1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CAMPUS JATAÍ CURSO DE AGRONOMIA DOSES DE BIOESTIMULANTE VIA FOLIAR EM DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DA SOJA OSMAR VANÇA JÚNIOR Jataí-GO Agosto, 2013 2 OSMAR VANÇA JUNIOR DOSES DE BIOESTIMULANTE VIA FOLIAR EM DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DA SOJA “Trabalho apresentado Universidade Campus Jataí, Federal como de à Goiás, parte das exigências do curso de graduação em Agronomia, para obtenção do titulo de Bacharel em Agronomia.” Prof. Dr. Antonio Paulino da Costa Netto Jataí, GO Agosto, 2013 3 4 Resumo- O trabalho foi realizado na Fazenda Olho Dʼágua, localizada no município de Jataí/Goiás, na região da Estância no ano agrícola de 2011/12, utilizando a cultivar de soja Anta 82 RR, com o objetivo de avaliar a utilização do fertilizante foliar Booster ZnMo® (0,59 mg L-1 Mo + 0,9 mg L-1 Zn) no rendimento da cultura da soja em área de produção comercial. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com 10 tratamentos e 3 repetições. Os tratamentos foram: T1 (Testemunha); T2 (V5 – 100 mL ha-1 ); T3 (V5 – 300 mL ha-1 ); T4 (V5 e R1 – 100 mL ha-1 ); T5 (V5 e R1 – 300 mL ha-1 ); T6 (R1 –100 mL ha-1 ); T7 (R1 – 300 mL ha-1 ); T8 (R1 e R5 – 100 mL ha-1 ); T9 (R1 e R5 – 300 mL ha-1 ) (produto comercial), em pulverização foliar, aplicados de pulverizador costal aos 23, 55 e 75 dias após a emergência. A aplicação do fertilizante foliar Booster ZnMo® (0,59 mg L-1 Mo + 0,9 mg L-1 Zn) não incrementou nenhum dos caracteres agronômicos avaliados como altura de plantas, número de vagens por planta, inserção da primeira vagem, número de sementes por planta, produtividade e massa de mil grãos. Termos para indexação: adubação foliar, reguladores de crescimento, glycine max 5 1. INTRODUÇÃO A palavra soja vem do japonês shoyu e se caracteriza como um grão rico em proteína, pertencente à família Fabaceae (leguminosa). Este grão originou-se na costa leste da Ásia, principalmente ao longo do Rio Yangtse, na China. Sua chegada ao Brasil ocorreu via Estados Unidos no ano de 1882, tendo seus primeiros estudos desenvolvidos por Gustavo Dutra, então professor da Escola de Agronomia da Bahia (Embrapa, 2004). A soja representa, mundialmente, o papel de principal oleaginosa produzida e consumida, tendo em vista sua importância tanto para o consumo animal, através do farelo da soja, quanto para o consumo humano, através do óleo (Silva et al., 2010). Em território brasileiro a soja começou a ser plantada no início do século XX no Rio Grande do Sul, local em que sua utilização era restrita à alimentação de suínos de pequenos criadores (Schlesinger, 2008). Segundo Brum (2005), a história da produção de soja em escala comercial no Brasil remonta o período da “Revolução Verde” que se traduziu em um programa com propósito de aumentar a produção agrícola a partir do desenvolvimento de pesquisas e novas técnicas de fertilização e mecanização da atividade rural. Neste contexto, na década de 50, o trigo recebeu fortes incentivos do governo federal, resultando na necessidade de se encontrar uma leguminosa para ser produzida em regime de rotação, durante o verão. Diante deste cenário, os produtores começaram, nos anos 60, a utilizar a soja no mencionado regime, tendo o binômio trigo-soja se mostrado altamente factível aos objetivos da época, na medida em que permitia tanto o compartilhamento de solo quanto o de insumos e máquinas (Schlesinger, 2008). Na década de 70, a produção de soja passou a ter grande relevância para o agronegócio, constatada pelo considerável aumento das áreas cultivadas e, principalmente, pelo fomento da produtividade a partir da utilização de novas tecnologias. Seu cultivo, neste período, era restrito a regiões de climas temperados e subtropicais, situação que foi modificada após vários estudos de pesquisadores 