Solução Comentada da Prova de História VTB 2008 – 2ª ETAPA 01. Leia, abaixo, trechos da canção “Quinto Império” e responda as questões que seguem. Parte 1 Parte 2 (...) Meu sangue é trilha, dos Mouros, dos Lusitanos. Dunas, pedras, oceanos rastreiam meu caminhar. E sendo eu que a Netuno dei meu leme, com a voz que nunca treme fiquei a me perguntar: 'o que será que além daquelas águas agitadas, turvas, calmas, eu irei lá encontrar?' (...) Eu decifrei astros e constelações, conduzi embarcações, destinei-me a navegar. Atravessei a Tormenta, a Esperança, até onde o sonho alcança minha Fé pude cravar. Rasguei as lendas do Oceano Tenebroso, para El Rey, o Glorioso, não há mais trevas no mar. NÓBREGA, Antonio; FREIRE, Wilson. “Quinto Império” In: NÓBREGA, Antonio. Madeira que cupim não rói. São Paulo: Brincante, 1997, faixa 04. A) Qual a relação dos mouros com a formação do Estado português? B) Os versos abaixo, transcritos da segunda parte da canção Quinto Império, sugerem algumas conseqüências das navegações portuguesas. Cite, abaixo de cada transcrição, a conseqüência por ela sugerida. B.I. Atravessei / a Tormenta, a Esperança, B.II. até onde o sonho alcança / minha Fé pude cravar. B.III. Rasguei as lendas / do Oceano Tenebroso, B.IV. para El Rey, o Glorioso, / não há mais trevas no mar. Comentários: Os mouros, como na época eram conhecidos os mulçumanos, invadiram e dominaram a Península Ibérica no século VIII. No século X, os cristãos refugiados na região das Astúrias iniciaram uma longa guerra visando à expulsão dos Mouros, que ficou conhecida como a Reconquista. O avanço da Reconquista, nos séculos XI e XII, fez surgir, na Península Ibérica, vários pequenos reinos cristãos, entre eles o Condado Portucalense, entregue a D. Henrique de Borgonha (considerado o fundador da dinastia portuguesa), como prêmio por sua participação na guerra, que se estendeu ainda por um longo período. CCV/UFC/Vestibular 2008 História Pág. 1 de 7 Este Condado originou, no século XII, o reino independente de Portugal. A segunda parte da canção Quinto Império conta como, no século XV, os portugueses realizaram uma série de grandes navegações, por meio das quais exploraram a costa da África, da Ásia, e chegaram à América, apontando quatro conseqüências destas navegações. Os versos Atravessei / a Tormenta, a Esperança sugerem a descoberta de um caminho marítimo para as Índias. Os versos até onde o sonho alcança / minha Fé pude cravar sugerem a divulgação da fé católica nas colônias portuguesas. Por sua vez, os versos Rasguei as lendas / do Oceano Tenebroso sugerem a derrubada de vários mitos e lendas sobre os perigos da navegação oceânica, como a existência de monstros marinhos e abismos sem fim. Por fim, os versos para El Rey, o Glorioso, / não há mais trevas no mar sugerem o estabelecimento da primazia da coroa portuguesa sobre importantes rotas marítimas no início da Idade Moderna. Pontuação: O item A vale até dois pontos e o B vale até oito pontos. 02. Nos séculos XIV e XV, o Ocidente cristão passou por crises que levaram ao declínio do modelo social, econômico e político então vigente. Sobre esse período, responda as questões abaixo. A) A que modelo se refere o enunciado acima? B) Cite quatro características do modelo acima referido. 1. 2. 3. 4. Comentário: Nos séculos XIV e XV, a Europa medieval foi atingida por sérias crises políticas, econômicas e sociais, dentre as quais se destacam a peste negra, a crise agrícola e as revoltas camponesas, que findaram por levar a um lento declínio do feudalismo, que era o modelo social, político e econômico que organizava a sociedade da época, abrindo caminho para um novo modelo de sociedade que irá se organizar ao longo a Idade Moderna. O feudalismo, ou modelo feudal, tinha como características principais: a descentralização política, as relações de suserania e vassalagem, uma intensa hierarquização social, a servidão, a economia baseada na agricultura, o feudo como unidade básica da economia e a hegemonia do pensamento católico. Pontuação: O item A vale até dois pontos e o B, até oito pontos. 03. Uma casa dividida contra si mesma não subsistirá. Acredito que esse governo, meio escravocrata e meio livre, não poderá durar para sempre. Não espero que a União se dissolva; não espero que a casa caia; mas espero que deixe de ser dividida. Ela se transformará só numa coisa, ou só na outra. Citado em JUNQUEIRA, Mary A. Estados Unidos: a consolidação da nação. São Paulo: Contexto, 2001, p. 79. A partir do trecho transcrito do famoso discurso “A casa dividida”, pronunciado por Abraham Lincoln, na convenção republicana de 1858, responda as questões propostas. A) A que “casa” o autor se refere? B) Como essa “casa” se encontrava “dividida”? C) Apresente dois motivos centrais que a tornavam “dividida”. 