FAQ- FACULDADE XV DE AGOSTO FORMAÇÃO DO PREÇO DE

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FAQ- FACULDADE XV DE AGOSTO
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA E
MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS EM UMA FÁBRICA
DE ARTEFATOS DE CIMENTO
ADRIANA MARIA LUCAS
SOCORRO
2012
FAQ- FACULDADE XV DE AGOSTO
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA E
MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS EM UMA FÁBRICA
DE ARTEFATOS DE CIMENTO
Aluno: Adriana Maria Lucas
Orientadores: Profª. Ms. Claudia Cobêro
Prof. Ms. Luiz Antônio Fernandes
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a
Faculdade XV de Agostocomo um dos prérequisitospara a obtenção do grau de bacharel
em Administração.
SOCORRO
2012
"Não se gerencia o que não se
mede, não se mede o que não se
define, não se define, o que não se
entende, não há sucesso no que não
se gerencia".
Deming.
RESUMO
O presente trabalho trata da formação do preço de venda dos 4 produtos mais vendidos pela
empresa. Este estudo foi desenvolvido em uma fábrica de Artefatos de Cimento situada no
Circuito das Águas Paulistas. Teve como objetivo, estabelecer um preço de venda com
segurança à partir da metodologia estudada e mostrar que, a adequada formação do preço é
um dos principais fatores para a maximização do lucro das empresas. Para facilitar o trabalho,
foram elaboradas planilhas no Microsoft Excel para demonstração dos custos de cada
produto.Como a maioria das empresas trabalham com vendas a prazo,foram utilizadas
fórmulas para o cálculo de 3 tipos de preço: à vista, a prazo com recebimento único e a prazo
com recebimento parcelado, com intuito de se chegar a um preço negociável e seguro a partir
dos cálculos.Através de uma análise comparativa constatou-se que os preços praticados pela
fábrica eram superiores aos elaborados pela metodologia em 3 dos 4 produtos analisados.
Com este resultado os preços foram mantidos e os produtos em questão foram apurados
individualmente através da margem de contribuição e do ponto de equilíbrio constatando que,
todos eles, possuem uma porcentagem de contribuição para o lucro da empresa.
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------- 05
1.1 Empresa Analisada -------------------------------------------------------- 07
2- REFERENCIAL TEÓRICO ------------------------------------------ 08
2.1 – A função financeira nas Empresas ------------------------------------ 08
2.2 – Terminologia contábil -------------------------------------------------- 09
2.3 – Classificação dos custos ------------------------------------------------ 09
2.4 – Diferentes tipos de Custeio -------------------------------------------- 10
2.4.1 – Custeio por Absorção ------------------------------------------- 10
2.4.2 – Custeio Variável ou Direto -------------------------------------- 10
2.4.3 – Custo Padrão- ----------------------------------------------------- 11
2.5 – Preço- --------------------------------------------------------------------- 12
2.5.1 – Natureza do problema do preço -------------------------------- 12
2.5.2 – Análise e formação de preços ----------------------------------- 13
2.5.3 – Administração estratégica de preços --------------------------- 13
2.5.4 – Políticas de preços------------------------------------------------ 14
2.6–Formação do Preço de Venda ------------------------------------------ 16
2.6.1 – Margem sobre o custo unitário total --------------------------- 16
2.6.2 – Fixação do preço de venda com base no custo por Absorção17
2.6.3 – Preço de mercado ------------------------------------------------- 18
2.7–Margem de Contribuição ------------------------------------------------ 18
2.8–Ponto de Equilíbrio ------------------------------------------------------- 19
3- METODOLOGIA ------------------------------------------------------- 20
3.1 -Procedimentos metodológicos ------------------------------------------ 20
4- RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS -------------- 30
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS ------------------------------------------ 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ----------------------------------- 37
ANEXOS-------------------------------------------------------------------------38
5
1 - INTRODUÇÃO
As empresas vivem hoje em um cenário competitivo e exigente que testam a todo
o momento, as habilidades que possuem para se manterem no mercado. Para isso é preciso de
uma boa administração a fim de criar uma estrutura firme e sólida que possa ao longo do
tempo, sobreviver às ameaças econômicas a que estão expostas. A figura de um administrador
se torna indispensável para o gerenciamento dos negócios em que as empresas estão
envolvidas e no planejamento das metas que serão atingidas.
O principal objetivo de um administrador é de maximizar os lucros da empresa
em que opera tarefa nem sempre fácil, que requer conhecimentos e habilidades para
administrar diversos tipos de situações que surgem ao longo de sua gestão. Infelizmente nem
toda empresa possui uma boa administração, a maioria das empresas, principalmente as de
pequeno porte onde não dispõe de um administrador, costumam ter dificuldades em calcular o
preço de venda de seus produtos, o que acaba por colocar o objetivo de toda a empresa que é
o lucro, em risco.
Um dos principais fatores geradores de receita de uma empresa é o preço de venda
que, multiplicado pela quantidade vendida, integram a receita total das empresas. É frequente
acontecer de proprietários de pequena e média empresa apenas adicionarem uma margem de
lucro em cima dos produtos que fabricam, ou simplesmente, adéquam seus preços aos dos
concorrentes sem levar em conta os custos que integram cada produto. O prejuízo só será
percebido depois de algum tempo, ao constatarem que as receitas obtidas não estão sendo
suficientes para cobrir todos os custos e despesas daquele produto.
Muitas empresas não conseguem perceber o impacto que o preço pode causar na
lucratividade e acabam não dando importância na maneira de como é calculado. Todos os
custos e despesas devem estar incluídos no preço para que, em longo prazo, seja possível
obter um retorno satisfatório, possibilitando cobrir todos os custos e despesas necessárias, e
evitar que no fim das contas não ocorram surpresas desagradáveis resultante de um cálculo de
preço de venda equivocado. É a partir da análise dos custos que se inicia o estudo para a
formação do preço de venda.
O custo é um importante fator a ser analisado, aliás, é um dos principais itens a ser
estudado quando o assunto é formação de preço, afinal, o que sobra da receita de vendas após
6
todos os custos e despesas serem pagas é o lucro. Com isso, a análise de todos os custos
envolvidos no processo de produção se torna indispensável para um entendimento real de
quanto custa fabricar cada produto. Quanto menor forem os custos envolvidos no processo e
as despesas referentes à fabricação, maior será a lucratividade da empresa.
Se os custos da produção estão altos e a empresa não consegue aproximar seus
preços das de seus concorrentes, está na hora de apurar os custos e verificar o que está
contribuindo para o encarecimento do produto. As informações adquiridas com a apuração
dos custos são de suma importância para a tomada de decisão no sentido de se saber o preço
ideal que trará o retorno esperado. Não importa se a empresa é de grande, médio ou pequeno
porte, a adequada formação do preço de venda é indispensável para a obtenção do lucro
desejado.
Além dos custos que integram as despesas de fabricação está o mercado e o
concorrente que também precisam ser analisados antes de fixar qualquer preço. Para isso é
importante conhecer o cliente e a concorrência, o que está sendo oferecido no mercado e a que
preço. Em um mercado competitivo que é o caso dos artefatos de cimento, adequar os preços
à concorrência depois de todos os custos calculados é a melhor maneira de se praticar o preço
adequado de venda.
Quando se é cobrado um preço maior que o outro concorrente no primeiro
momento tem-se um retorno imediato, mas em longo prazo, será muito difícil manter a
mesma porcentagem de vendas devido à concorrência. O produto deve aliar a qualidade com
um preço compatível ao bolso do cliente e que satisfaça suas necessidades. De nada adianta
fixar o preço dos produtos baseado nos custos sendo que no final é o mercado quem dita às
regras. O preço dos produtos oferecidos deve ser o mais próximo possível dos praticados pelo
mercado.
Assim sendo o presente trabalho analisou o seguinte problema de pesquisa: Quais
as ações necessárias para a formação do preço de venda ideal e a maximização dos lucros para
a fábrica analisada?
E teve por objetivo estabelecer um preço de venda com segurança à partir da
metodologia estudada e mostrar que a adequada formação do preço é um dos principais
fatores para a maximização do lucro das empresas.
7
1.1 – Empresa Analisada
A fábrica de artefatos de cimento em pré-moldados de concreto celular é uma
empresa de pequeno porte que atua na indústria e comércio de artefatos de cimento há
aproximadamente 10 anos. Situada na cidade de Águas de Lindóia,com aproximadamente
17.266 habitantes, atende à população local e às cidades vizinhas como Socorro, Lindóia e
Monte Sião. Ocupando uma área de 3000m2, fabrica produtos diversificados como blocos,
mourões curvo e reto, lajes treliçada, bloquetes, tubos de concreto, canaleta de tubo, manilha
de poço, guias de concreto e pilar reto.
A produção é feita de acordo com os pedidos e quando possível, mantém-se um
nível mínimo de estoque para pronta entrega,segundo itens com especificações mais
procurados, ou seja, a especificação de bloco mais procurada é a de 14x19x39, a da laje é a
TR8 e assim por diante. A empresa não é informatizada e a contabilidade é terceirizada.
A empresa possui 4 funcionários sendo gerida por 2 sócios na qual apenas 1 opera
a fábrica. Por ser um segmento que carece de mão-de-obra na região, o sócio além de fazer
papel de gerente, administrador, vendedor, também trabalha na produção juntamente com os 4
funcionários que possui. Na região é uma das poucas empresas que trabalham com concreto
celular e produtos padronizados.
8
2 - REFERENCIAL TEÓRICO
A seguir serão apresentados os conceitos e teorias dos autores utilizados no
desenvolvimento deste trabalho.
2.1 – A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS
Segundo Braga (1995), toda ação de uma empresa gera gastos que são destinados
para a aquisição de receita. O capital empregado pelos donos da empresa e as receitas obtidas
de seus credores, são investidos em máquinas e equipamentos utilizados para a fabricação dos
produtos e comercialização de produtos ou serviços.
As receitas geradas com a venda dos produtos devem ser de tal forma que, cubra
todos os custos advindos da produção e ainda contribua para a obtenção do lucro. Toda esta
movimentação econômica faz com que as obrigações das empresas sejam liquidadas.
Dessa maneira, as empresas podem ser vistas como uma estrutura que aumenta os
recursos financeiros nela empregados. Em empresas privadas, os donos esperam que os
investimentos aplicados forneçam o lucro compatível ao risco do negócio. Em empresas
públicas, o lucro está na habilidade e competência gerencial melhorando os serviços
oferecidos para a população.
A função financeira consiste em um grupo de ações, ligados à administração dos
fundos utilizados por todos os departamentos da empresa. Essa função tem o compromisso de
adquirir recursos essenciais e planejar estratégias para alocação desses fundos. Utilizada em
todos os tipos de empresas, a função financeira é essencial para o desenvolvimento das
operações financeiras, colaborando para o sucesso da organização.
De acordo com Gitman (2002), a maior parte das decisões das empresas baseia-se
