Miolo Memento14X21_2006_4.PMD - Farmanguinhos

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DIDANOSINA
Nome Genérico: didanosina
Classe Química: análogo de nucleosídeo, inibidor da transcriptase reversa
Classe Terapêutica: anti-retroviral
Forma Farmacêutica e Apresentação: Didanosina 25 mg, 50 mg e
100 mg, em frasco com 60 comprimidos mastigáveis
INDICAÇÕES
Tratamento da imunodeficiência causada por infecção pelo HIV
Didanosina oral é usada para tratamento da infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV 1) em adultos e crianças, em combinação
com outros agentes anti-retrovirais.
Os objetivos primários da terapêutica anti-retroviral na infecção
pelo HIV é a supressão máxima e
durável da carga viral (medida pelos
níveis plasmáticos de HIV1 RNA),
restauração e ou preservação da
função imunológica (medida pela
contagem de células CD4 e CD8),
melhora da qualidade de vida e
redução da morbidade e mortalidade
relacionadas com o HIV.
Estes objetivos podem ser al-
cançados pelo uso agressivo de
esquemas multidrogas anti-retrovirais que reduzem a replicação
viral, limitam a possibilidade de
seleção de cepas resistentes do HIV
e retardam a progressão da doença.
Didanosina não deve ser usada
isoladamente no tratamento da
infecção pelo HIV. A prescrição deste
medicamento deve ser baseada nas
recomendações para terapia Antiretroviral do Ministério da Saúde.
CONTRA-INDICAÇÕES
• Pancreatite.
• Uso com precaução em situações de retenção de sódio, alcoolismo e
doença hepática.
POSOLOGIA
• Adultos com peso corporal de 60 kg ou mais: 400 mg 1 vez ao dia, ou
200 mg 2 vezes ao dia.
• Adultos com peso corporal abaixo de 60 kg: 250 a 300 mg 1 vez ao dia,
ou 125 mg 2 vezes ao dia.
• Crianças: 90 a 150 mg, 2 vezes ao dia.
• Ajuste da dosagem na insuficiência renal:
— clearance de creatinina entre 30 e 59 ml/min: 200 mg ao dia para
pacientes com 60 kg ou mais; 150 mg ao dia para pacientes abaixo de 60 kg.
As doses podem ser únicas ou divididas em duas vezes ao dia.
— clearance de creatinina entre 10 e 29 ml/min: 150 mg ao dia para
pacientes com peso 60 kg ou mais, e 100 mg ao dia para pacientes com peso
inferior a 60 kg.
Didanosina deve ser administrada pelo menos 30 minutos antes ou 2 horas
depois das refeições, devendo-se evitar associação com líquidos ácidos.
Os comprimidos devem ser mastigados.
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DIDANOSINA • ANTI-RETROVIRAL
•
DIDANOSINA
PRECAUÇÕES
• Os pacientes devem ser avisados para relatar os sintomas de possível
acometimento pancreático.
ANTI-RETROVIRAL • DIDANOSINA
• Pancreatite deve ser suspeitada toda vez que o paciente desenvolver
dor abdominal, náuseas e vômitos, com elevação dos marcadores bioquímicos.
• Didanosina deve ser suspensa em todos os pacientes com sinais clínicos e
laboratoriais sugestivos de pancreatite e o paciente cuidadosamente avaliado.
• Didanosina deve ser usada com extremo cuidado em pacientes com doença
muito avançada, insuficiência renal, ingestão importante de álcool, aumento
dos triglicérides e outros riscos de doença hepática.
• Didanosina deve ser suspensa diante de sinais de acidose lática,
hepatomegalia importante ou sinais de hepatotoxicidade (os quais podem
incluir hepatomegalia e esteatosis mesmo na ausência de elevação
significativa de transaminases).
• Exames periódicos de fundo de olho devem ser realizados nos pacientes
com uso prolongado de didanosina pelo risco de alterações da retina ou
neurite óptica.