6 brasileiros, que conseguiram desenvolver cultivares adaptadas a regiões de clima tropical. Desse modo, a soja alcançou condições agricultáveis em quase todo território brasileiro (Embrapa, 2004). O complexo da soja abrange uma cadeia produtiva que engloba desde produção interna, voltada para a exportação do produto bruto, até a transformação do produto para seu uso em processos produtivos, como na produção de óleo e de farelo (Silva et al., 2010). A partir da década 90 a agricultura brasileira atravessou um processo de modernização, o que contribuiu sobremaneira para que a cultura passasse por uma reestruturação ao longo de sua cadeia produtiva, especialmente em razão da introdução de novas tecnologias. Tal processo foi responsável pelo aumento da participação da cadeia agroindustrial da soja para a economia brasileira, tornando-a essencial no crescimento da renda, emprego e das divisas da exportação (Silva et al., 2010). O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de soja, ficando atrás somente dos Estados Unidos (Conab, 2012). Tal resultado é alcançado a partir não só das mencionadas tecnologias avançadas, mas também do uso de efetivas técnicas de manejo. Neste cenário, o aumento das áreas plantadas é um resultado inerente a crescente produção da cultura, fazendo com que os produtores necessitem buscar alternativas que reduzam os custos de manutenção das lavouras ao mesmo tempo em que aumentem a produtividade. Uma das possibilidades encontradas por pesquisadores da área é a adubação foliar (Bourscheidt, 2011). De acordo com Camargo (1970, apud, Musskopf e Bier, 2010), a influencia de tais suplementos na área de produção agrícola é progressiva, diante dos benefícios à nutrição mineral das plantas. São compostos de macro e micro nutrientes, nas formas sólidas e líquidas. Embora não substituam a adubação via solo, figuram como importantes complementos, evitando e até mesmo corrigindo deficiências. Atualmente são disponibilizados para comercialização adubos foliares com formulações que em sua composição possuem a associação de macronutrientes, 7 micronutrientes e reguladores de crescimento, e o Booster ZnMo, que é formulado, no estado líquido, a partir da combinação de diversas substâncias, cujas principais são molibdênio, zinco, auxina e citocinina. Segundo o fabricante, o produto melhora a recuperação e a sobrevivência das plantas em condições de estresse hídrico, ajudando também no desenvolvimento de caules mais fortes e no aumento da resistência das raízes. A empresa ainda afirma que os nutrientes contidos nesse produto propiciam um melhor sistema radicular, o que aumenta, em conseqüência, a absorção de água e nutrientes. Na composição do produto estão presentes os macronutrientes nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e os micronutrientes boro, manganês, zinco, molibdênio, ferro e cobre dentre outros. O nitrogênio é o elemento mineral essencial mais abundante em vegetais, fazendo parte de compostos como: aminoácidos, proteínas, clorofila, coenzimas, alcalóides e vitaminas. O fósforo desempenha um papel chave no metabolismo energético da planta, podendo ser encontrado em compostos como: ATP, nucleotídeos, nucleosideos, fosfolipídios e coenzimas. O potássio figura logo depois do nitrogênio na característica de abundancia nas plantas, ocupando o 5° lugar; seu papel inclui a atividade enzimática e o carreamento de nutrientes (Malavolta et. al., 1997). O cálcio, por sua vez, está ligado à ativação de várias enzimas, atuando na formação de compostos estruturais da parede celular como oxalato. O magnésio está diretamente envolvido na ativação de diversas enzimas, na estabilidade das unidades que formam o ribossomo e na estrutura da clorofila. O boro, ao contrário dos demais, é o único que não se sabe exatamente a atuação na planta, todavia, sua ausência resulta na impossibilidade da planta completar regularmente seu ciclo. A utilidade do cobre relaciona-se ao fato de compor importantes enzimas, sendo elas: polifenol oxidase, citocromo oxidase, oxidase do ácido Ascórbico. O ferro é essencial à síntese de clorofila, figurando no grupo ativo de enzimas e em transporte de elétrons. O manganês trabalha no transporte eletrônico da fotoquímica, na multiplicação e no funcionamento dos cloroplastídeos (Malavolta et. al., 1997). 