no financeiro, sendo o administrador desta área muito importante para os negócios da
empresa. Todo e qualquer departamento da empresa sustenta-se através do financeiro, que
injeta recursos nos departamentos, a fim de que cumpram suas atividades do dia-a-dia. Todos
os departamentos devem ter argumentação necessária para que consigam da alta
administração, recursos financeiros necessários para a realização de suas tarefas de rotina.
Geralmente as pessoas que trabalham no departamento financeiro, para fazer previsões
9
acertadas e tomar decisões, é preciso ter habilidade e querer se relacionar com todos os
departamentos da empresa.
2.2 - Terminologia Contábil
Vários autores apresentam uma mesma ideia do significado sobre as terminologias
contábeis e sobre a classificação dos custos. Portanto, serão apresentadas definições de um
autor específico.
Para Martins (2003), as definições das terminologias em custos industriais são:
 Gasto: Esforço financeiro com que a empresa arca para obtenção de um
produto ou serviço qualquer.
 Investimento: Esforço ocorrido na aquisição de bens ou serviços que são
estocados nos ativos da empresa para baixa ou amortização quando da sua
venda.
 Custo: Todos os gastos consumidos na produção de bens ou serviços. O
custo é um gasto, mas no momento da utilização na produção.
 Despesa: Bem ou serviço consumido de forma direta ou indireta para
aquisição de receitas.
2.3 – CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
Segundo Martins (2003), os custos se classificam em:
 Custos fixos: São custos que não mudam independente do volume de
produção. Ex. aluguel da fábrica.
 Custos variáveis: São custos que variam de acordo com o volume de
produção. Ex. matéria- prima.
 Custos diretos: São custos mensuráveis que podem ser apropriados
diretamente ao produto. Ex. mão de obra direta
10
 Custos indiretos: São custos que não podem ser mensurados, sendo
apropriados por meio de estimativas, muitas vezes de forma injusta. Ex.
depreciação.
2.4 – DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO
Existem vários métodospara a apuração dos custos e seus conceitos serão
apresentados pelos autores a seguir:
2.4.1 – CUSTEIO POR ABSORÇÃO
De acordo com Leone (2000), o custeio por absorção compreende o lançamento
de todos os custos referentes ao processo de fabricação, sejam eles fixo ou variáveis, diretos
ou indiretos, com o propósito de agregar todos os tipos de custos em cada unidade produzida.
Para Martins (1987), o método de custeio por absorção é composto somente pelos
custos de fabricação, as despesas geradas com o processo de fabricação são alocados quando
estão prontos para venda. Por ter nascido dentro da própria contabilidade e por reger os
princípios contábeis, é o único aceito pela legislação fiscal.
Segundo Santos (1987), o custeio por absorção é quando se atribui ao produto,
além dos custos variáveis, os custos fixos por meio de rateio. Esse não é o método correto
para tomada de decisão por existir certa deficiência na maneira de como os custos fixos são
rateados fazendo com que estes se tornem exagerados e equivocados, mas, este tipo de custeio
é fundamental para avaliar os estoques, elaborar demonstrações contábeis com o propósito de
cumprir os requisitos legais fiscais.
2.4.2 - CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO
De acordo com Neves e Viceconti (1995), só os gastos com a matéria- prima é
que são apropriados, os custos fixos são tratados como despesas alegando-se que estes sempre
permanecerão independentes da quantidade produzida. Vai contra os princípios contábeis,
pois, os custos fixos são lançados diretamente na conta de resultado do período, mesmo se
uma parte da produção for armazenada no estoque.
Segundo Leone (2000), denomina-se custo variável por ser um critério que possui
várias formas de acumulação de custos, como ordem de produção (vendas por encomenda),
11
processo contínuo (produção em massa), por responsabilidade (inclui todos os custos
pertinente aos departamentos), e de acordo com a situação, escolhe-se uma dessas formas para
sua elaboração.
Para Figueiredo e Caggiano (2008), no custeio variável só os custos referentes ao
volume de produção são apropriados ao produto, os custos fixos vão direto para o resultado
no período em que eles acontecerem.
2.4.3 - CUSTO PADRÃO
Para Leone (2000), define como custos-padrão, os custos estabelecidos pela
empresa com base nas características de produção. Sua aplicação é mais bem empregada em
indústrias que tem sua produção padronizada.Os custos a serem padronizados são os que
possuem relação direta com a produção como matéria-prima e mão de obra direta.
De acordo com Neves e Viceconti (1995), o custo padrão é quando a empresa
coloca uma estimativa de custos a ser alcançada na fabricação dos produtos, com base na
tecnologia, quantidade e preço da matéria prima e volume de produção de cada produto.
Existem 3 tipos de custo padrão:
 Custo Padrão ideal: Custo elaborado de forma mais precisa pela
engenharia de produção da empresa, com base em condições ideais de
fabricação. É uma meta de longo prazo, pois, no curto prazo, as
deficiências que ocorrem no manuseio e qualidade da matéria prima faz
com que existam dificuldades em se alcançar esta meta.
 Custo Padrão Estimado: É uma estimativa de custos para o futuro com
base na média dos custos passados, sem a preocupação com as mudanças
ocorridas no processo de produção, como aumento nos preços dos insumos
ou baixa produtividade por parte dos operários.
 Custo Real: É o custo real obtido no período de produção. Se na
confrontação o custo real for maior que o custo padrão, a diferença entre
os dois custos será tratada como desfavorável, pelo fato de o custo real ter
sido maior que o fixado como meta pela empresa. Mas se ao invés do
custo padrão, o custo real tiver resultado inferior, a diferença entre os dois
12
custos será considerada positiva, pelo fato de o custo ser menor do que o
estabelecido como meta pela empresa.
O custo padrão é importante, pois, na confrontação do custo real com o estimado,
a empresa tem condições de melhorar os métodos de produção, chegando ao custo ideal que
trará os resultados que a empresa espera.
2.5 - PREÇO
Para Figueiredo e Caggiano (2008), vários fatores são determinantes para o
sucesso de uma empresa e estes fatores devem ser interdependentes e estar harmonizados
entre si. Um desses fatores são os custos que merecem uma atenção especial da
administração, pois são mais fáceis de serem controlados do que outros fatores que dependem
do ambiente externo como volume de vendas e lucro.
É possível obter um retorno satisfatório a partir de uma boa administração, através
de alterações no preço, elaborando políticas e estratégias que levem em consideração as
consequências que trarão para a demanda e para o mercado, e assim, obter o lucro desejável
resultante da estrutura de custos da empresa.
A política de preço deve ser elaborada para aumentar o relacionamento com o
mercado, pois qualquer alteração na quantidade vendida resultante da escolha de uma política
de preço adquirida pela empresa poderá afetar o lucro, nesse caso, pode-se concluir que a
política de preço que a fábrica adotar deverá estar inserido no planejamento de longo prazo.
2.5.1 - Natureza do Problema do Preço
De acordo com Figueiredo e Caggiano (2008), a estabilidade das empresas no
mercado á longo prazo dependem de estratégias de preços que, além de atender à demanda,
cubra os custos de sua fabricação trazendo um retorno satisfatório sobre o capital empregado.
Apesar de parecer simples de ser resolvido apenas adicionando uma margem de lucro em
cima dos custos, o problema de preço é muito mais complicado.
Em um curto período de tempo é possível verificar se o preço praticado trará lucro
ou prejuízo, mas o lucro total poderá sofrer influências macro econômicas que não são
controláveis como, por exemplo, a diminuição na quantidade vendida por motivos climáticos.
13
Também, é correto afirmar que, as políticas de preço adotadas pelo mercado competitivo
afetam a demanda e tornam-se mais importantes nas decisões de preço do que seu custo.
Contudo, da mesma maneira que existem diferentes tipos de apuração de custos,
cada um para determinada ocasião, existem diversas situações que pedem diferentes tipos de
preço. Não deve ser esquecido que o preço é um dos meios que a empresa possui para
influenciar as vendas. Uma elevação nas vendas pode ser adquirida de diversas formas como:
mudando as formas do produto, investindo em marketing, reduzindo seu preço.
2.5.2 – Análise e Formação de Preços
De acordo com Santos (2001), a formação de preços é feita com base nos custos,
quantidade vendida e outros fatores que estão relacionados com sua produção. Por análise de
preços entende-se a decomposição do preço de um produto ou serviço praticado pela empresa
ou vigente no mercado, em suas parcelas de custo e margem de lucro.
A Análise de preços é realizada para avaliar o lucro que as empresas terão ou
tiveram em relação aos produtos fabricados, além de ajudar nas definições de estratégias de
mercado. Embora existam outros fatores que determina e ajuda na maximização dos lucros
das empresas, a formação de preço é predominante em quase todas elas.
A administração de preços possui dois fatores distintos. Preço baseado nos custos
de produção e preço baseado no mercado. A avaliação dos custos é necessária para se ter uma
ideia da real situação na composição do preço de um produto. Por outro lado, a análise de
mercado também é importante para se ter ideia dos preços que estão sendo praticados pelos
concorrentes.
2.5.3 – Administração Estratégica de Preços
Para Santos (2001), o foco da administração estratégica de preços é exprimir de
maneira precisa os preços com base em vários fatores sendo o mais comum, o mercado e as
finanças. Embora seja possível sua formulação com base em diversos fatores, o fator
financeiro sempre prevalece principalmente em uma visão de longo prazo. O preço para que
seja praticável, é preciso estar de acordo com a realidade do mercado, sendo assim, não será
possível apresentar razões para a prática de preços inconvenientes.
14
1. Preço de curto prazo
É aquele empregado pela empresa a fim de obter um retorno rápido, mas, sem
deixar de lado, os propósitos de longo prazo. Por exemplo, um preço promocional para
aumentar o capital de giro da empresa durante um determinado período. Sendo esta prática de
curto prazo, as receitas produzidas que, devido à promoção a captação é em menor
quantidade, devem estar previstas sem afetar os lucros da empresa.
2. Preço de longo prazo
Considera-se preço de longo prazo, o preço praticado pelas empresas enquanto
estas operarem no mercado investindo capital ou pelo tempo de sobrevivência do produto no
mercado. Estas duas ideias de preço devem-se ao fato de que, o tempo de investimento e o
tempo em que as empresas permanecem no mercado é sempre menor do que o tempo de vida
dos produtos por ela fornecidos.
Preços fixados com base no investimento possuem o propósito de obter o
retorno esperado durante o período em que o capital foi investido. Em certos momentos
durante a vida útil do capital investido pode acontecer de os preços praticados serem
diferentes dos planejados, no entanto, o preço deve ser de tal forma que atenda o mercado e ao
mesmo tempo cubra os custos da empresa. Durante o tempo de vida dos produtos no mercado,
os preços devem ser reajustados conforme o aumento nos custos de produção e outros fatores
externos como, por exemplo, a inflação.
2.5.4 – Políticas de Preços
Segundo Santos (2001), a política de preços são normas que regem as decisões de
preços de curto e longo prazo e que são praticados de acordo com a situação e necessidade da
empresa. Para que se obtenha o lucro desejado, as empresas deverão adequar o preço mais
conveniente ao longo do período do investimento. As políticas de preços mais praticados
pelas empresas são:

