SANIDADE E FISIOLOGIA DE SEMENTES DE PIMENTA CAMBUCI

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Original Article
SANIDADE E FISIOLOGIA DE SEMENTES DE PIMENTA CAMBUCI
Capsicum baccatum L. var. pendulum TRATADAS COM EXTRATO DE Lippia
microphylla
HEALTH AND PHYSIOLOGY OF SEED PEPPERS CAMBUCI Capsicum baccatum L.
var. pendulum TREATED WITH EXTRACT Lippia microphylla
Kedma Maria Silva PINTO1; Lidiany Aparecida BARBOSA2; Daniel da Silva FERREIRA1;
Luciana Cordeiro do NASCIMENTO3; Elizanilda Ramalho do RÊGO3;
Riselane de Lucena Alcântara BRUNO3
1. Doutorando(a) em Agronomia do Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Universidade Federal da Paraíba, Campus II, Areia,
PB, Brasil. [email protected]; 2. Mestre em Agronomia – UFPB-CCA, Areia, PB, Brasil; 3. Professora, Doutora, Programa de PósGraduação em Agronomia – UFPB-CCA, Areia, PB, Brasil.
RESUMO: O presente trabalho objetivou avaliar o efeito do extrato de Lippia microphylla no manejo da
microflora em sementes de C. baccatum var. pendulum e a interferência deste produto na qualidade fisiológica das
sementes. Frutos de pimentas Cambuci foram beneficiados para o uso nos testes de sanidade e germinação.O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 2x6, sendo dois tratamentos para umedecimento do substrato
(água destilada esterilizada - ADE e solução de nitrato de potássio - KNO3 a 0,02%) e seis tratamentos de desinfestação
(ADE (Testemunha); Fungicida Captan; solução de hipoclorito de sódio - NaClO (50%); solução de extrato de L.
microphyla a 0,03; 0,07 e 0,1%). As sementes foram imersas nos tratamentos por um período de 15 minutose dispostas em
placas de Petri com camada dupla de papel filtro estéril, sendo as avaliações de qualidade sanitária realizadas aos sete dias
após a incubação a partir de contagens (incidência). A qualidade fisiológica das sementes foi avaliada através da
semeadura em papel “germitest” esterilizado, avaliando-se germinação, comprimento, massa seca de plântulas e índice de
velocidade de germinação. Todos os tratamentos aplicados às sementes foram eficientes no controle de Cladosporium sp.,
Rhizopus sp. e Aspergillus sp. A utilização do nitrato de potássio não influenciou na germinação, mas favoreceu o
desenvolvimento de patógenos.
PALAVRAS-CHAVE: Controle alternativo. Pimenta Cambuci. Fungitoxidez. Qualidade sanitária. Qualidade
fisiológica.
INTRODUÇÃO
As espécies do gênero Capsicum são
popularmente conhecidas como pimentas e
pimentões. Este gênero, originário das Américas, é
pertencente à família Solanaceae e apresentam
grande relevância econômica no comércio das
especiarias picantes em vários países (LUZ, 2007).
As principais espécies são cultivadas em
diferentes partes do mundo, mas o maior produtor e
consumidor é o México (1kg/habitante/ano). A
produção nacional de Capsicum também merece
destaque, sendo considerado importante produto do
agronegócio brasileiro, com consumo per capita de
80g/ano. Os principais estados produtores são
Goiás, Minas Gerais e Bahia,com uma
produtividade média que varia de 10 a 30 toneladas
por hectare (REIFSCHNEIDER; RIBEIRO, 2008).
Capsicum baccatum é uma espécie
amplamente distribuída na América do Sul,
inclusive no Brasil e apresenta tipos com diferenças
morfológicas, tais como: tamanho, coloração e
forma. Esta espécie tem duas variedades mais
comuns que são C. baccatum var. baccatum e C.