8 O molibdênio tem sua função mais importante no processo de fixação simbiótica do nitrogênio pelas leguminosas, função que está relacionada à ativação enzimática, principalmente com as enzimas nitrogenases e redução do nitrato (Lantmann, 2004). A participação mais importante do zinco nos processos metabólicos das plantas é como componente de várias enzimas, tais como: desidrogenases, proteinases, peptidases e fosfohidrogenase; existem evidências de que o zinco tem influência na permeabilidade de membranas e é estabilizador de componentes celulares (Malavolta et. al., 1997). Já a auxina promove o retardamento da senescência e o estímulo no desenvolvimento de frutos. Embora quase todos os tecidos vegetais são capazes de produzir AIA em baixos níveis, é nos meristemas, nas folhas jovens, nos frutos e nas sementes em desenvolvimento que a AIA é sintetizada de forma mais pronunciada. Os níveis de auxina são altos nas folhas jovens, decrescendo de forma progressiva nas folhas maduras, sendo relativamente baixos em folhas senescentes, quando se inicia o processo de abscisão. Desta maneira sugere-se: (1) que a auxina transportada a partir da lâmina foliar impede a abscisão; (2) que a abscisão é desencadeada durante a senescência foliar, quando a auxina não está sendo produzida (Alvarenga et al, [s/a]). As primeiras aplicações das auxinas em plantas incluem o estabelecimento de frutos, o retardamento da senescência e da queda de folhas e frutos, a indução de frutos partenocárpicos, o raleio de frutos e o enraizamento de estacas para a propagação vegetal. Além dessas aplicações as auxinas são utilizadas como herbicidas (Alvarenga et al, [s/a]). A citocinina, por sua vez, tem como principal função a divisão celular, sua descoberta ocorreu durante pesquisas de fatores que estimulam a divisão celular, isto é, o processo de citocinese. As citocininas tem apresentado amplos feitos em diversos processos fisiológicos que controlam o desenvolvimento vegetal. Elas são sintetizadas nas raízes, nos embriões em desenvolvimento, nas folhas jovens e nos frutos; sendo também sintetizadas por bactérias, insetos e nematóides associados às plantas (Taiz e Zeiger, 2004). 9 Dentre outras atividades das citocininas está incluso o retardamento da senescência foliar. Ao inibir a desnaturação protéica, a citocinina estimula a síntese de RNA e proteínas, remobilizando os nutrientes dos tecidos circundantes (Pompelli, 2008). Recentemente, acerca do uso de bioestimulantes no cultivo da soja, são relatadas citações na literatura sobre o tema, nas quais foram obtidos resultados contraditórios dependendo da época, variedade, estágio fenológico de aplicação e localização geográfica entre outros. Neste trabalho foram analisados os caracteres agronômicos como a altura de plantas, a inserção de primeira vagem, o número de vagens, a massa de mil grãos, o número de sementes por planta e a produtividade. Alguns experimentos apresentaram resultados positivos para os caracteres citados acima (Bertolin et al., 2010), enquanto outros não obtiveram resultados que modificaram os componentes agronômicos das variedades estudadas (Dário et al., 2005) e (Bourscheidt, 2011). A pesquisa de Dário et al. (2005) foi realizada em Paulínia-SP no ano agrícola de 2002., onde não foi verificado a influência significativa no aumento do percentual de germinação de sementes, no número de vagens por