Preço de penetração:Política onde a empresa pratica um preço
mais baixo para ganhar uma fatia do mercado e depois da aceitação do produto, o
preço é elevado ao seu estágio normal. Dentro desta estratégia deve ter sempre a
visão de longo prazo e verificar se esta prática é viável para a empresa.
15

Preço nata:Quando a empresa oferece um produto diferenciado,
isto lhe permite praticar no momento da apresentação do produto no mercado um
preço mais alto, alavancando assim os lucros da empresa. Com a chegada dos
concorrentes ao longo do tempo, a empresa é obrigada a baixar seus preços, tendo
assim uma lucratividade normal. Esta diminuição da receita deverá estar prevista
dentro do planejamento da empresa.

Preço promocional: Política baseada na redução de preço
durante certo período. É muito utilizado pelas empresas para desencalhar produtos
que não tem muita saída ou quando seu prazo de vencimento está por acabar.

Preços em situação de capacidade ociosa: As empresas podem
ter períodos de capacidade ociosa onde ocorre uma queda nas vendas durante
certos períodos do ano. Esse período pode ser normal ou eventual. Para períodos
com capacidade ociosa normal a queda nas vendas é esperada por serem
frequentes, sendo assim, pode ser praticado um preço baixo permanentemente
atraindo assim a atenção dos consumidores em realizar obras neste período em que
os preços dos materiais estão mais baratos.
Nos períodos de capacidade ociosa eventual a queda nas vendas devese geralmente a algum fator externo, portanto, os preços só devem ser formulados
no momento em que o fato acontecer. No caso dos artefatos de cimento, em
períodos chuvosos a procura por material é menor, pois não se consegue
prosseguir com uma obra em dias de chuva, impossibilitando que as construtoras
ou pedreiros realizem os seus serviços.

