Desertificação e aquecimento global

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FOLHA EDUCATIVA
1
Desertificação e
aquecimento global
a grande ameaça
Q
uando ouvimos a palavra "desertificação" pensamos logo em dunas de
areias e talvez até em camelos. O que define um processo de
desertificação não é, porém, a existência desse tipo de imagens, que saltam aos
olhos, mas a perda gradual da capacidade produtiva da terra.
As principais causas do fenômeno são: o desmatamento (que retira a cobertura do
solo, deixando-o exposto), o plantio com manejos inadequados (principalmente
pela prática da monocultura e o uso excessivo de fertilizantes), a irrigação mal
feita (que deixa o solo compactado e aumenta a salinidade), a mineração e as
queimadas. Esses fatores desencadeiam outros problemas como a erosão,
que destrói os solos e provoca o assoreamento de cursos d'água e
reservatórios, agravando ainda mais a situação.
O fenômeno acontece em regiões de climas árido, semi-árido e sub-úmido
seco, afetando 1/3 da superfície do planeta. No Brasil, estão ameaçados 1.488
municípios dos nove estados do Nordeste, além de parte de Minas Gerais e
do Espírito Santo, o que representa 15,7% do território nacional.
A desertificação constitui uma gravíssima ameaça ambiental que tende a se
agravar devido às mudanças climáticas, como veremos nesta Folha Educativa.
As áreas onde o problema é mais agudo são chamadas Núcleos de
Desertificação, que já ocupam mais de 18 mil quilômetros quadrados. Para comparação
considere-se que o estado de Sergipe tem 22 mil km2. Esses núcleos situam-se nos
municípios de Gilbués (Piauí), Irauçuba (Ceará), Cabrobó (Pernambuco) e na região de
Seridó (entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba).
Conseqüências da desertificação
As principais conseqüências da desertificação são a diminuição das áreas cultiváveis e da
produtividade da terra, a redução de disponibilidade de água, o assoreamento de rios e
açudes, a maior ocorrência de cheias (por incapacidade de retenção de água pelos solos)
e a perda da biodiversidade (flora e fauna). Por causa disso diminui a qualidade de vida e
aumenta a pobreza, fatores que provocam a migração da população rural para as grandes
cidades, agravando diversos problemas já existentes nos centros urbanos.
A desertificação no Nordeste
No Nordeste, uma área maior do que o estado do Ceará já foi atingida pela desertificação
de forma grave ou muito grave. São 180.000 quilômetros quadrados de terras degradadas
e, em muitos locais, imprestáveis para a agricultura. Somando-se a área onde a
desertificação ocorre ainda de forma moderada, o total de terrenos atingidos pelo
fenômeno sobe para 574.362 quilômetros quadrados - cerca de 1/3 de todo o território
nordestino. Ceará e Pernambuco são os mais castigados, embora, proporcionalmente, a
Paraíba seja o estado com maior extensão de área comprometida: 71% do seu território já
sofre com os efeitos da desertificação.
O combate à desertificação
A discussão sobre a desertificação foi intensificando-se a partir da década de 80. Em 1992,
o enfrentamento da situação foi incluído na Agenda 21, elaborada durante a Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro. Ainda
nesta conferência, foi proposta a criação da Convenção das Nações Unidas para o
Combate à Desertificação, assinada posteriormente por mais de 100 países.
No Brasil, o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos
Efeitos da Seca (PAN Brasil) foi criado em 2004, através de parceria entre os poderes
públicos e a sociedade civil. Muita coisa, porém, precisa sair do papel para que aconteça
efetivamente o combate ao fenômeno.
Monocultura:
É a cultura exclusiva de um único
produto agrícola.
Compactação do solo:
Acontece quando surge uma camada
superficial mais dura, que dificulta o
desenvolvimento das raízes e,
conseqüentemente, das plantas;
também diminui a penetração de
água no solo e a absorção de
nutrientes.
Salinização:
É o acúmulo de sais na superfície do
solo, sendo estes prejudiciais para as
culturas que nele crescem.
Erosão:
Quando o solo está degradado, sem a
cobertura vegetal que o protege, a
ação das chuvas e dos ventos acaba
arrastando as partículas que o
compõem.
Assoreamento:
É o acúmulo de areia, solo
desprendido de erosões e outros
materiais levados até rios, lagos e
açudes pela chuva ou pelo vento;
no Brasil, é a maior causa de morte
de rios.
