PIBIC-UFU, CNPq & FAPEMIG Universidade Federal de Uberlândia Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação DIRETORIA DE PESQUISA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO LONGITUDINAL DE PACIENTES DESDENTADOS, REABILITADOS COM PRÓTESE REMOVÍVEL TOTAL, APÓS TERAPIA PARA DTM E REABILITAÇÃO ORAL COM APARELHOS PROTÉTICOS DEFINITIVOS Carla Reis Machado Gomes¹ Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Avenida Pará, nº1720 Bloco 2B, Sl07/08, UmuaramaCamp., CEP 38401-136. [email protected] Vanderlei Luiz Gomes² Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] Luiz Carlos Gonçalves² Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Alcione Rodrigues Ferreira³ Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Bárbara de Lima Lucas¹ Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Polliane Morais de Carvalho¹ Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Daiane Lopes Linhares¹ Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Francine Vieira de Oliveira¹ Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Ruberval Ferreira de Morais³ Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Ruberval Ferreira de Morais Júnior³ Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Resumo: A disfunção temporomandibular é considerada a principal causa de dor não dentária da região orofacial. A DTM é uma doença multifatorial que atinge cerca de 50 a 60% da população em geral. E apesar da alta incidência, ainda hoje a literatura sobre a DTM em pacientes desdentados é bastante limitada. Esse estudo refere-se à análise e acompanhamento longitudinal de 12 pacientes desdentados totais, diagnosticados com DTM e tratados proteticamente. Tais pacientes eram portadores de próteses removíveis totais, com desgastes acentuados e comprometimento da dimensão vertical facial. Foram utilizados parâmetros de avaliação para mensuração dos movimentos mandibulares, análise da sintomatologia dolorosa, ruídos articulares, dimensão vertical e posição de fechamento mandibular após os procedimentos realizados para tratamento da DTM. Esses pacientes foram examinados e avaliados em 2008 com base em um protocolo já utilizado no estudo anterior (MORAIS-JÚNIOR, 2004) onde o paciente relata a sintomatologia utilizando os índices de intensidade (Helkimo, 1974) de dor como sendo (0) dor ausente, (1) dor leve, (2) dor média, (3) dor forte. Tais índices foram aplicados para avaliar a dor na região da Articulação Têmporomandibular e dos músculos mastigatórios. Os tratamentos realizados para DTM no período de 2000 a 2004 tiveram como princípio devolver estabilidade oclusal e a DVO aos pacientes do grupo em avaliação, utilizando de placas de acetato ou dispositivos protéticos confeccionados em RAAQ, utilizando o principio da reversibilidade do tratamento proposto e posterior reabilitação com novas próteses. Obtiveram á época melhora substancial dos sinais e sintomas e agora com a avaliação após quatro anos verificou-se que houve um decréscimo expressivo ou permaneceu sem sintomatologia. Conclui-se que a DTM é uma doença multifatorial e que por isso necessita de um tratamento multidisciplinar e que diversas vezes a má-oclusão é um fator pouco influente na disfunção. Palavras-chave: 1- Prótese Removível 2- Reabilitação Oral 3- Disfunção Têmporo-mandibular 4Estética 1. INTRODUÇÃO A disfunção temporomandibular (DTM) é considerada um grupo de disfunções musculoesqueléticas e reumatológicas, representando a principal causa de dor não dentária da região orofacial (OLIVEIRA, 2002). Segundo SILVA & SILVA (1990), pacientes com disfunção temporomandibular sofrem de uma condição disfuncional músculo-esquelética e se apresenta com problemas de natureza heterogênea e etiologia multifatorial. A DTM apresenta alterações clinicamente distintas que incluem distúrbio na musculatura mastigatória (músculos masseter, temporal, pterigóideo