Preços para venda financiada: É praticado por praticamente
todas as empresas que vendem produtos a prazo. Quando se pratica esta política de
preço, as empresas correm certo risco por conta do descumprimento das
obrigações por parte dos clientes e uma possível inflação que pode ocorrer no
período do financiamento dos produtos. Para diminuir estes riscos, as empresas
incluem no preço uma pequena taxa referente aos riscos que corre. Caso ocorra
uma inflação, a empresa não sairia perdendo porque ela presumiu que isto pudesse
acontecer.
16

Preços para otimização: É a prática de um único preço para
diferentes formas de pagamento possibilitando arrecadação de recursos de uma
forma mais ampla.
2.6 - FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Segundo Santos (2001), os métodos de formação de preço diferem dependendo do
tamanho da empresa, do setor de atuação e das exigências do mercado. Embora existam várias
formas para formar o preço, a análise dos custos é predominante em todas elas. O que
diferencia é o grau exato com que cada método liga o preço ao custo.
Em geral cada método baseia-se em um tipo de custeio (absorção, variável,
padrão), e o cálculo é baseado em uma estimativa de produção ou operação acrescentando-se
uma margem de lucro.
2.6.1 – Margem sobre o custo unitário total
Consiste na aplicação de uma margem de lucro sobre o custo unitário do produto
com o propósito de trazer o lucro que a empresa espera. Esta margem pode ser única para
todos os produtos ou, pode ser utilizada uma margem para cada produto ou um conjunto de
produtos.
Neste método, os preços são compostos por:

Custo unitário

Margem de lucro sobre o custo por unidade.

Impostos incidentes na comercialização dos produtos.

Custo financeiro para vendas realizadas a prazo.
1) Cálculo do preço de venda à vista
P0= Ctu(1+Mc) / (1-Ev) onde:
P0 = preço de venda
Ev = impostos sobre o preço de venda (em porcentagem por R$ 1,00)
Ctu = custo total unitário
Mc = margem de lucro sobre o custo total unitário (em % por R$ 1,00)
Quadro 1: Fórmula para o cálculo do preço de venda à vista
Fonte: Santos, (2001, p. 204).
17
2) Preço a prazo com recebimento único
Para vendas realizadas com recebimento em uma única parcela, a taxa que será
acrescentada só será percebida se o comprador souber o preço de compra à vista. A taxa a ser
utilizada pode ser a de rendimento das aplicações financeiras. Estabelecida a taxa mais
conveniente, poderá ser utilizada a seguinte fórmula:
Pp=Pv x (1+i)n/30 onde:
Pp = preço para recebimento à prazo
Pv = preço para recebimento à vista
i = taxa de juros mensal na forma unitária
n = número de dias referente ao prazo de pagamento
Quadro 2: Fórmula para o cálculo do preço de venda a prazo com recebimento único
Fonte: Santos, (2001, p. 212)
3) Preço a prazo com recebimento parcelado
Quando a venda é realizada com recebimento de mais de uma parcela, o cliente
poderá observar qual a melhor opção em relação às taxas de juros. Para preços com entrada
para 30 dias, a fórmula a ser utilizada será:
Pp= Pv x (1+i)n x i onde:
(1+i)n-1
Pp = preço para recebimento a prazo
Pv = preço para recebimento à vista
i = taxa de juros mensal na forma unitária
n = número de parcelas mensais
Quadro 3: Fórmula para o cálculo do preço a prazo com recebimento parcelado
Fonte: Santos, (2001, p.213).
2.6.2 – Fixação do preço de venda com base no custo por Absorção
Segundo Neves e Viceconti (1995), neste método, o preço de venda se iguala aos
custos de produção (apurado através do Custeio por Absorção) mais o percentual de lucro
desejado. Considere o seguinte exemplo:
18
Uma fábrica de artefatos de cimento que produz laje TR8 possui os seguintes
custos:

Custo variável

Mão de obra direta

Custo fixo

Custo total unitário

Despesa operacional – 4,5% dos custos

Margem de lucro – 30% sobre o total de custos e despesas
R$ 12,43
R$ 1,13
R$ 1,29
R$ 14,85
O preço de venda da laje TR8 será:

