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O USO DA RADIOFREQUÊNCIA NO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
EM FACE E PESCOÇO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Rosane Vianna Gonzalez
Professora no Curso de Educação Física
UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá
[email protected]
Maythe Amaral Nascimento
Mestre em Ciências
UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada Santista
[email protected]
Dra. Livia Assis
Professora afiliada
UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada Santista
[email protected]
Resumo: Este artigo é uma revisão bibliográfica sobre os estudos da
radiofrequência em face e pescoço. A radiofrequência (RF) é considerada um
método seguro e não invasivo para tratamento de flacidez cutânea. Apresenta
eficácia comprovada e seus efeitos baseiam-se no aquecimento da derme
profunda, aquecendo o colágeno e as fibras elásticas. O calor gerado pela
radiofrequência leva a retração do colágeno, melhorando a firmeza e a elasticidade
da pele. Além disso, o aquecimento induz a ativação dos fibroblastos, levando a
neocolagenização (alterada em diâmetro, espessura) com o consequente
remodelamento da pele. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é verificar, através
de uma revisão bibliográfica, a eficácia da radiofrequência aplicada à fisioterapia
dermatofuncional no envelhecimento cutâneo para flacidez de rosto e pescoço. Os
estudos revisados mostraram que os resultados obtidos com a radiofrequência
foram positivos com relação aos sinais de flacidez em rosto e pescoço, assim como
rugas na face. Assim, pode-se concluir que a radiofrequência pode ser utilizada
como um recurso terapêutico promissor para a área da fisioterapia
dermatofuncional, devido aos resultados positivos na melhora do aspecto do
envelhecimento cutâneo.
Palavras-chave: radiofrequência, radiofrequência não ablativo e envelhecimento.
Área de Conhecimento: Saúde
1. Introdução
O envelhecimento da pele é um processo inevitável de acumulação de
mudanças físicas, psicológicas e sociais ao longo do tempo e é praticamente
irreversível. Este processo está associado com uma redução na capacidade
funcional que aumenta a suscetibilidade a problemas cutâneos e o subsequente
desenvolvimento de rugas e flacidez. Assim, a manutenção da aparência física em
idade avançada é importante para o bem-estar emocional, mental e psicossocial
(GUPTA, 2010).
Com o tempo, os estudos foram buscando fórmulas cada vez mais efetivas,
para prolongar as condições da juventude, mantendo a relação da estética com a
saúde. Nos dias de hoje, a fisioterapia dermatofuncional tem recursos para
1
recuperar e ressaltar a saúde e o cuidado com a pele (LÓPEZ AGÜERO E
STELLA, 2007). Entre esses recursos a radiofrequência é o procedimento não
invasivo mais amplamente utilizado(ALSTER E LUPTON, 2007).
A radiofrequência é a radiação eletromagnética na faixa de 3-300 GHz de
frequência. Os efeitos principais de energia de radiofrequência sobre os tecidos
são considerados térmicos. O objetivos dos novos dispositivos com base nestas
gamas de frequencia aquecer as camadas específicas da pele. O uso dirigido de
radiofrequencia pode induzir o aquecimento dérmico e causa a degeneração do
colágeno (Elsaie, 2009).
No tratamento com radiofrequência tem-se como objetivo elevar a
temperatura do tecido em torno de 40º C A 43º C, nesta temperatura, além da
vasodilatação também se estimula a formação de novas fibras de colágeno.
(BORGES, 2010). Quando a temperatura é atingida da forma adequada, há uma
parcial desnaturação do colágeno, que dá origem ao novo colágeno, que através
da contração do tecido epitelial ocorre a neocolagenase mais profundamente à
pele, observando como resultado a redução de rugas (FITZPATRICK e col. 2003).
A radiofrequência não ablativa pode ser uma opção de tratamento eficaz e
segura para rugas periorbitais em pacientes, através da reorganização do colágeno
e consequentemente da elastina. (LEE e col, 2015)
Por fim, é importante destacar que o uso da radiofrequência não ablativa,
mostrou-se promissor para área da estética, obtendo resultados positivos na
melhora do aspecto do aspecto do envelhecimento cutâneo.
2. Objetivo
O objetivo desse trabalho é verificar, através de uma revisão bibliográfica, a
eficácia da radiofrequência aplicada à fisioterapia dermatofuncional no
envelhecimento cutâneo para flacidez de rosto e pescoço.