Received: 18/09/12
Accepted: 05/06/13
baccatum var. pendulum. Esta última, é conhecida
popularmente por pimenta ‘cambucí’ (chapéu-debispo) (ESHBAUGH, 1993; RIBEIRO, 2004). É
uma planta vigorosa, de caules múltiplos, com flores
únicas por nó, os frutos têm formato de campânula
ou de sino, com coloração verde (imaturo) e
vermelha (maduro), pesando em torno de 40 a 50 g,
com sementes cor palha que germinam entre 14 e 28
dias e que apresentam um certo nível de dormência
(CARNEIRO et al, 2010).
A ocorrência de microrganismos em
sementes ocorre durante todo o processo de
produção, com a colheita, beneficiamento e
armazenamento e podem acarretar uma série de
problemas, como morte em pré-emergência,
podridão radicular, tombamento de mudas, manchas
necróticas em folhas, caules, frutos, deformações
como
hipertrofias
e
subdesenvolvimento,
descoloração de tecidos, infecções latentes e outros
(NEERGAARD, 1979; MAUDE, 1996).
As sementes são importantes vias de
transmissão de doenças, principalmente as de
origem fúngica, que reduzem o poder germinativo e
podem ser disseminados para novas áreas de cultivo,
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resultando em focos primários de infecção
(MACHADO, 1994), ou seja, a semente
contaminada ou infectada é um dos meios mais
eficientes meios de introdução e acúmulo de
patógenos em áreas de cultivo (MACHADO, 1986),
e um eficiente meio de sobrevivência deste na
natureza (AGRIOS, 2005).
Assim, o presente trabalho objetivou avaliar
o efeito do extrato de Lippia microphyla no controle
de microrganismos em sementes de Capsicum
baccatum var. pendulum e a interferência deste
produto na qualidade fisiológica das sementes.
MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram conduzidos no
Laboratório de Fitopatologia e no Laboratório de
Análise de Sementes, do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal da Paraíba em
Areia - PB, no período de setembro a novembro de
2011.
As plantas de pimenta var. Cambuci (C.
baccatum var. pendulum) foram semeadas em
bandejas de poliestireno expandido (isopor) com
128 células contendo o substrato comercial
Plantmax®. Foram semeadas de uma a duas
sementes por célula, em seguida as bandejas foram
colocadas em ambiente protegido do sol direto, com
lateral telada para evitar a entrada de insetos. O
transplante para o campo ocorreu quando as mudas
apresentaram de quatro a seis folhas definitivas,
onde receberam os tratos culturais segundo
recomendações feitas por Filgueira (2003). O
beneficiamento das sementes foi realizado via
extração manual sendo as mesmas levadas à estufa,
a uma temperatura de 40 °C por 24 horas para
secarem e serem armazenadas para o uso nos testes
de sanidade e germinação.
O extrato de Lypia microphylla foi
preparado com uma concentração final de 1mg/ml-1,
posteriormente foi diluída com álcool etílico 70%
para a concentração de 1:70 e em seguida foram
preparadas as seguintes diluições: 0,03%, 0,07% e
0,01%.
O
delineamento
experimental
foi
inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 2x6,
sendo duas soluções para umedecimento do
substrato (água destilada esterilizada – ADE e
solução de nitrato de potássio - KNO3 a 0,02%,
utilizada para auxiliar a germinação de sementes de
C. baccatum var. pendulum) e 6 tratamentos de
sementes (sementes não desinfestadas (testemunha imersão em ADE); Fungicida Captan; solução de
hipoclorito (50%); solução de extrato aquoso de L.
microphyllanas concentrações 0,03; 0,07 e 0,1%),
com cinco repetições de 20 sementes para o teste de
sanidade e quatro repetições de 25 sementes para os
testes de qualidade fisiológica. A aplicação dos
tratamentos deu-se por imersão das sementes nas
soluções por um período de 15 minutos.
Para o teste de sanidade, as sementes
tratadas foram dispostas em placas de Petri com
camada dupla de papel filtro estéril e umedecido
com água destilada esterilizada (ADE) e com
solução de KNO3 (0,02%). Foram dispostas 20
sementes por placa em cinco repetições, totalizando
100 sementes por tratamento e as placas foram
incubadas em condições ambientais (25ºC ± 2ºC e
UR = 85% ± 2ºC).
