinesioterapia no tratamento de comprometimentos motores e limitações funcionais de paciente idoso restrito ao leito por sequela de AVE. A pesquisa quantitativa é considerada adequada para apurar opiniões, atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utiliza instrumentos estruturados capaz de mensurar e permitir o teste de hipóteses já que os resultados são concretos e menos passíveis de erros de interpretação (DANTAS; CAVALCANTE, 2006). O projeto será desenvolvido nos períodos de agosto a outubro de 2013, por uma acadêmica do oitavo período do curso de fisioterapia da faculdade Tecsoma da cidade de Paracatu-MG, durante a prática de estágio supervisionado da disciplina de fisioterapia preventiva. O paciente e ou responsável legal será devidamente esclarecido quanto à pesquisa e assinará um termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo A) seguindo as exigências do capítulo IV do conselho nacional de saúde, resolução 196/96 (BRASIL, 2012), autorizando sua participação como voluntário no estudo. O paciente será submetido a uma avaliação inicial através de uma ficha de avaliação padronizada (Anexo B) composta de anamnese completa, exame físico, histórico do paciente, avaliação da força muscular através do teste de força muscular manual conforme descrito por Kendall e colaboradores (2007). Avaliação dos comprometimentos motores através da escala de Full-Meyer versão em português (Anexo C), de acordo com Tiaki e colaboradores (2006), esta escala é amplamente usada em diversos países para verificar a recuperação sensório motora de pacientes com AVE, demonstrando alta confiabilidade. Para avaliação da capacidade funcional será utilizado o índice de Barthel (Anexo D) Conforme Minosso e colaboradores (2010), este índice mede a independência funcional no 37 cuidado pessoal, mobilidade, locomoção e eliminações de acordo com o desempenho do paciente em realizar tarefas de forma independente, com auxílio ou dependente total. O paciente e/ou cuidador serão orientados quanto alguns cuidados e ao posicionamento adequado de acordo com sugestões propostas por BRASIL (2010 b), no guia do cuidador de pacientes acamados adaptado pela autora (Anexo E). O tratamento proposto consta da aplicação de um protocolo de atendimento baseado em cinesioterapia elaborado pela autora com base em sugestões de tratamento segundo Piassaroli e colaboradores (2011). O tratamento terá como objetivo manter ou melhorar a ADM, prevenir contraturas e deformidades, ganhar força muscular, melhorar propriocepção e equilíbrio, melhorar coordenação motora, treinar marcha e AVD´s. Para tanto, serão realizadas técnicas de posicionamento adequado, alongamentos passivos, ativo assistido e ativo, mobilização passiva das articulações dos membros superiores e inferiores, treino de trocas de decúbito no leito passando da posição de decúbito dorsal para decúbito ventral, decúbito dorsal para decúbito lateral direito e esquerdo, da posição deitado para sentado, sentado para ortostatismo, exercícios em todas as amplitudes de movimento disponíveis, descarga de peso, fortalecimento muscular de membros superiores e inferiores com exercícios resistidos ativos de cadeia cinética aberta, com uso de tornozeleiras e garrafas com areia com graduação de carga, treino de marcha visando correção do padrão alterado, subir e descer escadas, e treino de coordenação motora grossa e fina enfatizando o membro afetado. O tratamento terá duração de 25 sessões, realizadas duas vezes por semana com duração de 50 minutos cada. Após o tratamento o paciente será submetido à reavaliação para verificação dos resultados. 