Agenda 21:
É um programa de ação das Nações
Unidas que visa promover um novo
padrão de desenvolvimento,
conciliando proteção ambiental,
justiça social e eficiência econômica.
O que são as mudanças
climáticas?
As mudanças de temperatura da Terra existem há milhões de anos e
são causadas por fenômenos naturais. Porém, com a industrialização iniciada há menos de três séculos o clima passou a sofrer forte influência do
homem, que faz uso intensivo de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás) como fonte de energia para indústrias e veículos. A queima desses combustíveis, juntamente com o desmatamento, são as principais causas do
aumento da emissão de gases que provocam o aquecimento global (gás carbônico,
principalmente, mas também metano, dióxido, ozônio e os compostos químicos derivados do cloro e do flúor, chamados CFC).
O efeito estufa é o resultado da camada de gases em torno da Terra, que retém
uma parte do calor do Sol e deixa sair o excedente, mantendo a temperatura compatível com a vida. Com o aumento da emissão desses gases a cobertura se torna mais impermeável, retém mais calor do Sol e provoca o superaquecimento da Terra. A
temperatura da Terra aumentou 0,6º C no século passado e poderá sofrer, até o final
deste século, um aumento entre 1º C e 6º C.
São várias as conseqüências dessa mudança. Algumas delas já podem ser sentidas em diferentes partes do planeta, como o aumento dos eventos climáticos extremos (furacões, tempestades tropicais, inundações, ondas de calor etc.). Na América
Latina, o fenômeno influenciou a ocorrência de secas na Amazônia, inundações no
Haiti, derretimento das geleiras na Colômbia e furacões na América Central e no sul
do Brasil.
Outra ameaça é a elevação do nível do mar, que já subiu de 10 a 20 cm no século
passado. Nos próximos 100 anos a situação vai com certeza piorar. Algumas previsões falam em vários metros de elevação, colocando em risco áreas costeiras onde
vivem 40% da população do planeta. A maioria das estimativas é mais moderada,
mas todas são preocupantes. O certo é que o gelo dos pólos e montanhas está derretendo e a água indo para o mar...
Aquecimento Global e Desertificação
A aceleração do processo de desertificação e o aumento de estiagens nas regiões
Norte e Sul estão entre as principais conseqüências possíveis do aquecimento global
no território brasileiro.
No Nordeste, as temperaturas poderão subir de 4ºC a 6ºC nos próximos 60 anos,
transformando as áreas semi-áridas em áridas e acelerando, talvez irremediavelmente, a desertificação. Além disso, o aumento da temperatura causaria maior evaporação dos lagos, lagoas, açudes e reservatórios, comprometendo a disponibilidade de
água na região.
Combate ao avanço das mudanças climáticas
Desde 1988, a Organização das Nações Unidas (ONU) acompanha de perto a situação através do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPPC), que
centraliza pesquisas de cientistas do mundo todo.
Em 1997 foi assinado um tratado internacional (Protocolo de Quioto) que fixou metas de redução das emissões de gases do efeito estufa para os países industrializados. Apesar dos Estados Unidos - país que mais libera gases de efeito estufa - não
ter assinado o documento e não haver obrigações para países em desenvolvimento
(alguns grandes poluidores, como Brasil, China e Índia), o Protocolo de Quioto representa um grande avanço para o combate ao aquecimento global. Atualmente ele encontra-se em processo de revisão.
Medidas para reduzir o aquecimento global
n
Combate às queimadas;
n
Criação de unidades de conservação, como reservas e parques ecológicos;
n
Maior controle sobre desmatamentos e incêndios nas matas e florestas;
n
Reflorestamento das áreas já degradadas;
n
Substituição do uso de combustíveis fósseis por energias renováveis;
n
Adoção de programas para reduzir o consumo de energia.
Atitudes individuais como economizar energia, evitar o consumo desnecessário, substituir o carro por transportes coletivos, utilizar materiais recicláveis e
pressionar os governos para que tomem medidas para evitar o aquecimento
global também contribuem para o combate ao problema.
De olho no CO2
o famoso Gás Carbônico
As plantas retiram o gás carbônico
da atmosfera (que utilizam para a fotossíntese, processo no qual obtêm
seu alimento) transformando-o em
oxigênio. Por sua vez, a respiração
dos animais e das próprias plantas,
assim como a decomposição de matéria morta, transformam oxigênio
em gás carbônico. Essa ida-e-volta,
que mantém o equilíbrio entre os dois gases, recebe o nome de ciclo do
carbono.