Custo unitário total
R$ 14,85

(+) Despesa operacional
R$ 0,67

(=) Custo + despesa operacional
R$ 15,52

(+) margem de lucro (antes do IR)
R$ 4,65

(=) Preço de venda
R$ 20,17 m²
Quadro 4: Exemplo de cálculo do preço de venda com base no custo por absorção
Fonte: Adaptado de Neves e Viceconti, (1995, p. 345-346).
2.6.3 – Preço de mercado
Para Figueiredo e Caggiano (2008), quando o mercado fixa o preço do produto
tendo a empresa que ajustar seu preço ao dos seus concorrentes, o problema está no volume
de produção. Nestas circunstâncias, a quantidade a ser produzida é definida através do custo, e
o lucro é projetado de acordo com essas condições. Um exemplo típico é o mercado de
commodities. Os produtores negociam hoje para entregar o produto daqui a 4 meses, a um
preço que já foi fixado anteriormente.
2.7 - MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
De acordo com Leone (2000), a margem de contribuição é o valor resultante da
diferença entre a receita e os custos variáveis que podem ser identificados em um produto ou
por qualquer setor da empresa que pode ter sua atividade dividida.
Para Santos (1987), na margem de contribuição pelo custeio variável, cada
produto consome somente custos diretos (produção e venda), mas a margem de contribuição,
custo unitário menos o preço final de venda, deverá cobrir os custos fixos e proporcionar
19
lucro. A margem de contribuição é o lucro obtido pelo método de apuração do custeio
variável.
A fórmula utilizada para o cálculo da margem de contribuição é:
MC = preço de venda – custo variável
Quadro 5: Fórmula para o cálculo da margem de contribuição
Fonte: Leone, (2000, p. 424)
Abaixo, uma tabela com o cálculo da margem de contribuição dos produtos
analisados com os preços praticados atualmente pela fábrica.
produto
laje TR8
bloco de 12
bloco de 14
bloco de 19
preço de venda
R$
20,00
R$
1,30
R$
1,40
R$
1,90
(-)
custo variável (=) margem de contribuição
R$ 12,43
R$
7,57
R$
0,44
R$
0,86
R$
0,54
R$
0,86
R$
0,71
R$
1,19
Tabela 1: Cálculo da margem de contribuição dos produtos analisados
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
2.8 – PONTO DE EQUILÍBRIO
Segundo Dutra (1992), este parâmetro estabelece o momento em que a empresa
iguala os custos às receitas. Neste ponto a empresa está produzindo somente para pagar os
custos com a fabricação dos produtos.
Para Santos (1991), a fixação da quantidade mínima que a empresa precisa vender
para que não tenha prejuízo, chamado de ponto de equilíbrio, colabora para o bom
gerenciamento dos recursos das empresas.
A fórmula utilizada para o cálculo do ponto de equilíbrio em unidades é:
PE =
Custos fixos totais
Margem de contribuição
Quadro 6: Fórmula para o cálculo do ponto de equilíbrio
Fonte: Leone, (2000, p.424)
20
3 – METODOLOGIA
Para a realização do presente trabalho, utilizou da pesquisa exploratória, que de
acordo com Oliveira (2004, p.134), “é a ênfase dada à descoberta de práticas ou diretrizes
que precisam modificar-se e na elaboração de alternativas que possam ser substituídas”.
3.1- Procedimentos Metodológicos
A metodologia proposta para a formação do preço de venda é o método do preço
baseado nos custos fixos e variáveis, que servirá para analisar se o preço praticado pela
empresa está contribuindo para a porcentagem de lucro que ela espera e se estes encontram
dentro do preço de venda praticado pela concorrência, sendo o mercado o principal
determinante na fixação do preço final de um produto.
Devido à complexidade de se obter informações sobre cada um deles, foram
analisados 4 dos 20 produtos que fabrica cujos produtos e especificações possuem maior
procura entre os consumidores. Os produtos analisados foram: blocos de 12x19x39,
14x19x39, 19x19x39 que correspondem respectivamente a blocos de 12, 14 e 19 e lajes
treliçadas TR8.
Para o desenvolvimento deste trabalho foi feito um levantamento sobre a
estrutura dos produtos através de dados e relatórios de produção fornecidos pela empresa e,
de tudo que seria utilizado para a apuração dos custos, e junto com um dos sócios, foram
colhidas informações referentes ao processo de fabricação como matéria-prima que compõe
cada produto com seus respectivos preços, tipo de tributação que a empresa está submetida,
custos fixos e custos variáveis que a empresa tem com a fabricação dos produtos, enfim,
todas as informações necessárias para a realização deste trabalho.
Como a fábrica produz vários produtos, não seria certo calcular todos os custos
somente em cima dos 4 em questão, portanto, foi necessário achar a porcentagem de
recursos que cada produto consome durante o processo de fabricação. Para achar esta
porcentagem, primeiramente, foi preciso fazer um levantamento da capacidade produtiva por
dia, para chegar no tempo de fabricação,considerando 4 funcionários com período de
trabalho de 8h/dia.
21
Depois, foi necessário multiplicar o tempo unitário pela quantidade de produtos
vendidos no mês para achar o tempo total de produção em minutos. O valor encontrado foi
dividido pela somatória de todos os valores e multiplicado por 100, que resultou na
porcentagem obtida conforme mostrado na tabela, desta forma foi possível saber quanto de
recursos cada produto consome, pois quanto maior for o tempo gasto na fabricação do
produto e a quantidade produzida, maior será o consumo de custos deste produto.
É esta porcentagem que será utilizada para ratear os custos fixos, a mão-de-obra
direta e as despesas administrativas somente dos produtos em questão que será mostrado na
tabela a seguir:
qtd
capacidade
produtiva/dia produzida/mês
tempo em
total de tempo em % de recursos
minutos por
minutos
consumidos
und
produto
especificação
bloco de 10
10x19x39
2000
212
und
0,24
50,88
0,67
bloco de 12
12x19x39
1600
3210
und
0,30
963
12,77
bloco de 14
14x19x39
1600
7160
und
0,30
2148
28,48
und
bloco de 19
19x19x39
1000
1010
und
0,48
485
6,43
canaleta de bloco de 13
12x19x39
533
945
und
0,90
851
11,28
canaleta de bloco de 15
14x19x39
533
235
und
0,90
212
2,81
canaleta de bloco de 20
19x19x39
533
45
und
0,90
41
0,54
tubo de concreto
0,30dm
20
4
und
24
96
1,27
tubo de concreto
0,40dm
30
6
und
16
96
1,27
manilha de poço
1,00dm
20
8
und
24
192
2,55
manilha de poço
1,20dm
15
3
und
32
96
1,27
mourão reto
2,30m
50
24
und
9,60
230
3,06
mourão reto
2,50m
50
34
und
9,60
326
4,33
mourão curvo
2,90m
40
42
und
12
504
6,68
pilar reto
0,12x0,12cm
40
6
und
12
72
0,95
bloquete
0,25x0,06
500
490
und
0,96
470
6,24
guias de concreto
1,00x0,30
100
9
und
4,80
43
0,57
laje treliçada
TR8
210
230
m
2,29
526
6,97
laje treliçada
TR12
210
59
m
2,29
135
1,79
laje treliçada
TR16
210
2
m
2,29
4,6
0,06
7541,41
100,00
TOTAL
Tabela 2: Levantamento da porcentagem de recursos consumidos por produto
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
Os dados da capacidade produtiva/dia e o tempo de fabricação foram colhidos
através dos funcionários da empresa, os dados da quantidade produzida /mês foram obtidos
através de talões de pedido, onde foi feito a soma de todos os produtos no período de um
ano, acrescentando uma quantidade mínima de estoque e feito a média da quantidade
22
produzida por mês já que em certos meses, a venda é maior ou menor geralmente devido a
algum fator externo. Achado a porcentagem o próximo passo foi elaborar uma planilha para
cada um destes custos. O recurso utilizado para a confecção das planilhas foi o Microsoft
Excel. As planilhas foram elaboradas da forma mais simples possível para que haja
facilidade no entendimento de como ela funciona e para que qualquer pessoa possa utilizar.
A seguir serão mostradas as planilhas onde serão inseridos os respectivos dados.
A planilha 1 será composta pela matéria-prima com a quantidade utilizada em cada produto,
preço unitário de cada componente e o custo por unidade.
Custo Matéria Prima
Laje TR8
matéria-prima
und
qtd
cimento
saco 40 kg
1
R$
preço/und
18,00
R$
custo/und
0,45
areia
m³
0,007
R$
53,00
