E-books PCNA Vol. 1 MATEMÁTICA ELEMENTAR CAPÍTULO 4 – GEOMETRIA PLANA E ESPACIAL 1 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 SUMÁRIO Apresentação ------------------------------------------------- 3 Capítulo 4 ------------------------------------------------------4 Geometria Plana e Espacial -------------------------------4 4.1. Ponto----------------------------------------------------4 4.2. Reta ----------------------------------------------------- 5 4.2.1 Postulados da Reta ----------------------------------- 5 4.3. Plano ---------------------------------------------------6 4.3.1 Postulados do Plano --------------------------------- 7 4.3.2. Posições Relativas de duas Retas no Plano ------ 9 4.4. Espaço------------------------------------------------ 10 4.4.1 Posições Relativas de duas Retas no Espaço ----- 11 4.5. Segmento de Retas -------------------------------- 12 4.5.1. Razão entre Segmentos de Reta ------------------ 13 4.5.2. Segmentos Proporcionais ------------------------- 14 4.5.3. Teorema de Talles ---------------------------------- 18 4.6. Circunferência e Círculo ------------------------ 20 4.6.1. Elementos da Circunferência e do Círculo ----- 22 4.6.1.1. Corda e Segmento Circular (Figura. 4.23).22 4.6.1.2. Arco e Setor Circular (Figura. 4.24). ------ 22 4.6.1.3. Diâmetro, Semicircunferência e Semicírculo ----------------------------------------------------------- 23 4.7. Ângulo ------------------------------------------------ 24 4.7.1. Unidades de Medida de Ângulos----------------- 24 4.7.1.1. Grau ------------------------------------------ 24 4.7.1.2. Radiano -------------------------------------- 25 4.8. Conversão de unidades ------------------------ 26 Página | 1 2 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 4.9. 4.9.1. Classificação dos Ângulos -------------------- 29 Em relação a outro ângulo ----------------- 30 4.9.2. Em relação à posição de ângulos formados por duas retas paralelas cortadas por uma reta transversal (Figura. 4.31). --------------- 31 4.10. Polígono -------------------------------------------- 34 4.10.1. Classificação quanto ao número de lados. ---- 34 4.11. Semelhança de Polígonos ---------------------- 36 4.12. Semelhança de Triângulos -------------------- 39 4.13. Perímetro e Área --------------------------------- 42 4.13.1. Quadrado ------------------------------------------ 44 4.13.2. Círculo --------------------------------------------- 45 4.13.3. Paralelogramo ------------------------------------ 46 4.13.4. Triângulo ------------------------------------------ 46 4.13.5. Losango --------------------------------------------47 4.13.6. Trapézio ------------------------------------------- 48 4.13.7. Polígono Regular de 𝐧 lados -------------------- 49 4.14. Volume --------------------------------------------- 52 4.14.1. Cubo ----------------------------------------------- 54 4.14.2. Paralelepípedo-------------------------------------55 4.13.3. Prisma ----------------------------------------------55 4.14.4. Cilindro-------------------------------------------- 56 4.14.5. Pirâmide ------------------------------------------ 56 4.15.6. Cone ------------------------------------------------ 57 4.15.7. Tronco de Cone ----------------------------------- 58 4.15.8. Esfera ---------------------------------------------- 60 LISTA DE EXERCÍCIOS ---------------------------------- 63 GABARITO -------------------------------------------------- 73 Página | 2 3 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Apresentação Ao chegar à UFPA, você tem a possibilidade de cursar gratuitamente cursos de nivelamento em Ciências Básicas (Física, Química e Matemática). Assistindo às aulas no próprio ambiente em que cursará sua graduação, isso auxiliará você a adquirir o conhecimento necessário para enfrentar melhor o programa curricular do seu curso. Então seja Bem-vindo ao Curso de Nivelamento em Matemática Elementar do PCNA. 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Já a geometria espacial euclidiana, por sua vez, estuda os objetos que possuem mais de duas dimensões e ocupam lugar no espaço, ou seja, possuem volume e são conhecidos como sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais. A seguir se definirá os entes geométricos, cujas propriedades serão estudadas ao longo do capítulo, entretanto é necessário enfatizar que não existe na geometria em geral uma noção para essas figuras primitivas (ponto, reta e plano), sendo assim, eles serão conceituados intuitivamente, baseado na experiência e observação do ponto de vista dimensional. 4.1. Ponto O ponto determina uma localização e seu conceito é adimensional e não possui forma ou tamanho, embora seja necessário fazê-los, para a sua representação gráfica (Figura. 4.1). Usa-se letras maiúscula latinas para denotar pontos (A, B, C,...). Figura 4.1 – Representação gráfica de um ponto. Página | 4 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 5 4.2. Reta A reta é uma linha unidimensional ilimitada. Mesmo que seja necessário dar uma espessura e um tamanho para a representação gráfica de uma reta, ela não tem espessura e seu comprimento é infinito, como exemplificado na Figura. 4.2. Em sua notação usa-se letras minúsculas latinas (a, b, c, ...). Figura 4.2 – Representação dos tipos de reta. 4.2.1 Postulados da Reta • Numa reta, bem como fora dela, existem infinitos pontos. A Figura. 4.3 define uma representação gráfica deste postulado. Figura 4.3 – Pontos inclusos e exclusos à reta. • Por um ponto passam infinitas retas (Figura. 4.4). Página | 5 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 6 Figura 4.4 – Representação de retas em um ponto. • Dois pontos distintos determinam uma única reta que os contém (Figura. 4.5). Figura 4.5 – Reta formada pela união de dois pontos. 4.3. Plano O plano corresponde a uma superfície plana bidimensional ilimitada. Embora seja necessário dar uma forma e tamanho para a sua representação gráfica, o plano tem comprimento e largura Página | 6 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 7 infinitos e não tem profundidade, como exemplificado na Figura. 4.6. Para a representação com letras são utilizadas letras gregas minúsculas (𝛼, 𝛽, 𝛾, … ). Figura 4.6 – Representação de um plano. 