1. 2. CCV/UFC/Vestibular 2008 História Pág. 2 de 7 D) De que forma ela “se transformará”? E) No que ela “se transformará”, afinal? Comentário: A “casa” a que Lincoln se refere são os EUA. O país estava cindido politicamente entre o Sul e o Norte. Várias questões o dividiam. Uma delas dizia respeito à controvérsia sobre a escravidão; em linhas gerais, o Norte condenava o regime escravocrata, e o Sul o defendia, o que se acirrou com a expansão para o Oeste, visto que a definição do modo de trabalho nas novas áreas colonizadas concorreria para a hegemonia de um ou de outro. Outro motivo de discordância advinha da intervenção do Estado na economia. O Norte, industrializado, prezando o protecionismo (tarifas altas de importação, um Banco Central forte); o Sul, agrícola, o livre-mercado. Com a vitória da União sobre os Estados Confederados da América, na Guerra de Secessão (1861-1865), a escravidão foi abolida em todo o país, mediante a 13ª (Décima Terceira) Emenda. A Lei de Emancipação, aprovada em 1863, libertara somente os escravos das áreas fora do domínio da União, devendo-se mais a objetivos militares. Pontuação: O item A vale um ponto, o B vale um ponto, o C vale até seis pontos, o D vale um ponto e o E vale um ponto. 04. BRASÍLIA - Irritada com a versão de Hollywood para a guerra entre gregos e persas no filme ‘300 de Esparta’, a Embaixada do Irã em Brasília divulgou uma nota nesta quarta-feira na qual acusa o filme, que tem no elenco o brasileiro Rodrigo Santoro fazendo o papel do rei persa Xerxes, de ‘promover o conflito entre as civilizações’. (Jornal O Globo, 04/04/2007). Com base no texto acima e em seus conhecimentos, responda as questões que seguem. A) Qual a ligação histórica entre os povos iraniano e persa? B) Como ficaram conhecidas as guerras entre gregos e persas na Antigüidade? C) Qual a motivação principal das guerras mencionadas no item anterior? D) Cite dois motivos do conflito diplomático entre Irã e EUA nos dias de hoje. 1. 2. CCV/UFC/Vestibular 2008 História Pág. 3 de 7 Comentário: O povo iraniano descende dos antigos persas, que estabeleceram no planalto iraniano, no período compreendido entre os séculos VI a.C e IV a.C, um poderoso império. No final do século V a.C, o Império Persa dominou as colônias gregas na Ásia Menor e tentou conquistar a Grécia Continental, dando origem a um longo conflito que ficou conhecido como Guerras Médicas ou Guerras Persas. Uma das batalhas mais famosas deste conflito foi a “Batalha das Termópilas” (retratada no filme 300 de Esparta), na qual trezentos guerreiros espartanos enfrentaram o gigantesco exército do rei persa Xerxes. O conflito entre gregos e persas tinha como móvel fundamental a disputa pela supremacia marítimocomercial do Mundo Antigo, que tinha como uma de suas rotas primordiais o mar Egeu. No século XX (década de 1950), o Xá (rei) do Irã, Reza Pahlevi, empreendeu um movimento de modernização do país, que ficou conhecido como “Revolução Branca”. Nesse período, foram estabelecidos vários acordos políticos e comerciais com os EUA, especialmente no campo da exploração de petróleo. Esse movimento entrou em choque com a cultura mulçumana, levando a uma série de conflitos entre o governo e religiosos. Em 1979, a “Revolução Islâmica”, liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, transformou o país numa República Islâmica e rompeu todos os acordos comerciais com os EUA. Desde então, a Casa Branca vem tentando retomar, por meio de pressões diplomáticas e sanções comerciais, a influência política e econômica (sobretudo no campo da exploração de petróleo) que exercia sobre o Irã ao tempo do Xá. Nos últimos anos, o conflito diplomático foi agravado por denúncias feitas pelo Presidente George W. Bush de que o Irã favorece organizações terroristas e tenta desenvolver armas nucleares, bem como pelas declarações do Presidente Mahmud Ahmedinejad a favor da destruição do Estado de Israel, principal aliado dos EUA no Oriente Médio. Pontuação: o item A vale quatro pontos, o item B um ponto, o item C um ponto e o item D até quatro pontos. 