R$
0,37
pedra 1
m³
0,006
R$
65,00
R$
0,39
lajota H7
und
12
R$
0,50
R$
6,00
treliça h8
frete
barra 12m
m
2,3
1
R$
R$
22,00
1,00
R$
R$
4,22
1,00
R$
12,43
total
Bloco de 12
matéria-prima
und
qtd
preço/und
cimento
saco 40 kg
0,22
R$
18,00
pedrisco
m³
0,006
R$
57,00
total
custo/und
R$
0,10
R$
0,34
R$
0,44
Bloco de 14
matéria-prima
und
qtd
cimento
pedrisco
saco 40 kg
m³
0,24
0,0075
preço/und
R$
R$
18,00
57,00
total
custo/und
R$
R$
0,11
0,43
R$
0,54
Bloco de 19
matéria-prima
und
qtd
cimento
pedrisco
saco 40 kg
m³
0,3
0,01
total
preço/und
R$
R$
18,00
57,00
custo/und
R$
R$
0,14
0,57
R$
0,71
Planilha 1: Planilha de Custos Variáveis
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
A planilha 2 mostrará os custos que a empresa tem todo mês, necessários para a
fabricação dos produtos. Nesta planilha os custos serão rateados por produto. Na sequência
a planilha 3 conterá o rateio do custo fixo por unidade.
23
Custo Fixo
Custos mensais
Produto
laje TR8
Descriminação
bloco de 12
Valor
Porcentagem de rateio
6,97%
aluguel
R$
água
450,00
bloco de 14 bloco de 19
12,77%
28,48%
6,43%
R$ 31,37
R$
57,46
R$ 128,17
R$ 28,93
mina
energia elétrica
R$
130,00
R$ 9,06
R$
16,60
R$ 37,03
R$
8,36
telefone
R$
100,00
R$ 6,97
R$
12,77
R$ 28,48
R$
6,43
lubrificantes
R$
200,00
R$ 13,94
R$
25,54
R$ 56,97
R$ 12,86
combustível/diesel
R$
450,00
R$ 31,37
R$
57,46
R$ 128,17
R$ 28,93
manutenção de máquinas
R$
300,00
R$ 20,91
R$
38,31
R$ 85,45
R$ 19,29
depreciação
R$
450,00
R$ 31,37
R$
57,46
R$ 128,17
R$ 28,93
total
R$ 2.080,00
592,44
133,71
145,00
265,61
Planilha 2: Planilha de rateio do custo fixo
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
Rateio
Produto
Custo Fixo por Unidade
Qtde
Custo mensal
Custo mensal
Produzida
Total
Unitário
mês
laje TR8
145,00
230
R$
0,63
bloco de 12
265,61
3210
R$
0,08
bloco de 14
592,44
7160
R$
0,08
bloco de 19
133,71
1010
R$
0,13
Planilha 3: Planilha de rateio do customensal por unidade
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
A planilha de custo fixo mostra todos os custos que a empresa possui que não
são alterados com a quantidade produzida. Tanto faz se a empresa produzir um produto ou
cem, os custos fixos serão sempre os mesmos. Na sequência será mostrada a planilha 4 onde
será inserida dados de custos com a mão-de-obra direta mais encargos trabalhistas. A
planilha 5 conterá o rateio da mão-de-obra por unidade.
24
Custo da Mão-de-Obra com Encargos Trabalhistas
Item
Salário/mês
líquido
Qtd
funcionário
4
R$
774,64
FGTS
INSS
8%
8%
R$
61,97
R$
61,97
Total
R$ 3.594,33
Planilha 4: Planilha de custos de mão-de-obra com encargos
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
Rateio MOD por Unidade
Porcentagem Valor total por
Qtd fabricada
de rateio
produto
Produto
Custo por
und
laje TR8
6,97%
R$
250,56
230
R$
1,09
bloco de 12
12,77%
R$
458,98
3210
R$
0,14
bloco de 14
28,48%
R$
1.023,76
7160
R$
0,14
bloco de 19
6,43%
R$
231,06
1010
R$
0,23
Planilha 5: Planilha de rateio da mão-de-obra
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
A planilha 6 conterá as despesas administrativas que também serão incluídas
para apuração do custo dos produtos. A planilha 7 conterá o rateio dessas despesas por
unidade de cada produto.
Despesas Administrativas
Item
Qtd
Pro labore/ mês
INSS Pro Labore
Total Despesas
mais Encargos
11%
sócio A
sócio B
subtotal
1
1
R$
R$
933,00
622,00
R$
R$
102,63
68,42
R$
R$
R$
1.035,63
690,42
1.726,05
Honorários do contador
R$ 272,00
total
R$ 1.998,05
Planilha 6: Planilha de despesas administrativas
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
Rateio por Produto
Produto
laje TR8
bloco de 12
bloco de 14
bloco de 19
Porcentagem de
Rateio
6,97%
12,77%
28,48%
6,43%
Valor por produto Qtde Produzida Mês Custo por Unidade
R$
R$
R$
R$
139,28
255,14
569,10
128,44
230
3210
7160
1010
R$
R$
R$
R$
0,61
0,08
0,08
0,13
25
Planilha 7: Planilha de rateio das despesas administrativas por unidade
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
As despesas administrativas incluem o pró labore dos sócios com as alíquotas de
INSS correspondente. Os valores aqui mencionados são os que de fato computam para
efeitos de tributação. Logicamente que este valor é simbólico sendo o valor de retirada dos
sócios por mês maior do que os referidos na planilha.
Na planilha 8 será demonstrado o custo fixo total e unitário dos produtos
baseados na porcentagem de recursos consumidos.
Custo Fixo Total e Unitário
Descriminação
custo mensal
Laje TR8
Bloco de 12
Bloco de 14
Bloco de 19
R$
145,00
R$
265,61
R$
592,44
R$
133,71
Mão de obra
R$
Despesas administrativas R$
250,56
139,28
R$
R$
458,98
255,14
R$
R$
1.023,76
569,10
R$
R$
231,06
128,44
Custo fixo total
534,84 R$
2.185,30 R$
493,22
R$
230
Qtd produzida mês
Custo fixo unitário
R$
979,72 R$
3210
2,33 R$
7160
0,31 R$
1010
0,31 R$
0,49
Planilha 8: Planilha de custo fixo total e unitário por produto
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
A planilha 9conteráa soma dos custos variáveis mais os custos fixos que formará
o custo total unitário dos produtos.
Custo total dos produtos por unidade
Produto
Und
Custo variável
Custo total
unitário
Custo fixo
laje TR8
m²
R$
12,43
R$
2,33
R$
14,75
bloco de 12
und
R$
0,44
R$
0,31
R$
0,75
bloco de 14
und
R$
0,54
R$
0,31
R$
0,84
bloco de 19
und
R$
0,71
R$
0,49
R$
1,19
Planilha 9: Planilha de custo unitário
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
A planilha 10 conterá os impostos incidentes sobre os produtos que serão
comercializados.
26
Impostos incidentes sobre a comercialização dos produtos
IRRPJ
CSLL
PIS/PASEP
COFINS
CPP
ICMS
IPI
total
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
2,75%
1,25%
0,50%
4,50%
Custo total com despesas de comercialização
custo total
custo total
produto
und
mais
unitário
impostos
laje TR8
m²
R$ 14,75 R$
15,42
bloco de 12
und
R$ 0,75 R$
0,78
bloco de 14
und
R$ 0,84 R$
0,88
bloco de 19
und
R$ 1,19 R$
1,25
lucro desejado
30%
Planilha 10: Planilha de impostos
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
Os impostos incidentes sobre os produtos são para as empresas na modalidade
indústria que estão inseridas no Simples Nacional cuja receita bruta anual é de até
R$180.000,00. Para as empresas que estão inseridas no Simples na modalidade comércio,
empresas que apuram os lucros pelo lucro real ou lucro presumido, deverão aplicar a alíquota
correspondente de acordo com a receita bruta da empresa.
Depois de apurado todos os custos será feito o cálculo do preço de venda. A
planilha 11 calculará 3 tipos de preço de venda: à vista, com recebimento único e com
recebimento parcelado. É claro que a maioria das empresas não trabalham com 3 tipos de
preço, a intenção aqui é formular um preço negociável à partir dos cálculos. O critério
utilizado para a formação do preço de venda é a margem sobre o custo unitário total, as
fórmulas que serão utilizadas na planilha estão descritas no quadro a seguir.
27
Cálculo para o preço de venda à vista.
Po = Ctu (1 + Mc) / (1 - Ev) onde:
Po = preço de venda à vista.
Ev = encargos sobre o preço de venda (em % por R$1,00).
Ctu = custo total unitário.
Mc = margem de lucro sobre o custo total unitário (em % por
R$1,00).
Cálculo para o preço de venda com recebimento único.
Pp = pv x (1 + i)n/30 onde:
Pp = preço para recebimento à prazo.
Pv = preço para recebimento à vista.
i = taxa de juros mensal na forma unitária.
n = número de dias referente ao prazo de pagamento
Cálculo para o preço de venda com recebimento
parcelado.
Pp = pv x (1 + i)n x i onde:
(1 + i)n - 1
Pp = preço para recebimento à prazo.
Pv = preço para recebimento à vista.
i = taxa de juros mensal na forma unitária.
n = número de parcelas mensais.
Quadro 11: Quadro de fórmulas do preço de venda
Fonte: Santos, (2001, p. 204-213)
28
Formação do Preço de Venda
À Vista
Descriminação
laje TR8
custo total unitário
R$
impostos sobre vendas
lucro desejado
preço de venda
14,75
bloco de 12 bloco de 14 bloco de 19