4.3.1 Postulados do Plano • Num plano, bem como fora dele, existem infinitos pontos. A Figura. 4.7 define uma representação gráfica deste postulado. Figura 4.7 – Representação de pontos inclusos e exclusos ao plano 𝛽. • Toda reta que tem dois pontos distintos num plano fica inteiramente contida nesse plano (Figura. 4.8). Página | 7 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 8 Figura 4.8 – Reta formada pela união de dois pontos contida em um plano. • Três pontos não situados na mesma reta determinam um plano (Figura. 4.9). Figura 4.9 – Pontos determinantes de um plano α qualquer. • Por uma reta passam infinitos planos (Figura. 4.10). Página | 8 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 9 Figura 4.10 – Reta com infinitos planos. 4.3.2. Posições Relativas de duas Retas no Plano Duas retas em um mesmo plano podem ser: • Retas Concorrentes: Duas retas são ditas concorrentes quando existe apenas um ponto comum entre elas, ou seja, quando as retas se interceptam. • Retas Paralelas Distintas: Duas retas 𝑎 e 𝑏, em um mesmo plano, são ditas paralelas distintas quando não têm ponto comum entre elas. Denota-se 𝑎/ /𝑏. • Retas Paralelas Coincidentes: Duas retas são ditas paralelas coincidentes quando têm todos os pontos em comum. A Figura. 4.11 esboça posições de duas retas concorrentes, paralelas e coincidentes em um mesmo plano. Página | 9 10 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.11 – Posições relativas de retas em um plano. 4.4. Espaço O espaço tridimensional é o conjunto de todos os pontos situados em um plano e fora dele. Embora seja necessário dar uma forma para a sua representação gráfica do plano, ele tem comprimento, largura e profundidade infinitos, como exemplificado na Figura. 4.12. Figura 4.12 – Representação de espaço Página | 10 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 11 4.4.1 Posições Relativas de duas Retas no Espaço Duas retas no espaço tridimensional podem ser: • Retas Coplanares: Duas retas são ditas coplanares quando existe um plano que as contêm. • Retas Reversas: Duas retas são ditas reversas quando não existe um plano que as contêm. A Figura. 4.13 aponta retas coplanares e retas reversas. Figura 4.13 – Posições relativas de retas em um espaço. De acordo com a Figura acima, pode-se afirmar que: • As retas 𝑟 e 𝑠 estão contidas no plano ABFE, portanto são coplanares. • As retas 𝑡 e 𝑠 estão contidas no plano EFGH, portanto são coplanares. • As retas 𝑡 e 𝑟 são retas reversas, pois não existe um plano que as contêm. Página | 11 12 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Exemplo 4.1.: De acordo com a Figura 4.14 abaixo, dê a classificação em relação à posição relativa dos pares de retas indicadas: Figura 4.14 – Figura referente ao Exemplo 4.1. a) Retas r e s: coplanares paralelas b) Retas r e t: coplanares concorrentes c) Retas r e x: reversas d) Retas t e x: coplanares paralelas 4.5. Segmento de Retas Segmento de reta é o conjunto de todos os pontos de uma reta que estão limitados por dois pontos, denominados extremidades, como é exemplificado na Figura 4.15. Página | 12 13 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.15 – Representação de um segmento de reta 𝐴𝐵 = medida do comprimento de ̅̅̅̅ 𝐴𝐵 4.5.1. Razão entre Segmentos de Reta O conceito de razão é a forma mais comum e prática de fazer a comparação relativa entre duas grandezas. (4.1). A razão entre dois números 𝑥 e 𝑦 é definida pela Equação 𝑥 𝑦 =𝑘 (4.1) 𝑐𝑜𝑚 𝑘 ∈ ℜ 𝑒 𝑦 ≠ 0, A razão 𝑘 indica o valor do número 𝑥 quando comparado ao número 𝑦, tomando-o como unidade. Por exemplo, a razão entre dois números reais 𝑥 = 2 e 𝑦 = 4 é determinada por (I). 𝑥 𝑦 2 1 4 2 = = = 0,5 (I) Isto significa que o número 𝑥 é 0,5 vezes o número 𝑦, ou seja, 𝑥 é a metade de 𝑦. Página | 13 14 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Não é possível dividir um segmento de reta por outro para determinar a razão entre segmentos, mas é possível realizar a divisão entre as medidas (tamanho) dos segmentos. Por exemplo, a razão os entre os segmentos ̅̅̅̅ 𝐴𝐵 e ̅̅̅̅ 𝐶𝐷 , respectivamente, de comprimentos 6 cm e 3 cm é determinada por (II). ̅̅̅̅ 𝐴𝐵 ̅̅̅̅ 𝐶𝐷 6 = =2 3 (II) Isto significa que o segmento ̅̅̅̅ 𝐴𝐵 é 2 vezes maior do que o ̅̅̅̅. segmento 𝐶𝐷 4.5.2. Segmentos Proporcionais Proporção é a igualdade entre duas razões equivalentes. Quatro números 𝑥, 𝑦, 𝑎 e 𝑏 são proporcionais, nesta ordem, se a razão entre os dois primeiros for igual à razão entre os dois últimos, ou seja: 𝑥 𝑦 = 𝑎 𝑏 =𝐶 (4.2) 𝑦 ≠ 0; 𝑏 ≠ 0 O número real 𝐶 é chamado de constante de proporcionalidade. Lê-se 𝑥 está para 𝑦 assim como 𝑎 está para 𝑏. Por exemplo, se os números 𝑥 e 𝑦 são proporcionais a 2 e 3, nesta ordem, então a razão entre x e y é igual a (I). 𝑥 𝑦 = 2 3 (I) onde 2/3 é a constante de proporcionalidade. Observe que apenas a informação da constante de proporcionalidade não define exatamente os valores de 𝑥 e 𝑦, pois Página | 14 15 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 existem infinitas soluções para 𝑥 e 𝑦. Por exemplo, 𝑥 = 4 e 𝑦 = 6; 𝑥 = 6 e 𝑦 = 9. 𝑥 𝑦 4 6 2 6 9 3 = = =⋯= (II) De forma semelhante aos números reais, é possível estabelecer a proporcionalidade entre segmentos de reta igualando as razões que são equivalentes. ̅̅̅̅, 𝐶𝐷 ̅̅̅̅ , ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ são, nesta ordem, Os segmentos 𝐴𝐵 𝐸𝐹 e 𝐺𝐻 proporcionais quando a razão entre os dois primeiros for igual à razão entre os dois últimos, ou seja, seguem a razão (III): 𝐴𝐵 𝐶𝐷 = 𝐸𝐹 𝐺𝐻 (III) onde: 𝐴𝐵 é a medida do segmento ̅̅̅̅ 𝐴𝐵 , 𝐶𝐷 é a medida do segmento ̅̅̅̅ , 𝐸𝐹 é a medida do segmento 𝐸𝐹 ̅̅̅̅ , 𝐺𝐻 é a medida do segmento 𝐶𝐷 ̅̅̅̅ 𝐺𝐻 . ̅̅̅̅, 𝐶𝐷 ̅̅̅̅ , ̅̅̅̅̅ ̅̅̅̅ , nesta Exemplo 4.2: Verifique se os segmentos 𝐴𝐵 𝑀𝑁 e 𝑃𝑄 ordem, são proporcionais, sabendo que 𝐴𝐵 = 6 𝑐𝑚, 𝐶𝐷 = 18 𝑐𝑚, 𝑀𝑁 = 4 𝑐𝑚 e 𝑃𝑄 = 12 𝑐𝑚. Solução: Para verificar, teremos que as razões entre ̅̅̅̅ 𝐴𝐵 / ̅̅̅̅ 𝐶𝐷 e ̅̅̅̅̅ 𝑀𝑁/ ̅̅̅̅ são iguais a (I) e (II), respectivamente. 𝑃𝑄 ̅̅̅̅ 𝐴𝐵 ̅̅̅̅ 𝐶𝐷 = 6 18 = 1 3 (I) Página | 15 16 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 ̅̅̅̅̅ 𝑀𝑁 ̅̅̅̅ 𝑃𝑄 = 4 12 = 1 (II) 3 Como 𝐴𝐵 𝑀𝑁 1 = = 𝐶𝐷 𝑃𝑄 3 podemos afirmar que os segmentos são proporcionais e a constante de proporcionalidade é de 1/3. ̅̅̅̅, 𝐶𝐷 ̅̅̅̅ , ̅̅̅̅̅ ̅̅̅̅ , Exemplo 4.3: Considere os segmentos 𝐴𝐵 𝑀𝑁 e 𝑃𝑄 ̅̅̅̅ proporcionais nesta ordem. Calcule as medidas dos segmentos 𝐴𝐵 ̅̅̅̅ e 𝐶𝐷 sabendo que 𝐴𝐵 = (𝑥 + 3) 𝑐𝑚, 𝐶𝐷 = (𝑥 − 2) 𝑐𝑚, 𝑀𝑁 = 40 𝑐𝑚 e 𝑃𝑄 = 30 𝑐𝑚. Solução: A equação (I) referencia a proporcionalidade entre os quatro seguimentos e substituindo os respectivos valores nesta, será possível calcular o valor de x. 