3. Desenvolvimento
3.1. Sistema Tegumentar
A pele é o maior órgão do corpo humano e cumpre várias tarefas essenciais
no organismo. Este órgão compõe o limite entre o interior e o exterior do nosso
corpo, fornece proteção contra ameaças mecânicas e químicas, fornece as defesas
imunológicas inatas e adaptativas, que permitem a termoregulação e a produção
de vitamina D, além de atuar como importante órgão sensorial (CHUONGe col.,
2002).
Sabe-se que a pele é composta por duas camadas: epiderme e derme. Entre
elas encontra-se a zona da membrana basal, uma rede de macromoléculas que
liga os queratinócitos da camada basal com as fibras colágenas da derme papilar
(LAI-CHEONG e MCGRATH, 2009).
Entre a derme e epiderme está presente a junção dérmico-epidérmica (JDE),
uma zona de membrana basal crítica para a comunicação intercelular e de coesão.
Todas as camadas da pele mostram alterações relacionadas com a idade em
termos da sua estrutura e função (ARAÚJOe col., 2015).
2
Com relação à epiderme, esta é composta por aproximadamente 95% de
células chamadas queratinócitos, os quais sintetizam uma proteína chamada
queratina. Os queratinócitos formam quatro camadas que são submetidas a
transformação continua: camada basal, espinhosa, granular e córnea. O 5%
restante é formado por melanócitos, células de Langerhans e de Merkel (ELDER,
2014).
Já a derme é composta por colágeno, fibras elásticas e reticulares, principais
fibras do tecido conjuntivo denso, alimentadas por vasos sanguíneos, linfáticos e
nervos, além de folículos pilossebáceos e glândulas sudoríparas (HARRIS, 2009).
De acordo com a literatura, a derme poder ser dividida em dois
compartimentos: a derme papilar e a derme reticular. O tecido conectivo é o
componente mais abundante desta camada (70%) e é constituído por fibras de
colágeno. Os fibroblastos, células dendríticas, mastócitos e macrófagos constituem
os principais componentes celulares da derme. Os componentes extracelulares
incluem colágeno, fibras elásticas e substancia fundamental amorfa (BARCAUI E e
col., 2015).
O colágeno é uma macromolécula (união de aminoácidos) que para ser
absorvido deve passar por um processo de quebra para formar moléculas
menores. Este é considerado a maior proteína no corpo, representando 30% do
total das proteínas. Sua principal função é fornecer resistência e dar integridade
estrutural a vários tecidos e órgãos do organismo (DE OLIVEIRA GUIRRO, 2002).
As matrizes colágenas e elásticas são incorporadas em uma substância
fundamental rica em hidratos de carbono. Estas moléculas hidrófilas, em conjunto
com o ácido hialurônico, são distribuídos ao longo da derme, onde desempenham
um papel chave na manutenção da hidratação da pele (ARAÚJOe col., 2015).
Segundo Harris (2009), o colágeno é caracterizado como uma proteína de
extrema importância e tem como principal função o suporte internamente da matriz
extracelular. A derme está constituída por um grande número de fibras colágenas,
sendo assim, consideradas como as principais fibras do tecido conjuntivo denso.
Os tipos de colágeno existentes na pele são:
- Tipo I - O mais importante na derme e pode ser encontrado também em
ossos e cartilagens. É sintetizado por fibroblastos;
- Tipo II - Também existente em grande número na derme, mas
principalmente em volta dos nervos e vasos sanguíneos, é abundante em
hidroxiprilina e cistina e também pode ser chamado de reticulina;
- Tipo III - Constitui fibras reticulares. Presente nos músculos lisos, endoneuro
e abundando o tecido conjuntivo frouxo, constitui fibras reticulares;
- Tipo IV e VII - Possuem como função manter a integridade da membrana
basal. Responsável pela nutrição de forma adequada das células da camada basal
encontrada na epiderme (HARRIS, 2009).
Assim, as fibras de colágeno podem ser alteradas de acordo com seu
diâmetro e sua forma com o efeito do aquecimento, o que causa a reorganização.
Vale ressaltar que na derme papilar estas fibras são mais delicadas e finas em
comparação com aquelas da derme reticular, presentes como feixes de fibras mais
espessas (ELDER, 2014).