medial e lateral) e nas articulações temporomandibulares (ATMs) ou em ambos, afetando o sistema estomatognático como um todo por sinais e sintomas que limitam e incapacitam suas atividades fisiológicas (BELL, 1982). O tratamento da DTM tem como finalidade reabilitar o paciente, garantindo uma função mastigatória satisfatória promovida pelo relaxamento dos músculos mastigatórios e da adequação da dimensão vertical. A preocupação e os estudos sobre DTM não são atuais. Desde a antiguidade são relatados casos e tratamentos relacionados a esse distúrbio. Os primeiros estudos sobre o assunto ocorreram nos Estados Unidos da América e em países da Europa Escandinava (OLIVEIRA, 2002). No século V A.C, Hipócrates relatou um método de redução do deslocamento da mandíbula semelhante ao usado pelos egípcios 2.500 anos antes (MIKHAIL, ROSEN, 1980). ANNANDALE, em 1887, e PRINGLE, em 1918, relataram procedimentos cirúrgicos para reposicionamento de disco intra-articular em pacientes com limitação dos movimentos mandibulares. O primeiro que relacionou alterações da oclusão dentária à DTM foi o otorrinolaringologista James B. Costen, em 1934. Seu estudo baseou-se na descrição dos sintomas de 11 pacientes onde incluía dor ao redor dos ouvidos, zumbidos, dores de cabeça, secura na boca, garganta e ruídos articulares. Esse conjunto de sintomas foi caracterizado como síndrome de Costen. Essa terminologia foi usada até meados dos anos 70. Vários outros termos foram utilizados ao longo dos anos: disfunção da ATM, artralgia temporomandibular, síndrome dor e disfunção miofacial, desordem craniomandibular, desordem temporomandibular, disfunção craniomandibular e disfunção temporomandibular. COSTEN, em 1934, propôs como etiologia da DTM a compressão do nervo aurículo temporal, teoria contestada em 1948 por SICHER. Dentre todas as causas de DTM, a de maior ênfase é a má-oclusão. No entanto, outras condições têm sido reconhecidas como fatores etiológicos importantes (McLAUGLIN, 1988). Isso se torna particularmente relevante em pacientes portadores de próteses removíveis totais (MORAIS, 2005). Mc NEILL (1990) realizou um estudo sobre os fatores predisponentes das disfunções temporomandibulares, e cita os fatores psicológicos como sendo fundamentais e incluem ainda os fatores emocionais, a personalidade e as atitudes características. Segundo PARKER (1990), devido a grande controversa na literatura sobre a etiologia das disfunções temporomandibulares, múltiplos fatores com a hiperatividade muscular, trauma, estresse 2 emocional, maloclusão, grande quantidade de fatores predisponentes, ativantes e perpetuantes, não havendo consenso sobre o grau de atuação de cada um deles, descreveu um modelo para auxiliar na definição de condições patológicas, considerando a hiperfunção e a adaptabilidade na dinâmica das disfunções. Postulou cinco fatores predisponentes: postura, oclusão, dor/depressão, desordens do sono e fatores estressantes; determinou ainda cinco fatores que podem aumentar ou diminuir a adaptabilidade, que seriam: trauma, saúde/nutrição, estrutura, mecanismos de defesa e gênero. De acordo com FERRAZ JÚNIOR & cols (2004), trabalhos recentes constatam que a postura corporal global interfere na posição da cabeça que por sua vez é diretamente responsável pela postura da mandíbula, mas a relação inversa pode ocorrer com uma disfunção no sistema estomatognático levando a alterações na postura corporal. Como acontece na população em geral, os sinais clínicos das disfunções da ATM são igualmente distribuídos entre os sexos, porém, a incidência no sexo feminino é um pouco maior em relação ao sexo masculino (TAMAKI, TAMAKI e HVANOV, 1990; COOPER e COOPER, 1993; MERCADO 1993; DONEGÁ et al., 1997; SERMAN et al., 2003). CARLSSON (1999) concorda que mulheres entre 20 e 50 anos constituem o grupo predominante de pacientes. Em seu estudo