𝐴𝐵 𝐶𝐷 = 𝑀𝑁 𝑃𝑄 𝑥+3 𝑥−2 = 40 30 𝑥+3 4 = → 𝑥−2 3 (I) 3 (𝑥 + 3) = 4 (𝑥 − 2) 3𝑥 + 9 = 4𝑥 − 8 9 + 8 = 4𝑥 − 3𝑥 ∴ 𝑥 = 17 Dessa forma, os seguimentos respectivamente, (II) e (III). 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷 serão, Página | 16 17 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 𝐴𝐵 = (𝑥 + 3) = 17 + 3 = 20 𝑐𝑚 𝐶𝐷 = (𝑥 − 2) = 17 − 2 = 15 𝑐𝑚 (III) (II) ̅̅̅̅ seja Exemplo 4.4: Suponha que um segmento de reta 𝐴𝐵 dividido pelo ponto 𝑃 numa razão de 2/3, conforme Figura 4.16. Calcule os comprimentos dos segmentos ̅̅̅̅ 𝐴𝑃 e ̅̅̅̅ 𝑃𝐵 sabendo ̅̅̅̅ que o comprimento de 𝐴𝐵 é 20 𝑐𝑚. Figura 4.16 – Figura referente ao Exemplo 4.4. Solução: De acordo com a Figura 4.16, os seguimentos 𝐴𝑃, 𝑃𝐵 e 𝐴𝐵 são iguais a (I), (II) e (III), respectivamente. 𝑥 = 𝐴𝑃 (I) 𝑥 + 𝑦 = 20 (II) 𝑥 𝑦 = 2 3 (III) Isolando 𝑦 na equação (II), este será igual à (IV). y= 20 − 𝑥 (II) Substituindo y na equação (III), é possível obter o valor de x. Página | 17 18 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 𝑥 2 = → 3 𝑥 = 2 (20 − 𝑥) 20 − 𝑥 3 3𝑥 = 40 − 2𝑥 → 5𝑥 = 40 → 𝑥 = 8 Substituindo o valor de 𝑥 na equação (II), y será igual a 12. 𝑦 = 20 − 𝑥 → 𝑦 = 20 − 8 → 𝑦 = 12 Logo, 𝐴𝑃 = 8 𝑐𝑚 ; 𝑃𝐵 = 12 𝑐𝑚 4.5.3. Teorema de Talles “Um feixe de retas paralelas determina, em duas retas transversais, segmentos que são proporcionais”. Um feixe de retas paralelas é o conjunto de três ou mais retas coplanares paralelas. Uma reta neste mesmo plano que corta o feixe é chamada de reta transversal. O teorema de Talles encontra-se ilustrado na Figura 4.17. Figura 4.17 – Representação de um feixe de retas paralelas 𝑠𝑒 𝑟//𝑠//𝑡 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝐴𝐵 𝑀𝑁 = 𝐵𝐶 𝑁𝑃 Exemplo 4.5: Determine o valor de 𝑥 na Figura 4.18. Página | 18 19 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.18 – Figura referente ao Exemplo 4.5.. Solução: De acordo com o teorema de Talles, a igualdade (I) prevalece. 11 7 𝑥 (I) =8 Sendo possível inferior que o valor de x é igual a (II) 11∙8 88 𝑥= 7 → 𝑥= 7 (II) Exemplo 4.6: A Figura 4.19 mostra dois terrenos cujas laterais horizontais são paralelas. Determine as medidas 𝑥 e 𝑦. Página | 19 20 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.19 – Figura referente ao Exemplo 4.6. Solução: De acordo com o teorema de Talles, tem-se a equação (I): 𝑥 𝑦 20 (I) = 50 Isolando x, obteremos a equação (II). 2 (II) 𝑥 = 5 .𝑦 Sendo que a soma de x e y a equação (III) e substituindo (II) nesta, é possível calcular o valor de y. 𝑥 + 𝑦 = 63 (III) 2𝑦 2𝑦 + 5𝑦 + 𝑦 = 63 → = 63 5 5 315 7𝑦 = 315 → 𝑦 = = 45 7 𝑦 = 45 𝑚 Dessa maneira, substituímos o valor de y na equação (III) para obter o valor de x. 𝑥= 2𝑦 5 = 2.45 5 = 18 m As medidas são: 𝑥 = 18 𝑚 𝑒 𝑦 = 45 𝑚 4.6. Circunferência e Círculo A circunferência é o conjunto dos pontos de um plano que estão a uma mesma distância (denominada raio) de um ponto fixo situado no mesmo plano (chamado centro). A Figura. 4.20 aponta uma representação esquemática de uma circunferência. Página | 20 21 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.20 – Representação de uma circunferência O interior da circunferência é o conjunto de pontos que estão a uma distância menor do que 𝑟 do centro 𝑂. O exterior da circunferência é o conjunto de pontos que estão a uma distância maior do que do que 𝑟 do centro 𝑂, conforme a Figura. 4.21. Figura 4.21 – Representação de um círculo. O círculo ou disco é a superfície plana e fechada, limitada pela circunferência, ou seja, é o conjunto de pontos situados na circunferência e em seu interior. A Figura. 4.22 compara círculo e circunferência. Página | 21 22 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.22 – Comparação entre círculo e circunferência 4.6.1. Elementos da Circunferência e do Círculo 4.6.1.1. Corda e Segmento Circular (Figura. 4.23). Corda é um segmento de reta que liga dois pontos de uma circunferência. Segmento circular é a interseção de um círculo com o semipleno definido por uma corda que não contém o centro do círculo. Figura 4.23 – Representação de corda e segmento circular 4.6.1.2. Arco e Setor Circular (Figura. 4.24). Página | 22 23 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.24 – Representação de arco e setor circular ̌ de uma circunferência é o conjunto de pontos O arco 𝐴𝐵 desta circunferência compreendidos pelos raios ̅̅̅̅ 𝐴𝑂 e ̅̅̅̅ 𝑂𝐵 . ̌ é o conjunto de pontos do círculo que O setor circular 𝐴𝑂𝐵 estão compreendidos pelos raios ̅̅̅̅ 𝐴𝑂 e ̅̅̅̅ 𝑂𝐵. 4.6.1.3. Diâmetro, Semicircunferência Semicírculo (Figura. 4.25). e Figura 4.25 – Representação de diâmetro, semicircunferência e semicírculo. Página | 23 24 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 O diâmetro é uma corda que passa pelo centro da circunferência. É a corda de comprimento máximo e mede o dobro do raio. ̆ é o arco definido pelos pontos 𝐴 e A semicircunferência 𝐴𝐵 𝐵 diametralmente opostos da circunferência. ̌ é o setor circular definido pelos raios O semicírculo 𝐴𝑂𝐵 ̅̅̅̅ e 𝑂𝐵 ̅̅̅̅. 𝑂𝐴 4.7. Ângulo Ângulo é a região plana limitada por duas semirretas de mesma origem. A Fig. 4.26 aborda uma ilustração esquemática de um ângulo qualquer. Figura 4.26 – Representação de ângulo 4.7.1. Unidades de Medida de Ângulos Duas unidades de medida de um arco e, consequentemente, de um ângulo são normalmente utilizadas: o grau e o radiano. 4.7.1.1. Grau Se uma circunferência for dividida em 360 arcos iguais, o ângulo que determina um destes arcos corresponde a 1 grau (1∘ ), ou seja, o arco da circunferência mede um grau quando corresponde a 1/360 dessa circunferência. Página | 24 25 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Um grau tem 60 minutos (60′). Um minuto tem 60 segundos (60′′). A medida do ângulo de uma volta completa ou giro é de 360 . A Figura. 4.27 representa um arco de 90° subdivididos a cada 10°. ∘ Figura 4.27 – Ângulos de 0° a 90° 4.7.1.2. Radiano Um Radiano (1 𝑟𝑎𝑑) é a medida de um arco cujo comprimento (𝐿) é igual ao raio (𝑅) da circunferência que o contém. Como ao arco está associado um ângulo central, também podemos dizer que 1 radiano é a medida deste ângulo, o qual determina um arco de comprimento igual ao raio da respectiva circunferência. O comprimento de um arco qualquer está representado na Figura. 