O desmatamento e as queimadas
provocam uma alteração nesse ciclo, porque diminuem a quantidade
de árvores que transformam o gás
carbônico em oxigênio. As queimadas agravam a situação ao provocar
a liberação de gases, dentre eles o
carbônico, aumentando sua concentração na atmosfera.
O mesmo ocorre com o consumo de
derivados do petróleo, carvão e gás,
que possuem grande quantidade de
carbono em sua composição. Quando eles são queimados, liberam esse
gás na atmosfera.
O Brasil é o quarto maior emissor de
gases de efeito estufa do mundo,
principalmente por causa do desmatamento na Amazônia. Está na hora
de mudarmos essa situação!
Para saber mais:
Greenpeace:
www.greenpeace.org.br
WWF-Brasil:
www.wwf.org.br
Ambiente Brasil:
www.ambientebrasil.org.br
Programa de combate à
desertificação e mitigação dos
efeitos da seca na América do Sul:
www.iicadesertification.org.br
Ministério do Meio Ambiente:
www.mma.gov.br
Consciência Net:
www.consciencia.net
MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR
Apresentamos uma seqüência didática com três atividades de Geografia e três propostas de
Língua Portuguesa, que permitem a apropriação dos conteúdos da Folha Educativa e a produção
de diversos tipos de textos para o jornal da escola (carta, poema, narrativa, slogan). Estas
atividades são apenas indicativas. Professores poderão adaptá-las e criar outras.
Área: Geografia e Artes Visuais
correta formulação da idéia. O professor pode aproveitar este momento para
fazer uma complementação de conceitos.
Confecção de um painel
Leve revistas e tesouras para a sala de aula. Peça para os alunos trazerem
também revistas, coletadas em casa ou na comunidade.
A proposta é criar um ou vários painéis, dependendo do espaço de exibição,
que deverá ser escolhido previamente. Recomenda-se o espaço com maior
público na escola e mesmo em espaço comunitário. Explicar aos alunos que
irá se fazer esse trabalho nas próximas aulas. Explicar que irão trabalhar
como artistas, produzindo algo bonito e útil.
1ª Atividade
Discutindo idéias
- Neste primeiro momento o ideal é trabalhar em duplas. Os grupos
procuram imagens da Terra, da desertificação e outros problemas ambientais
(aquecimento global, destruição camada de ozônio, queimadas e rios
poluídos, elevação do nível do mar, etc). Num contraponto, apresentar
também imagens que representem a natureza, ambientes com fauna e flora
ideais, belas paisagens. Coletivamente se faz a primeira colagem no painel. A
feitura de um painel amplia a atividade arte-educativa, porque a colagem
permite novas interações entre as imagens, com introdução de textos, títulos,
injunções.
- Conversar com a turma sobre a obra que se fez, despertando o senso
descritivo a partir da pergunta: o que vocês vêem quando olham para o painel
que fizemos? Que tipos de imagens a gente pode ver? Quais diferenças
podemos destacar entre elas? O que cada um sente com as imagens
apresentadas?
2ª Atividade
Desertificação
- Perguntar aos alunos o que eles entendem por “deserto” e “desertificação”.
Extrair palavras-chaves de suas falas e registrá-las no quadro. Recomendase dividir o quadro em duas partes e escrever as palavras “soltas”,
exemplificando a estética de painel.
- Fazer a leitura coletiva dos quatro parágrafos iniciais da Folha Educativa.
Após a leitura de cada parágrafo fazer uma pausa para perguntar o que os
alunos entenderam. Fazer o vínculo do texto com as palavras-chaves que
estão no quadro (que representam o conhecimento que os alunos
construíram até então sobre o tema). Provocar o diálogo entre os dois
conhecimentos. Aproveitar a imagem criada pelo texto “dunas de areias e
camelos” para trabalhar o imaginário (a imagem do camelo tem boas chances
de aparecer entre as palavras-chaves...).
- Recria-se a seguir o painel a partir dos novos conhecimentos adquiridos.
Os alunos agregam desenhos, comentários e imagens para explicar os
efeitos da desertificação.