38 8 CRONOGRAMA Atividades Pesquisa bibliográfica Confecção do projeto Entrega do projeto 1ª avaliação Aplicação protocolo de tratamento 2ª avaliação Análise de dados Confecção do TCC Apresentação do TCC Correção e entrega definitiva Período: fevereiro a dezembro de 2013 F X X M A X X X X M X J X J X A X S X O X X X X X X X X N D X X X 39 REFERÊNCIAS ABRAMCZUK, Beatriz; VILLELA, Edlaine. A luta contra o AVC no Brasil. ComCiência, Campinas, n. 109, 2009 . Disponível em <http://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sc i_arttext&pid=S1519-76542009000500002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 21 abr. 2013. ALMEIDA, Sara Regina Meira. Análise epidemiológica do Acidente Vascular Cerebral no Brasil. rev. Neurociências. São Paulo, 20(4):481-482, 2012. Disponível em: < http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2004/editorial%2020%2004/edSara. pdf>. Acesso em 20 abr. 2013. 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Acesso em 08 jun. 2013. 47 ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Termo de consentimento livre e esclarecido (conselho nacional de saúde, resolução 196/96) Eu,---------------------------------------------------------------------------, RG------------------, abaixo qualificado(a), declaro para fins de participação em pesquisa, que fui devidamente esclarecido sobre o projeto de pesquisa intitulado: Beneficio da cinesioterapia no tratamento dos comprometimentos motores e limitações funcionais de paciente idoso restrito ao leito em domicilio por sequela de Acidente Vascular Encefálico (AVE): estudo de caso, desenvolvido pela aluna Juliete Dias Machado, do curso de bacharelado em fisioterapia da faculdade Tecsoma, Paracatu-MG. Quanto aos seguintes aspectos: o acidente vascular encefálico é uma das principais causas de dependência na população idosa deixando sequelas que afetam o sistema sensitivo, cognitivo, alterações na fala e linguagem e especialmente o sistema motor responsável por grandes limitações funcionais e isolamento social. A cinesioterapia, como técnica exclusiva da fisioterapia, apresenta baixo custo financeiro, capaz de garantir a promoção do movimento necessário para a manutenção da função, baseada em seus efeitos de manutenção da força, mobilidade e flexibilidade, relaxamento e coordenação motora, garantindo ao paciente acamado o restabelecimento de suas funções normais e melhora da qualidade de vida. Durante ou após a pesquisa, não haverá nenhum risco ou desconforto, bem como benefícios financeiros sobre paciente. O participante tem liberdade de recusar a sua participação ou retirar o seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu tratamento e cuidado. É garantido o sigilo e a privacidade dos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Os dados e informações provenientes deste estudo serão utilizados com fins de publicação e produção para o grau de bacharel. Declaro, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente em participar desta pesquisa. Paracatu, _____ de______________de 2013. 48 Qualificação do declarante Termo de esclarecimento livre e esclarecido Objeto de pesquisa Nome: _____________________________________________________________________ RG_________________________________ data de nascimento ___/___/___ sexo F( ) M( ) Endereço:___________________________________________________________ nº______ Bairro:________________________________________ Cidade _______________________ CEP______________________________________ tel_______________________________ __________________________________ Assinatura do declarante Declaração do pesquisador Declaro, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas no capitulo IV da resolução 196/96 e que obtive de forma apropriada e voluntaria, o consentimento livre e esclarecido do declarante acima qualificado para realização desta pesquisa. Paracatu, ______ de __________________ de 2013. _____________________________________________ Juliete Dias Machado Assinatura do pesquisador 49 ANEXO B – FICHA DE AVALIAÇÂO FISIOTERAPEUTICA Anamnese Dados Pessoais: Nome: ________________________________________________ sexo:________________ Data nascimento:_____________________ Data da avaliação:________________________ Endereço:_______________________________________________Bairro:______________ Cidade:___________________________________________Telefone:__________________ Médico Responsável:__________________________________________________________ Exame Físico Estado Geral Saúde:___________________________________________________________ Tipo Morfológico:____________________________________________________________ Estatura:________________________________________Peso:________________________ Mucosas/Pele:_______________________________________________________________ Anexos Cutâneos:____________________________________________________________ Pressão Arterial:__________________Freqüência cardíaca____________________________ Freqüência Respiratória:__________________ temperatura:___________________________ Ritmo respiratório:_________Ausculta pulmonar:___________________________________ Queixa principal __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Historia da moléstia pregressa __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Historia da moléstia atual 50 __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Diagnostico clinico __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Patologias associadas __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Medicamentos que faz uso __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Há quanto tempo o paciente se encontra acamado? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Motivo que o levou a estar acamado? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Teste força muscular manual D D Flexão do anterior) ombro (Deltóide Extensão do ombro (Grande D E E D Flexão cervical (Longo e reto anterior da cabeça, longo do pescoço) Extensão cervical (Eretor da E E 51 dorsal, redondo maior e deltóide posterior) Abdução do ombro (Deltóide médio e supra-espinhoso) Adução do ombro (peitoral maior coracobraquial) Rotação interna do ombro (Subescapular e redondo maior) Rotação externa do ombro (Infra espinhal e redondo menor) Elevação escapular (Trapézio superior e levantador da escápula) Flexão do cotovelo, antebraço em supinação (Bíceps braquial) Flexão do cotovelo, antebraço em pronação (Braquial) Flexão do cotovelo, antebraço em posição Neutra (Braquiorradial) Extensão do cotovelo (Tríceps braquial) Supinação do antebraço (Supinador e bíceps braquial) Pronação do antebraço (Pronador quadrado e pronador redondo) Flexão do punho (Flexores do carpo) Extensão do punho (Extensores do carpo) espinha, oblíquo superior da cabeça) Flexão do tronco (Reto do abdome) Extensão do tronco (Eretor da espinha, multífido, quadrado lombar) Flexão do quadril (Ilíaco e psoas maior) Flexão, abdução e rotação lateral do quadril (Sartório) Extensão do quadril (Glúteo máximo, semitendinoso e semimembranoso) Abdução do quadril (Glúteo médio e mínimo) Adução do quadril (Adutor magno, adutor longo e curto) Rotação interna do quadril (Glúteo mínimo e tensor da fáscia lata) Rotação externa do quadril (Piriforme, gêmeos superior e inferior) Extensão do joelho (Quadríceps femoral) Flexão do joelho (Bíceps femoral, semitendinoso e semimembranoso) Flexão plantar do tornozelo (Gastrocnêmio) Flexão plantar do tornozelo (associado à flexão do joelho) (sóleo) Sensibilidade Tônus __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 52 Trofismo __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Objetivos do tratamento: __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Conduta fisioterapêutica: __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ ___________________________________________ Assinatura do estagiário ___________________________________________ Assinatura do orientador 53 ANEXO C - ESCALA DE AVALIAÇÃO DE FUGL-MEYER EM PORTUGUÊS Teste I. Movimentação passiva e dor: – ombro: flexão, abdução 90, rot. ext. e int. – cotovelo, punho e dedos: flexão e extensão – antebraço: pronação e supinação – quadril: flexão, abdução, rot. ext. e int. – joelho: flexão e extensão – tornozelo: dorsiflexão e flexão plantar – pé: eversão e inversão Pont. máx: (44 mobilidade) (44 dor) II. Sensibilidade: – Exterocepção: membro superior, palma da mão, coxa e sola do pé ( ) Pont. máx: (8) III. Função motora de membro superior 1 – Motricidade reflexa: bíceps/ tríceps ( ) (2) 2 – Sinergia flexora: elevação, retração de ombro, abdução + 90, rot. externa, flexão de cotovelo, supinação ( ) Pont. máx:(12) 3 – Sinergia extensora: adução do ombro, rot. interna, extensão cotovelo, pronação Pont:(8) 4 – Movimentos com e sem sinergia: a) mão a coluna lombar ( ) b) flexão de ombro até 90º ( ) c) prono-supinação (cotov. 