05. O cajueiro floresceu quatro vezes depois que Martim partiu das praias do Ceará, levando, no frágil barco, o filho e o cão fiel. (...) O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria. ALENCAR, José de. Iracema: lenda do Ceará. São Paulo: FTD, 1991, p. 88. (1ª ed.: 1865). Não somos fruto de uma relação de paixão como a de Martim por Iracema. Eu proponho que nós nascemos de uma relação de rejeição. Nós fomos largados, nós somos órfãos. Antônio Cardoso de Barros não quis vir aqui. Gilmar de Carvalho, em entrevista ao jornal O Povo, publicada no dia 23/06/2007. Com base nas citações acima, responda: A) A que “primeiro cearense” se refere Alencar? B) Que etnia o mito alencarino obscurece na constituição do “cearense”? C) Relacione a morte de Iracema na narrativa de Alencar com a disputa por terras vigente na Província do Ceará à época da publicação do romance. D) O relativo desinteresse da Coroa portuguesa pelo Ceará no primeiro século da colonização do Brasil fez-se notar, prova disso foi o absenteísmo de Antônio Cardoso de Barros, o seu primeiro donatário. Explicite os fatores econômicos, naturais e humanos que explicam esse desinteresse de colonização: 1. Econômicos: 2. Naturais: 3. Humanos: CCV/UFC/Vestibular 2008 História Pág. 4 de 7 Comentário: O “primeiro cearense” aludido por Alencar é o mameluco Moacir, o “filho do sofrimento”, nascido da relação entre a índia Iracema e o colonizador português Martim (Soares Moreno). Esse mito obscurece a presença do negro na nossa formação. No que diz respeito ao destino de Iracema no romance, acumplicia-se com outros discursos que tendiam a invisibilizar os índios, declarando-os “misturados” ou “confundidos na massa geral da população civilizada”, quando, na verdade, os indígenas lutavam pelo reconhecimento e legalização de suas terras. Sobre a tardia colonização cearense, alguns fatores ajudam a compreendê-la. São fatores econômicos: a raridade de metais preciosos e de especiarias em solo cearense, bem como de terra litorânea adequada à produção de cana de açúcar. São fatores naturais: as correntes aéreas e marítimas que obstaculizavam a navegação na costa e aridez do clima. São fatores humanos: a resistência indígena ao conquistador lusitano e a presença de outros estrangeiros, como franceses. Pontuação: A questão contém quatro itens, o item A vale um ponto, o B, um ponto, o C vale dois pontos e o D, até seis pontos. 06. Em 07 de abril de 1831, o Imperador D. Pedro I renunciou ao trono do Brasil, deixando como herdeiro seu filho de apenas cinco anos de idade, o futuro D. Pedro II. A) Cite quatro elementos que provocaram a renúncia de D. Pedro I. 1. 2. 3. 4. B) Como ficou conhecido o sistema de governo que vigorou no período entre a abdicação de D. Pedro I e a coroação de D. Pedro II? C) O que motivou a instalação desse sistema de governo? D) Cite dois fatores que contribuíram diretamente para a antecipação da coroação de D. Pedro II, por meio do “golpe da maioridade”. 1. 2. Comentário: No início da década de 1830, a continuidade do reinado de D. Pedro I tornou-se insustentável. A crise financeira, desencadeada pelo declínio das exportações, pelo crescente endividamento externo e pelos gastos com a Guerra da Cisplatina, resultou em um aumento da inflação e no agravamento da pobreza. A isso somou-se a insatisfação com a centralização do poder e o autoritarismo do Imperador, levando a intensos conflitos entre facções favoráveis (em sua maioria ligados ao Partido Português) e contrárias (em sua maioria ligados ao Partido Brasileiro) ao Imperador. Outro fator importante foi o empenho do Imperador na luta a favor de seu irmão, D. Miguel, o qual disputava, com a própria filha, D. Maria II, a sucessão do trono português, após a morte de D. João VI. A junção destes elementos provocou a renúncia do Imperador ao trono brasileiro em favor de seu filho, o príncipe D. Pedro de Alcântara. A menoridade do herdeiro, que tinha, à época da abdicação, apenas cinco anos de idade, o impossibilitou CCV/UFC/Vestibular 2008 História Pág. 5 de 7 de governar. Por esse motivo, foi estabelecido um governo regencial, que deveria dirigir o Império até que o príncipe atingisse a maioridade. Entrementes, alguns fatores ligados à disputa política entre Regressistas (depois chamados Conservadores) e Progressistas (depois chamados Liberais) e às revoltas e rebeliões que ocorriam nas províncias, fomentaram o “golpe da maioridade”, antecipando a coroação do príncipe, que foi declarado Imperador do Brasil, sob o título de D. Pedro II, em 1840, quando tinha apenas 14 anos de idade. Foram causas imediatas disso: a ascensão dos Regressistas ao poder, com a regência de Pedro Araújo Lima (1837) e o conseqüente alijamento dos Progressistas; a limitação da autonomia provincial, com a aprovação da Lei de Interpretação do Ato Adicional (1840); a articulação entre liberais e palacianos ou áulicos em favor da antecipação da maioridade do príncipe herdeiro; o interesse dos grandes proprietários rurais em restabelecer a “ordem social”, convulsionada pelos sucessivos levantes populares ocorridos no período regencial, como a Revolta dos Malês (1835); o desejo das elites políticas de evitar que a unidade territorial brasileira fosse quebrada por movimentos separatistas, como a Farroupilha (1835) e a Sabinada (1837). Pontuação: o item A vale até quatro pontos, o B vale um ponto, o C vale um ponto e o D vale até quatro pontos. 