R$
0,75
R$
0,84
R$
1,19
4,50%
4,50%
4,50%
4,50%
30%
30%
30%
30%
R$
20,08 R$
1,02 R$
1,14 R$
1,62
1,14
1,62
A Prazo com Recebimento Único
preço de venda à vista R$
taxa de juros mensal
nº de dias referente ao
prazo de pagamento
preço de venda
R$
20,08
R$
1,02
R$
0,50%
0,50%
0,50%
0,50%
30
30
30
30
20,86 R$
1,06 R$
1,19 R$
A prazo com Recebimento Parcelado
preço de venda à vista R$
20,08 R$ 1,02 R$
1,14
taxa de juros mensal
0,50%
0,50%
0,50%
nº de parcelas mensais
3
3
3
preço de venda
R$
R$
26,84 R$
1,36 R$
1,69
R$
1,62
0,50%
3
1,53 R$
2,17
Planilha 11: Planilha de cálculo do preço de venda
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
A planilha 12 calculará a margem de contribuição de cada produto, ou seja,
quanto cada produto está contribuindo para o lucro da empresa. A fórmula a ser utilizada na
planilha é: margem de contribuição = (preço de venda – custo variável).
Margem de Contribuição por Und
Produto
laje TR8
bloco de 12
bloco de 14
bloco de 19
Preço de venda
R$
20,08
R$
1,02
R$
1,14
R$
1,62
Custo Variável Margem de Contribuição
R$
12,43 R$
7,66
R$
0,44 R$
0,57
R$
0,54 R$
0,61
R$
0,71 R$
0,92
Planilha 12: Planilha de Cálculo da Margem de Contribuição
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
Toda a empresa que deseja lucro deve saber se a quantidade vendida mês está
contribuindo para a lucratividade. Sendo assim, foi criada uma planilha para o cálculo do
ponto de equilíbrio para os produtos analisados. A fórmula utilizada na planilha é:
ponto de equilíbrio =
custos e despesas fixas
Margem de contribuição
29
Ponto de Equilíbrio em Qtde
Produto
laje TR8
bloco de 12
bloco de 14
bloco de 15
Custos fixos
534,84
979,72
2185,30
493,22
Margem de Contribuição Ponto de Equilíbrio
R$
7,66
70
R$
0,57
1705
R$
0,61
3589
R$
0,92
536
Planilha 13: Planilha de Cálculo do Ponto de Equilíbrio
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
Depois de tudo analisado é hora de pesquisar o que o mercado está oferecendo e a
que preço. Foi constatada pequena diferença de preço entre os produtos, as especificações
também diferem tendo a empresa analisada, produtos com especificações padronizadas. A
importância da apuração dos custos para a formação do preço se baseia em depois de
apurados os custos, ajustá-los ao mercado e organizar estratégias para aumentar os lucros.
Vendo dificuldades em calcular todos os custos corretamente, os sócios
analisaram a possibilidade de informatizar a empresa. Os custos com a informatização será
tratado como um investimento que auxiliará os sócios na gestão do empreendimento. Os
produtos que tiveram diferença no preço com a metodologia aplicada serão analisados e se
constatado prejuízo, serão implantados métodos para compensar essas diferenças. No capítulo
resultado e análises veremos seos produtos aqui estudados estão contribuindo para o lucro da
empresa.
As planilhas aqui utilizadas serão interligadas e servirão para auxiliar os sócios a
calcular o preço de venda, margem de contribuição e o ponto de equilíbrio com maior
praticidade e precisão dos dados, trazendo maior controle e auxiliando o processo de tomada
de decisão da empresa.
Em resultados e análises será apresentado um comparativo com os preços
praticados pela empresa e com os preços elaborados pela metodologia estudada.
30
4 - RESULTADOS E ANÁLISES
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos com a metodologia
estudada. Para começar será observado o quadro a seguir:
Preço de venda
praticado pela fábrica
Produto
Preço de venda elaborado pela
metodologia estudada
und
À vista
laje TR8
bloco de 12
bloco de 14
bloco de 19
m²
und
und
und
R$
R$
R$
R$
A prazo
20,00
1,30
1,40
1,90
R$
R$
R$
R$
21,00
1,40
1,50
2,00
À vista
R$
R$
R$
R$
20,08
1,02
1,14
1,62
A prazo com A prazo com
recebimento recebimento
único
parcelado
R$
R$
R$
R$
20,86
1,06
1,19
1,69
R$
R$
R$
R$
26,84
1,36
1,53
2,17
Quadro 12: Comparativo entre o preço de venda da fábrica e o elaborado pela metodologia
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
No quadro observa-se que, os preços à vista praticados atualmente pela fábrica
são mais vantajosos do que os elaborado pela metodologia em 3 dos 4 produtos analisados.
Em relação aos preços de venda a prazo, verificou-se que um produto obteve preço muito
próximo do elaborado pela metodologia para um único pagamento.
Para o preço a prazo com recebimento parcelado os preços obtidos através da
metodologia tiveram diferenças pequenas em relação aos praticados pela fábrica atualmente,
com exceção de um produto, sendo o preço formado pela metodologia, totalmente fora dos
praticados pelo mercado, não sendo possível a prática deste preço. Nestas condições, a fábrica
poderá reduzir o preço de 3 produtos, no caso de uma eventual promoção, sem comprometer
os custos de produção.
Margem de Contribuição
produto
laje TR8
bloco de 12
bloco de 14
bloco de 19
pelo preço da fábrica
R$
R$
R$
R$
7,57
0,86
0,86
1,19
pelo preço da
metodologia
R$
R$
R$
R$
Quadro 13: Comparativo margem de contribuição
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
7,66
0,57
0,61
0,92
31
Conforme demonstra o quadro acima, apenas um produto possui margem de
contribuição menor em relação ao preço que a fábrica pratica atualmente, sendo a margem
maior se o preço praticado fosse igual ao elaborado pela metodologia. Os demais produtos
possuem margem de contribuição maior devido ao maior valor do preço de venda. Dessa
forma a análise nos permite saber quanto de retorno em valores cada unidade de produto
proporciona para a empresa. Como os preços de vendas estão dentro dos praticados pelo
mercado, os preços foram mantidos podendo a empresa, reduzir o preço de venda para ganhar
competitividade.
Ponto de Equilíbrio
produto
und
laje TR8
bloco de 12
bloco de 14
bloco de 19
m²
und
und
und
pela margem de
contribuição da
fábrica
71
1139
2541
414
pela margem de
contribuição da
metodologia
70
1705
3589
536
média mensal
vendida mês
210
2918
6460
919
Quadro 14: Comparação entre os pontos de equilíbrio
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
Analisando o quadro acima, precisaria vender mais para se chegar ao ponto de
equilíbrio de 3 produtos se o preço praticado fosse igual ao da metodologia, devido ao menor
valor do preço de venda. É possível através desta ferramenta, adotar uma política de preço
para incentivar as vendas, como um preço promocional e saber quanto de cada produto
precisaria vender para que esta queda nos preços não prejudique a empresa e planejar o lucro
determinando uma quantidade a ser vendida por mês.
Para uma melhor visualização dos resultados, será apresentado graficamente o
ponto de equilíbrio em quantidade e em valores de todos os produtos analisados utilizando os
preços que a fábrica pratica atualmente.
32
LAJE TR8
R$
RT
CT
Área de
Lucro
PE
R$ 882,53
CV
R$ 1.417,37
R$
534,84
R$ 534,84
CF
Área de
Prejuízo
R$ 1.417,37
CT
71
m²
RT = Receita Total
CV = Custo Variável
CF = Custo Fixo
CT = Custo Total
Quadro 7: Representação gráfica em valores e quantidade do ponto de equilíbrio da laje TR8
Fonte: Adaptado de Santos (1987, p. 160)
O quadro 7 representa o ponto de equilíbrio em valor e em quantidade da laje
TR8, a fábrica deverá vender 71m² de laje por mês para poder pagar os custos com a produção
deste produto. Se a venda acontecer na linha onde o custo total parte dos custos fixos, a
fábrica só conseguirá pagar os custos com a matéria prima. Abaixo desta linha a empresa não
conseguirá pagar nem os custos fixos. Por possuir custo fixo menor, faz com que o prejuízo
seja menor, se trabalhado abaixo deste ponto.
BLOCO DE 12
RT
R$
Área de
Lucro
CT
PE
R$ 1.480,88
R$
R$ 501,16
CV
979,72
R$ 979,72
CF
Área de
Prejuízo
1139
R$ 1.480,88
CT
qtd
RT = Receita Total
CV = Custo Variável
CF = Custo Fixo
CT = Custo Total
Quadro 8: Representação gráfica em valores e quantidade do ponto de equilíbrio do bloco de 12
Fonte: Adaptado de Santos (1987, p. 160)