90º e ombro 0º) ( ) d) abdução ombro a 90º com cotov. estendido e pronado ( ) e) flexão de ombro de 90º a 180º ( ) f) prono-supinação (cotov. estendido e ombro fletido de 30 a 90º ( )Pont. máx: (12) Pontuação Mobilidade: 0 – apenas algum grau de movimento 1 – grau de mobilidade passiva diminuída 2 – grau de movimentação passiva normal Dor: 0 – dor pronunciada durante todos os graus de movimento e dor marcante no final da amplitude 1 – alguma dor 2 – nenhuma dor 0 – nenhuma resposta correta (ausência de sensação) 1 – ¾ das respostas são corretas, mas há diferença entre o lado não afetado 2 – todas as respostas são corretas 0 – sem atividade reflexa 2 – atividade reflexa presente 0 – tarefa não pode ser realizada completamente * 1 – tarefa pode ser realizada parcialmente 2 – tarefa é realizada perfeitamente * a) * b) 0 – se o início do mov. o braço é abduzido ou o cotovelo é fletido 1 – se na fase final do mov., o ombro abduz e/ou ocorre flexão de cotovelo 2 – a tarefa é realizada perfeitamente c) 0 – Não ocorre posiciona/o correto do cotovelo e ombro e/ou pronação e supinação não pode ser realizada complet/e 1 – prono-supino pode ser realizada com ADM limitada e ao mesmo tempo o ombro e o cotovelo estejam corretamente posicionados 2 – a tarefa é realizada completamente d) 0 – não é tolerado nenhuma flexão de 54 ombro ou desvio da pronação do antebraço no INÍCIO do movimento 1 – realiza parcialmente ou ocorre flexão do cotovelo e o antebraço não se mantêm pronado na fase TARDIA do movimento 2 – a tarefa pode ser realizada sem desvio e) 0 – o braço é abduzido e cotovelo fletido no início do movimento 1 – o ombro abduz e/ou ocorre flexão de cotovelo na fase final do movimento 2 – a tarefa é realizada perfeitamente f) 0 – Posição não pode ser obtida pelo paciente e/ou prono-supinação não pode ser realizada perfeitamente 1 – atividade de prono-supinação pod e ser realizada mesmo com ADM limitada e ao mesmo tempo o ombro e o cotovelo estejam corretamente posicionados 2 – a tarefa é realizada perfeitamente 5 – Atividade reflexa normal: ( )bíceps / 0 – 2 ou 3 reflexos estão hiperativos tríceps/ flexor dedos (avalia-se o reflexo 1 – 1 reflexo esta marcadamente hiperativo ou 2 estão vivos somente se o paciente atingiu nota 2 2 – não mais que 1 reflexo esta vivo e para os itens d), e), f) do item anterior) Pont.máx: ( 2) nenhum esta hiperativo – Controle de punho: a) 0 – o paciente não pode dorsifletir o a) Cotovelo 90º, ombro 0º e pronação, punho na posição requerida c/resistência. (assistência, se necessário)( ) 1 – a dorsiflexão pode ser realizada, mas b) Máxima flexo-extensão d e punho, sem resistência alguma cotov. 90º,ombro 0º, dedos fletidos e 2 – a posição pode ser mantida contra pronação (auxílio se necessário) ( ) alguma resistência c) Dorsiflexão com cotovelo a 0º, ombro a b) 0 – não ocorre mov. voluntário 30º e 1 – o pcte não move ativamente o punho pronação, com r esistência (auxílio) ( ) em todo grau de movimento d) Máxima flexo-extensão, com cotov. 