• Os sinais de neuropatia periférica devem ser monitorados, com alteração
da dosagem se necessário.
ADVERTÊNCIA
A ocorrência de rápida fraqueza neuromuscular ascendente, simulando a
síndrome de Guillain Barré (incluindo insuficiência respiratória), no
estabelecimento de acidose lática ou hiperlactatemia sintomática tem sido
relatada. Assim, os sinais e sintomas clínicos iniciais associados com
hiperlactatemia devem receber cuidadosa atenção, pelo risco de vida
provocado pela acidose lática. Se ocorrer fraqueza motora em paciente
recebendo didanosina, o medicamento deve ser suspenso.
GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: “categoria B” do FDA (vide pág. 10)
Ainda não há estudos controlados adequados sobre uso de didanosina em
mulheres grávidas e a droga deve ser usada durante a gravidez apenas
quando claramente necessária.
A amamentação não é recomendada em pacientes portadoras de HIV.
Consultar as Recomendações para profilaxia da transmissão vertical do
HIV e terapia anti-retroviral em gestantes, do Ministério da Saúde – CN–
DST/AIDS 2004.
EFEITOS ADVERSOS / REAÇÕES COLATERAIS
+
Mais freqüentes
–
0 Raros ou muito raros
Menos freqüentes
SNC: neuropatia periférica, ansiedade, cefaléia, insônia, irritabilidade,
nervosismo, convulsão
AR: broncoespasmo, tosse, dispnéia
AC: insuficiência cardíaca, arritmias, hipertensão
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DIDANOSINA
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
• Alimentos: reduzem a biodisponibilidade da didanosina.
• 3-alopurinol: aumenta a concentração plasmática da didanosina em
pacientes com insuficiência renal.
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DIDANOSINA • ANTI-RETROVIRAL
AD: Diarréia, náusea, vômitos, dor abdominal, anorexia, dispepsia, boca
seca, pancreatite, flatulência, estomatite, alterações do paladar,
constipação, diabetes, hipoglicemia
HEMAT: anemia, leucopenia e trombocitopenia, hiperuricemia
DERM: exantema, prurido, alopecia, equimoses
Outros: alterações da retina, neurite ótica, diplopia, atrofia ótica, cegueira,
mialgia (com ou sem aumento de CPK), rabdomiólise, artralgia, miopatia,
calafrios, febre, aumento das parótidas, sialoadenite
Os efeitos tóxicos mais importantes da didanosina são a pancreatite,
potencialmente fatal, a acidose lática, hepatomegalia grave com esteatose
e neuropatia periférica.
A droga é bem tolerada, na dose oral diária de 10 mg/kg, ou menos, durante
6 a 38 meses e até mais tempo. Como muitos pacientes com infecção pelo
HIV têm doenças graves concomitantes, com sintomatologia múltipla, e
como muitos dos efeitos adversos relatados com a didanosina também podem
ocorrer em pacientes que não estão em uso do medicamento, a relação
causal dos efeitos adversos da didanosina não é bem clara.
A didanosina, ao contrário da zidovudina, não parece estar associada com
mielossupressão significativa.
A freqüência da pancreatite é relacionada à dose e pode ocorrer em até 7%
dos pacientes adultos e 13% dos pacientes pediátricos.
A associação com outros anti-retrovirais pode provocar aumento da amilase
sérica em até 30% dos pacientes.
A pancreatite começa, na maioria dos casos, com sintomas de dor abdominal
vaga, náuseas e vômitos. A pancreatite geralmente se resolve em 1 a 3
semanas após suspensão do medicamento e as manifestações podem não
reaparecer com reinício do tratamento em doses baixas.
A acidose lática e hepatomegalia com esteatose, que podem ser graves e
levar ao óbito, ocorrem em alguns pacientes, especialmente mulheres, sendo
a obesidade e duração do tratamento fatores de risco.