4.28. A medida do ângulo de uma volta completa é de 2𝜋 𝑟𝑎𝑑, onde 𝜋 ≈3.14159265..., é um número irracional. Página | 25 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 26 Figura 4.28 – Comprimento de arco Pela definição de radiano temos que: • Se 𝛼 = 2 𝑟𝑎𝑑 então 𝐿 = 2 𝑅 ; • Se 𝛼 = 3 𝑟𝑎𝑑 então 𝐿 = 3 𝑅 , etc. • Se o ângulo for dado em radianos, o comprimento do arco fica determinado pela equação (4.3): 𝐿 = 𝛼∙𝑅 (4.3) com 𝛼 dado em radianos. 4.8. Conversão de unidades Dado um ângulo 𝛼 em grau (𝛼 ° ) podemos ter determinar seu valor em radianos (𝛼𝑟𝑎𝑑 ), ou vice e versa, utilizando a equação (4.4). 360 𝛼° = 2𝜋 (4.4) 𝛼𝑟𝑎𝑑 Exemplo 4.7: Determine o valor de 𝛼 = 45° em radianos. Solução: Página | 26 27 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Para a solução desse exemplo, utilizamos a regra de três denotada pela equação (I), a fim de determinarmos o valor de 𝛼 . 360 45 𝑥= = 2𝜋 𝑥 (I) 2𝜋 ∙ 45 𝜋 = 360 4 Assim, 𝛼 será: 𝛼 = 45° = 𝜋 𝑟𝑎𝑑 4 Exemplo 4.8: Determine o valor de 𝛼 = 2𝜋⁄3 𝑟𝑎𝑑 em graus. Solução: Para o Exemplo 4.8, utilizaremos o mesmo método de resolução do Exemplo 4.7, a regra de três, para encontrarmos o valor de x. 360 𝑥 𝑥= = 2𝜋 2𝜋 3 (I) 2 𝜋 ∙ 120 = 120° 2𝜋 Exemplo 4.9: Duas polias de raios iguais a 12 cm são ligadas por uma correia, como mostra Figura 4.29. Página | 27 28 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.29 –Figura referente ao Exemplo 4.9. Calcule o comprimento aproximado da correia, assumindo que a distâncias entre os centros das polias é 40 cm. (Use 𝜋 = 3,14). Solução: Para determinar o comprimento da correia (L), é necessário calcular o comprimento do arco (Ca) de duas circunferências utilizando a equação (I). 𝐶𝑎 = 2𝜋. 𝑟 = 2𝜋. 12 = 75,36 𝑐𝑚 (I) O comprimento da correia (definido pela equação (II)) será dado pela soma do comprimento do arco e da distância entre os centros das correias (d). 𝐿 = 𝐶𝑎 + 2𝑑 = 75,36 + 2.40 = 155,36 𝑚 (II) Dessa forma, o comprimento da correia será de 155,36 cm. Exemplo 4.10: Determine quantas voltas por segundo deve dar cada roda de um automóvel na velocidade linear constante de 31,4 𝑚/𝑠, sabendo que o raio de cada roda é 25 cm e que a roda não desliza durante a rolagem (adotar 𝜋 = 3.14). Página | 28 29 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Solução: Distância percorrida em 1 segundo: 𝐿 = 31,4 𝑚. E o raio da roda: 𝑅 = 25 𝑐𝑚 = 0.25 𝑚. Utilizando a equação (I), obteremos o valor de 𝛼 . (I) 𝐿 = 𝛼∙𝑅 𝛼= 𝐿 31.4 = = 125,6 𝑟𝑎𝑑 𝑅 0.25 Cada volta de roda equivale a um ângulo de 2𝜋 𝑟𝑎𝑑. Se o ângulo total percorrido por cada roda é de 𝛼 = 125,6 𝑟𝑎𝑑 , então o número de voltas (𝑛) é calculado pela equação (II): 𝑛= 𝑛= 4.9. 𝛼 2𝜋 (II) 125,6 125,6 = = 20 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠 2𝜋 2 ∙ 3,14 Classificação dos Ângulos Em relação à sua medida, a Figura 4.30 apresenta uma relação esquemática entre ângulos agudo, obtuso, reto, raso, de uma volta e côncavo. Página | 29 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 30 Figura 4.30 – Representação de ângulos: (a) ângulo agudo, (b) ângulo obtuso, (c) ângulo reto, (d) ângulo raso, (e) ângulo de uma volta, (f) côncavo. 4.9.1. Em relação a outro ângulo Na geometria, há relação entre dois ângulos quando estes são iguais ou - quando somados - resultam em um terceiro, por exemplo. • Congruentes: Dois ângulos são chamados congruentes quando suas medidas forem iguais. • Complementares: Dois ângulos são chamados complementares quando a soma entre eles for igual a 90° . Página | 30 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 31 • Suplementares: Dois ângulos são chamados suplementares quando a soma entre eles for igual a 180° . • Replementares: Dois ângulos são chamados replementares quando a soma entre eles for igual a 360° . 4.9.2. Em relação à posição de ângulos formados por duas retas paralelas cortadas por uma reta transversal (Figura. 4.31). Figura 4.31 – Ângulos formados por duas retas cortadas por uma transversal. • Os ângulos correspondentes (quando estão na mesma posição) são congruentes, isto é, são iguais. a) Ângulos congruentes: b e f. • Os ângulos colaterais (mesmo lado) são suplementares. a) Ângulos colaterais internos: h e c. b) Ângulos colaterais externos: d e g. • Os ângulos alternos (lados alterados) são congruentes. a) Ângulos alternos internos: b e h. b) Ângulos alternos externos: a e g. Página | 31 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 32 • Os ângulos opostos pelo vértice (ângulos cujos lados são semirretas opostas aos lados do outro) são congruentes. a) Ângulos opostos pelo vértice: b e d. Exemplo 4.11: Determine o valor do ângulo 𝑎, na Figura 4.32, sabendo que ℎ = 40° . Figura 4.32 – Figura referente ao Exemplo 4.11. Solução: Os ângulos ℎ e 𝑑 são correspondentes, pois ocupam a mesma posição. Portanto, são iguais. 𝑑 = ℎ = 40° (I) Os ângulos a 𝑎 e 𝑑 são suplementares, então a soma deles é igual a equação (II). E substituindo o valor de d nela, adquirimos o valor de 𝑎. 𝑎 + 𝑑 = 180° (II) 𝑎 + 40° = 180° Página | 32 33 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 𝑎 = 180° − 40° ∴ 𝑎 = 140° Exemplo 4.12: Na Figura 4.33, determinar os valores dos ângulos x, y e z. Figura 4.33 – Figura referente ao Exemplo 4.12. Solução: Os ângulos 4𝑥 e 𝑧 são opostos pelo vértice, portanto são iguais. 4𝑥 =𝑧 𝑥= (I) 𝑧 4 Os ângulos 𝑥 e 𝑧 são suplementares, então a soma deles é igual a equação (II). E substituindo a relação de x nesta, obteremos o valor de z. 𝑥 + 𝑧 = 180° (II) Página | 33 34 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 𝑧 + 𝑧 = 180 4 𝑧 + 4 𝑧 = 180 ∙ 4 → 5 𝑧 = 720 → 𝑧 = 144 ∴ 𝑧 = 144° Assim, substituímos o valor de z na equação (I) para calcularmos o valor de x. 𝑥= 𝑧 144 = = 36 ∴ 𝑥 = 36° 4 4 Os ângulos x e 2y são iguais por serem opostos pelo vértice. Assim essa relação será representada pela equação (III). (III) 𝑥 = 2𝑦 Para termos o valor de y, isolamos o e substituímos o valor numérico de x. 𝑦= 𝑥 36° = = 18° 2 2 Logo x, y e z serão, respectivamente, 36°, 18° 𝑒 144°. 