0º, 2 – a tarefa pode ser realizada ombro a 30º e pronação (auxílio) ( ) c) Idem ao a) e) Circundução ( ) d) Idem ao b) Pont. máx:(10) e) Idem ao b) 7 – Mão: a) * a) flexão em massa dos dedos ( ) b) 0 - nenhuma atividade ocorre b) extensão em massa dos dedos ( ) 1 – ocorre relaxamento (liberação) da c)Preensão 1: Art. metacarpofalangeanas flexão em massa (II a V)estendidas e interfalangeanas distal 2 – extensão completa (comparado com e proximalfletidas. Preensão contra mão não afetada) resistência ( ) c) 0 – posição requerida não pode ser d) Preensão 2: O paciente é instruído a realizada aduzir o polegar e segurar um papel 1 – a preensão é fraca interposto entre o polegar e o dedo 2 – a preensão pode ser mantida contra indicador () considerável resistência e) Preensão 3: O paciente opõe a digital d) 0 - a função não pode ser realizada 55 do polegar contra a do dedo indicador, com um lápi s interposto( ) f) Preensão 4: Segurar com firmeza um objeto cilíndrico, com a superfície volar do primeiro esegundo dedos contra os demais() g) Preensão 5: o paciente segura com firmeza umabola de tênis ( )Pont. máx: (14) IV. Coordenação/ Velocidade MS: a) Tremor ( ) b) Dismetria( ) c) Velocidade: Index-nariz 5 vezes, e o mais rápido que conseguir ( ) Pont. máx: (6) V. Função motora membro inferior: Motricidade Reflexa A) Aquiles ( )B) Patelar ( ) (4) 1 - Motricidade reflexa: Patelar e aquileu / adutor ( ) (2) 2 – Sinergia flexora: flexão quadril, joelho e dorsiflexão (dec.dorsal) ( ) Pont. máx: (6) 3 – Sinergia extensora: extensão de quadril, adução de quadril, extensão de joelho, flexão plantar ( ) Pont max: (8) 4 – Mov. com e sem sinergias: a) a partir de leve extensão de joelho, realizar uma flexão de joelho além de 90º. (sentado) ( ) b) Dorsiflexão de tornozelo (sentado)( ) c) Quadril a 0º, realizar a flexão de joelho mais que 90º (em pé) ( ) d) Dorsiflexão do tornozelo (em pé) ( ) 1 – o papel pode ser mantido no lugar, mas não contra um leve puxão 2 – um pedaço de papel é segurado firmemente contra um puxão e) 0 – a função não pode ser realizada 1 – o lápis pode ser mantido no l ugar, mas não contra um leve puxão 2 – o lápis é segurado firmemente f) 0 – a função não pode ser realizada 1 – o objeto interposto pode ser mantido no lugar, mas não contra um leve puxão 2 – o objeto é segurado firmemente contra um puxão g) 0 – a função não pode ser realizada 1 – o objeto pode ser mantido no lugar, mas não contra um leve puxão 2 – o objeto é segurado firmemente contra um puxão a) 0 tremor marcante/ 1 tremor leve/ 2 sem tremor b) 0 – dismetria marcante/ 1 – dismetria leve/ 2 – sem dismetria c) 0 – 6 seg. mais lento que o lado não afetado/ 1 – 2 a 5 seg. mai s lento que o lado não afetado 2 – menos de 2 segundos de diferença 0 – sem atividade reflexa 2 – atividade reflexa pode ser avaliada 0 – 2 ou 3 reflexos estão marcadamente hiperativos 1 – 1 reflexo esta hiperativo ou 2 estão vivos 2 – não mais que 1 reflexo esta vivo * * a) 0 – sem movimento ativo 1 – o joelho pode ativamente ser fletido até 90º (palpar os tendões dos flexores do joelho) 2 – o joelho pode ser fletido além de 90º b) * c) 0 – o joelho não pode ser fletido se o quadril não é fletido simultaneamente 1 – inicia flexão de joelho sem flexão do 56 Pont. máx:(8) VI. Coordenação./ Velocidade MI: a) Tremor ( ) b) Dismetria ( ) c) Velocidade: calcanhar-joelho 5 vez ( ) (dec. Dorsal) Pont. máx: (6) VII . Equilíbrio: a) Sentado sem apoio e com os pés suspensos ( ) b) Reação de pára-quedas no lado não afetado ( ) c) Reação de pára-quedas no lado afetado () d) Manter-se em pé com apoio ( ) e) Manter-se em pé sem apoio ( ) f)Apoio único sobre o lado não afetado ( ) g)Apoio único sobre o lado afetado ( ) Pont. máx: (14) quadril, porém não atinge os 90º de flexão de joelho ou flete o quadril durante o término do movimento. 