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VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA:
Implicações Ecossistêmicas e Sociais
de 25 a 29 de outubro de 2016
Goiânia (GO)/UFG
CLIMATOLOGIA DO MARANHÃO: LEVANTAMENTO SOBRE ESTUDOS DE
CLIMA LOCAL DESENVOLVIDOS NA CIDADE DE SÃO LUÍS
MARCO AURÉLIO NERI TORRES1
LUCAS VINICIUS DE AGUIAR ALVES2
AUDIVAN RIBEIRO GARCÊS JUNIOR3
JOSÉ AQUINO JUNIOR4
RESUMO
Este trabalho faz uma análise da produção bibliográfica sobre os trabalhos de climatologia
desenvolvidas na cidade de São Luís, Maranhão. A pesquisa foi realizada em bibliotecas de
instituições públicas e privadas e de núcleos de pesquisas da área de Geografia e áreas
correlatas. Percebeu-se que ainda são poucos trabalhos que abordam a climatologia e
sobretudo o clima local da cidade. Grande parte das pesquisas encontradas apoiou-se no
enfoque de conforto térmico e na relação entre clima e saúde.
Palavras-chave: Geografia, Climatologia, Clima Local.
ABSTRACT
This paper does an analysis of the bibliographic production about the researches from
climatology developed in the city of São Luis, Maranhão. The research was realized in
libraries of public and private institutions and of Geography research groups and related
areas. Was perceived that are still few researches that approach the climatology and mainly
the local climate of the city. Large part of the found surveys was supported in the focus of
thermal comfort and in the relation between climate and health.
Key words: Geography, Climatology, Local climate.
1 – Introdução
O clima influi diretamente na vida da sociedade, uma vez que estabelece uma
relação direta com o homem e seu meio de convívio social (cidades, áreas rurais, regiões,
etc.). Pela dinâmica socioambiental existentes nas cidades e a junção dos fatores com
urbanização, o estudo do clima nessas áreas encontra-se como uma vertente crescente
dentro da climatologia brasileira nas últimas décadas, fortemente influenciado pela
metodologia do Sistema Clima Urbano (S.C.U) proposto por Monteiro (1976) em sua tese de
doutorado.
O município de São Luís (Figura 1) limita-se com o Oceano Atlântico, ao Norte; com
o Estreito dos Mosquitos, ao Sul; com a Baía de São Marcos, a Oeste e com o município de
São José de Ribamar, a Leste, tem uma área de 827 km², está localizada na Latitude: 02º
1Graduando
em
Geografia
da
Universidade
Federal
do
Maranhão.
E-mail:
[email protected].
2 Graduando em Geografia da Universidade Federal do Maranhão. E-mail: [email protected]
3 Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente da Universidade Federal do
Maranhão. E-mail: [email protected].
4 Professor convidado do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente da Universidade
Federal do Maranhão. E-mail: [email protected].
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31’ 47” S e Longitude: 44º 18' 10" W possui densidade demográfica de 1.043,3 hab/km² e
pertence à Microrregião Aglomeração Urbana de São Luís, e Mesorregião Norte
Maranhense. O município ocupa mais da metade (57%) da ilha do Maranhão – onde estão
também os municípios de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. Já o seu clima é
representado por temperaturas médias que variam entre 23º a 35º caracterizado por um
período seco e outro de estiagem. (PEREIRA, 2014, p. 33)
São Luís possui a estação de dados do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e
a estação do Laboratório de Meteorologia da UEMA, acessível aos pesquisadores para a
solicitação de dados oficiais, além destas, existem estações de caráter militar e de
empresas privadas, no entanto, estas são menos acessíveis aos pesquisadores que
necessitam dos dados, comprometendo assim os estudos que envolvem temáticas sobre
clima da cidade.
