Observações com o Telescópio Subaru e o Satélite CoRoT Revelam o Futuro do Sol 17 de Maio, 2013 Uma equipe de astrônomos liderada pelo Dr José Dias do Nascimento (Departamento de Física Teórica e Experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte [DFTE, UFRN], Brasil) encontrou a estrela gêmea solar mais distante até agora conhecida na Via Láctea - CoRoT Sol 1 , a qual tem praticamente o mesmos valor de massa e composição química do Sol. Espectros obtidos com o espectrógrafo de alta dispersão (HDS) do Telescópio Subaru mostrou que CoRoT Sol 1 possui uma idade de cerca de 6,7 bilhões de anos, e dados espaciais obtidos pelo satélite CoRoT (Convection, Rotation and planetary Transits) indicam um período de rotação de 29 +/- 5 dias para esta estrela. Esta recente descoberta de uma gêmea solar evoluída permite aos astrônomos desvendar o futuro próximo da estrela central do nosso sistema solar-- o Sol. Uma vez que o sol é a estrela mais próxima da Terra, ela tem sido extensivamente estudada de diversas maneiras. Apesar de consideráveis esforços feito pelos astrônomos, hoje em dia ainda não sabemos com exatidão quão típico e comum é a nossa estrela Sol. Exceto para as estrelas mais jovens, a verdadeira rotação daquelas semelhantes ao Sol é desconhecida, e não são poucos os estudos de gêmeos solares maduros ou de outros mais evoluídos. A massa (quantidade de matéria) e composição química de uma estrela são as principais características que determinam a sua evolução. Estudar estrelas com a mesma massa e composição do Sol, as chamados "estrelas gêmeas solares", pode nos dar mais informação sobre o nosso Sol; gêmeas solares de várias idades oferecem uma sequência fotográfica das diferentes fases evolutivas do Sol em (Figura 1). Figura 1: Representação artística de CoRoT Sol 1 e uma cronologia da evolução da Sol e de CoRoT Sol 1 baseado em dados do telescópio Subaru e da missão espacial CoRoT. A ilustração indica como a descoberta de CoRoT Sol 1 vai melhorar muito a nossa compreensão da evolução do Sol e permitir aos astrônomos testar as atuais teorias da evolução estelar e solar, em uma estrela gêmea Solar evoluída e observada. (Crédito: do Nascimento et al.) O satélite CoRoT (Convection, Rotation and planetary Transits, [nota]) forneceu medidas espaciais precisas a partir das quais foi possível determinar os períodos de rotação das estrelas. A equipe de cientistas selecionou as melhores candidatas a gêmeas solares dentro de um intervalo de períodos de rotação para estudar a evolução da rotação do Sol em detalhe. Como as estrelas gêmeas solares são muito fracas, a equipe utilizou o espectrógrafo de alta dispersão (HDS) do Telescópio Subaru para observar três das suas melhores candidatas a gêmeas solar. O grande tamanho do espelho do telescópio Subaru e a capacidade do HDS para espalhar precisamente a luz estelar em muitas cores constituintes lhes permitiu estudar as características das estrelas em grande detalhe. Uma análise meticulosa dos dados observados mostrou que uma das candidatas era autenticamente uma gêmea solar com uma massa e composição química semelhantes à do sol. A constatação foi ainda mais preciosa, devido ao fato que esta estrela gêmea solar está em um estágio ligeiramente mais evoluído que o Sol e pode servir como um excelente exemplo do que será futuro do Sol. Determinar a idade de uma estrela é, provavelmente, um dos aspectos mais difíceis da analise, porém espectros de alta qualidade pode lançar uma luz sobre a determinação as idades estelares. CoRoT Sol 1 é cerca de dois bilhões anos mais velha que o Sol, e seu período de rotação é aproximadamente o mesmo que o Sol. Dos Espectros obtidos com o HDS do Telescópio Subaru, conclui-se que CoRoT Sol 1 mostra uma composição química geral muito semelhante à do Sol, porém com seu padrão de detalhado de abundância kigeiramente diferente, como também encontrado nas outras gêmeas solares mais próximos (Figura 2). Por exemplo, a abundância de lítio (Li), um elemento que diminui com a idade, é mais baixa do que a do sol. O Líder da Equipe, o Dr. José Dias do Nascimento Jr comentou sobre a importância da idade do CoRoT Sol 1 para "Em 2 bilhões de anos, na idade que o Sol terá a idade atual da gêmea solar CoRoT Sol 1, a radiação emitida pelo Sol deve aumentar e tornar a superfície da Terra tão quente que a água líquida não poderá mais existir lá em seu estado natural. " Figura 2: Espectro da estrela CoRoT Sol 1 obtido com o HDS no Telescópio Subaru e respectiva comparação com o espectro do Sol, com destaque para a formação da linha de lítio (Li I 6707,8 A). O espectro sobreposta do Sol é mostrado com círculos abertos, enquanto que o espectro da estrela CoRoT Sol 1 é mostrada com a linha sólida vermelha. A linha vermelha irregular na parte inferior da figura representa as diferenças entre os espectros do Sol e o espectro da gêmea solar. (Crédito: do Nascimento et al.) Ao contrário das outras gêmeas solares que são relativamente brilhantes, CoRoT Sol 1, que está localizado na constelação do Unicórnio (Monoceros), é mais de 200 vezes mais fraca do que o gêmea solar mais brilhantes conhecida atualmente. entender o futuro da Sun: O grande espelho de 8,2 m do telescópio Subaru e a precisão de seu espectrógrafo de alta dispersão, foi essencial para tornar possível a realização deste estudo detalhado do espectros desta estrela gêmea tão fraca. A equipe planeja usar o telescópio Subaru para continuar a sua investigação que objetiva responder a questão de quão típico é aestrela Sol é, eles pretendem descrever sua evolução rotacional a partir de grupo de estrelas gêmeas solares que representam uma ampla gama de idades, e assim em seguida, podem colocar o Sol dentro deste contexto evolutivo. [Nota] A missão espacial CoRoT (refere-se a Convection, Rotation and planetary Transits), foi lançada em 27 de dezembro de 2006. É um Consorcium operado pelo Centre National d'Etudes Spatiales, (CNES), com a participação European Space Agency (ESA), ESA's Research and Science Support Department (ESA-RSSD), e dos países Austria, Belgium, Brasil, Alemanha, e Espanha. Referências: A presente descoberta faz parte do artigo intitulado “"The Future of the Sun: An Evolved Solar Twin Revealed by CoRoT", que está aceito para publicação e sairá em breve na prestigiosa revista Astrophysical Journal Letters (ApJL). • Materiais relacionados podem ser obtidas em no endereço: http://astro.dfte.ufrn.br/corottwin.htm http://arxiv.org/abs/1305.3652 • Os membros da equipa de cientistas responsáveis pela descoberta são: JD do Nascimento, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Y. Takeda, Observatório Astronómico Nacional do Japão (NAOJ) J. Meléndez, da Universidade de São Paulo, Brasil JS da Costa, UFRN, Brasil GF Porto de Mello, Observatório do Valongo da UFRJ, Brasil M. Castro, UFRN, Brasil Agradecimentos: Esta pesquisa é parcialmente financiada pelo seguinte organismos: • O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o Brasil • Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), Brasil • A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Brasil • Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Brasil