3ª Atividade
Aquecimento Global
- Perguntar aos alunos o que eles entendem por “clima” e “mudança
climática”. Extrair palavras-chaves de suas falas e registrá-las no quadro.
Recomenda-se dividir o quadro em duas partes e escrever as palavras
“soltas”, exemplificando a estética de painel.
- Fazer a leitura coletiva dos quatro parágrafos do texto “O que são
mudanças climáticas?” Após a leitura de cada parágrafo fazer uma pausa
para perguntar o que os alunos entenderam. Fazer o vínculo do texto com as
palavras chaves que estão no quadro (que representam o conhecimento que
os alunos tinham construído até então sobre o tema). Provocar o diálogo entre
os dois conhecimentos.
- Recria-se, a seguir,o painel, a partir dos novos conhecimentos adquiridos.
Os alunos agregam desenhos, comentários e imagens.
- Segue-se uma avaliação com as crianças, do que foi feito. Todo mundo dá
sua opinião. Depois o professor pode pedir novas palavras-chaves sobre
mudanças climáticas e compará-las com as do início da atividade, ou permitir
que cada aluno dê uma breve expressão verbal sobre o tema, ajudando-o na
Varal
O professor pode escolher de trabalhar com um varal, em lugar de um painel.
Segue os mesmos passos das três atividades anteriores, com as seguintes
alterações:
- A colagem de figuras no momento inicial se faz em folhas soltas, e não no
painel. Estas são penduradas no Varal.
- No final da aula sobre Desertificação, as mesmas folhas são distribuídas
entre os alunos para a segunda rodada de trabalho; outras folhas poderão ser
coladas às primeiras. Terminado o momento o Varal é remontado.
- O procedimento se repete no final da oficina sobre Aquecimento Global. O
Varal vai ficar bem caprichado!
Área: Língua Portuguesa
Aplicação dos conhecimentos adquiridos nas
atividades anteriores.
Primeira proposta: Carta
Atividade
- O professor convida os alunos a listarem o que pensam sobre
“desertificação”, “mudanças climáticas” e “aquecimento global”. O professor
organiza as informações no quadro, sempre dialogando com os alunos.
- O professor orienta os alunos a escreverem uma pequena carta de
reivindicação, onde, após expor seu pensamento sobre a situação da
desertificação / aquecimento global, o aluno solicita de seu interlocutor um
posicionamento, uma atitude ou uma ação. A carta pode ser dirigida a
qualquer pessoa, preferencialmente autoridade.
- As cartas serão lidas em sala de aula e, juntamente com o professor, a turma
selecionará três que serão encaminhadas ao jornal escolar.
O professor pode escolher apenas uma delas escrever no quadro e proceder
a um exercício de reescrita coletiva, com participação de todos os alunos (o
professor lê parágrafo por parágrafo e solicita contribuições para completar
com outras informações ou expressão mais completa. Nessa caso a carta é
assinada da seguinte maneira: “A turma da ... série, com base em um texto
de....(nome do aluno)”.
As cartas poderão ser enviadas aos respectivos destinatários,
Segunda proposta: Poema
Preparação
O professor apresenta aos alunos as seguintes palavras: erosão, salinização,
compactação do solo, monocultura (ver léxico na primeira página desta
Folha).
Ele conversa com os alunos a partir das perguntas: “o que vocês acham que
seja?” e “o que vocês sabem sobre ele?”. Desta maneira faz aparecer o
conhecimento preexistente no grupo.
Enquadra essa conversa dentro da definição da desertificação como
processo de perda gradual da capacidade produtiva do solo e completa os
conceitos.
Atividade
O professor lê junto com seus alunos os seguintes trechos do poema “ABC do
Nordeste Flagelado”, do poeta cearense Patativa do Assaré.
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE
Ai, como é duro viver
nos Estados do Nordeste
quando o nosso Pai Celeste
não manda a nuvem chover.
É bem triste a gente ver
findar o mês de janeiro
depois findar fevereiro
e março também passar,
sem o inverno começar
no Nordeste brasileiro.
(...)
Ilusão, prazer, amor,
a gente sente fugir,
tudo parece carpir
tristeza, saudade e dor.
Nas horas de mais calor,
se escuta pra todo lado
o toque desafinado
da gaita da seriema
acompanhando o cinema
no Nordeste flagelado.
(...)
Lamento desconsolado
o coitado camponês
porque tanto esforço fez,
mas não lucrou seu roçado.