A cidade de São Luís, segundo o IBGE, é a mais urbanizada do estado do
Maranhão, percebe-se que existe um número cada vez maior de estudos de caráter
científico que envolvam escalas microclimáticas em contexto com áreas urbanas ou com o
clima local da cidade, porém, pouco se é investigado sobre os caminhos aos quais estas
pesquisas se direcionaram, quais foram os métodos adotados e seus enfoques para com os
objetos de estudos.
Neste sentido, esta pesquisa tem como principal proposta fazer um levantamento
histórico dos estudos que foram feitos envolvendo o clima local de São Luís, além de
identificar as bases iniciais de estudos climatológicos do estado do Maranhão, tendo o
intuito de contribuir como base de referencial para as pesquisas sobre clima local da cidade.
2 – Material e métodos
Para a realização deste trabalho, foi realizada uma análise documental e bibliográfica
que se consistiu em uma revisão sistemática, definida por Barbosa (2013) “como um tipo de
revisão da literatura que serve para responder a uma pergunta de pesquisa que utiliza
métodos específicos para identificar, selecionar, avaliar e criticar os artigos originais de
estudos já concluídos” [...].Este método subsidiou a pesquisa de trabalhos locais a respeito
do clima local de São Luís, executado através de consultas em bibliotecas públicas, nos
acervos do Núcleo de Documentação e Pesquisa Geográfica (NDPEG) da Universidade
Federal do Maranhão - UFMA; nos periódicos da Universidade Estadual do Maranhão UEMA, em artigos e periódicos disponíveis em plataformas de pesquisa em sites, o recorte
de análise escolhido anos de 1998 a 2015.
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Embora tenha-se buscado ao máximo fazer um levantamento sistemático dos
estudos de clima local já realizados em São Luís, cabe salientar que os acervos locais ainda
possuem problemas quanto ao armazenamento e registros dos trabalhos realizados nas
universidades, já para com os periódicos e revistas online, buscou nas principais fontes de
pesquisas da área de geografia e climatologia do Brasil por meio eletrônico, porém, a
diversidade destes sistemas de pesquisa digitais é bastante ampla, o que pode deixar
alguns trabalhos de fora dessa análise.
3 – Esboço histórico sobre os estudos climáticos no Estado do Maranhão
Os estudos de climatologia no estado do Maranhão abordam os mais diversos
temas, desde estudos descritivos que remetem a estudos históricos escritos por
exploradores e colonizadores até temas da climatologia atual como clima urbano e utilização
de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento na análise das condições e
variáveis climáticas.
Um dos primeiros registros das condições climáticas do Maranhão foi feito por
Claude D’ Abbeville em sua expedição para a Ilha do Maranhão juntamente com padres
Capuchinos em seu livro “História e missão dos padres capuchinos na Ilha do Maranhão”
(ABBEVILLE, 1632). Na ocasião Abbevile tenta descreve de forma incipiente, o clima
percebido na ilha. O autor baseia-se em conhecimentos feitos por “geógrafos”, entendidos
aqui como pessoas de notório saber que continham conhecimentos sobre navegação, física,
astronomia etc.
O autor faz ainda uma classificação generalizante dos climas do globo, classificando
a área em que se situa geograficamente a Ilha do Maranhão como “Zona Tórrida”, onde
segundo ele “o sol reverbera seus raios de maneira intensa”, todavia, apesar dessa
classificação, o mesmo diz que existem fatores peculiares que acabam por tornar o clima
agradável. Ainda se percebe que naquele dado momento histórico, a fusão entre ciência,
religião e a divindade era frequente a quase todos os estudos, como fica claro no trecho do
livro baixo.
Mas, por mercê de Deus, observamos o contrário na Ilha do maranhão e
terras adjacentes do Brasil situadas precisamente sob a zona tórrida, a dois
e meio graus mais ou menos do equador, para o lado do trópico de
Capricórnio, onde, passando o sol duas vezes pelo seu zênite, seria de fato
o calor insuportável se não fosse a incomensurável providência divina
atenuar e temperar tal ardor por meios muitas vezes maravilhosos. Se a
temperatura, ou o clima, de uma região depende tão somente da pureza e
da doçura do ar, julgo (o que há de parecer paradoxal a muitos) que não
existe lugar no mundo mais temperado e delicioso que este (ABBEVILLE,
1632, p. 153).