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Com relação à elastina, outro componente da derme, esta é considerada a
proteína mais resistente do corpo humano, sendo responsável pela elasticidade
das fibras dos tecidos elásticos. Têm como localização a periferia dos feixes
colágenos e oferece a pele propriedades de recuo elástico. Quando acontece
algum defeito ou dano da elastina podem aparecer rugas, mesmo sem a alteração
por envelhecimento, podendo acontecer em qualquer idade durante a vida. Além
disso, o tecido subcutâneo é composto por adipócitos que apresentam citoplasma
globoso, sem vacúolos. Os lóbulos de gordura são separados por septos fibrosos
onde passam pequenos vasos (WORTSMAN, 2012)
3.2. Envelhecimento Cutâneo
O envelhecimento da pele é um processo inevitável de acumulação de
mudanças físicas, psicológicas e sociais ao longo do tempo e é praticamente
irreversível. Este processo está associado com uma redução na capacidade
funcional que aumenta a suscetibilidade a problemas cutâneos e o subsequente
desenvolvimento de rugas e flacidez. Assim, a manutenção da aparência física em
idade avançada é importante para o bem-estar emocional, mental e psicossocial
(GUPTA, 2010).
Dessa forma, o envelhecimento facial cria preocupações especiais devido a
sua estética e impacto social. Vários fatores intrínsecos e extrínsecos afetam a
aparência do rosto humano ao longo do tempo, incluindo a composição genética,
perda de dentes, fumo, exposição ao sol e outras influencias ambientais
(SVEIKATAe col., 2011).
Assim, conforme Bagatin (2009) o envelhecimento deve ser visto como a
combinação de três processos biológicos:
1. Envelhecimento natural ou intrínseco: definido como natural, inevitável,
comum a todas as pessoas, relacionado a fatores genéticos, cumulativo,
caracterizado por atrofia da pele e rugas finas por afetar principalmente as
fibras elásticas dérmicas, levando à elastose da derme reticular.
2. Fotoenvelhecimento ou envelhecimento extrínseco: depende da relação
entre o fototipo e a exposição à radiação solar, com elastose na derme
reticular superficial é também cumulativo, mas pode ser evitado.
Caracteriza-se por rugas profundas, pele espessada, amarelada, seca,
melanoses, telangiectasias, poiquilodermia, queratosesactínicas e maior
ocorrência de câncer de pele corresponde a 85% das rugas presentes na
pele envelhecida.
3. Aspectos clínicos relacionados ao fumo: pele seca, atrófica, rugas
profundas. O escore do envelhecimento cutâneo é maior nos brancos e
tabagistas.
A derme de um indivíduo jovem é uma associação complexa de colágenos
fibrilares, proteínas microfibrilares e fibras elásticas embebidas numa substância
fundamental rica em proteoglicanos. Estas moléculas conferem características
diferentes para a pele: o colágeno proporciona uma resistência a tração, a elastina
contribui para a resiliência e capacidade de recolhimento, ao passo que os
proteoglicanos são importantes para a hidratação (BLUME-PEYTAVI e col., 2016).
Clinicamente, os sinais da pele intrinsecamente envelhecida raramente
manifestado antes da idade de 70 anos são a palidez e o ressecamento,
caracterizados por rugas finas. No entanto, em áreas que tenham sido expostos a
radiação UV solar, crônica, a aparência clínica é muito diferente: a pele parece
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pálida e áspera e muitas vezes, apresenta-se com lesões hipo e hiperpigmentada
(manchas senis). Extrinsecamente a pele envelhecida também apresenta rugas
grossas com maior flacidez, especialmente nas áreas de mudança dinâmica devido
a expressão facial como na região periorbital (DE CARVALHO e col., 2011).
Análises microscópicas observaram que com a idade há um aumento de
colágeno denso da rede e a redução da estabilidade de ligações cruzadas. Como
dito anteriormente, a elastina é o principal componente das fibras elásticas na
derme, mostrando sinais de diminuição da sua função, fornecendo menos
capacidade de resistência e tração (CARDOSO, 2006).
A epiderme com a idade é atrófica, com diminuição de sulcos.
Funcionalmente, a epiderme mostra uma redução da capacidade para a função de
barreira e reparação. O processo lipídico diminui com o avanço da idade as
enzimas necessárias para a produção de cerâmidas; a glicoproteina de
queratinócitostransmembranar que tem um papel regulador na proliferação de
queratinócitos; e a manutenção da homeostase do ácido hialurônico local, que
contribui com o adelgamento epidérmico e com a redução das propriedades
viscoelásticas(CHUONG e col., 2002).
