O Brasil Globalizado

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Prof. Clésio
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Modelo de substituição de importações.
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O governo busca criar condições para que os mais
diversos setores industriais sejam instalados no país, que
passa a produzir internamente mercadorias que antes
eram importadas.
Teve início na década de 1930 quando GV chega
com uma política claramente desenvolvimentista.
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Privilegiava a criação de um ambiente propício à
modernização por meio da industrialização.
Erguendo elevadas barreiras alfandegárias, a fim de
assegurar o mercado interno para as indústrias instaladas
no Brasil.
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JK – 1956 adota um governo que se
caracterizou pela abertura ao capital
estrangeiro.
O eixo de seu plano para modernização do país
estava na implantação de um parque
automobilístico assentado sobre tecnologias
transplantadas diretamente dos EUA e da
Europa.
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O Estado brasileiro, por sua vez, atuava no sentido de
viabilizar os investimentos externos.
Para tanto, liberava as importações de equipamentos e
máquinas e criava mecanismos de crédito destinados a
expandir o mercado consumidor interno.
Os investimentos estatais em novos programas
rodoviários, energéticos e siderúrgicos asseguravam o
fluxo de matérias-primas para as indústrias, bem como
a infraestrutura indispensável para a ampliação do
consumo.
O mercado brasileiro integrava-se ao resto do mundo e
oferecia elevadas margens de lucro para os capitais
estrangeiros.
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Durante a ditadura militar (1964-1985), a
indústria doméstica continuava protegida da
concorrência internacional pelas elevadas
tarifas de importação.
Entretanto, a estrutura produtiva passou a ser
dominada por três grandes agentes, sendo por
isso conhecida como tríplice aliança.
Esses agentes eram: o capital estatal, o capital
privado nacional e o capital transnacional.
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Predominava nos setores de infraestrutura e de
bens de produção, ou seja, naqueles destinados a
servir à produção de outros bens ou ao exercício de
atividades essenciais à indústria.
Assim surgiram:
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Siderbras (siderurgia)
Eletrobras (eletricidade)
Telebras (telecomunicações)
Essas companhias forneciam, a preços inferiores
aos de mercado, os insumos e matérias-primas
consumidos tanto pelas transnacionais quanto
pelas grandes empresas nacionais.
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Destacava-se principalmente no setor de bens
de consumo duráveis, que se tornou o mais
dinâmico da economia brasileira.
O setor automobilístico foi o que mais
apresentou crescimento no período,
acompanhado de perto pelo setor de
eletrodomésticos.
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Dominava o setor de produção de bens de
consumo não duráveis, tais como têxteis,
alimentos e calçados, que, em sua maioria,
exigem menores investimentos em tecnologia.
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Essa estrutura garantiu elevadas taxas de
crescimento, em especial durante os anos do
chamado milagre econômico (1968-1974).
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PIB: 9%
Infelizmente, a renda nacional estava
fortemente concentrada e, por isso mesmo, a
maior parte dos brasileiros não usufruiu dos
benefícios do crescimento da economia.
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“A economia vai bem, mas o povo vai mal”
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O modelo de industrialização por substituição
de importações esgotou-se na década de 1980.
As taxas de juros dispararam interrompendo os
fluxos de financiamento que alimentavam os
investimentos estatais.
 Dívida externa aumentava exponencialmente.
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A grave crise econômica iniciada em 1988 e a
globalização da economia mundial foram os
pontos de partida para o surgimento de um
novo modelo econômico, que nasceu sem o
“pilar estatal” que durante tanto tempo
sustentara a tríplice aliança.
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O processo de globalização promoveu a
intensificação dos fluxos internacionais de
capitais nos mercados financeiros e a abertura
das economias nacionais ao comércio global.
Em toda a América Latina, os projetos de
industrialização protegida deram lugar a
ajustes destinados a integrar as economias
nacionais na nova economia global.
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No Brasil, os governos Collor de Melo (1990-1992)
e Itamar Franco (1992-1994) iniciaram a abertura
da economia nacional.
Em 1991 iniciou-se o Programa Nacional de
Desestatização, com grande participação de
capitais provenientes dos EUA, Espanha e
Portugal.
No entanto, foi durante o primeiro mandato de
Fernando Henrique Cardoso (1995-1998) que se
consolidou um novo modelo econômico, assentado
sobre a liberalização comercial e a atração de
investimentos estrangeiros diretos.