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Já na fase em que a Meteorologia, a Climatologia e a própria Geografia já se
encontravam instauradas enquanto ciência, tomamos por base os estudos de Raimundo
Lopes em 1917 quando escreve o livro “Uma região Tropical”, republicado em 1970, este é
considerado um dos primeiros livros de caráter científico-geográfico do Estado do
Maranhão. O referido autor faz uma análise tanto dos aspectos físicos, quanto nos aspectos
socioculturais do Maranhão, sendo muito influenciado pela corrente francesa de
pensamento geográfico da época.
Baseado nas análises do geógrafo Emmannuell de Martonne (1873-1955), Lopes
(1970 p. 44-45) classifica o clima maranhense basicamente como sendo de uma faixa de
transição entre a condição amazônica e a condição tropical, assim, apresenta como
classificação climática duas estações sendo “uma seca e outra chuvosa”, que na parte
equatorial prevaleceria o “clima sudanês”, que é caracterizado por dois períodos distintos,
sendo um grande estação chuvosa cortada por um curto período de escassez de
precipitações; o segundo seria o “clima senegalês”, menos pluvioso,
existindo mais
nitidamente a biparticipação da estação chuvosa e de seca.
A partir deste último estudo, é claro que o conhecimento sistematizado sobre
sistemas atmosféricos, massas de ar, que atuam no Maranhão, além das suas influências
sobre os períodos marcantes de chuvas e de estiagem. Nessa época já se usavam métodos
de medição, como a utilização de ferramentas como o termômetro e pluviômetro, com o
intuito de serem realizadas medições de caráter pontual em diversas áreas do Estado.
Com a criação do Instituto Nacional de Meteorologia em 1909, várias estações
meteorológicas foram instaladas pelo Brasil, otimizando os estudos da climatologia
brasileira. Mendonça e Oliveira (2007, p.18) ressaltam que na década de 30 o clima passou
a ser abordado no Brasil segundo a dinâmica das massas de ar e dos sistemas
atmosféricos, e que por volta da década de 50 houve um deslocamento dos estudos para as
regiões Centro-Oeste e Nordeste do país.
Mediante esses pressupostos, destacamos aqui alguns estudos importantes
realizados no Estado, porém esses estudos não focavam somente o Maranhão, abordando
uma análise regional dos climas brasileiros ou separados por regiões do país. Assim,
podemos citar os trabalhos como os de:Guimarães (1945) e Bernades (1951),que analisam
dos tipos de climas brasileiros; Guerra (1951) quando aborda os climas do nordeste
brasileiro; e Nimer (1989), que faz uma análise criteriosa sobre as diferenças climáticas
presentes nos diferentes regiões do Brasil, explana ainda sobre as diferentes massas de ar,
sistemas atmosféricos presentes, retratando o Maranhão e suas diferentes características
climáticas em relação aos demais estados do nordeste brasileiro.
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4 – Os estudos de clima local em São Luís - MA
Em São Luís os estudos climatológicos são realizados principalmente pelos cursos
de Geografia da Universidade Federal do Maranhão e também da Universidade Estadual do
Maranhão, porém nos últimos anos, percebe-se o crescente avanço frente aos cursos de
Arquitetura e Urbanismo da UEMA e aos cursos de Engenharia Ambiental de faculdades
privadas.
Os esforços empreendidos nesta etapa da pesquisa foram feitos por meios de
levantamentos de referenciais bibliográficos em diferentes meios de pesquisas, nos quais
foram o Núcleo de Documentação e Pesquisa Geográfica da UFMA (NDPEG), consultas
aos periódicos do curso de Geografia da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Para
que se estabelecesse uma data em comum para esses dois meios de pesquisas, optou-se
por estabelecer de um período de análise entre os anos de 1998 a 2015.