07. A cultura política das elites brasileiras contemporâneas lhes tem permitido transformar o sono sobre um barril de pólvora em repouso em berço esplêndido. Afinal, por séculos a fio, elas não apenas conviveram como se reproduziram mediante a exclusão social (...) Nesse sentido, é possível que dois elementos tenham contribuído desde sempre para o verdadeiro êxito histórico desse padrão excludente: ...nossas elites inscrevem a pobreza no mundo da natureza (...) O segundo elemento referese ao comprometimento de toda a sociedade com a exclusão... FRAGOSO, João e FLORENTINO, Manolo. O arcaísmo como projeto: mercado atlântico, sociedade agrária e elite mercantil em uma economia colonial tardia. Rio de Janeiro: 1790-1840. 4ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 235-237. A partir do texto acima, responda: A) Por que a inscrição da pobreza no mundo da natureza tem sido instrumental para as elites na reprodução da desigualdade social brasileira? B) Como o discurso das elites sobre a pobreza, acima referido, relaciona-se com a incriminação dos excluídos? C) Qual a funcionalidade para a metrópole portuguesa desse “padrão excludente”, engendrado na colônia? D) As rebeliões coloniais e regenciais eram, em geral, antiescravagistas? Com base na sua resposta, cite duas rebeliões. CCV/UFC/Vestibular 2008 História Pág. 6 de 7 Comentário: A naturalização da pobreza pelas elites é funcional, porque as exime da resolução da questão. A inexorabilidade com que se a representa obsta a que se entenda a pobreza como uma construção social e histórica, reversível, portanto. O efeito disso é o superdimensionamento da coerção em detrimento do combate aos mecanismos estruturadores da exclusão social. No que concerne à serventia para Portugal do “padrão excludente” gerado na colônia, contribuía para a conservação do Antigo Regime. A respeito das rebeliões coloniais e regenciais, excetuando alguns movimentos, como a Conjuração Baiana (1798), de caráter popular, e a Revolta dos Malês (1835), empreendida por escravos e libertos africanos, essas não se notabilizaram pelo antiescravagismo. Pontuação: A questão contém quatro itens, o item A vale dois pontos, o B, dois pontos, o C, dois pontos e o D, até quatro pontos. 08. Se, na Monarquia, Tiradentes, quando lembrado, era apresentado como um homem sem habilidades e realização profissional, no início da República ele passou a ser descrito como personagem de múltiplos talentos, entre os quais o talento político e revolucionário. Já no Estado Novo, tornava-se exemplo do brasileiro laborioso e dotado de inúmeras qualidades... FONSECA, Thais Nívia de Lima e. “A imagem do herói”. In: Nossa História. São Paulo: Editora Vera Cruz, nº 3, 2004 pág. 81. Considerando o texto acima, responda: A) A que episódio célebre da história brasileira se liga a personagem supracitada? B) Qual a razão imediata da deflagração desse episódio? C) O que explica a construção da imagem de Tiradentes em cada um dos contextos históricos mencionados? I. Monarquia: II. Início da República: III. Estado Novo: Comentário: O episódio ficou conhecido como “Inconfidência” ou “Conjuração Mineira” (1789), sendo a sua motivação imediata a previsão de uma nova derrama, forma de recolhimento compulsório dos impostos atrasados instituído pela Metrópole na região das Minas. Quanto à memória edificada em torno de Tiradentes, a Monarquia lhe foi quase indiferente (quando não lhe depreciava, desenhando-o como inapto), devido ao fato da personagem simbolizar um movimento defensor da República. Essa, nos seus alvores, tinha-o na conta de uma figura hábil politicamente e visionária, visto que sua elite, sequiosa de legitimação, construíra um panteão de heróis, que teriam prefigurado a nova forma de governo, no qual Tiradentes detinha lugar especial. O Estado-Novo concebia-o como valoroso, afeito ao trabalho, porquanto podia ser modelo da nova cidadania que se queria engendrar, plena de civismo e amor à pátria e à coletividade. Pontuação: A questão contém três itens, o item A vale dois pontos, o item B vale até dois pontos e o item C vale até seis pontos. CCV/UFC/Vestibular 2008 História Pág. 7 de 7