A derme é composta principalmente por uma matriz extracelular complexa
(ECM) que fornece a pele força, elasticidade e conformidade. Ele suporta o órgão
de habitação vascular complexo, o sistema linfático e sistemas neuronais. A ECM
apresenta alterações estruturais e funcionais tanto intrínseca quanto a extrínseca
levando ao envelhecimento da pele. Com o aumento da idade, a atrofia da matriz
dérmica ocorre incluindo uma redução na deposição de colágeno do tipo I e
II(GRAHAMe col., 2010).
As matrizes colágenas e elásticas são incorporadas em uma substância
fundamental rica em hidratos de carbono. Estas moléculas hidrófilas, em conjunto
com o ácido hialurônico são distribuídos ao longo da derme, onde desempenham
um papel chave na manutenção da hidratação da pele (ARAÚJO e col., 2015).
Assim, a pele é o órgão de maior evidencia no corpo humano, sendo um
marcador real da idade cronológica. Além disso, é de grande importância
psicológica, pois é a primeira a ser desfavorecida com o envelhecimento, tendo
como desvantagens, as alterações cutâneas provocadas pelo tempo,
principalmente na coloração, textura e elasticidade(DE CARVALHO e col., 2011).
Com o tempo, os estudos foram buscando fórmulas cada vez mais efetivas,
para prolongar as condições da juventude, mantendo a relação da estética com a
saúde. Nos dias de hoje, a fisioterapia dermatofuncional tem recursos para
recuperar e ressaltar a saúde e o cuidado com a pele (LÓPEZ AGÜERO E
STELLA, 2007).Entre esses recursos a radiofrequência é o procedimento não
invasivo mais amplamente utilizado(ALSTER E LUPTON, 2007).
3.3. Radiofrequência Não Ablativa (RF)
Devido à alta demanda por tratamentos antienvelhecimento ao longo da
última década, uma proliferação de tratamentos estéticos foi desenvolvida baseada
em tecnologias não ablativas, substituindo os tradicionais ablativos(ELSAIE, 2009).
O tratamento por radiofrequência vem sendo considerado um grande avanço,
que permite a correção de sinais de envelhecimento, com baixo risco de lesões.
Ela pode ser utilizada isoladamente ou associada a outros recursos terapêuticos
para ação de diversas condições inestésicas como: rejuvenescimento e
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tensionamento da pele, redução de celulite, gordura localizada, melhora na
aparência de cicatrizes, tratamento para flacidez, pós lipoaspiração, tratamento de
acne e tratamento de estrias(ALSTER E LUPTON, 2007).
A radiofrequência é um recurso que já existe há muitos anos. Desde 1911, já
era utilizada para corte e cauterização do tecido e em 1976 foi utilizada para fins
medicinais, para combater células de câncer, porém, para esses fins eram
utilizadas potencias elevadas. Atualmente tem-se mostrado importante no que diz
respeito a fins terapêuticos, com potência adequada somente para aumentar a
temperatura do tecido sem que ocorra agressão à pele. Apenas em 2008 foi
fabricada a primeira radiofrequência, chamada Spectra da empresa Tonederm,
seguido pelo Hertix da empresa KLD para disfunções estéticas (AGNE, 2009).
A radiofrequência é a radiação eletromagnética na faixa de 3-300 GHz de
frequência. Os efeitos principais de energia de RF sobre os tecidos são
considerados térmicos. O objetivos dos novos dispositivos com base nestas gamas
de frequencia é para aquecer as camadas específicas da pele. O uso dirigido de
RF pode induzir o aquecimento dérmico e causa a degeneração do colágeno
(ELSAIE, 2009).
Desta forma, a radiofrequência não ablativa funciona através de passagem de
uma corrente através da derme a uma profundidade pré-definida para produzir
pequenos ferimentos térmicos na derme que por sua vez, estimula a remodelação
dérmica para produzir colágeno novo e amaciar os defeitos da cicatriz. É utilizada
para tratamento de flacidez da pele a partir de um aumento da temperatura do
tecido a partir de uma alta freqüência, corrente alternada (0,3 a 10 MHz). Esta
terapia tem como objetivo é induzir dano térmico para estimular a neocolagenase
em profunda camada da pele e do tecido subcutâneo (ARAÚJO e col., 2015).
Devido a sua eficiência e segurança, de RF é amplamente utilizado no campo
da estética para o aquecimento de um tecido biológico em aplicações estéticas
como rítides e flacidez de face e pescoço. Esta forma de terapia difere de laser na
medida em que utiliza corrente elétrica, em vez de uma fonte de luz Quando a
temperatura é atingida da forma adequada há a parcial desnaturação do colágeno,
que dá origem ao novo colágeno, que através da contração do tecido epitelial
ocorre a neocolagenese mais profundamente à pele, observando o resultado como
o de redução de rugas (FITZPATRICK e col., 2003).
