B•4 •EDUCAÇÃO E SAÚDE Macapá (AP), Quinta-feira, 05 de Maio de 2016 PNE MEC revê base curricular e muda ensino médio Na nova proposta, a educação infantil é separada em três faixas etárias (0 a 18 meses, 18 meses a 4 anos, e de 4 a 6 anos) ESTADÃO DA REPORTAGEM LOCAL Após sofrer uma série de críticas de especialistas e 2 mil novas contribuições, o Ministério da Educação (MEC) lançou na terça-feira, 3, a segunda versão da Base Nacional Comum Curricular, atendendo às críticas em várias áreas, como História e Língua Portuguesa, e dando um novo perfil aos ensinos infantil e médio. O texto agora segue para discussão e a previsão é de que até 24 de junho a versão definitiva esteja pronta. Se o cronograma for seguido à risca, a versão final poderá começar a ser adotada no próximo ano. Mas, no primeiro momento, apenas pontos específicos seriam colocados em prática, com mudanças pedagógicas pontuais. O conteúdo do documento deverá estar totalmente presente nos currículos das escolas somente em 2018. Prevista no PNE (Plano Nacional de Educação), a Base Nacional Comum Curricular tem como meta preparar conteúdos mínimos para serem ministrados a alunos de todo o país e, com isso, reduzir as desigualdades de ensino. O plano foi preparado por um grupo de 116 integrantes, de secretarias municipais e estaduais e de 38 universidades. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, avalia que a nova versão é muito mais avançada do que o texto inicial, apresentado há oito meses. Ele destacou as mudanças na educação infantil. "Uma das críticas, bastante pertinente, defendia a necessidade de integrar melhor a educação infantil e alfabetização", disse o ministro. Na nova proposta, a educação infantil é separada em três faixas etárias (0 a 18 meses, 18 meses a 4 anos, e de 4 a 6 anos), alteração também feita depois das críticas durante o período de consulta pública. Ensino médio Ele citou ainda mudanças no ensino médio. Pela proposta, dois terços do currículo serão constituídos por determinações da Base Nacional. O terço restante será preenchido por quatro áreas temáticas, compostas por 13 eixos tecnológicos, com maior ênfase ao ensino profissional. O ministro observou que oito em cada dez estudantes que concluem o ensino médio vão para o mercado de trabalho. Só dois ingressam em universidades. "Daí a proposta que traz maior flexibilidade." A nova versão segue agora para debates em redes estaduais e municipais de ensino. O primeiro texto apresenta- Médicos disseram estar "extremamente preocupados" com a disseminação de uma supergonorreia na Inglaterra va uma série de "omissões" em diversas disciplinas, segundo especialistas, que só agora foram revistas. As revoluções Industrial e Francesa, por exemplo, e a história das civilizações grega e egípcia não constavam no texto. Isso foi alterado. "O currículo é pensado em unidades curriculares. Algo que dá mais liberdade para compor o conteúdo", disse Mercadante. O segundo avanço citado pelo ministro está na Língua Portuguesa, que na parte de Gramática foi alvo de queixas anteriores até de Mercadante. "Críticas haviam sido feitas de que a Literatura Portuguesa não estava presente. Isso foi mudado." Ele também elogiou a articulação entre leitura, oralidade, escrita e norma culta e a discussão sobre o que deve ser lido. "Há uma integração maior entre gramática e aprendizagem. Há uma visão mais integrada." Despedida O evento de lançamento da Base Curricular teve tom de despedida do ministro. "Não deixe esse processo morrer", afirmou Mercadante ao presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Eduardo Deschamps. "Não vai ter golpe na Base Comum Curricular. E se tentar, vai ter luta", disse. Aedes aegypti infectados com bactéria não transmitem zika, aponta estudo Hospital do Rio faz 1º autotransplante renal Mosquitos Aedes aegypti quando infectados com a bactéria Wolbachia não conseguem transmitir o vírus da zika. É o que aponta cientistas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em estudo publicado na revista científica "Cell Host & Microbe", nesta quarta-feira (4). Segundo a pesquisa, a bactéria ainda é capaz de reduzir a replicação do vírus no