OLIVEIRA, em 2002, observou que 83,7 % dos pacientes portadores de DTM eram do sexo feminino, comprovando os valores descritos na literatura. Essa importante diferença epidemiológica ainda não obteve explicações conclusivas. Os idosos são os mais suscetíveis à DTM devido à degeneração fisiológica da ATM, que segue uma progressão relacionada à idade cronológica. Outro fator agravante é o uso de próteses removíveis totais inadequadas. AGERBERG (1988), estudando a epidemiologia da disfunção temporomandibular em pessoas que usavam próteses totais, observou maior prevalência na diminuição da mobilidade da mandíbula nesses pacientes. A prevalência dos sintomas nas disfunções mandibulares era inversamente proporcional aos dentes remanescentes, 64% dos portadores de prótese total tinham pelo menos um sintoma de disfunção e apresentavam alterações oclusais, instabilidade das próteses e problemas iatrogênicos. As pesquisas referentes à prevalência da DTM em idosos são poucas e controversas (MARCHINI, 1999). Na maioria das situações, os idosos possuem outras patologias que merecem maior atenção com relação à sua saúde geral e só procuram ajuda quando os sintomas de disfunção mastigatória causam algum desconforto ou interfiram no funcionamento do seu organismo. Para diagnosticar e propor terapias protéticas para pacientes edentados parciais ou totais que apresentem DTM, a literatura apresenta várias técnicas: próteses ou pistas deslizantes de Nóbilo, placas interoclusais, também chamada de placas miorrelaxantes e os ajustes oclusais nas próteses. Esses métodos acima citados são os mais utilizados, existindo outros, pois o tratamento é multidisciplinar. PAMEIJER (1988) postulou que o tratamento relacionado com a dor relacionado com a dor da articulação temporomandibular seria dividido em duas etapas. Primeiro terapia com placa oclusal usada para eliminar os sinais e sintomas iniciais e alcançar estabilidade da mandíbula em relação cêntrica. Na segunda etapa do tratamento foi ajustada a oclusão e, se indicado, restabelecimento da mesma por meio de procedimentos protéticos. Na literatura odontológica, é evidente a escassez de estudos sobre a DTM em pacientes edentados parciais ou totais. Infelizmente, ainda hoje, o número de pacientes em tais condições é bastante expressivo. Diante de tais fatos, presume-se ser de suma importância tal estudo para um maior esclarecimento sobre a prevalência da DTM em pacientes edentados parciais ou totais e a eficácia da terapêutica aplicada aos mesmos. 2. MATERIAIS E MÉTODO Foram incluídos os pacientes atendidos no Ambulatório de Prótese Removível, da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia (APROR-FOUFU), entre os anos de 2000 e 2004, e participaram de outro projeto de pesquisa, no qual foi avaliada a eficácia da utilização de 3 placas de acetato, aplicadas nos aparelhos protéticos removíveis, para redução da sintomatologia dolorosa da DTM. Todos os pacientes eram desdentados parciais ou totais, uni ou bimaxilares portadores de próteses removíveis, e diagnosticados com DTM. Foram excluídos do estudo apenas aqueles pacientes que interromperam o tratamento odontológico, durante a primeira pesquisa, sem justificativa, ou, se recusaram a participar deste segundo estudo. Os pacientes selecionados responderam a um questionário para conhecer os aspectos da história odontológica, e acompanhar os resultados obtidos com o tratamento odontológico realizado durante o período de 2000 à 2004. O questionário também permitiu julgar a amostra disponível quanto à raça e ao gênero, garantindo análise detalhada dos resultados, para a avaliação da dimensão vertical, da sintomatologia dos músculos da mastigação em repouso e durante os movimentos mandibulares, bem como para registrar a opinião do paciente quanto à qualidade da prótese. Foram registradas fotos da face do paciente numa vista