As
sementes
foram
examinadas
individualmente
com
auxílio
de
um
estereomicroscópio na resolução de 30-80X,
observando-se a ocorrência de frutificações típicas
do crescimento e com auxílio do microscópio óptico
para identificação dos patógenos. As avaliações
foram feitas aos sete dias após a incubação e o
resultado expresso em incidência (%).
A qualidade fisiológica das sementes foi
realizada através da semeadura em papel
“germitest” esterilizado e umedecido com ADE e
com solução de KNO3 (0,02%). Foram utilizadas 4
repetições, sendo cada uma composta por 50
sementes. As variáveis analisadas foram:
germinação (G), comprimento de plântulas (CP),
massa seca de plântulas (MSP) e índice de
velocidade de germinação (IVG), seguindo
recomendações de Brasil (2009).
As médias foram submetidas a análise de
variância e teste de médias (Tukey) a 5% de
probabilidade em programa estatístico Assistat
(SILVA, 2010).
RESULTADO E DISCUSSÃO
O crescimento de Cladosporium sp. e
Rhyzopus sp. foi favorecido pela utilização do
KNO3 para umedecimento do substrato, onde
verificou-se maior incidência na testemunha
umedecida com KNO3 em relação as umedecidas
com água (Figura 1).
Todos os tratamentos diferiram da
testemunha, não diferindo entre si. Foi observado
controle total de fungos no tratamento com
fungicida, tanto para as sementes umedecidas com
água, quanto com KNO3 e ainda para o tratamento
com NaClO que reduziu a incidência de
Cladosporium sp.
Barros et al. (2010) avaliando extratos de
plantas da caatinga contra Fusicocum sp.
verificaram efeito antimicrobiano de extratos de
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alecrim (L. microphylla) e jurema preta (Malva
hostilis) sobre o crescimento micelial deste
patógeno. Lima et al. (2010), obtiveram 100% de
controle no crescimento in vitro de Lasiodiplodia
theobromae, evidenciando seu efeito fungitóxico.
Figura 1. Incidência de Cladosporium sp., Rhyzopus sp. e Aspergillus sp. em sementes de Capsicum bacatum
submetidas a tratamentos com extrato de Lippia microphyla, Captan e NaClO, umedecidas com água
e KNO3(0,02%).
Silva e Melo (1999), comparando diferentes
fontes de N no desenvolvimento de Alternaria
alternata, observaram elevada taxa de crescimento
micelial com a utilização de KNO3 em relação a
glutamina e NH4Cl, o que sugere que o KNO3
favorece o desenvolvimento de algumas espécies
patogênicas, uma vez que as fontes de C e N são os
fatores que mais influenciam o crescimento, sendo
também essencial à produção de conídios.
Todos os tratamentos das sementes
reduziram significativamente a incidência total de
fungos em até 100% (fungicida), no entanto, o
umedecimento
do
substrato
com
KNO3
proporcionou uma maior contaminação das
sementes por Cladosporium sp. e Aspergillus sp.
quando comparado com o substrato umedecido com
água (Figura 1).
A germinação das sementes não foi
influenciada pelo umedecimento do substrato com
água e KNO3, evidenciando a não necessidade da
utilização desta solução para quebra de dormência
do lote avaliado, como indicado por Brasil (2009).
Neste caso a incidência de fungos não prejudicou a
germinação das sementes, uma vez que os maiores
valores para esta variável ocorreu na testemunha,
onde houve a maior incidência. Foi observada maior
porcentagem de sementes mortas para os
tratamentos com hipoclorito de sódio e fungicida
quando utilizou-se KNO3 para umedecimento do
substrato (Tabela 1).
A contaminação de sementes pode afetar, de
forma severa, a qualidade fisiológica e, em alguns
casos, inibir por completo a capacidade germinativa
das sementes (CASTELLANI et al., 1996).