Num banco velho, sentado,
olhando o filho inocente
e a mulher bem paciente,
cozinha lá no fogão
o derradeiro feijão
que ele guardou pra semente.
Minha boa companheira,
diz ele, vamos embora,
e depressa, sem demora
vende a sua cartucheira.
Vende a faca, a roçadeira,
machado, foice e facão;
vende a pobre habitação,
galinha, cabra e suíno
e viajam sem destino
em cima de um caminhão.
- O professor mostra aos estudantes como o poeta brinca com as palavras, buscando
musicalidade e fortes imagens sobre o sertão.
- O professor apresenta o autor, Patativa de Assaré (ver texto complementar)
- Ele convida os alunos a escreverem poemas utilizando recursos estilísticos típicos da
poesia (rima, criação de imagens) que tratem dos temas ambientais tratados nesta
Folha Educativa
- Exponha os poemas na sala de aula e estimule e leitura coletiva e em voz alta de cada
um deles;
- Juntamente com a turma, o professor seleciona alguns poemas para encaminhar ao
jornal da escola.
Narrativas
Como alternativa à criação dos poemas, os alunos podem escrever narrativas curtas
utilizando-se dos conceitos apresentados e de episódios reais acontecidos na vida
deles (família, comunidade...).
Esses textos também podem ser expostos na sala de aula e selecionados para o jornal
da escola, acompanhando uma ilustração.
PATATIVA DO ASSARÉ
Nasceu Antônio Gonçalves da Silva, em
5 de março de 1909, no município do
Assaré, região do Cariri cearense. Filho
de pequenos agricultores, perde a visão
do olho direito com 4 anos de idade e
seu pai aos 8 anos. Durante toda sua vida
divide seu tempo entre a criação poética e
o trabalho braçal no roçado. Antes de se
tornar poeta, Patativa foi violeiro e
cantador de improviso, aos 16 anos. Dono
de uma memória extraordinária, Patativa
sabia de cor seus mais de mil poemas e
recitava-os por onde passava. A essência
de sua poesia foi sempre em defesa do
homem puro e livre de amarras, tendo o
poeta participado de muitos eventos
políticos e tecendo críticas ao regime
militar que oprimia a sociedade brasileira
por décadas no século XX. Teve alguns
de seus poemas musicados por
compositores como
Luiz Gonzaga e Fagner. Era tamanha a
qualidade de sua produção que ele foi
reconhecido por estudiosos do mundo
todo como grande poeta brasileiro. Morre
em 8 de julho de 2002, aos 93 anos de
idade, deixando uma vasta obra às
gerações que acompanham sua poesia.
(Adaptado do Livro Os Melhores Poemas de
Patativa do Assaré, Cláudio Portela, Editora
Global, RJ, 2006).
Terceira proposta: Escrevendo um Slogan
Preparação:
1. Explicitar as principais funções e características do gênero textual
slogan (concisão, persuasão).
Perguntar aos alunos se lembram de slogans da propaganda
comercial. Em seguida, lembrar que os slogans também são utilizados
para vender idéias. Pergunte aos alunos se eles conhecem slogans que
procuraram divulgar um pensamento ou comportamento.
Comentar as respostas dos alunos e apresentar alguns como: "Drogas.
Tô fora" ou "Preconceito tem cura".
2. Apresentar a proposta de criar em grupos um slogan contra a
desertificação e degradação do meio-ambiente no nordeste do Brasil.
3. Promover uma tempestade de idéias afins com a temática e escrevêIas no quadro.
4. As duplas se reúnem para escrever slogans. Podem olhar para o
quadro enquanto formulam suas propostas.
5. Dependendo do espaço que esteja disponível no jornal, pode-se
publicar apenas os slogans considerados como os melhores pela
turma, ou todo o material elaborado.
LEVE O JORNAL
PARA SUA ESCOLA:
(85) 3455.2150
www.jornalescolar.org.br
Realização:
Apoio:
Expediente.
Direção: Daniel Raviolo. Assessoria: Júlio Lyra. Conteúdo
temático: Aline Baima e Daniel Raviolo. Planos de Aula: Rodrigo
Oliveira, Daniel Raviolo. Participação especial: Ângela Falcão.
Diagramação e arte: Carlos Machado. Material não comercial de
livre reprodução, desde que citada a fonte. (85) 3455.2150
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