anterior, estando o voluntário em posição de equilíbrio dos músculos da mastigação, denominada por Tamaki (1988) como Dimensão Vertical de Repouso (DVR), e fotos das próteses utilizadas pelos pacientes, com a finalidade apenas de documentação dos dados da pesquisa. Após a aplicação do questionário, novos registros da dimensão vertical de repouso e oclusão foram realizados utilizando o compasso de Willis (Tamaki, 1988). Os dados antigos de cada paciente foram comparados aos dados atuais. A condição desse estudo é a primeira análise referente a 2000-2004, sendo esse trabalho uma segunda análise referente a 2005-2009. 2.1- Exame Clínico Os músculos avaliados no exame clínico e a seqüência de palpação foram : Anamnese: Dor na abertura e fechamento (lateralidade); dor na mastigação; estalo na abertura e no fechamento; ruído/zumbido na abertura e no fechamento; crepitar; hipoacusia. Palpação: ATM (aspecto lateral e posterior); Músculos Masseter; Temporal; Trapézio; Esternocleidomastoideo; Digástrico; Platisma; Pterigoideo Medial; Pterigoideo Lateral; Região Infraorbitária; Região Mentoniana, Dor no fundo do olho. 3. RESULTADOS Dos 12 pacientes voluntários do primeiro estudo, apenas cinco (5) concordaram em participar desta nova análise. Três (3) pacientes se recusaram a participar deste novo estudo, e outros quatro (4) não foram localizados pelos pesquisadores, por motivos de mudança de endereço. Todas as pacientes são do sexo feminino, com idade média de 70 anos e a maioria é caucasiana. Durante a anamnese, foram utilizados os índices de intensidade (Helkimo, 1974) de dor como sendo (0) dor ausente, (1) dor leve, (2) dor média, (3) dor forte. Tais índices foram aplicados para avaliar a dor na região da Articulação Têmporomandibular e dos músculos mastigatórios. Dos 5 pacientes, apenas dois (2) retornaram ao ambulatório da APROR-FOUFU, com ausência completa de sintomatologia dolorosa, o que representa 20% da amostra em análise. A dimensão vertical de repouso (DVR) apresentou uma alteração positiva de 12,2% nos pacientes avaliados, e a dimensão vertical de oclusão (DVO) apresentou uma alteração positiva de 21,2%. Já para o espaço funcional livre (EFL), foi encontrada uma alteração negativa de 35,2%. A somatória total dos índices de intensidade dolorosa alterou de 15 para 36. Dos músculos avaliados, a maior alteração foi relativa ao Trapézio. Para este estudo, a somatória dos índices de intensidade dolorosa é de 12. Para a sintomatologia na ATM, 60% dos pacientes relataram melhora. Em relação ao músculo Pterigóideo Medial, 40% dos pacientes relataram melhora na sintomatologia dolorosa. 4 Fig. 1 – Gráfico demonstrando a alteração da DV entre os anos de 2004 e 2008. Fig. 2 – Gráfico percentual sobre a idade das pacientes. Fig.3 – Gráfico sobre a somatória dos IID por antímero 5 Fig. 4 – Gráfico sobre a somatória dos IID por local Tabela.1- Referente ao gráfico da figura 4. 2004 2008 Dor no fechamento 3 0 Dor na abertura 0 5 ATM P. Medial P. Lateral Masseter Trapézio 4 0 3 0 1 3 2 6 0 12 4. DISCUSSÃO A DTM é uma patologia de origem multifatorial, porém o objetivo primário de seu tratamento é a redução da sintomatologia dolorosa. Para que haja sucesso no tratamento da DTM é imprescindível que, o profissional tenha conhecimentos tanto gerais como específicos e que saiba utilizá-los para um diagnóstico correto e preciso. Sabendo-se que a dor é um sintoma subjetivo, é necessário que exista um protocolo no atendimento dos pacientes com tal disfunção. É neste que protocolo que serão anotados os dados obtidos, sendo possível uma análise dos mesmos para indicar a terapêutica correta. O método de palpação manual foi selecionado por ser mais difundido e utilizado entre outros trabalhos, por exemplo, Serman et. al. 2003, Dworkin, et. al. 1990. Existem outros métodos que demonstram não existir diferenças estatísticas entre o método