Infelizmente, as pesquisas realizadas nos periódicos da UEMA, não nos mostraram
nenhum estudo focado em pesquisas que caracterizassem clima local. Nesses periódicos,
embora exista uma grande quantidade de trabalhos de caráter físicos e ambientais
realizados na cidade São Luís, dos quais em algum momento o clima de São Luís é objeto
de discurso, grande parte deles só vem falar do clima enquanto descrições pontuais, sem
grande rigor de método e de práticas que estivessem dentro do quadro do clima Local.
Nos periódicos da Universidade Federal do Maranhão, é encontrada uma gama
maior de estudos de caráter monográfico, artigos científicos, além de dissertações ou teses,
sendo que a maior parte desses estudos passou por uma evolução a partir dos anos 2000, a
tabela 01 nos mostra essas pesquisas de forma mais detalhada:
Tabela 01: Pesquisas sobre clima local na cidade de São Luís de 1998 a 2015
AUTOR
ARAUJO, R. R.
ANO
2001
MAFRA, R. L. P.
ARAÚJO,R.R.; NUNES, J. S.
A.
CAMPOS, M. A. S.
2004
2005
NASCIMENTO, R. C. C.
2005
COELHO, J. B.
2006
2005
TÍTULO
O processo de urbanização na produção do clima
urbano de São Luís-MA.
A dinâmica climática de São Luís-Ma: 1993 a 2002
Relações geográficas entre o clima e a incidência
de Dengue na cidade de São Luís-Ma
Impactos Climáticos registrados no Jornal o Estado
do maranhão de 1993 a 2003: Sensacionalismo e
Informações.
A relação do clima com a incidência dos casos de
leishmaniose cidade de São Luís – MA, no período
de 2000 a 2005.
A degradação ambiental de reservas intraurbanas e
suas implicações para o equilíbrio climático local: o
caso da reserva do 24º batalhão de caçadores.
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RODRIGUES, L. P. O. S.;
FILHO BELLO, N. de B.
2011
O Controle das Atividades Urbanas e as Mudanças
Climáticas: enfoque sobre a futura região
metropolitana de São Luís do Maranhão
ARAUJO, R. R.
2012
O conforto térmico e as implicações na saúde: uma
abordagem preliminar sobre os seus efeitos na
população urbana de São Luís – MA.
ARAUJO, R. R.
2014
Clima e vulnerabilidade sócio-espacial: uma
avaliação dos fatores de risco na saúde da
população urbana do município de São Luis (MA)
Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de pesquisas no Núcleo de Pesquisa e Documentação
Geográfica da Universidade Federal do Maranhão.
Além dos estudos supracitados, destacamos como fonte inicial das pesquisas
referentes ao clima local da capital ludovicense, o estudo feito por Tariffa e Vasconcellos
(1982) que faz observações pontuais no clima local do município decorrente das alterações
das áreas urbanas e indústrias dentro do espaço físico da cidade, ressalta-se que no
período do estudo a cidade de São Luís passava por um grande processo de urbanização
proveniente da execução de programas habitacionais e indústrias, além de frentes de
ocupações espontâneas derivadas desses processos.
Outro estudo importante do clima local de São Luís foi o construído por Araújo
(2001), intitulada de “O processo de urbanização na produção do clima urbano de São Luís MA”. Nesta pesquisa autor abordar os diferentes arranjos urbanos da cidade e suas
influências no clima urbano, além disso, faz-se uma interessante abordagem conceitual
sobre estudos de clima local, influenciando bastante os estudos que o sucederam.