O quadro 8, ao contrário do 7, possui custos fixos elevados. Observe a linha em
vermelho, quanto maior os custos fixos, maior será o prejuízo se as vendas ocorrerem abaixo
deste ponto. A fábrica deverá vender 1139 unidades mês, para que possa cobrir todos os
33
custos de produção. Se a empresa não vender nenhuma unidade do produto, sua receita será
zero, mas seus custos fixos não, o que incorrerá em prejuízo.
BLOCO DE 14
RT
R$
CT
Área de
Lucro
PE
R$ 3.557,44
R$ 1.372,14
CV
R$ 2.185,30
R$ 3.557,44
CT
R$ 2.185,30
CF
Área de
Prejuízo
2541
qtd
RT = Receita Total
CV = Custo Variável
CF = Custo Fixo
CT = Custo Total
Quadro 9: Representação gráfica em valores e quantidade do ponto de equilíbrio do bloco de 14
Fonte: Adaptado de Santos (1987, p.160)
O quadro 9 se encontra na mesma situação que o anterior, possui custos fixos
elevados se beneficiando somente quando o volume de vendas ultrapassa o ponto de
equilíbrio. Obtendo o produto um volume de vendas maior, faz com que ele consuma mais
recursos aumentando o valor dos custos fixos. Observa-se também que para ter lucro, a
quantidade a ser vendida é muito maior, o alto valor dos custos fixos faz com que o prejuízo
seja maior se trabalhado abaixo deste ponto.
BLOCO DE 19
R$
RT
Área de
Lucro
CT
PE
R$
787,16
R$
493,22
Área de
Prejuízo
R$ 293,94
CV
R$ 493,22
CF
414
R$ 787,16
CT
qtd
RT = Receita Total
CV = Custo Variável
CF = Custo Fixo
CT = Custo Total
Quadro 10: Representação gráfica em valores e quantidade do ponto de equilíbrio do bloco de 19
Fonte: Adaptado de Santos (1987, p. 160)
34
Analisando o quadro 10, percebe-se que o bloco de 19 encontra-se na mesma
situação que o bloco de 12 e 14 possuindo custo variável menor e custo fixo maior, o que
mostra que dependendo do custo total do produto, poderá proporcionar um lucro (ou prejuízo)
maior ou menor à medida que as vendas se distanciam do ponto de equilíbrio.
Qualquer volume de venda efetuada abaixo do ponto de equilíbrio, a empresa já
está operando com prejuízo, mas o prejuízo será muito maior, quando as vendas ocorrem
abaixo dos custos fixos. Vendas efetuadas entre a linha dos custos fixos e o ponto de
equilíbrio, a empresa conseguirá pagar os custos com a matéria prima, mas não conseguirá
arcar com os custos fixos necessários para produzir.
Devido às mudanças que podem ocorrer nos custos e no volume de produção, para
o melhor aproveitamento desta ferramenta, é recomendável que se faça o cálculo do ponto de
equilíbrio todo o mês, devido às mudanças que podem ocorrer nos custos e no volume de
produção.
Agora que já ficou comprovado que os produtos analisados trazem resultados
positivos, o investimento que será empregado com a informatização não trará impactos
relevantes no lucro da empresa.
Para completar a análise será apurado o resultado anual dos produtos em questão.
Veja a planilha a seguir:
Demonstração do Resultado
Laje TR8
Bloco de 12
Bloco de 14
Bloco de 19
2514
35021
77529
11038
Qtde vendida ano
Preço de venda
R$
20,00
R$
1,30
R$
1,40
R$
1,90
(=)
RV
R$ 50.280,00
R$ 45.527,30
R$ 108.540,60
R$ 20.972,20
(-)
CV
R$ 31.243,15
R$ 15.444,26
R$ 41.516,78
R$ 7.781,79
(=)
MC
R$ 19.036,85
R$ 30.083,04
R$ 67.023,82
R$ 13.190,41
(-)
CF
R$ 6.418,13
R$ 11.756,69
R$ 26.223,64
R$ 5.918,63
(=)
Resultado
R$ 12.618,72
R$ 18.326,35
R$ 40.800,18
R$ 7.271,78
Planilha 14: Planilha de demonstração do resultado anual da fábrica
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
No que se observa na planilha acima, o resultado é positivo para todos os produtos
não possuindo nenhum deles valores negativos em relação ao resultado. Note que o bloco de
35
14, apesar de ter uma margem de contribuição unitária de R$0,86, sua margem corresponde a
61,74% da receita devido ao volume de vendas. O bloco de 12 contribui com 66,07%, o bloco
de 19 com 62,89% e a laje com 37,86%.
Para uma visão mais ampla, os resultados serão apresentados graficamente como
segue:
Figura 1: Representação gráfica do resultado
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora
Em relação ao resultado, embora a receita de vendas do bloco de 14 seja maior, o
resultado corresponde a 37,59% devido ao elevado valor dos custos fixos que consome
24,16% da receita de vendas. A laje conta com um resultado de 25,09%, o bloco de 12 com
40,25% e o bloco de 19 com 34,67%.
36
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para formar o preço de venda é preciso ter conhecimento de sua estrutura e
conhecer os preços praticados pela concorrência. Ao utilizar uma metodologia para a
precificação, a decisão “por quanto vender” se torna mais segura evitando possíveis riscos que
a empresa corre com sua má formação.
Por meio da realização deste trabalho, concluiu-se que a formação de preço nas
empresas é um processo complexo e trabalhoso, mas, necessário para a sobrevivência da
organização. Para a formação de preço a empresa calculava todos os custos de produção e
adicionava uma margem de lucro que, possivelmente, cobriria os custos e proporcionaria o
lucro desejado, sendo o cálculo dos custos elaborados de forma correta.
O grande problema encontrado foi que a empresa não se utilizava de nenhum
sistema de informática que facilitaria o cálculo dos custos de produção, sendo tudo feito
manualmente, perdendo-se grande tempo com este método. Para que este trabalho fosse
possível e, para que as atividades relacionadas com o estágio tivesse um desempenho
satisfatório, um dos sócios da empresa disponibilizou seu notebook pessoal enquanto a
empresa não se informatizava.
Desta forma foi possível elaborar os relatórios pertinentes às atividades do
estágio, elaborar as planilhas de custos para análise dos produtos e monitorar o fluxo de caixa
da empresa. O estudo e análise dos produtos em questão permitiu evidenciar a situação de
cada produto individualmente, através da coleta e análise dos dados levantados durante o
estágio, necessários para a conclusão deste trabalho.
O sistema de informação utilizado e as planilhas elaboradas para este estudo
tiveram grande importância nos resultados obtidos, pois, foi possível analisar de uma forma
mais precisa os produtos mais vendidos pela empresa.
Pode-se concluir que além de ter sido alcançado os objetivos deste trabalho, os
resultados obtidos agregaram conhecimento para ambas as partes. O estudo contribuiu para
que a empresa tivesse ciência da viabilidade de produção dos produtos em questão. Assim
sugere-se que através deste trabalho, seja realizada a análise dos demais produtos fabricados,
e que de agora em diante, este processo seja contínuo dentro da organização.
37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1995.
DUTRA, René Gomes. Custos: uma abordagem prática. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1992.
FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo Cesar. Controladoria. Teoria e Prática. 4. Ed.
São Paulo: Atlas, 2008.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7. Ed. São Paulo: Harbra,
2002.
LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: Planejamento, implementação e controle. 3. Ed.
São Paulo: Atlas, 2000, p. 424.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1987.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.
NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo Eduardo V. Curso moderno de contabilidade.
São Paulo: Lisa, 1995, p.345-346.
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TCC, manografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomsom Learning, 2004, p.
134.
SANTOS, Edno Oliveira dos. Administração Financeira da pequena e média Empresa.
São Paulo: Atlas, 2001, p. 204-213.
SANTOS, Joel José dos. Análise de Custos: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas, 1987, p.
160.
SANTOS, Joel José dos. Formação de preços e do lucro. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1991.
38
ANEXOS
Em anexo, CD-ROM com planilha eletrônica.
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