manual e o com pressão determinada. Com relação à etiologia, o fator oclusal é sem dúvida, um parâmetro cercado de controvérsias em virtude de alguns autores o considerarem importante no desenvolvimento de alterações temporomandibulares (PARKER, 1990; RAUSTIA et al. 1985; GONÇALVES, 2002) e outros autores não encontrarem suporte científico para afirmarem que o fator oclusal realmente é um importante (DROUKAS, et al. 1985, WITTER et al.1988), além do fato da necessidade de tratamento, muitas vezes ser considerada baixa, pois cada caso clínico deve ser avaliado individualmente e, a primeira opção de tratamento quando necessária, deve ser uma modalidade reversível e não invasiva (McNEILL, 1990). No primeiro estudo, não foram encontrados relatos de sintomatologia dolorosa para o músculo Trapézio. Porém, na segunda análise o índice de intensidade dolorosa deste músculo teve um acréscimo de 12 pontos e foi o resultado de maior expressão. Isso não vem de encontro com a literatura, porque Morgan em 1992 realizou um trabalho com 22 pacientes e sugeriu que os músculos mais afetados na DTM são o Pterigóideo Lateral e o ventre posterior do Digástrico. Cooper e Cooper em 1993 realizaram outro estudo e concluíram que o os músculos mais afetados na DTM são o Pterigóideo Lateral, Pterigóideo Medial e Temporal. 6 Outro fato relevante é que esse aumento é proveniente de apenas 2 pacientes que se encontram em situação especial: uma paciente possui problemas posturais e relativos a coluna e a outra paciente possui problemas psicológicos. Talvez esse aumento tão significativo não seja decorrente tão somente da DTM, mas de outros fatores como problemas posturais e psicológicos. Segundo CATACH & HAJJAR, as posições das ATM, língua e mandíbula, pescoço e cabeça, coluna vertebral, região inframandibular e passagem de ar estão inter-relacionados, caracterizando um octógono de prioridade funcional. SOUCHARD (1986) afirma que a manutenção do equilíbrio é fundamental e a desorganização de um segmento do corpo implicará em uma nova organização de todos os outros, assumindo então uma postura compensatória, a qual também influenciará as funções motoras dependentes. 5. CONCLUSÃO Os tratamentos realizados para DTM no primeiro estudo com placas de acetato e outra modalidades de dispositivos protéticos conforme descritos por Morais Júnior em 2004, e posterior reabilitação protética obteve resultados favoráveis e que foram novamente observados no presente trabalho. A sintomatologia dolorosa relatada pelos pacientes no estudo anterior deve um decréscimo expressivo ou permaneceram sem sintomatologia. O significativo aumento da sintomatologia dolorosa no músculo Trapézio pode ser explicado pela queixa e/ou constatação de alteração no quadro emocional de um dos pacientes e pela má condição postural do outro o que pode justificar a dor relatada. Porém esse aumento talvez possa ser justificado pela condição especial que as pacientes se encontram. Esse aumento também prova que a DTM possui uma origem multifatorial e por isso necessita de um tratamento multidisciplinar, pois não é possível obter a completa cura do paciente tratado apenas um fator da disfunção. Os fatores psicológicos e posturais contribuem de maneira influente para o desenvolvimento, agravamento e/ou prolongamento da Disfunção Temporomandibular. 6. AGRADECIMENTOS Agradeço ao apoio de toda a equipe da Área de Prótese Removível e Materiais Odontológicos durante toda a pesquisa, em especial ao meu orientador Vanderlei Luiz Gomes pela paciência e dedicação à minha educação. Agradeço a FAPEMIG pelo incentivo à pesquisa e pelo apoio financeiro a minha pesquisa em particular. 