Na utilização da radiofrequência para a neocolagenese é de extrema
importância que a temperatura do tecido seja monitorada por de um termômetro,
que por meio de infravermelho faz uma captação térmica da temperatura tecidual.
Se na medição o valor acusado é de 40°C - 41°C é provável que na derme a
temperatura esteja em torno de 45°C (AGNE, 2009).
Uma lesão térmica pode resultar numa retração tecidual seguida por uma
resposta inflamatória acompanhada pela migração de macrófagos e fibroblastos
para o local com remodelagem tecidual. O tratamento com RF promove os
mediadores do processo de reparação tecidual que envolve a produção de fatores
de crescimento e outras proteínas estruturais (SADICK e col., 2014).
A ativação de fibroblastos induz a síntese natural de fibras de colágeno
(neocolagenase) e de fibras elásticas (neoelastogenese). Este processo de
cicatrização secundária envolve a deposição de colágeno, assim como da elastina,
e pode perdurar por meses. Inicialmente um aquecimento seletivo volumétrico
provoca o endurecimento de tecido dérmico e subcutâneo, resultando numa
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imediata redução do volume. As fibras de colágeno contraem-se originando
processos inflamatórios que induzem a proliferação de fibroblastos e a
reconstrução do colágeno (BORGES, 2010).
Este processo de reconstrução do colágeno é permanentemente induzido
durante os tratamentos de radiofrequência, o espessamento dérmico fibroso é
reduzido a probabilidade de formação de hérnias adiposas na derme e,
consequentemente as irregularidades da pele (GOLD E ADELGLASS, 2014).
Além disso, o teor de água da pele varia entre diferentes áreas do corpo, com
o tempo do dia, umidade do ambiente, a hidratação interna e a utilização de
agentes hidratantes tópicos. Assim, o fluxo de radiofrequência através da pele
depende de vários fatores que podem não ser uniformes. Esta reação é ditada pela
seguinte fórmula: energia (J) = I2xRxT (em que I= corrente, R= impedância do
tecido e T= tempo de aplicação). Tecidos de alta impedância, tais como gordura
subcutânea, geram mais calor e contabilizam os efeitos mais profundos térmicos de
dispositivos de radiofrequência devido a capacidade destes sistemas não ablativo
para induzir neocolagenase dérmica sem rompimento epidérmico (limitando assim
os efeitos adversos e praticamente eliminando a recuperação pós-operatória)
(ELSAIE, 2009).
Em dispositivos de radiofrequência fracionada bipolar, matrizes de eletrodos
positivos e negativos são ordenados na ponta de contato, a fim de gerar múltiplas
ondas de radiofrequência. Quando encontra a alta impedância dos tecidos, esta
energia eletromagnética cria uma massa de calor multieletrodos resultantes na
coagulação da derme e menor ablação epidérmico (SADICK e col., 2011).
Uma rede de fibras de colágeno e elastina fornece firmeza para a pele e
determina o seu grau de firmeza e elasticidade. Ao longo do tempo, esta rede de
fibra solta e quebra, alterando a aparência e a função da pele. Quando as fibras de
colágeno são aquecidas, algumas ligações cruzadas são quebradas, causando a
estrutura de tripla hélice para relaxar. Além de um certo nível de acordo com uma
combinação entre temperatura e tempo de exposição, as fibras de colágeno sofrem
desnaturação e quando as ligações cruzadas se mantêm pelo menos parcialmente
o encolhimento do colágeno e de espessamento é conseguido (ARNOCZKY E
AKSAN, 2000).
Quanto maior for a energia da radiofrequência fracionada (FRF), maior
ablação dérmica e com coagulações mais profundas. Após o aquecimento observase a hiperemia como consequência da vasodilatação e o aumento do fluxo de
sangue, que como efeito aumenta a circulação periférica e assim melhora a
oxigenação do tecido por meio de corrente sanguínea. No tratamento, com a RF
tem-se como objetivo elevar a temperatura do tecido em torno de 40ºC a 43ºC,
nesta temperatura, além de ocorrer a vasodilatação, também ocorre a estimulação
para a formação de novas fibras de colágeno (BORGES, 2010).