4.10. Polígono Um polígono é uma figura plana limitada por uma linha poligonal fechada formada por segmentos consecutivos não colineares. Chamamos de polígono regular o polígono cujos lados e ângulos internos são congruentes (mesmas medidas). 4.10.1. Classificação quanto ao número de lados. Página | 34 35 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Os Polígonos são classicados de acordo com a quantidade de lados que estes possuem (ver Figura 4.34). Sendo denominados segundo a Tabela 4.1: Figura 4.34 – Representação de polígonos quanto aos lados Número de lados Nomenclatura 3 Triângulo 4 Quadrilátero 5 Pentágono Página | 35 36 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 6 Hexágono 7 Heptágono 8 Octógono 9 Eneágono ou Nonágono 10 Decágono 11 Hendecágono ou Undecágono 12 Dodecágono Tabela 4.1 – Nomenclatura de Polígonos de acordo com a quantidade de lados. 4.11. Semelhança de Polígonos Dois polígonos (ver Figura 4.35) de mesmo número de lados A , B , C , D e E e A’,B’,C’,D’ e E’ são ditos semelhantes se forem satisfeitas simultaneamente ambas as condições: i) Ângulos correspondentes iguais: ̂′ ; 𝐶̂ ≅ ̂ 𝐴̂ ≅ 𝐴̂′ ; 𝐵̂ ≅ 𝐵 𝐶′ … ii) Lados correspondentes proporcionais: Página | 36 37 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 𝐴𝐵 𝐵𝐶 𝐶𝐷 = = =⋯=𝑘 𝐴′𝐵′ 𝐵′𝐶′ 𝐶′𝐷′ onde 𝑘 é a razão de semelhança A razão de semelhança 𝑘 pode ser de ampliação (𝑘 > 1) ou de redução (𝑘 < 1). Figura 4.35 – Semelhança de polígonos quanto ao formato . Exemplo 4.13: Determine os comprimentos x, y e z dos polígonos da Figura 4.36, sabendo que eles são semelhantes. Figura 4.36 – Figura referente ao Exemplo 4.13. Página | 37 38 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Solução: Se 𝐴𝐵𝐶𝐷 ~𝐴′ 𝐵 ′ 𝐶 ′ 𝐷 ′ prevalece a igualdade (I). 𝐴𝐵 𝐴′ 𝐵′ então 𝐵𝐶 𝐶𝐷 podemos afirmar 𝐷𝐴 que (I) = 𝐵′ 𝐶 ′ = 𝐶 ′ 𝐷′ = 𝐷′ 𝐴′ = 𝑘 Assim, obtemos – a partir da igualdade (II) – o valor de k. 𝐵𝐶 4 𝐵′ 𝐶 ′ 2 (II) =6=3=𝑘 Com o valor de K, é possível calcular o valor de x, posteriormente o de y e z – de acordo com as equações de (III) à (V). 𝐷𝐴 𝐷 ′ 𝐴′ 𝑥 2 = 3 3 𝐴𝐵 𝐴′ 𝐵′ ∴ 𝐶𝐷 𝐶 ′ 𝐷′ (III) ∴ 𝑥 = 2 𝑐𝑚 (IV) =𝑘 𝑦 2 = 5,7 3 2,4 2 = 𝑧 3 =𝑘 𝑦 = 3,8 𝑐𝑚 (V) =𝑘 ∴ 𝑧 = 3,6 𝑐𝑚 Conclui-se que os comprimentos de x, y, e z são, respectivamente, x = 2 cm, y = 3,8 cm e z = 3,6 cm. Página | 38 39 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 4.12. Semelhança de Triângulos Não é necessário que sejam conhecidos todos os lados e todos os ângulos de dois triângulos para que a semelhança entre eles possa ser assegurada. Para garantir a semelhança de dois triângulos, basta seguir uma das condições seguintes. i) Caso LLL: Se dois triângulos possuem os seus lados correspondentes proporcionais, então eles são semelhantes, conforme a Figura. 4.37. Figura 4.37 – Semelhança de triângulos quanto aos lados ii) Caso AA: Se dois triângulos possuem dois ângulos iguais, então eles são semelhantes. O terceiro ângulo é facilmente determinado, pois a soma dos ângulos internos do triângulo é de 180° , conforme Figura. 4.38. Figura 4.38 – Semelhança de triângulos quanto aos ângulos. Página | 39 40 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 iii) Caso LAL: Se dois lados de um triângulo são proporcionais aos lados correspondentes do outro triângulo e se o ângulo entre estes lados for igual ao correspondente do outro triângulo, então os triângulos são semelhantes (ver Figura. 4.39). Figura 4.39 – Semelhança de triângulos quanto a dois lados e um ângulo A consequência dessa condição é que toda reta traçada paralela a um dos lados de um triângulo determina outro triângulo semelhante ao primeiro, como é possível observar na Figura. 4.40. Figura 4.40 – Demonstração de semelhança de lado e ângulo de dois triângulos quaisquer ⃡ então ∆ABC~∆ AB′C′ Se r//BC Página | 40 41 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Exemplo 4.14: Determine o valor de 𝑥 na Figura 4.41. Figura 4.41 – Figura referente ao Exemplo 4.14. Solução: Os triângulos ABC e AED são semelhantes, pois possuem dois ângulos iguais, são triângulos retângulos e possuem o ângulo  em comum. Para calcularmos o valor de x, utilizaremos a equação (I). 𝐴𝐵 𝐴𝐸 𝐶𝐴 = 𝐷𝐴 (I) Assumindo que a existência das igualdades (II) e (III). 𝐴𝐵 𝐴𝐸 𝐶𝐴 𝐷𝐴 𝑥 =6 8+6 +5 =𝑥 (II) (III) Por conseguinte, substituímos (II) e (III) em (I) para calcularmos o valor de x. 𝑥 8+6 = 6 𝑥+5 𝑥 2 + 5𝑥 − 84 = 0 Página | 41 42 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Resolvendo a equação de segundo grau. 𝑥= −5 ± √52 − 4.1. (−84) −5 ± 19 = 2.1 2 𝑥 = −12 ∴ 𝑥′ = 7 Como a medida de comprimento não pode ser negativa, teremos que o valor de x é 𝑥 = 7. 4.13. Perímetro e Área Podemos ter como Perímetro a medida do contorno de um objeto bidimensional, ou seja, é a soma dos comprimentos de todos os lados de uma figura geométrica. Enquanto que a Área é uma função que associa a cada figura um número positivo que representa a medida de sua superfície. Exemplo 4.15: Considerando uma sala cuja planta baixa está indicada na Figura 4.42. Figura 4.42 – Figura referente ao Exemplo 4. 15. Página | 42 43 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 a) Quantos metros de rodapé serão necessários para contorná-la? b) Deseja-se revestir o piso da sala com lajotas quadradas de 1 𝑚2 (Figura. 4.43). Quantas lajotas serão necessárias? c) Qual é a área da sala? Solução: a) Desejamos saber a medida do contorno da sala, isto é, o perímetro 𝑃 do retângulo, o qual pode ser calculado ao somarmos os 4 lados da sala. 𝑃 = 7 + 4 + 7 + 4 = 22 𝑚 (I) Portanto, serão necessários 22 m de rodapé. b) Se colocarmos sobre a sala uma malha quadriculada na qual cada quadrado representa uma lajota, o número de lajotas necessárias será a quantidades de quadrados da malha. Figura 4.43 – Malha Quadriculada. Página | 43 44 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Precisaremos de 28 lajotas. c) Cada lajota pode ser considerada como uma unidade de área (𝑢. 𝑎 = 1 𝑚2 ). Para revestir a sala são necessárias 28 lajotas, isto é, 28 𝑢. 𝑎., então a área (𝑆) da sala é igual a equação (II). 𝑆 = 28 𝑢. 𝑎 = 28 ∙ 1 𝑚2 = 28 𝑚2 (II) Nos subtópicos seguintes, indicamos o perímetro (2𝑝) e a área (𝑆) de algumas figuras geométricas planas. 4.13.1. Quadrado O perímetro e a área do quadrado (representado pela Figura 4.44) podem ser calculados segundo as equações (4.5) e (4.6) Página | 44 45 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.44 – Representação de um quadrado. 