8 - Emater-DF

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Vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura
Pecuária e Abastecimento / GDF
Boletim do Núcleo de Agronegócio - Ano II nº 8 ESPECIAL
17/ 10 / 2005
- Fone: 340
3066
Febre Aftosa
A FEBRE AFTOSA é uma enfermidade altamente contagiosa que ataca a todos os animais
de casco fendido, bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Afeta animais de todas idades, independente
de sexo, raça, clima, etc., porém há diferenças de suscetividade de espécies.
A doença é produzida pelo menos por seis tipos de vírus, classificados como A, O, C, SAT1, SAT-2 e SAT-3, sendo que os três últimos foram isolados na África e os demais apresentam
ampla disseminação. Não há vetores de FEBRE AFTOSA, o vírus é vinculado pelo ar, pela água e
alimentos, apesar de ser sensível ao calor e a luz.
A imunidade contra um deles não protege contra os outros. Além disso, constataram-se
alguns subtipos dos vírus citados, com a particularidade de que uns causam ataques mais graves que
outros e alguns se propagam mais facilmente. Esta complexidade apresenta um aspecto muito
desfavorável, pois um animal atacado por um tipo de vírus, embora ofereça resistência ao mesmo, é
ainda suscetível aos outros tipos e subtipos.
PREJUÍZOS CAUSADOS - A gravidade da FEBRE AFTOSA não decorre das mortes que
ocasiona, mas dos prejuízos econômicos, atingindo a todos os pecuaristas, desde os pequenos até os
grandes produtores. Causa em conseqüência da febre e da perda de apetite, queda da produção
leiteira, perda de peso, crescimento retardado e menor eficiência reprodutiva. Pode levar à morte,
principalmente os animais jovens; As propriedades que têm animais doentes são interditadas; A
exportação da carne e dos produtos derivados é proibida; Provoca aborto e infertilidade; Os animais
doentes podem adquirir com maior facilidade outras doenças, devido a queda de resistência.
SINTOMAS - A elevação da temperatura e a diminuição do apetite são os primeiros indícios da
infecção. Nos dois primeiros dias a infecção progride pelo sangue produzindo febre; depois
aparecem as vesículas na boca e no pé. Também surgem nas tetas. Então a febre desaparece, porém,
a produção de leite cai e a manqueira aparece, bem como a mamite com todas as suas graves
conseqüências.
As vesículas se rompem e libertam um líquido transparente ou turvo; aftas, que aparecem
após 24 a 48 horas, são dolorosas e podem sofre infecção secundária. A secreção de saliva aumenta
e fios de baba começam a cair da boca. O animal mastiga produzindo ruído caracterizado, ao abrir a
boca, chamado "beijo da aftosa". Nos ovinos e caprinos, as lesões das patas são características,
enquanto que as da boca podem ser pequenas e passarem desapercebidas. Os surtos de aftosa
surgem repentinamente; todos os animais suscetíveis do rebanho apresentam os sintomas
praticamente ao mesmo tempo. A intensidade da doença é muito variável. Em média, a mortalidade
é baixa nos adultos e elevada nos jovens , principalmente os em aleitamento, porque as mães não os
deixam mamar. Os animais que sobrevivem, se recuperam dentro de vinte dias porém, às vezes, a
recuperação é bastante demorada; alguns animais com lesões cardíacas são irrecuperáveis, bem
como as perdas de tetas.
VACINAÇÃO - No Brasil, existem leis que obrigam a vacinação periódica dos rebanhos, assim
como a vacinação de todos os bovinos antes de qualquer viagem. Em geral a vacina contra a febre
aftosa é aplicada, de 6 em 6 meses, a partir do nascimento.
Na aplicação devem ser obedecidos as recomendações do fabricante em relação ao tempo de
validade, método de conservação e outros pormenores.
O Brasil tem hoje o maior rebanho bovino comercial do mundo.
Exportações
O surgimento do foco de FEBRE AFTOSA no Mato Grosso do Sul vai prejudicar as
exportações de carne bovina do País, na avaliação da Associação de Comércio Exterior do Brasil
(AEB). Até então, a entidade estimava um crescimento de 28% nas vendas de carne "in natura" este
ano, para o valor de US$ 2,5 bilhões, ante US$ 1,962 bilhão em 2004. "Infelizmente, algum reflexo
negativo vai ter, que não se pode quantificar agora", disse o vice-presidente da AEB, José Augusto
de Castro.
Um problema adicional é que o foco pode atrapalhar outra pretensão brasileira, que vinha
sendo negociada: a entrada nos mercados americano e japonês de carne não industrializada. Castro
argumenta que as negociações estavam avançadas e que havia a expectativa de liberar esses
mercados para o produto.
Trânsito de animais
A primeira medida foi a interdição da fazenda e de outras propriedades com atividades
pecuárias em um raio de 25 quilômetros. A área isolada abrange os municípios de Eldorado,
Iguatemi, Itaquiraí, Japorã e Mundo Novo, que juntos têm 685,8 mil cabeças. “Estamos em alerta
sim, mas vale ressaltar que estes cinco municípios, que estão a cerca de 25 quilômetros do foco
(Eldorado), fazem fronteira com Paraná e Paraguai, e não com Mato Grosso. Aliás, estamos a 1,1
mil quilômetros de distância do foco”, justificou o presidente do Indea, Décio Coutinho.
Os frigoríficos localizados nos cinco municípios estão impedidos de exportar carne bovina.
São três pequenos estabelecimentos: Bom Charque (Iguatemi), Frigorífico Iguatemi (Iguatemi) e
Bom Fran (Eldorado). O Mato Grosso do Sul é o segundo maior exportador de carne bovina do
País, totalizando US$ 227 milhões entre janeiro e agosto deste ano, de uma receita total US$ 1,722
bilhão com as vendas externas do produto no período. No ano passado, Mato Grosso exportou US$
118 milhões em carnes bovinas.
A situação no Distrito Federal
O ultimo caso de FEBRE AFTOSA no Distrito Federal ocorreu em maio de 1993. Talvez
devido à repercussão do fato na época, os criadores locais passaram a vacinar sistematicamente os
rebanhos bovinos e hoje a cobertura vacinal é superior a 90%, o que permite níveis de segurança
muito altos. Além disso, a movimentação de bovinos no território do Distrito Federal é pequena e o
leite e a carne aqui consumidos vêm de rebanhos, laticínios e frigoríficos situados no Entorno e/ou
nos estados de Goiás e Minas Gerais. Em princípio, o risco de se ter de FEBRE AFTOSA aqui é
desprezível.
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