planta e no rendimento de grãos de soja utilizando a cultivar suprema. Pesquisa similar foi descrita por Bourscheidt (2011), que após aplicação de bioestimulantes na soja das variedades Nideira 6411 e Coodecte 214 RR plantadas em Augusto Pestana –RS verificou que os bioestimulantes não incrementaram os componentes do rendimento e nem qualquer aspecto do desenvolvimento vegetativo da cultura da soja. Por outro lado, no experimento realizado por Bertolin et al. (2010), foi constatado um aumento no número de vagens por planta e da produtividade de grãos após a aplicação do bioestimulante. No mesmo sentido foram os resultados obtidos por Alleoni et al., (2000) que demonstraram aumento na produtividade, no peso de mil grãos e também no número de vagens por planta. O presente estudo objetivou-se avaliar a resposta de plantas de soja à aplicação de fertilizante foliar a base de macronutrientes, micronutrientes, auxinas e citocinias, em diferentes épocas e doses. 10 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. Localização e análise do solo O estudo foi desenvolvido em áreas pertencentes à Fazenda Olho Dʼágua, localizada no município de Jataí/Goiás, na região da Estância (S 17° 32ʼ 03.5ʼʼ e W 051° 53ʼ 58.7ʼʼ). A classe de solo onde foi desenvolvido o trabalho é classificada como um Latossolo Vermelho Amarelo (Embrapa, 2006) com 380, 120 e 500 g dm-3 de argila, silte e areia, respectivamente, com as seguintes características químicas detectadas em agosto de 2012 na camada de 0 – 20 cm: pH em CaCl2= 5,2; matéria orgânica = 50,9 g dm-3; P (Mehlich) = 5,7 mg dm-3; K = 68 mg dm-3; S = 6,0 mg dm3 ;Ca = 3,5 cmolc dm-3; Mg = 1,07 cmolc dm-3; H + Al = 4,1 cmolc dm-3; Al = 0,07 cmolc dm-3; CTC = 8,8 cmolc dm-3; V = 53,6%. Os índices pluviométricos da região variam entre 1800 a 2200 mm/ano, com altitude da área experimental próxima a 835 m. 2.2 Plantio A cultivar utilizada na safra 2012/2013 foi a Anta 82 RR, semeada no dia 20/10/2012, mantendo-se uma população de 600.000 plantas por ha-1, com posterior confirmação de estande com 27 plantas/metro. Na adubação de plantio foi utilizado 140 kg ha-1do fertilizante formulado 1047-00 NPK + 95 kg ha-1de K2O aplicados a lanço, pelo equipamento Lancer Maximus 12000. Além disso, foram aplicados 1 t ha-1 de gesso agrícola a lanço um mês antes da semeadura da soja. A soja foi semeada em sucessão a cultura do milho, cultivado na segunda safra de 2012 com adubação de 200 kg ha -1 do fertilizante formulado 07-20-18 NPK + 80 kg ha-1 de uréia revestida com enxofre. 2.3 Tratos Culturais Na dessecação pré-germinação foram utilizados 2,0 L ha-1 do herbicida Sal Isapropilamina + 40,0 g ha-1 do herbicida ChlorymuronEthyl + 2,5 kg ha-1 de ácido ascórbico, realizados 2 Dias Após a Semeadura (DAS). Na aplicação pósemergencial da cultura foram utilizados 2,0 l ha-1 de Sal Isapropilamina + 100 g ha-1 11 do inseticida fisiológico Diflubenzurom realizados 7 DAS. E aos 15 DAS foi realizada a 1a aplicação de fungicidas para controle de doenças iniciais de ciclo, com 1,0 L ha-1 do fungicida Tiofanato Metílico + 80 g ha-1 de Diflubenzurom. Aos 61 DAS foi realizada a 2a aplicação de fungicida, sendo 0,4 L ha-1 Trifloxystrobina + Protioconazol + 0,2 L ha-1 de éster metílico de óleo de soja + 0,5 kg ha-1 de um inseticida sistêmico que age por contato e ingestão nos alvos biológicos Organofosforado. 83 DAS foi realizada a 3a aplicação de fungicida, sendo 0,24 L ha-1 do Azoxystrobina + 0,24 L ha-1 do Cyproconazole + 0,5 L ha-1 do óleo mineral adjuvante e 0,8 L ha-1 do inseticida/acaricida Metamidofós. 89 DAS em função da alta pressão da Lagarta falsa-medideira (Pseudoplusia includens) foi realizada uma combinação de 0,8 L ha-1 do inseticida Cloripirifós + 0,6 L ha-1 do inseticida Metomil. 