2 – a tarefa é realizada completamente d) * a) 0 – tremor marcante/ 1 – tremor leve/ 2 – sem tremor b) 0 – dismetria marcante/ 1 – dismetria leve/ 2 – sem dismetria c) 0 – 6 seg. mais lento que o lado não afetado/ 1 – 2 a 5 seg. mai s lento que o lado afetado/ 2 – menos de 2 segundos de diferença a) 0 – não consegue se manter sentado sem apoio/ 1 – permanece sentado sem apoio por pouco tempo/ 2 – permanece sentado sem apoio por pelo menos 5 min. e regula a postura do corpo em relação a gravidade b) 0 – não ocorre abdução de ombro, extensão de cotovelo para evitar a queda/ 1 – reação de pára-quedas parcial/ 2 – reação de pára-quedas normal c) idem ao b) d) 0 – não consegue ficar de pé/ 1 – de pé com apoio máximo de outros/ 2 – de pé com apoio mínimo por 1 min e) 0 – não consegue ficar de pé sem apoio/ 1 – pode permanecer em pé por 1 min e sem oscilação, ou por mais tempo, porém com alguma oscilação/ 2 – bom equilíbrio, pode manter o equilíbrio por mais que 1 minuto com segurança f) 0 – a posição não pode ser mantida por mais que 1-2 seg (oscilação)/ 1– consegue permanecer em pé, com equilíbrio, por 4 a 9 segundos/ 2 – pode manter o equilíbrio nesta posição por mais que 10 segundos g) 0 – a posição não pode ser mantida por mais que 1-2 segundos (oscilação) 1 – consegue permanecer em pé, com equilíbrio, por 4 a 9 segundos 2 – pode manter o equilíbrio nesta posição por mai s que 10 segundos 57 ANEXO D – ESCALA DE BARTHEL MODIFICADA Escala Modificada de Barthel Nome: _________________________________________ D.A___/___/_____ CATEGORIA 1: HIGIENE PESSOAL 1. O paciente e incapaz de realizar higiene pessoal sendo dependente em todos os aspectos. 2. Paciente necessita de assistência em todos os passos da higiene pessoal. 3. Alguma assistência e necessária em um ou mais passos da higiene pessoal. 4. Paciente e capaz de conduzir a própria higiene, mas requer mínima assistência antes e/ou depois da tarefa. 5. Paciente pode lavar as mãos e face, limpar os dentes e barbear, pentear ou maquiar-se. CATEGORIA 2: BANHO 1. Totalmente dependente para banhar-se. 2. Requer assistência em todos os aspectos do banho. 3. Requer assistência para transferir-se, lavar-se e/ou secar-se; incluindo a inabilidade em completar a tarefa pela condição ou doença. 4. Requer supervisão por segurança no ajuste da temperatura da água ou na transferência. 5. O paciente deve ser capaz de realizar todas as etapas do banho, mesmo que necessite de equipamentos, mas não necessita que alguém esteja presente. CATEGORIA 3: ALIMENTACAO 1. Dependente em todos os aspectos e necessita ser alimentado. 2. Pode manipular os utensílios para comer, usualmente a colher, porém necessita de assistência constante durante a refeição. 3. Capaz de comer com supervisão. Requer assistência em tarefas associadas, como colocar leite e açúcar no chá, adicionar sal e pimenta, passar manteiga, virar o prato ou montar a mesa. 4. Independência para se alimentar um prato previamente montado, sendo a assistência necessária para, por exemplo, cortar carne, abrir uma garrafa ou um frasco. Não é necessária a presença de outra pessoa. 5. O paciente pode se alimentar de um prato ou bandeja quando alguém coloca os alimentos ao seu alcance. Mesmo tendo necessidade de algum equipamento de apoio, é capaz de cortar carne, serve-se de temperos, passar manteiga, etc. CATEGORIA 4: TOALETE 1. Totalmente dependente no uso vaso sanitário. 58 2. Necessita de assistência no uso do vaso sanitário 3. Pode necessitar de assistência para se despir ou vestir, para transferir-se para o vaso sanitário ou para lavar as mãos. 4. Por razões de segurança, pode necessitar de supervisão no uso do sanitário. Um penico pode ser usado a noite, mas será necessária assistência para seu esvaziamento ou limpeza. 5. O paciente é capaz de se dirigir e sair do sanitário, vestir-se ou despir-se, cuida-se para não se sujar e pode utilizar papel higiênico sem necessidade de ajuda. Caso necessário, ele pode utilizar uma comadre ou penico, mas deve ser capaz de os esvaziar e limpar; CATEGORIA 5: SUBIR ESCADAS 1. O paciente é incapaz de subir escadas. 2. Requer assistência em todos os aspectos relacionados a subir escadas, incluindo assistência com os dispositivos auxiliares. 3. O paciente é capaz de subir e descer, porém não consegue carregar os dispositivos, necessitando de supervisão e assistência. 4. Geralmente, não necessita de assistência. Em alguns momentos, requer supervisão por segurança. 