vera faria leal: “ninguém nos pode amar se não nos amarmos primeiro” Numa entrevista sem recurso a mapas astrais damos a conhecer a astróloga que assina, a partir desta semana, a página de horóscopo da CARAS. paixão nem nada mais que acrescentasse alguma coisa à minha vida. á 15 anos que a astrologia fez – Onde é que ficava a vida pessoal? magia na sua vida. Vera Faria – Durante alguns anos a vida familiar Leal, de 48 anos, casada, mãe de foi prejudicada pela minha necessidade dois filhos, Miguel, de 26 anos, e Ma­ de conhecer, aprender, fazer formação ria, de 16, começou por licenciar-se em vários pontos do mundo, realizar-me em Relações Internacionais. A sua profissionalmente. Mas tenho o priviléinsaciável busca pela liberdade le­vou-a gio de ter uma família maravilhosa, um a experimentar fazer rádio, teatro, marido extraordinário que me ajudou ensinar inglês... Ainda se inscreveu imenso, um grande companheiro e que num curso de assistente de bordo, mas até hoje me apoia e permite que eu seja acabou por voar até outras paragens. quem sou, dando-me todo o espaço para Mudou radicalmente de vida e hoje é eu poder ser e realizar-me. investigadora de Psicologia Espiritual e – Está casada há 26 anos. Nestes anos do Divino Feminino, tradutora de obras todos não houve momentos difíceis? de Louise Hay, escritora e astróloga. – Sim. Tinha 33 anos quando achei A partir desta semana, passa também que tinha chegado ao fim do caminho. a assinar a página do horóscopo da Houve uma separação temporária, muito CARAS. intensa. Já tinha o Miguel e estava grá– Inevitável vida da Maria. Foi perguntar: qual o desmoronar de “A minha vida familiar é o seu signo? todas as certezas, Vera Faria Leal foi prejudicada pela minha do sonho que tinha necessidade de conhecer, – Sou aquariana, para mim e das eso que me dá esta truturas, senti que aprender e realizar-me inquietude, necesnão estava a conprofissionalmente.” sidade de estímulo, seguir encontrar o busca do sentido da sentido da minha vida e descoberta do que é ser livre. Em vida, rendi-me e foi extraordinariamente relação ao meu touro de ascendente, é a doloroso. Pensei que a vida não me ia terra da segurança. O touro faz planos dar mais nada de positivo. e o aquário acredita neles. Acho que é – Bateu no fundo? uma dança bonita. – Sim, reaprendi a viver, a relacio– Foi o facto de ser aquariana que nar-me afetivamente, porque aprendi a a levou a experimentar tanta coisa curar as minhas feridas e a carência de antes de chegar até aqui? afeto. Ninguém nos pode amar se não – Desde os tempos de escola que nos amarmos primeiro. E nesse caminho eu precisava de sentir que fazia muita fui mais feliz do que jamais poderia coisa. A partir de certa altura, depois ser, o que é fascinante, porque depois de ter colhido tantas experiências, fiz desses momentos, a vida devolveu-me uma autorreflexão onde fui convidada muito mais do que eu poderia esperar, a descobrir onde é que me sentia mais muito mais do que poderia imaginar em casa... nos sonhos mais ousados. – E decidiu romper com o passado... – Com a reconciliação as coisas – Não me sentia entusiasmada com a ficaram diferentes? minha vida profissional, que sempre foi – A partir desse momento é que muito importante para mim. A minha a nossa relação começou a ser. Essa carreira era fundamental. Senti que se rutura foi o melhor que nos podia ter tinha fechado um ciclo e como já estava acontecido, porque no fundo da crise a aprofundar e praticar um conjunto de descobrimos o quanto gostávamos um disciplinas, filosofias sobre o desenvolvi- do outro. Aprendemos a valorizar-nos mento do potencial humano – que isso, um ao outro como nunca e percebemos sim, me fascinava – senti uma inflexão que valia a pena investir e construir no caminho. Não havia nem fogo nem essa relação. por Cristiana Rodrigues fotos: luís coelho/ Produção: Patrícia Pinto/ Maquilhagem: Rosarinho H Através do horóscopo da CARAS, Vera Faria Leal espera inspirar os leitores levando-os a refletir sobre alguns aspetos da sua vida e a evoluírem. – Sei que tenta ensinar as pessoas a lidarem com as frustrações e os fracassos... – Os fracassos e os erros fazem parte da experiência humana, tal como o sucesso. Os momentos de fracasso são até mais dinâmicos do que o tempo em que não se passa nada, pois os momentos de tensão impulsionam-nos para ir mais longe. Mas sim, é com privilégio que ajudo as pessoas a encontrarem-se a si próprias, a ganharem confiança, a irem em busca de alternativas, a fortalecerem-se para tomar decisões. Está nas mãos de cada pessoa alcançar a felicidade. – Tenho a ideia de que quando se procura alguém da sua área é sobretudo para resolver problemas de amor ou financeiros... “Ao astrólogo compete mostrar os cenários da evolução e os que não a trazem. À pessoa cabe a escolha do caminho.” foto: luís coelho – Diria que as pessoas me procuram em momentos de dúvida, encruzilhadas. E sim, as pessoas chegam até mim preocupadas com esse tipo de problemas, mas logo percebem que se trata de algo mais profundo, de uma revisão de valores, formas de estar, estilos de vida, e de coragem de tomar decisões que, às vezes, têm de ser radicais e drásticas. Ao astrólogo compete mostrar os cenários da evolução e os que não a trazem. À pessoa cabe a escolha do caminho. – Continua a haver pessoas muito céticas em relação à astrologia... O que lhes diria para mudarem de opinião? – Nunca quis convencer ninguém, acho que esse não é o caminho. Respeito muito as crenças das pessoas e até percebo que os horóscopos de revistas dão uma informação limitada e geral, o que pode reduzir a crença numa ciência esotérica. No meu caso, esta oportunidade de colaborar com a CARAS é uma forma de ajudar as pessoas a refletirem mais e a evoluírem nas suas vidas através de alguns conselhos astrológicos. Que seja inspirador! Agradecemos a colaboração de Globe, Onyria Marinha Edition Hotel & Thalasso, Trussardi e Zara