2.4. Tratamentos A avaliação da resposta fisiológica do produto apresentado como fertilizante foliar, sendo o fertilizante líquido Booster ZnMo® (0,59 mg L-1 Mo + 0,9 mg L-1 Zn) da Agrichem, utilizou-se 10 tratamentos no trabalho em questão que se basearam na época de aplicação definida pelo estádio fenológico da cultura da soja e por diferentes doses previamente determinadas pelo fabricante. Os tratamentos consistiram em: Testemunha; T1 (Testemunha); T2 (V5 –100 mL ha-1); T3 (V5 – 300 mL ha-1); T4 (V5 e R1 – 100 mL ha-1 + 100 mL ha-1); T5 (V5 e R1 – 300 mL ha-1 + 300 mL ha-1); T6 (R1 –100 mL ha-1 + 100 mL ha-1); T7 (R1 – 300 mL ha-1 + 300 mL ha-1); T8 (R1 e R5 – 100 mL ha-1 + 100 mL ha-1); T9 (R1 e R5 – 300 mL ha-1 + 300 mL ha-1). Baseados nos estádios fenológicos da cultura, a 1º aplicação dos tratamentos em questão foi realizada 23 (DAS), quando a cultura encontrava-se em fase vegetativa (V5). A 2° aplicação foi realizada aos 55 (DAS) quando a cultura estava em fase reprodutiva, classificada como início do florescimento (R1). A 3º e última aplicação foi realizada 75 (DAS), também na fase reprodutiva da cultura, caracterizada como enchimento de grãos (R5). 12 2.5. Caracteres Agronômicos Avaliados Em campo foi realizada coleta de altura de plantas medindo-as com auxilio de uma fita métrica desde a base da planta no solo até seu ápice, número total de vagens de cada planta, altura da primeira inserção de vagem foi medido da base da planta ao solo ate a primeira vagem, foram avaliados 10 plantas ao acaso por parcela. As parcelas foram constituídos de seis linhas, com comprimento de seis metros. A colheita de todo material foi feita a mão, desprezando a primeira e a sexta linha, coletando somente as quatro linhas centrais. Posteriormente à colheita, as amostras foram levadas ao Laboratório de Fisiologia Vegetal e Sementes da Universidade Federal de Goiás, Campus de Jataí, onde após atingirem umidade ideal, o conteúdo de cada parcela útil foi debulhado mecanicamente para separar os grãos permitindo o cálculo de produtividade após devida correção para o teor de umidade do grão a 13%. Em seguida foi quantificado o número de grãos por vagem e massa de 1000 grãos. O delineamento estatístico utilizado foi o de blocos completos inteiramente casualizados com três repetições. Os dados foram submetidos à análise da variância e, quando significativos, as médias foram comparadas pelo teste da diferença mínima significativa (DMS) com 95% de confiabilidade. O programa utilizado para obter os dados estatísticos foi o SISVAR cujo o teste empregado foi o de Tukey a 5 %. 13 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a variável altura de plantas podemos observar na Tabela 1 que não houve diferença significativa entre os tratamentos, contudo pode se notar que no tratamento Época R1 300 mL ha-1 apresenta um acréscimo de 6,2% em relação a testemunha. Tabela 1. Altura de planta em cm. Tratamentos Épocas Doses mL ha-1 T1 Testemunha 0 60,5 A T2 V5 100 60,0 A T3 V5 300 57,0 A T4 V5 +R1 100 + 100 59,3 A T5 V5 +R1 300+300 58,0 A T6 R1 100 55,3 A T7 R1 300 64,3 A T8 R1+ R5 100+100 53,3 A T9 R1+R5 300+300 56,3 A CV% Altura de Planta cm 7,57 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 14 Para os caracteres agronômicos de inserção de primeira vagem (Tabela 2) e numero de vagens por planta (Tabela 3), também não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos estudados. Tal resposta também foi descrita por Dário et al. (2005), para ensaio cultivado em Paulínia-SP no ano agrícola de 2002. Por outro lado, Bertolin et al., (2010) relatou em seu trabalho para as cultivares Conquista e Valiosa RR, cultivadas na Fazenda Experimental de Ensino, Pesquisa e Extensão da faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, localizada no município de Selviria (MS), na dosagem 0,25 L do produto Stimulate®, porém em épocas distintas. Tabela 2. Inserção da primeira vagem de soja em cm. Tratamentos Épocas