𝑝 = 4. 𝑎 𝑆 = 𝑎2 (4.5) (4.6) 4.13.2. Círculo O perímetro e a área do círculo (representado pela Figura 4.45) podem ser calculados segundo as equações (4.7) e (4.8). Figura 4.45 – Representação de Circulo. 𝑝 = 2. 𝜋. 𝑟 𝑆 = 𝜋. 𝑟 2 (4.7) (4.8) Página | 45 46 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Observe que o perímetro do círculo é o comprimento da circunferência (𝐿 = 𝛼 𝑟 , 𝛼 = 2𝜋) 4.13.3. Paralelogramo O perímetro e a área do paralelogramo (representado pela Figura 4.46) podem ser calculados segundo as equações (4.8) e (4.9). Figura 4.46 – Representação de um paralelogramo 𝑝 = 2𝑎 + 2𝑏 (4.8) 𝑆 = 𝑏. ℎ (4.9) 4.13.4. Triângulo O perímetro e a área do triângulo (representado pela Figura 4.47) podem ser calculados segundo as equações (4.10) e (4.11) Página | 46 47 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.47 – Representação de um triângulo 𝑆= 𝑏ℎ (4.10) 2 (4.11) 𝑝 =𝑎+𝑏+𝑐 Observe que a área do triângulo é igual à metade da área do paralelogramo. Existem outras fórmulas para o cálculo da área de um triângulo evolvendo apenas lados ou outros elementos como o ângulo entre dois lados, raio da circunferência inscrita, etc... A expressão utilizada no cálculo da área de triângulo e que envolve apenas os lados do triângulo é chamada Fórmula de Heron e está mostrada na equação (4.12). (4.12) 𝑆 = √𝑝𝑠 (𝑝𝑠 − 𝑎)(𝑝𝑠 − 𝑏)(𝑝𝑠 − 𝑐) Onde 𝑝𝑠 é o semiperímetro do triângulo, ou seja: 𝑝𝑠 = 𝑎+𝑏+𝑐 2 (4.13) 4.13.5. Losango O perímetro do triângulo (representado pela Figura 4.48) pode ser calculado segundo a equação (4.14) Página | 47 48 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.48 – Representação de um losango 𝑝 = 4. 𝑎 (4.14) Assumindo que 𝑎 é igual a equação (4.15). 𝑎= √𝑑 2 +𝐷2 2 (4.15) Sendo 𝐷 a diagonal maior e d, a menor. E a área é calculada a partir da equação (4.16). 𝑆= 𝐷.𝑑 2 (4.16) Observe que o losango ocupa a metade do retângulo cujos lados têm medidas iguais às diagonais. 4.13.6. Trapézio O perímetro e a área do trapézio (representado pela Figura 4.49) podem ser calculados segundo as equações (4.17) e (4.18) Página | 48 49 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.49 – Representação de um trapézio (4.17) 𝑝=𝑎+𝐵+𝑏+𝑐 𝑆= (𝐵+𝑏).ℎ (4.18) 2 A área do trapézio pode ser obtida pela soma das áreas dos dois triângulos determinados por uma de suas diagonais. 4.13.7. Polígono Regular de 𝒏 lados O perímetro de um polígono regular de n lados (representado pela Figura 4.50) pode ser calculado segundo a equação (4.19). Figura 4.50 – Representação de um polígono regular Página | 49 50 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 (4.19) 𝑝 = 𝑛 .𝑙 Um Polígono regular de 𝑛 lados pode ser dividido, a partir do centro, em 𝑛 triângulos isósceles congruentes de altura 𝑎, tal altura é denominada apótema. A área do polígono será 𝑛 vezes a área deste triângulo, tal qual a equação (4.20). 𝑙.𝑎 𝑆 = 𝑛. ( ) 2 (4.20) Exemplo 4.16: Calcule a área da superfície composta pelas áreas rachuradas e pontilhadas da Figura 4.51. Figura 4.51 – Figura referente ao exemplo 4. A unidade de área é um quadrado de lado com comprimento igual a 1 𝑐𝑚, então 𝑢. 𝑎. = 1 𝑐𝑚2. Solução: Cada retângulo pontilhado é formado por 2 𝑢. 𝑎., então sua área é 𝑆𝑝 = 2 𝑐𝑚2 . Página | 50 51 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 A parte rachurada de baixo da figura é um semicírculo de raio igual a 2 𝑐𝑚 e a parte branca de cima da figura também. Assim a parte rachurada se encaixa perfeitamente na parte branca da figura, formando um retângulo rachurado com 8 𝑢. 𝑎. Então, a área hachurada é 𝑆ℎ = 8 𝑐𝑚2 . A área total da superfície é calculada pela equação (I). 𝑆𝑇 = 2 ∙ 𝑆𝑝 + 𝑆ℎ = 2 ∙ 2 + 8 = 12 𝑐𝑚2 (I) Exemplo 4.17: Calcule a área da coroa circular de raio 𝑅 = 20 𝑐𝑚 e largura 𝑡 = 5 𝑐𝑚, indicada na Figura 4.52, isto é, calcule a área da superfície colorida na figura. Figura 4.52 –Figura referente ao exemplo 4.. Solução: Podemos observar na figura que a área da coroa circular (I) é igual à diferença entre a área do círculo maior (II) e da área do círculo menor (III). 𝑆1 = 𝜋. 𝑅 2 𝑆2 = 𝜋. 𝑟 2 𝑆𝑐 = 𝑆1 − 𝑆2 (I) (II) (III) 𝑆𝑐 = 𝜋. (𝑅 2 − 𝑟 2 ) Página | 51 52 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Como 𝑅 = 20 𝑐𝑚 e 𝑡 = 5 𝑐𝑚, então podemos calcular o raio a partir da equação (IV). (IV) 𝑟 =𝑅−𝑡 Logo, substituindo a equação IV em III, obteremos a área 𝑆𝑐 . 𝑆𝑐 = 𝜋. (𝑅 2 − 𝑟 2 ) = 𝜋. (202 − 152 ) = 175 𝜋 𝑐𝑚2 𝑆𝑐 ≅ 175 ∙ 3,14 = 549,5 𝑐𝑚2 4.14. Volume Volume é o espaço ocupado por um corpo e também a capacidade do corpo de comportar alguma substância. A unidade de volume no Sistema Internacional de unidade é o metro cúbico (𝑚3 ). Um metro cúbico (1 𝑚3 ) pode ser representado pelo espaço ocupado por cubo de aresta igual a 1 𝑚. Existe outro conceito relacionado com volume, o de capacidade. Volume e capacidade não são a mesma coisa. Capacidade está relacionado com o espaço interno de um recipiente, ou seja, ele descarta o volume ocupado pelo próprio material. A unidade utilizada para capacidade é o litro (𝐿). Para alguns problemas práticos usa-se a relação: 1 𝐿 = 1000 𝑚3 Exemplo 4.18: Considere um tanque de água 4 𝑚 de comprimento, 2 𝑚 de largura e 2 𝑚 de altura, conforme indicado na Figura 4.53. Página | 52 53 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.53 – Tanque de água a) Desprezando a espessura, quantas caixas d’água de 1 𝑚 × 1𝑚 ×1 𝑚 = 1 𝑚3 caberão dentro do tanque? b) Qual é o volume do tanque? c) Quantos litros de água serão necessários para encher o tanque? Solução: a) Traçando no tanque uma malha de cubos na qual cada cubo representa a caixa d’água, observa-se que foram utilizadas 16 caixas. b) Cada caixa d’água pode ser considerada como uma unidade de volume (1 𝑢. 𝑎 = 1 𝑚3). Para preencher o tanque são necessárias 16 caixas, isto é, 16 𝑢. 𝑣., então o volume (𝑉) do tanque é obtido pela equação (I). 𝑉 = 16 𝑢. 𝑣 𝑉 = 16 ∙ 1 𝑚3 = 16 𝑚3 (I) (II) Página | 53 54 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 c) A quantidade de água necessária para preenche o tanque pode ser definida ao multiplicarmos o volume em 𝑚3 por 1000. Haja vista que 1𝑚3 = 1 000𝑙. 𝑉 = 16 ∙ 103 𝑙 (IV) 𝑉 = 16000 𝑙 Nos subtópicos seguintes, mostraremos como calcular o volume de alguns Sólidos Geométricos. Para determina-lo, é necessário multiplicarmos a área da base e a altura do sólido. É válido lembrar-vos que um sólido possui diferentes bases, tais como: quadrangular, retangulares, trapezoidais etc. Dessa maneira, temos seguintes sólidos. 