Aumento das transaminases AST (SGOT), ALT (SGPT), fosfatase alcalina,
gamaglutamiltransferase e bilirrubina geralmente ocorrem em até 9% dos
pacientes e em até 68% dos pacientes com associação dos anti-retrovirais.
A neuropatia periférica, com manifestações de anestesia, formigamento,
dor nas mãos ou pés, ocorre mais freqüentemente em pacientes com doença
avançada, pacientes com história de neuropatia, ou em uso de outras
drogas neurotóxicas, incluindo estavudina.
Pode ocorrer em 17 a 20% dos pacientes com monoterapia e em 21 a 26% dos
pacientes com didanosina associada com estavudina, ou nelfinavir, ou
indinavir. Parece ser dose-dependente e raramente surge antes dos seis
primeiros meses de tratamento. Os sintomas aparecem mais freqüentemente
à noite e podem ser graves, impedindo o sono ou as atividades habituais.
ANTI-RETROVIRAL • DIDANOSINA
DIDANOSINA
• 3-antiácidos: aumentam a absorção da didanosina, com maior risco de
efeitos tóxicos
• 3-cetoconazol, itraconazol: a alcalinização do estômago pela didanosina
reduz a solubilidade e absorção do antifúngico.
• 3-cimetidina, ranitidina: as drogas que aumentam o pH gástrico
teoricamente podem aumentar a absorção da didanosina e aumentar o seu
potencial tóxico.
• 3-cotrimoxazol: riscos aumentados de toxicidade pancreática.
• 3-dapsona: a didanosina pode inibir a dissolução da dapsona no estômago.
• 3-delavirdina: a didanosina diminui sua absorção.
• 3-estavudina: riscos aumentados de toxicidade pancreática.
• 3-ganciclovir: aumenta as concentrações de didanosina.
• 3-indinavir: riscos aumentados de toxicidade pancreática.
• 3-inibidores da protease (amprenavir, indinavir, lopinavir, nelfinavir):
a didanosina diminui a absorção dos inibidores de protease, devendo estes
ser administrados com intervalo mínimo de 1 hora. Por outro lado, parece
haver ação sinérgica da didanosina e inibidores da protease contra o HIV1,
mas ainda sem avaliação da conseqüência clínica desse efeito.
• 3-quinolonas: a ligação com os íons alumínio e magnésio da didanosina
tamponada reduz as concentrações das quinolonas.
• 3-pentamidina: riscos aumentados de toxicidade pancreática.
• 3-triazolam: a associação com didanosina pode provocar confusão mental.
• 3-zalcitabina: risco aumentado de neuropatia periférica e pancreatite.
Evitar o uso concomitante.
SUPERDOSAGEM
— A dose letal em seres humanos não é conhecida. Altas doses usadas em
estudos de fase I provocaram pancreatite, neuropatia periférica, diarréia,
hiperuricemia e disfunção hepática.
— Não há antídoto para didanosina.
— Em casos de superdosagem o tratamento é de suporte, com esvaziamento
gástrico, se possível, e cuidados clínicos.
— A droga é removível em parte por hemodiálise, mas não por diálise peritoneal.
FARMACOLOGIA CLÍNICA
Didanosina é um agente anti-retroviral sintético, um inibidor da
transcriptase reversa análogo de nucleosídeo.
Os comprimidos de didanosina são tamponados com carbonato de cálcio e
hidróxido de magnésio para facilitar sua absorção. Devem ser mastigados.
• Mecanismo de ação:
Didanosina é convertida no metabólito ativo. Inibe a replicação dos
retrovírus, interferindo com a polimerase viral. A droga exerce um efeito
virustático.
• Farmacocinética:
A absorção é variável, dependendo da dosagem, do pH gástrico e da presença
de alimentos, com variação individual considerável na concentração
plasmática. Pico de concentração de 0,5 a 1 hora. Vida-média de 1,6 horas.
Metabolismo hepático e eliminação renal.
Farmanguinhos/Fiocruz
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