5. O paciente é capaz de subir e descer, com segurança, um lance de escadas sem supervisão ou assistência mesmo quando utiliza os dispositivos. CATEGORIA 6: VESTUARIO 1. O paciente é dependente em todos os aspectos do vestir e incapaz de participar das atividades. 2. O paciente é capaz de ter algum grau de participação, mas é dependente em todos os aspectos relacionados ao vestuário 3. Necessita assistência para se vestir ou se despir. 4. Necessita assistência mínima para abotoar, prender o soutien, fechar o zipper, amarrar sapatos, etc. 5. O paciente é capaz de vestir-se, despir-se, amarrar os sapatos, abotoar e colocar um colete ou órtese, caso eles sejam prescritos. CATEGORIA 7: CONTROLE ESFINCTERIANO (BEXIGA) 1. O paciente apresenta incontinência urinária. 2. O paciente necessita de auxílio para assumir a posição apropriada e para fazer as manobras de esvaziamento. 59 3. O paciente pode assumir a posição apropriada, mas não consegue realizar as manobras de esvaziamento ou limpar-se sem assistência e tem freqüentes acidentes. Requer assistência com as fraldas e outros cuidados. 4. O paciente pode necessitar de supervisão com o uso do supositório e tem acidentes ocasionais. 5. O paciente tem controle urinário, sem acidentes. Pode usar supositório quando necessário. CATEGORIA 8: CONTROLE ESFINCTERIANO (INTESTINO) 1. O paciente não tem controle de esfíncteres ou utiliza o cateterismo. 2. O paciente tem incontinência, mas é capaz de assistir na aplicação de auxílios externos ou internos. 3. O paciente fica geralmente seco ao dia, porém não à noite e necessita dos equipamentos para o esvaziamento. 4. O paciente geralmente fica seco durante o dia e a noite, porém tem acidentes ocasionais ou necessita de assistência com os equipamentos de esvaziamento. 5. O paciente tem controle de esfíncteres durante o dia e a noite e/ou é independente para realizar o esvaziamento. CATEGORIA 9: DEAMBULACAO 1. Totalmente dependente para deambular. 2. Necessita da presença constante de uma ou mais pessoas durante a deambulação. 3. Requer assistência de uma pessoa para alcançar ou manipular os dispositivos auxiliares. 4. O paciente é independente para deambular, porém necessita de auxilio para andar 50 metros ou supervisão em situações perigosas. 5. O paciente é capaz de colocar os braços, assumir a posição ortostática, sentar e colocar os equipamentos na posição para o uso. O paciente pode ser capaz de usar todos os tipos de dispositivos e andar 50 metros sem auxilio ou supervisão. Não pontue esta categoria caso o paciente utilize cadeira de rodas CATEGORIA 9: CADEIRA DE RODAS * 1. Dependente para conduzir a cadeira de rodas. 2. O paciente consegue conduzi-la em pequenas distâncias ou em superfícies lisas, porém necessita de auxílio em todos os aspectos. 3. Necessita da presença constante de uma pessoa e requer assistência para manipular a cadeira e transferir-se. 60 4. O paciente consegue conduzir a cadeira por um tempo razoável e em solos regulares. Requer mínima assistência em espaços apertados. 5. Paciente é independente em todas as etapas relacionadas a cadeira de rodas (manipulação de equipamentos, condução por longos percursos e transferências). Não se aplica aos pacientes que deambulam. CATEGORIA 10: TRANSFERENCIAS CADEIRA/CAMA 1. Incapaz de participar da transferência. São necessárias duas pessoas para transferir o paciente com ou sem auxílio mecânico. 2. Capaz de participar, porém necessita de máxima assistência de outra pessoa em todos os aspectos da transferência. 3. Requer assistência de oura pessoa para transferir-se. 4. Requer a presença de outra pessoa, supervisionando, como medida de segurança. 