4.14.1. Cubo Como o cubo (Figura 4.54) possui as mesmas medidas nas três dimensões 𝐿 (largura, altura e comprimento), isto é, possui a base quadrada. O seu volume será o produto entre elas, tal qual é explicitado na equação (4.21) Página | 54 55 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.54 – Representação de um cubo. 𝑉 = 𝐿3 (4.21) 4.14.2. Paralelepípedo O cálculo do volume do paralelepípedo (Figura 4.55) é semelhante ao do cubo. Entretanto, ele pode possuir bases quadradas ou retangulares. A equação (4.22) Explicita tais definições. Figura 4.55 – Representação de um paralelepípedo 𝑉 =𝐿∙𝑙∙ℎ (4.22) 4.13.3. Prisma O prisma (Figura 4.56) é um sólido que pode possuir diferentes tipos de base, sejam estas quadradas, trapezoidais, retangulares etc. Dessa forma, o seu volume será calculado a partir da área dessa base e a altura (4.23). Página | 55 56 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.56 – Representação de um prisma 𝑉 = 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 ∙ ℎ (4.23) 4.14.4. Cilindro O cilindro (Figura 4.57) possui as bases inferior e superior circulares. O seu volume é obtido a partir da equação (4.24). Figura 4.57 – Representação de um cilindro 𝑉 = 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 ∙ ℎ (4.24) 𝑉 = 𝜋. 𝑟 2 ∙ ℎ 4.14.5. Pirâmide A pirâmide (Figura 4.58) pode dispor de bases triangulares, pentagonais, hexagonais etc. Com a equação (4.25) determinamos o volume desta. Página | 56 57 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.58 - Representação de uma pirâmide. 𝑉= 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 ∙ℎ 3 (4.25) 4.15.6. Cone O cone (Figura 4.59) é definido como uma pirâmide de infinitos lados. Nesse caso, ele possui uma base circular. Com isso, para determinarmos o seu volume, utilizamos a equação (4.26) Figura 4.59- Representação de um cone 𝑉= 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 ∙ℎ 3 (4.26) Página | 57 58 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 𝑉= 𝜋∙𝑟 2 ∙ℎ 3 4.15.7. Tronco de Cone Agora imagine um cone seccionado. É possível calcularmos o volume da parte inferior deste - chamada de tronco de cone (Figura 4.60) – utilizando o método de semelhança de triângulos. Figura 4.60 – Representação de um tronco de cone. Primeiro, separamos o triângulo retângulo (Figura 4.61). Página | 58 59 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.61 – Representação do triângulo retângulo, Por semelhança de triângulos, temos a equação (I). 𝐻+ℎ ℎ = 𝑅 (I) 𝑟 Manipulando algebricamente, obteremos a Equação (II). (𝐻 + ℎ)𝑟 = 𝑅 𝑟 𝐻𝑟 + ℎ𝑟 = 𝑅ℎ 𝐻𝑟 = 𝑅ℎ − ℎ𝑟 𝐻𝑟 = ℎ(𝑅 − 𝑟) 𝐻𝑟 ℎ = 𝑅−𝑟 (II) O volume do tronco de cone será a diferença entre o volume do cone maior e o cone menor (III). 𝑉𝑇 = 𝑉𝑐𝑜𝑛𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 − 𝑉𝑐𝑜𝑛𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 1 1 𝑉𝑇 = 𝜋𝑅2 (𝐻 + ℎ) − 𝜋𝑟 2 ℎ 3 3 Página | 59 60 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 𝑉𝑇 = 𝜋 2 (𝑅 𝐻 + 𝑅2 ℎ − 𝑟 2 ℎ) 3 𝜋 (III) 𝑉𝑇 = (𝑅2 𝐻 + ℎ(𝑅2 − 𝑟 2 ) 3 Substituindo II em III, encontramos a equação 4.27. 𝜋 𝑉𝑡 = 3 𝐻(𝑅 2 + 𝑅𝑟 + 𝑟 2 ) (4.27) 4.15.8. Esfera A esfera (Figura 4.62) é um corpo maciço gerado a partir da rotação de um de semicírculo em torno de um eixo. Podemos calcular o seu volume segundo a equação 4.28. Figura 4.62 – Representação de uma esfera. 𝑉= 4∙𝜋∙𝑟 3 3 (4.28) Exemplo 4.19: A área de uma pirâmide quadrangular é igual a 9 𝑐𝑚2 e a sua altura é igual ao comprimento das laterais de sua base. Com estas informações, determine o volume da pirâmide. Página | 60 61 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Solução: Uma pirâmide quadrangular é uma pirâmide cuja base é um quadrado. Chamando de 𝑎 o comprimento dos lados deste quadrado, a área da base é igual a equação (I). 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 = 𝑎2 𝐴 = 9 𝑐𝑚2 ∴ (I) 𝑎 = 3 𝑐𝑚 A altura ℎ da pirâmide é igual ao comprimento do lado da base, então ℎ = 𝑎. Assim, a Equação (II) determinará o volume do sólido. 𝑉𝑝𝑖𝑟â𝑚𝑖𝑑𝑒 = 𝑉𝑝𝑖𝑟â𝑚𝑖𝑑𝑒 = 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 ∙ℎ 3 (II) 9∙3 = 9 𝑐𝑚3 3 Exemplo 4.20: Dispomos de 1300 cm2 de um papel adesivo para encapar uma caixa com a forma de um paralelepípedo retângulo com 20 cm de comprimento e 15 cm de largura. Qual deve ser o volume desta caixa considerando que todo o papel adesivo disponível será utilizado, que não haverá sobreposição dele e que toda a superfície da caixa será encapada? Solução: A área total a ser encapada é explicitada pela equação (I). 𝐴𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 + 𝐴𝑡𝑎𝑚𝑝𝑎 + 𝐴𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 (I) Página | 61 62 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 A altura ℎ da caixa é desconhecida e a base da caixa é um retângulo de 15 𝑐𝑚 ×20 𝑐𝑚. Assim, a área da base será igual a equação (II). 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 = 𝐴𝑡𝑎𝑚𝑝𝑎 = 20 ∙ 15 = 300 𝑐𝑚3 (II) A área lateral será dada pela Equação (III). (III) 𝐴𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 = 𝑝𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒 ×𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝐴𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 = (20 + 15 + 20 + 15) ∙ ℎ = 70 ∙ ℎ Como já possuímos os valores numéricos das 3 áreas e a soma delas, é possível determinar a altura da caixa e o volume desta pelas Equações (I) e (IV), respectivamente. 𝐴𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 300 + 300 + 70 ℎ = 1300 𝑐𝑚2 70ℎ = 1300 − 600 → ℎ = 700 → ℎ = 10 70 𝑉𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 = 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 ∙ ℎ = 300 ∙ 10 (IV) 𝑉𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 = 3000 𝑐𝑚3 Página | 62 63 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 LISTA DE EXERCÍCIOS Aqui estão questões relacionadas ao capítulo estudado. É importante o esforço para resolver todas as questões. Em caso de dúvidas os monitores do programa estão prontos para lhe ajudar. Bons estudos! Geometria Plana ̅̅̅̅, na Figura 4.20, sabendo 1) Determine a medida do segmento 𝐴𝑃 que 𝑀𝑃 = 20 𝑐𝑚 ; 𝑃𝑁 = 50 𝑐𝑚; 𝑃𝐵 = 60 𝑐𝑚. Figura 4.63 – Figura referente ao Exercício 1. 