Percebe-se também tentativas de se estudar a relação entre clima e saúde, como
podemos observar nos trabalhos de Araújo e Nunes (2005) que aborda a relação entre clima
e a incidência de dengue; o trabalho de Nascimento (2005), tendo como base a discussão
entre o clima local sobre influência nos casos de leishmaniose na cidade e os trabalhos de
dissertação e tese de Araújo (2012 e 2014, respectivamente), que discutem o conforto
térmico intraurbano da cidade de São Luís, com destaque ao último por ser uma análise
mais criteriosa sobre a análise da vulnerabilidade sócio-espacial e clima e suas implicações
para saúde da população .
Alguns desses estudos apesar de explanar sobre o clima local acabam por situar-se
em pequenas áreas de pesquisas, como é o caso do trabalho de Coelho (2006), que a
apesar de fazer uma interessante discussão sobre clima local, acaba por abranger uma área
onde se caracterizaria estudos microclimáticos, pois avalia a degradação ambiental de
unidade de conservação intraurbanas e as suas influências no clima local. O autor avalia
apenas uma reserva ambiental dentro do perímetro urbano acaba por não conseguir
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abranger toda a área de discussão de uma cidade como São Luís que sofre influências de
diferentes processos que influem diretamente na produção do clima local.
Outro estudo é o de Campos (2005), apesar do objeto de estudo ser a cidade de São
Luís, o mesmo faz uma abordagem superficial da importância do clima local, ficando restrita
a análise de dados de estações remotas oficiais e de eventos extremos publicados em
jornais, não havendo conexão em suas análises sobre métodos e teorias que focassem
estudos de clima local na cidade de São Luís.
5 – Considerações Finais
Nota-se que em São Luís os estudos referentes ao clima local da cidade ainda são
poucos se tomarmos como exemplos outros centro urbanos do país tais como São Paulo,
Curitiba, Rio de Janeiro, etc. Nesta pesquisa, identificou-se que os estudos estão centrados
nos cursos de Geografia da Universidade Federal do Maranhão, além de alguns outros na
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do Maranhão,
caracterizados por estudos microclimáticos, havendo uma outra vertente que vem crescendo
nos últimos anos nos cursos de Engenharia Ambiental de algumas faculdades privadas.
Os estudos de clima local abordaram desde estudos que avaliam a participação do
ambiente físico na perspectiva da interação do mesmo para as diferentes zonas de
interpretação climática no espaço urbano da capital, até estudos em quem o clima local se
estabelece sob o viés da sua interação com os processos de saúde e doença.
Vale ressaltar a carência no número de estações climatológicas oficiais para coleta e
interpolação de dados, essenciais nas investigações sobre o campo termal da cidade. As
estações climáticas utilizadas por instituições privadas ainda são um desafio para os
pesquisadores, ou porque não possuem confiabilidade de dados ou a disponibilidade dos
mesmos torna-se de difícil acesso
A falta de estações específicas para análise de dados compromete muitos estudos,
salvo os que foram desenvolvidos mediante algumas análises de caráter mais sério
(dissertações ou teses) patrocinadas por alguma agência de fomento. Nos outros estudos, a
falta de material necessário para a obtenção de dados climáticos influencia muito nos
resultados generalizantes das pesquisas. Alguns deles se baseiam apenas em dados oficias
de estações que se encontram longe das suas áreas de pesquisa, não abrangendo a
miscelânea de fatores que envolvem o clima local das cidades.
Contudo, esta pesquisa compreende a importância das análises climáticas como
elemento essencial no entendimento da dinâmica ambiental de São Luís, importantes para
tomada de decisão em várias pesquisas de cunho acadêmicos-científicas como também
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para trabalhos de gestão e planejamento da cidade, em que a variabilidade climática interfira
na geração de impactos ambientais.
5 – Referências
ARAUJO, R. R. Clima e vulnerabilidade sócio-espacial: uma avaliação dos fatores de
risco na saúde da população urbana do município de São Luís (MA).2014. 289f. Tese
(Doutorado em Geografia) -Faculdade de Ciência e Tecnologia, Universidade Estadual
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