Doses mL ha-1 T1 Testemunha 0 8,33 A T2 V5 100 8,00 A T3 V5 300 8,66 A T4 V5 +R1 100 + 100 8,00 A T5 V5 +R1 300+300 8,00 A T6 R1 100 9,00 A T7 R1 300 9,33 A T8 R1+ R5 100+100 8,33 A T9 R1+R5 300+300 7,66 A CV% Inserção da primeira vagem cm. 15,21 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 15 Tabela 3. Número de vagens por planta de soja. Tratamentos Épocas Doses mL ha-1 Nº de Vagens T1 Testemunha 0 27,33 A T2 V5 100 26,66 A T3 V5 300 24,66 A T4 V5 +R1 100 + 100 25,00 A T5 V5 +R1 300+300 25,33 A T6 R1 100 24,33 A T7 R1 300 27,33 A T8 R1+ R5 100+100 22,33 A T9 R1+R5 300+300 25,00 A CV% 9,67 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Pelos resultados apresentados da figura 1, avalia-se a produtividade oriunda dos diferentes tratamentos testados e observa-se novamente a não significância entre os mesmos, ao contrário do descrito por Alleoni et al., (2000), que constataram aumento na produtividade da cultura do feijoeiro da cultivar Carioca, estudo realizado na Fazenda Escola “Capão da Onça” da Universidade Estadual de Ponta grossa - PR. 16 Figura 1. Relação da produtividade por hectare. O coeficiente de variação foi de 11,33%. Avaliando o número de grãos por planta (figura 2), verificou-se que não houveram diferenças significativas entre os tratamentos estudados. Esses resultados corroboram com os apresentados por Bourscheidt (2011), que conduziu se experimento em Augusto Pestana-RS utilizando em seu experimento vários bioestimulantes inclusive o Booster em épocas fenológicas distintas semente e via foliar , sendo na cultivar de soja COODECTEC 214 no estádio R1 e na NIDERA 6411no estádio R3. 17 Figura 2. Numero de grãos por planta em relação a epocas e doses. O coeficiente de variação é de 22,28%. Para Peso de Mil grãos não foram constatadas diferenças significativas entre os tratamentos, da mesma forma que descrita por Dário et al., (2005), em ensaio cultivado na cidade de Paulínia-SP no ano agrícola de 2002. Neste trabalho, os referidos autores utilizaram diferentes doses do bioestumulante Stimulate® na cultura da soja, e por Bourscheidt (2011), que conduziu se experimento em Augusto Pestana-RS. 18 Tabela 6. Peso de massa de mil grãos de soja em gramas. Tratamentos Épocas Doses mL ha-1 Peso T1 Testemunha 0 127,33 A T2 V5 100 133,33 A T3 V5 300 121,33 A T4 V5 +R1 100 + 100 124,00 A T5 V5 +R1 300+300 125,33 A T6 R1 100 127,00 A T7 R1 300 120,33 A T8 R1+ R5 100+100 126,66 A T9 R1+R5 300+300 126,66 A CV% 6,77 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 19 4. CONCLUSÕES O uso de diferentes doses do bioestimulante Booster ZnMo® (0,59 mg L-1 Mo + 0,9 mg L-1 Zn) via foliar em diferentes estádios fenológicos da soja não alterou de forma significativa os componentes agronômicos avaliados para a cultivar Anta 82 RR. 20 5. AGRADECIMENTOS À DEUS primeiramente pro me proporcionar este momento, dando-me força para chegar até aqui. Ao meu Pai Osmar Vança por me apoiar incondicionalmente nos momentos mais difíceis. À minha mãe Carmen de Lourdes Firmino Vança pelos sábios conselhos. Ao meu irmão Victor por ser um motivo de inspiração. À toda minha família que sempre acreditou em mim. À Cristiane O. Ribeiro pelo amor e principalmente a paciência. Ao meu Orientador Antônio Paulino da Costa Netto, que acreditou e me apoiou sempre. À todos os amigos de faculdade que me auxiliaram nesse trabalho em especial: Aurelio Hipolito Alves, João Lucas Sato, Oléico Garcia Siriaco, Leonardo Assis Salama, Reidner Faria, Lazaro Vinicius, Thales Mesquita, que possamos permanecer amigos. À Universidade Federal de Goiás campus Jataí, pelo conhecimento repassado. À todos os professores que me deram aula, ajudando-me a me torna um profissional. 21 6. REFERÊNCIAS Agrichem – <www.agrichem.com.br> ALLEONI, Bernardo; BOSQUEIRO, Marcelo; ROSSI, Maurício. 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