2) Na Figura 4.64, calcule o valor de 𝑥. Página | 63 64 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.64 – Figura referente ao Exercício 2. 3) Determine os valores de 𝑥, 𝑦.e 𝑧 indicados na Figura. 4.65. Figura 4.65 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 3. 4) Determine o valor do ângulo 𝑥 da Figura 4.66, sabendo que a soma dos ângulos internos de um quadrilátero é de 360°. Figura 4.66 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 4. Página | 64 65 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 5) Testes efetuados em um pneu de corrida constataram que, a partir de 185.600 voltas, ele passa a se deteriorar. Sabendo que o diâmetro do pneu é 0,5 𝑚, determine, aproximadamente, a distância em 𝑘𝑚 que ele poderá percorrer, sem riscos para o piloto. 6) A soma das áreas dos três quadrados, representados pela Figura 4.67, é igual a 83 𝑐𝑚2 . Determine a área do quadrado maior. Figura 4.67 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 6. 7) O circuito triangular de uma corrida está esquematizado na Figura 4.68. Página | 65 66 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.68 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 7. As ruas TP e SQ são paralelas. Partindo de S, cada corredor deve percorrer o circuito passando, sucessivamente, por R, Q, P, T, retornando, finalmente, a S. Qual será o perímetro do circuito? 8) Uma mulher gostaria de pendurar um quadro circular. Como o quadro era pesado e o barbante de que ela dispunha não era muito resistente, resolveu usar 3 pedações de barbante para pendurar o quadro. Os comprimentos dos pedações de barbamte era PT, PB E PD. Na Figura 4.69, o ponto T é o ponto de tangência da circunferência. Figura 4.69 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 8. Se 𝑃𝐶 = 4 𝑐𝑚, 𝑃𝐷 = 6𝑐𝑚 𝑒 𝑃𝐴 = 3 𝑐𝑚, determine as medidas de PB E PT. Página | 66 67 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 9) Encontre a área de um retângulo, sabendo que a diagonal mede 10 m e o perímetro é igual a 28 m. 10) Na Figura 4.70, P é o ponto médio do segmento ̅̅̅̅ 𝐴𝐷 do paralelogramo ABCD. Calcule a área, em metros quadrados, do triângulo APB, sabendo-se que a área do paralelogramo é 136 𝑚2. Figura 4.70 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 10. 11) Calcule a área do segmento circular da Figura 4.71. Use 𝜋 = 3.14 𝑒 √3 = 1.73. Figura 6.71 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 11. Página | 67 68 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Geometria Espacial 12) Na Figura 4.72, 𝐴𝐵𝐶 é um quadrante de um círculo de raio igual a 3 𝑐𝑚 e 𝐴𝐷𝐸𝐹 é um quadrado de lado igual a 1 𝑐𝑚. Considere o sólido gerado pela rotação de 360° da região hachurada da figura em torno da reta 𝐴𝐵. Determine o volume deste sólido de revolução. Figura 4.72 – Figura referente ao Exercício 12 13) Dois cubos de alumínio com arestas medindo 10 𝑐𝑚 e 6 𝑐𝑚 são levados juntos à fusão. A seguir, o alumínio líquido é moldado na forma de um paralelepípedo reto de base quadrada de lado igual a 8 𝑐𝑚. Determine a altura do paralelepípedo. 14) Uma pirâmide (ilustrada pela Figura 4.73) tem a altura medindo 30 cm e a área da base igual a 150 𝑐𝑚2. Qual é a área da seção superior do tronco desta pirâmide, obtido pelo corte desta pirâmide por um plano paralelo à base da mesa, sabendo-se que a altura do tronco da pirâmide é de 17 m? Página | 68 69 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 Figura 4.73 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 14. 15) Um copo de vidro com formato de um cilindro circular reto, cujo diâmetro interno mede 4 cm, está cheio de um liquido até a borda. Inclinando esse copo, despeja-se o líquido nele contido até 16 que atinja a marca que dista da borda 𝑐𝑚. Qual o volume do 𝜋 líquido despejado? 16) A Figura 4.74 mostra a maquete do depósito a ser construído. A escala é 1:500, ou seja, 1 cm, na representação, corresponde a 500 cm na realidade. Qual será a capacidade, em metros cúbicos, do depósito? Figura 4.74 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 16. Página | 69 70 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 17)Um recipiente cilíndrico (ilustrado pela Figura 4.75) de 60cm de altura e base com 20cm de raio está sobre uma superfície plana horizontal e contém água até a altura de 40cm, conforme indicado na figura. Figura 4.75 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 17. Imergindo-se totalmente um bloco cúbico no recipiente, o nível da água sobe 25%. Considerando 𝜋 igual a 3, qual a medida, em cm, da aresta do cubo colocado na água? 18) O volume de um cilindro circular reto é 36√6𝜋 𝑐𝑚3 Se a altura desse cilindro mede 6√6𝑐𝑚, qual será a área total desse cilindro, em 𝑐𝑚2 ? 19) O raio de uma esfera de metal mede 30 cm. Com o material dessa esfera, foram fabricadas x esferas de raio medindo 3 cm. Com bases nessas informações, qual o valor de x? 20) Três bolas de tênis idênticas, de diâmetro igual a 6cm, encontram-se dentro de uma embalagem cilíndrica com tampa. As Página | 70 71 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 bolas tangenciam a superfície interna da embalagem nos pontos de contato, como ilustra a Figura 4.76. Figura 4.76 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 20. Calcule: a) a área total, em cm2 , da superfície da embalagem. b) b) a fração do volume da embalagem ocupado pelas bolas. 21) A Figura 4.77 representa um sólido obtido de um paralelepípedo retorretangular de dimensões 9 m, 9 m e 8 m, de onde foram retirados dois outros paralelepípedos de dimensões 3 m, 3 m e 8 m. Figura 4.77 – Figura ilustrativa referente ao Exercício 21. Determine: Página | 71 72 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 a) a área total. b) o volume do sólido resultante. Página | 72 73 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 GABARITO 1) 𝑨𝑷 = 𝟐𝟒 𝒎 2) 𝒙 = 𝟐𝟏 𝟐 𝒄𝒎 3) 𝒙 = 𝟔𝟑 𝟏𝟏 ;𝒚 = 𝟐𝟏 ;𝒛 𝟐 = 𝟐𝟐 𝟗 4) 𝒙 = 𝟕𝟎° 5) 𝟐𝟗𝟏, 𝟓 𝒌𝒎 6) 𝟒𝟗 𝒄𝒎𝟐 7) 𝟏𝟗, 𝟓 𝑲𝒎 8) 𝑷𝑩 = 𝟖𝒄𝒎 𝒆 𝑷𝑻 = 𝟐√𝟔𝒄𝒎 9) 𝟒𝟖 𝒎𝟐 10) 𝟑𝟒 𝒎𝟐 11) 𝟑, 𝟐𝟕 𝒎𝟐 12) 𝟏𝟕𝝅 𝒄𝒎𝟑 13) 𝟏𝟗 𝒄𝒎 14) 𝑨𝒔 = 𝟐𝟖. 𝟏𝟕𝒄𝒎𝟐 15) 𝟑𝟐 𝒄𝒎𝟑 16) 𝟑𝟐𝟒𝟎 𝒄𝒎𝟑 Página | 73 74 MATEMÁTICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 4 17) 𝟏𝟎𝟑 √𝟏𝟐 18) 𝟖𝟒 𝝅 19) 𝟏𝟎𝟎𝟎 20) 𝒂) 𝟏𝟐𝟔 𝝅 𝒄𝒎𝟐 , 𝒃) 𝟐 𝟑 21) 𝒂) 𝟓𝟏𝟎 𝒄𝒎𝟐 , 𝒃) 𝟓𝟎𝟒 𝒄𝒎 Página | 74