organismo do mosquito. O estudo faz parte do projeto "Eliminar a Dengue: Desafio Brasil", que investiga o papel da bactéria Wolbachia como uma alternativa natural, segura e autossustentável para diminuição da incidência da dengue, chikungunya e zika no país. Cientistas usaram quatro grupos de mosquitos Aedes aegypti. Em duas gaiolas colocaram Aedes aegypti com Wolbachia, criados em laboratório, e em outras duas, mosquitos sem a bactéria, coletados no Rio de Janeiro. Os insetos foram alimentados com sangue humano de pessoas que contraíram o vírus da zika em São Paulo e em Pernambuco. Depois de 14 dias que os mosquitos tiveram contato com o Médicos do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fizeram o primeiro autotransplante renal para o tratamento de pacientes com aneurisma grave de aorta abdominal. Pela cirurgia tradicional para tratar esse tipo de aneurisma, é introduzido um cateter para implantar uma prótese, como um stent, na artéria aorta abdominal. Dessa forma, o sangue circula pela prótese e a dilatação na aorta reduz até desaparecer. Mas em alguns casos o aneurisma está muito próximo da artéria renal (que leva sangue até o rim) e o implante da prótese obstruiria a entrada dessa artéria, o que torna o procedimento inviável. Os médicos retiraram o rim e o reimplantaram abaixo da aorta, na artéria pélvica. Dessa forma, a prótese pôde ser instalada. "Este hospital foi pioneiro na técnica de tratamento endovascular de aneurisma, em 1997. Como a gente tem muita experiência com endoprótese e muita experiência com transplante renal, juntamos as duas ideias para viabilizar o tratamento do aneurisma", afirmou o chefe do Serviço de Cirurgia Vascular, Gaudencio Espinosa. O aneurisma da aorta abdominal atinge cerca de 4% da população, principalmente homens acima dos 60 anos. É uma doença quase vírus, foram coletadas amostras de saliva de dez Aedes aegypti com a bactéria e de dez insetos sem a Wolbachia. Os pesquisadores pretendiam infectar 160 insetos e ainda analisar se eles seriam infectados pelo vírus presente nas salivas dos outros mosquitos. Porém, nenhum dos mosquitos que recebeu saliva de Aedes com Wolbachia se infectou com o vírus da zika. Por outro lado, 85% dos Aedes aegypti que receberam saliva do mosquito sem Wolbachia ficaram altamente infectados. "Por mais que a saliva dos Aedes aegypti com Wolbachia apresentasse partículas virais de zika, em nenhum caso a saliva foi capaz de infectar outros mosquitos. Esses dados são similares ao efeito anteriormente observado sobre o potencial de transmissão do vírus dengue por Aedes aegypti com Wolbachia. Isso nos mostra que o uso de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia também tem potencial para ser utilizado para controle da transmissão do vírus da zika", afirma o pesquisador Luciano Moreira, coordenador do estudo e líder do projeto. (Reuters) Cientistas usaram quatro grupos de mosquitos Aedes aegypti. Em duas gaiolas colocaram Aedes aegypti com Wolbachia sempre assintomática, costuma ser descoberta por acaso, quando o paciente faz uma ultrassonografia ou tomografia para investigar outros problemas, como dor na coluna. Se não for tratada, a dilatação na artéria pode aumentar até chegar ao rompimento. "Não se sabem as causas exatas do aneurisma. Há um componente genético, mas hipertensão e fumo têm relação com a formação do aneurisma", disse o médico. Improviso De acordo com o diretor, o primeiro paciente operado havia passado por outras instituições. "O aneurisma ia explodir. Os médicos, então, retiraram o rim, o reimplantaram mais abaixo e corrigiram o aneurisma. Foi uma criação na hora", afirmou o médico. A equipe do Serviço de Cirurgia Vascular se prepara para descrever a técnica e submeter o artigo a revistas científicas. No ano passado, três pacientes foram submetidos à técnica. O aposentado Ismair Oliveira, de 70 anos, foi um deles. Hipertenso, fumante por 55 anos, acordou na madrugada de 26 de abril de 2015 com intensa dor abdominal. "Até hoje não senti nada no rim, nenhum problema para a urina", conta. Ele tentava havia muitos anos parar de fumar. "Desde essa dor, parei de fumar. Fez um ano agora que eu larguei."