Entretanto, Oliveira et al. (2003) comparando
métodos de desinfestação de sementes de canafístula
(Peltophorum
dubium),verificaram
que
a
porcentagem de sementes infeccionadas não
comprometeu a germinação, confirmando que a
associação entre fungos e sementes não resultará
necessariamente na doença ou queda na qualidade
fisiológica. Porém, esta associação pode favorecer a
sobrevivência do fungo e sua disseminação.
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Tabela 1. Germinação e morte de sementes de Capsicum bacatum submetidas a tratamentos com extrato de
Lippia microphyla, NaClO e umedecidas com água e KNO3 (0,02%).
MP (%)
G (%)
Água
KNO3
96,5 a
1,0 cB
28,0 bA
Testemunha
93,0 a
1,0 cA
5,0 cA
Fungicida
96,5 a
0,0 cA
16,0 bcA
NaClO
67,0 c
63,0 aA
49 aA
Lípia (0,03%)
91,0 a
17,0 bB
52 aA
Lípia (0,07%)
82,0 b
32 bA
40 abA
Lípia (0,1%)
6,04
45,31
C.V. (%)
Médias seguidas pelas mesmas letras minúscula na VERTICAL e maiúscula na HORIZONTAL não diferem estatisticamente entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. G – Germinação; MP – Morte de plântulas.
A morte das plântulas para o substrato
tratado com água ocorreu apenas nas sementes
tratadas com extrato de L. microphylla nas três
concentrações, enquanto que, para o substrato
umedecido com KNO3 observou-se maior morte de
plântulas em todos os tratamentos, exceto nas
sementes tratadas com extrato de lípia a 0,03%.
Tais resultados evidenciam que o KNO3,
embora seja indicado como teste pré-germinativo
para avaliação de germinação de algumas espécies
(BRASIL, 2009), proporcionou um maior
desenvolvimento de fungos por fornecer os
nutrientes necessários e consequentemente morte de
plântulas enquanto que os extratos de L. microphylla
controlaram os fungos mas levaram a morte das
plântulas devido a sua alta concentração.
O uso de biofungicidas, extratos vegetais e
óleos essenciais, tem sido relatado com eficiente
ação fungicida e inseticida, onde os resultados
alcançados nessa linha de pesquisa têm-se mostrado
promissor para uma utilização prática no controle de
fitopatógenos (FRANCO; BETTIOL, 2000;
SANTOS
et
al.,
2004;
BASTOS
e
ALBUQUERQUE., 2004). Esta prática aliada à
produção de mudas ainda requer informações acerca
da interferência destes produtos na qualidade
fisiológica das sementes.
Não
foram
observadas
diferenças
significativas para o Índice de Velocidade de
Germinação (IVG) entre os tratamentos utilizados
com o substrato umedecido em água. Com o uso do
KNO3 como agente de umedecimento do substrato,
observou-se resposta significativa para o tratamento
NaClO e L. microphylla (0,07%), onde o IVG foi
superior aos demais tratamentos, que não diferiram
entre si. As soluções de umedecimento de substrato
também influenciaram o IVG, onde apenas nas
sementes tratadas com NaClO, o IVG foi superior
na presença do KNO3, fato contrário foi observado
no tratamento L. Microphylla (0,1%), onde o fator
água foi superior ao uso do KNO3(Tabela 2).
Existem substâncias químicas utilizadas em
sementes que promovem ou inibem a germinação,
mas não interferem no desenvolvimento da plântula.
Algumas promotoras, como giberelinas, nitrato de
potássio e o polietilenoglicol são bastante
pesquisadas, porém, cada espécie possui uma
resposta peculiar (MARCOS FILHO, 2005).
Conforme Brasil (2009) o uso de nitrato de
potássio é recomendado para sementes que possuem
dormência fisiológica. Esta substância atua na via da
pentose fosfato, uma das mais importantes rotas
para sistema de transporte de elétrons nos estágios
iniciais
da
germinação
(CARVALHO
e
NAKAGAWA, 2000).
Dentre os tratamentos testados, as sementes
tratadas com NaClO, mesmo em concentração
maior que a recomendada, apresentaram os maiores
comprimentos de plântulas (CP) não diferindo da
testemunha,
quando
utilizado
água
para
umedecimento de substrato.