Esta implantação representou a desmontagem das
estruturas produtivas estatais por meio de um
vasto programa de privatizações.
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A Nova Vale
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Dessa forma, o Estado se retirou da tarefa de
fornecedor direto de bens e serviços e assumiu as
funções de normatização e fiscalização dos
serviços públicos, por meio das agências
reguladoras.
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Apesar da criação das agências, o processo de
privatização repercutiu em um aumento inédito
nas tarifas de serviços essenciais
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Anatel
Aneel
ANP
Em 1994 era de 10%, e em 2004 era de 23% da renda.
Tudo mudou, mas continua igual: o Brasil
continua sendo um dos campeões mundiais da
desigualdade.
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Os velhos problemas no novo modelo
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A política econômica brasileira adotada na década
de 1990 optou nitidamente pela inserção do país
nos fluxos globalizados de capitais.
O Plano Real (1994) delineou uma política
monetária destinada a estabilizar a economia
nacional. Previa que o Estado deveria arrecadar
mais e gastar menos, a fim de garantir a
estabilidade da moeda.
A liberalização da economia expressou-se,
sobretudo, pela drástica redução de protecionismo
comercial.
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Parte significativa do imenso ingresso de
capitais estrangeiros deveu-se ao programa de
desestatização e, em especial, à privatização
das telecomunicações.
Quando a fase áurea do programa chegou ao
fim, no início do séc. XXI, os investimentos
diretos caíram abruptamente, e passaram a se
concentrar nos setores financeiro, de comércio e
serviços, e também na indústria.
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As pressões competitivas sobre as empresas já
instaladas no país e a entrada do capital
estrangeiro configuraram um ciclo de intensa
modernização econômica.
Porém, nada disso modificou o panorama de
concentração de riqueza que caracteriza o
espaço nacional.
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Até a década de 1960, os produtos primários e
semifaturados dominavam a pauta de exportações
do país.
Gradativamente, porém, manifestaram-se os
efeitos da substituição de importações: na década
de 1980 os produtos industriais passaram a
predominar na pauta de exportações.
No entanto, a partir da metade da década de 1990,
os produtos básicos e semifaturados voltaram a ter
participação cada vez mais significativa nas
vendas externas nacionais, sendo os principais
responsáveis pelo crescimento do comércio
externo e pelo saldo da balança comercial.
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Entretanto, e apesar do crescimento das
exportações, o Brasil participa dos fluxos
comerciais globais com pouco mais de 1% do
total.
Existe uma explicação para os problemas de
desempenho do país: à exceção de alguns
produtos, o componente tecnológico das
exportações brasileiras é muito baixo, e o valor
médio da tonelagem exportada vem
retrocedendo desde meados da década de 1990.
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Assim, na pauta de importações, destacam-se
os bens de capital, os produtos químicos e
farmacêuticos, os veículos, o petróleo e os
produtos de alta tecnologia.
Por outro lado, produtos têxteis, metalúrgicos,
agrícolas, pecuários e minerais ocupam lugar
de destaque na inserção do Brasil nos fluxos da
economia globalizada e a abertura de novos
mercados.
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De acordo com uma classificação estabelecida
pela ONU, os manufaturados podem ser
divididos em três grandes categorias:
Produtos de alta intensidade tecnológica
(eletrônicos, informática, farmacêuticos e aviões);
 Produtos de media intensidade tecnológica
(equipamentos mecânicos, automóveis, maquinas
elétricas)
 Produtos de baixa intensidade tecnológica
(metalurgia)
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No caso brasileiro, os produtos de baixa
intensidade tecnológica são predominantes na
exportação de manufaturas.
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O desafio da tecnologia
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Na condição de global trader, o Brasil está
comprometido com a defesa dos princípios do
multilateralismo e do liberalismo no comercio
internacional.
Por isso, participa ativamente das negociações da
Organização Mundial do Comércio (OMC),
combatendo as iniciativas das potencias
econômicas globais.
Incrementar o intercambio com os “países
continentais” que não pertencem aos blocos da
Europa e nem da America do Norte é uma
estratégia para diminuir a excessiva dependência.
A aproximação com os demais Brics é um exemplo
dessa estratégia.
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