7. REFERÊNCIAS ANNANDALE, T. Displacement of the intra-articular cartilage of the lower jaw, and the tratament by operation. Dent. Record, vol 7, 1887. BELL, W.E. Clinical Management of temporomandibular disorders − classification, diagnosis, management. Chicago, Year Book Medical, 1982. CATACH, C.; HAJJAR, D. Má oclusão e postura in: Nova visão em ortodontia-Ortopedia facial. CARLSSON, G.E. Epidemiology ad treatment need for temporomandibular disorders. J. Orofac. Pain, vol.13, n.4, 1999. COOPER, R. C.;COOPER, D. L. Recognizing otolaryngologic symptoms in patient with temporomandibular disorders. Journal of Craniomand Practice, v.11, n. 4, p. 260-267, 1993. DONEGÁ, S. H. P.; CARDOSO, R.; PROCÓPIO, A. S. F.; LUZ, J. G. C. Análise da sintomatologia em pacientes com disfunções intra-articulares da articulação temporomandibular. Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo, v.11, p. 77-83, 1997. Suplemento 1. FERRAZ JUNIOR, A. M.; GFUIMARÃES, J. P.;RODRIGUES, M. F & col. Avaliação da prevalência das alterações posturais em pacientes com desordem temporomandibular: uma proposta terapêutica. Rev. Serviço ATM. vol. 4(2). p.2532 Jul/Dez. 2004 MARCHINI, L.; CERVEIRA N.H. Desordens Crânio-Mandibulares em idosos. Revisão da Literatura. Rev. Odonto Ciência, n.28, 1999. 7 McNEILL, M.F. In: Craniomandibular disorders: guidelines for evaluation, diagnosis, anda managment. Chicago: Quintessence books, 1990. Cap.4, p.19-21: Contributing factors. MIKHAIL,M.; ROSEN, H., History and etiology of myofascial pain dysfunction syndrome. J Prosth. Dent., vol 44, n.4, 1980. MERCADO, M. D. F.; The prevalence and aetiology of craniomandibular disorder among completely edentulous patient. Australian Prosthodontic Journal, v. 7, p. 27-9, 1993. MORAIS JUNIOR, R. F. 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TITLE Carla Reis Machado Gomes¹ School of Dentistry, Federal University of Uberlândia. Avenue Pará, nº1720 Bloc 2B, Sl07/08, Umuarama Camp., CEP 38401-136. [email protected] Vanderlei Luiz Gomes² School of Dentistry, Federal University of Uberlândia. [email protected] Luiz Carlos Gonçalves² School of Dentistry, Federal University of Uberlândia. Alcione Rodrigues Ferreira³ School of Dentistry, Federal University of Uberlândia. Bárbara de Lima Lucas¹ School of Dentistry, Federal University of Uberlândia. Polliane Morais de Carvalho¹ School of Dentistry, Federal University of Uberlândia. Daiane Lopes Linhares¹ School of Dentistry, Federal University of Uberlândia. Francine Vieira de Oliveira¹ School of Dentistry, Federal University of Uberlândia. 8 Ruberval Ferreira de Morais³ School of Dentistry, Federal University of Uberlândia. Ruberval Ferreira de Morais Júnior³ School of Dentistry, Federal University of Uberlândia. The project aims to evaluate and longitudinal monitoring of edentulous patients diagnosed with TMD and treated in the clinic of the removable prosthesis School of Dentistry, Federal University of Uberlândia in the period 2000-2004 in a primary study.These patients were examined and evaluated in 2008 base on a protocol alredy used in the previous study, where the patient report the symptoms using the índex of intensity (Helkimo, 1974), of pain as (0) no pain, (1) mild pain, (2) mean pain, (3) severe pain. These indexes were used to evaluate the pain on TMJ and msaticatory muscles.The results were that 20% of the sample returned to the clinic without painful symptomatology, the vertical dimension had an increase of 21,2%, and the trapezius muscle was the muscle with the largest increase in the index of pain with an increase of 12 points. About 60% of the sample reported significant improvement in clinical status. It follows that the higher prevalence of TMD in edentulous patients is in women, aged 40-60 years. Furthermore, the TMD is a multifactorial disease and therefore requires a multidisciplinary treatment and that many times the bad-occlusion is a little influential factor in dysfunction. Abstract: Keywords: 1- Removable Prosthesis 2- Oral Rehabilitation 3- Dysfunction Temporo-mandibular joint 4- Esthetics. 9