5. O paciente pode, com segurança, aproximar-se da cama com a cadeira de rodas, frear, retirar o apoio dos pés, mover-se para a cama, deitar, sentar ao lado da cama, mudar a cadeira de rodas de posição, e voltar novamente para cadeia com segurança. O paciente deve ser independente em todas as fases da transferência. Tabela 9: Pontuação do Índice de Barthel Modificado Item Incapaz Requer ajuda de realizar substancial Totalmente independente 1 1 2 2 2 2 2 Requer ajuda Requer moderada ajuda mínima 3 4 3 4 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 Higiene pessoal Banho Alimentação Toalete Subir escadas Vestuário Controle de bexiga Controle de intestino Deambulação Cadeira de rodas Transferência cadeira/cama 0 0 0 0 0 0 0 0 2 5 8 10 0 0 0 3 1 3 8 3 8 12 4 12 15 5 15 5 5 10 10 10 10 10 100 61 Interpretação do Resultado Totalmente independente -100 pontos Dependência leve - 99 a 76 pontos Dependência moderada -75 a 51 pontos Dependência severa -50 a 26 pontos Dependência total - 25 e menos pontos 62 ANEXO E – GUIA DO CUIDADOR DE PACIENTES ACAMADOS Banho Deixe que o paciente escolha a melhor hora para seu banho; Se ele puder fazê-lo sozinho, organize todo o material necessário e coloque próximo dele; Não o deixe completamente só, pois ele pode precisar de sua ajuda se algo errado acontecer; Verifique a temperatura da água. O paciente pode não perceber a temperatura, se alguma parte do corpo dele estiver menos sensível; Aproveite para, depois do banho, massagear a pele dele com um creme hidratante. Cuidados com a pele Observe se há lugares onde a pele parece avermelhada (ombros, nádegas, calcanhar etc.); Caso observe essas regiões avermelhadas, talvez seja necessário providenciar um colchão do tipo “caixa de ovo”. Coxins bem macios ou protetores de espuma também podem ser úteis; Cuidados nas refeições Estimule o paciente a fazer suas refeições sozinho (sempre que isso for possível) mesmo que no começo ele o faça muito lentamente; O prato, os talheres, o copo ou a xícara devem estar adaptados para facilitar o seu uso; Coloque-o com a cabeceira bem elevada se a refeição for feita no leito (travesseiros podem ajudar a alcançar a melhor posição); Não se esqueça de oferecer líquidos, mesmo que ele não os solicite. Lembre-se de que é importante mantê-lo hidratado; No caso dos pacientes com problemas na movimentação dos braços, lembre-se sempre de colocar os alimentos e a água próxima ao lado não afetado. Transporte para a cadeira de rodas ou para a cama Coloque a poltrona ou cadeira de rodas bem próxima à cama, de preferência do lado não afetado; Quando for transferir o paciente para a poltrona, traga-o para a beirada do leito. Não se afaste nesse momento, pois ele poderá ter tonteiras e cair; Para ter uma boa base de apoio, mantenha seus pés um pouco afastados: um apontando para a cama e o outro para a cadeira de rodas; Apóie os braços dele sobre os ombros; Os seus joelhos devem estar um pouco flexionados e suas mãos devem segurar a cintura do paciente; 63 Se quiser melhorar o apoio, coloque nele um cinto bem largo para poder segurá-lo com mais firmeza; Caso ele não possa sair do leito, procure mudá-lo de posição várias vezes durante o dia (deitar de lado ou de costas); Para colocá-lo novamente no leito é só seguir esses passos em sequência invertida. O que é uma úlcera de pressão? Também chamada de escara, é uma ferida bastante dolorosa causada pela pressão ou pelo atrito prolongado nas regiões da pele em que os ossos são mais salientes. Para preveni-las, é necessária a mobilização e massageamento constante para ativar a circulação dos pacientes acamados por longos períodos. Posição totalmente deitada (decúbito dorsal): A permanência prolongada nesta posição pode facilitar o aparecimento de escaras. Procure mudá-lo de posição várias vezes por dia. Posição lateral: Pode ser útil colocar um travesseiro na cabeça e um menor entre as pernas, para atenuar o atrito causado pelo peso de uma perna sobre a outra. Posição sentada: Use uma almofada de espuma ou outro material macio. As costas e os pés também devem ficar sobre algum acolchoado. Uma banqueta estufada (com espuma) para os pés também pode ser útil. Posição de Fowler (sentado meio inclinado): Na posição Fowler, os travesseiros, acolchoados ou almofadas de espuma também são muito úteis.