Para a variável matéria seca de plântulas
(MSP) os resultados mais promissores foram
obtidos usando o tratamento NaClO na presença da
água como agente de umedecimento não diferindo
da testemunha e fungicida, inclusive diferindo
estatisticamente do mesmo tratamento na presença
do KNO3.
Segundo Brasil (2009) é recomendado a
desinfestação das sementes para análise utilizando
hipoclorito de sódio na concentração de 1% por três
minutos. No entanto Zorato et al. (2001) avaliando
os efeitos da assepsia superficial com diferentes
agentes químicos na incidência de microrganismos
em sementes de soja, concluíram que o hipoclorito
de sódio, não eliminou os infestantes presentes.
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Tabela 2. Qualidade fisiológica de sementes de Capsicum bacatum submetidas a tratamentos antimicrobianos e
umedecidas com água e nitrato de potássio (KNO3) a 0,02%.
IVG
CP
MSP
Água
KNO3
Água
KNO3
Água
KNO3
Testemunha
2,71aA
2,38bB
8,14abA
7,19aA
0,048abA
0,044aA
Fungicida
2,59aA
2,5abA
7,48bA
6,35abA
0,046abA
0,038abA
NaClO
2,42aB
2,88aA
8,94aA
6,95aB
0,059aA
0,043aB
Lípia (0,03%)
2,16aA
2,98aB
2,93dB
4,82bcA
0,011bA
0,014bA
Lípia (0,07%)
2,63aA
2,72aA
4,13cdB
5,35abcA
0,037bA
0,042abA
Lípia (0,1%)
2,64aA
2,37bB
4,46cA
4,46cA
0,020cA
0,026bcA
CV (%)
11,38
13,59
21,03
Médias seguidas pelas mesmas letras minúscula na VERTICAL e maiúscula na HORIZONTAL não diferem estatisticamente entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. IVG – Índice de Velocidade de Germinação; CP (cm) – Comprimento de Plântula; MSP
(mg) – Matéria Seca de Plântulas.
CONCLUSÕES
O umedecimento do substrato com nitrato
de potássio favoreceu o crescimento de
microrganismos, mas não influenciou a germinação
das sementes;
Sementes de C. baccatum tratadas com
hipoclorito de sódio (50%), fungicida Captan e
extratos de L. microphylla nas concentrações de
0,03; 0,07 e 0,1% reduziram a incidência de
Cladosporium sp., Rhyzopus sp. e Aspergillus sp;
As concentrações do extrato de L.
microphylla foram prejudiciais à germinação das
sementes causando uma grande mortalidade nas
plântulas, mostrando a necessidade de novos
trabalhos quanto à melhor concentração para
desinfestar
sementes
sem
prejudicar
o
desenvolvimento das mesmas.
ABSTRACT: This study aimed to evaluate the effect of the extract of Lippia microphylla in the management of
microflora in seeds of C. baccatum var. pendulum and the interference of this product in the physiological quality of seeds.
Fruits peppers Cambuci benefited for use in health testing and germination. The experimental design was completely
randomized in a 2x6 factorial arrangement, two treatments for substrate wetting (sterile distilled water - ADE and solution
of potassium nitrate - KNO3 0.02%) and six disinfestation treatments (ADE (Witness); Fungicide Captan; solution of
sodium hypochlorite - NaClO (50%); extract solution L. microphyla to 0.03, 0.07 and 0.1 %). Seeds were immersed in
treatment for a period of 15 minuts anf arranged in Petri dishes with double layer of sterile filter paper, and the evaluations
of sanitary quality was assessed in seven days after hatching from counts (incidence). The physiological seed quality was
assessed by plating on paper "germitest" sterilized, evaluating germination, length, seedling dry weight and the speed of
germination. All seed treatments used were effective in control of Cladosporium sp., Rhizopus sp. and Aspergillus sp. The
use of potassium nitrate had no effect on germination, but favored the development of pathogens.
KEYWORDS: Alternative control. Cambuci pepper. Fungitoxidez. Sanitary quality. Physiological quality.
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