Assim, alguns autores como Taub e col., (2012) realizaram tratamentos de RF
monopolar compostos de duas sessões com intervalos de 15,30 e 60 dias, com
temperatura de 40ºC e 42C, apresentando melhora na textura e rugas da pele ,
sem desconforto ou complicações.
A radiofrequência bipolar melhora a flacidez da pele após o tratamento,
avaliando histologicamente em pacientes que foram tratadas de um lado da face e
o lado não tratado serviu como controle. Através de estudos, Kim e col.(2013)
utilizando a radiofrequência mono e bipolar avaliou a eficácia para rugas
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periorbitais, em 3 sessões, com intervalos de 3 semanas e demonstrou uma
melhora significativa. (TANAKA e col.2014)
A radiofrequência monopolar demonstrou uma melhora global na aparência
do rosto e pescoço em relação a flacidez e rugas , sugerido pela satisfação geral
do paciente. Foram realizados intervalos de um mês e depois de 120 dias uma
segunda sessão. (CHIPPS e col., 2013)
Para examinar a eficácia clínica e a segurança da radiofrequência para
tratamentos de rugas periorbitais, foi testado durante 3 sessões com intervalos de 4
semanas, com resultados muito eficientes. (LEE e col., 2015)
O tratamento com radiofrequência melhora na redução nas rugas e flacidez
de pálpebra e do tecido periorbital, após realizar 1 ou 2 sessões numa temperatura
de 40ºC – 42ºC e realizando imagens na documentação objetiva. (JAVATE e col.,
2014)
A eficácia e a segurança da radiofrequência bipolar para melhora de rugas e
flacidez em asiáticos, com melhoras significativas em rugas no canto lateral e
pálpebra inferior, realizando 3 sessões de RF a cada 4 semanas. (AKITA e col.,
2014)
O tempo de realização de análise de dados referente a radiofrequência não
se deve limitar apenas a dados colhidos imediatamente após o tratamento, pelo
fato de que o colágeno continua o processo de reestruturação até mesmo 6 meses
após o estímulo térmico na temperatura adequada. As possíveis reações
transitórias após o uso da radiofrequência são: sensação de calor e desconforto,
eritema, equimose, dor e sensação de estiramento da pele. (DE CARVALHO e col
.2011)
A radiofrequência bipolar fracionada é eficaz no tratamento de rugas e
flacidez de rosto. O estudo teve como objetivo determinar as configurações ideais
de temperatura e duração de tratamento para rugas e flacidez de rosto e pescoço.
A temperatura variou de 52ºC a 67ºC e reavaliado após 1, 3 e 6 meses. Com
resultados positivos. (ALEXIADES E BERUBE, 2015)
De uma forma resumida, a elevação da temperatura subcutânea promove o
aumento da circulação sanguínea, melhorando a oxigenação e diminuindo a
concentração de toxinas. O aquecimento local estimula a produção de colágeno e o
aumento do metabolismo que provoca quase que na mesma hora a contração das
fibras e a tonificação da pele, provocando assim o efeito imediato de
tensionamento da pele (FRITZ e col., 2004).
Assim, o presente estudo se mostra de suma importância, pois a
radiofrequência é um excelente recurso fisioterapêutico, assim como para fins
acadêmicos, como material de futuras pesquisas científicas. O tema foi escolhido a
fim de expandir o conhecimento sobre a técnica, conhecendo a sua eficácia no
envelhecimento cutâneo. Para a instituição acadêmica será um novo referencial
que poderá ser utilizado como um instrumento de pesquisa aos interessados no
assunto.
4. Considerações Finais
Com essa revisão de literatura, o presente estudo demonstrou que a
tecnologia radiofrequência apresenta resultados satisfatórios para o tratamento de
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flacidez de face e pescoço. Este estudo confirma as conclusões de estudos
anteriores, ou seja, confirma que o aquecimento dos tecidos pela energia de
radiofrequência isoladamente é eficaz e seguro na redução de rugas, flacidez da
face e pescoço, porém mais estudos serão necessários para avaliar os resultados.
Assim, este estudo realizado com base em uma análise de produção científica
demonstra que a radiofrequência, utilizada na fisioterapia dermatofuncional,
desempenha um papel importante na a melhora nas alterações de flacidez, no
aumento na produção de colágeno e consequentemente uma pele mais jovem.
Ademais, os artigos consultados obtiveram melhora no aspecto estético após as
intervenções, sendo todos utilizados isoladamente, sem associação com outras
técnicas existem.
5. Referências Bibliográficas
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