Folheto 11 Ok

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ISSN 0873-5506
Sapata
Leitão
Galeus melastomus (Rafinesque, 1810)
Sapata
Deania calcea (Lowe, 1839)
Distribuição geral: Atlântico Nordeste, das ilhas
Faröe a Marrocos, Mares Adriático e Mediterrâneo.
Ocorre em fundos da vertente continental até 1200 m
de profundidade e, ocasionalmente, na plataforma
continental, em profundidades não inferiores a 55 m
(Whitehead et al., 1986).
Distribuição geral: Atlântico Nordeste, da Islândia
até Marrocos, incluindo a ilha da Madeira. Atlântico
Central Leste, de Marrocos à Mauritânia, possivelmente Senegal. Oceano Índico, África do Sul. Oeste
do Pacífico, Japão; Sudeste da Austrália, Nova Zelândia
e a Este do Pacífico, Chile. Esta espécie ocorre entre
73 m e 1450 m de profundidade (Compagno, 1984).
Divulgação
Leitão
IPIMAR
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Distribuição de leitão
na costa continental portuguesa.
Distribuição de sapata
na costa continental portuguesa.
Internet: http://www.ipimar.pt
Corpo Editorial: Carlos Costa Monteiro (Coordenador),
Irineu Batista, Manuel Sobral, Manuela Falcão, Maria de
Lourdes Marecos, Maria Hortense Afonso e
Teresa Gama Pereira
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Impressão: Cromotipo, Lda.
Depósito Legal: 105529/96
ISSN: 0873-5506
Tiragem 1000 Exemplares
Distribuição Gratuita
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Nº. 11 / MAIO 2000
TUBARÕES E RAIAS
RECURSOS DE IMPORTÂNCIA CRESCENTE
Pedro Bordalo Machado e Ivone Figueiredo
Os tubarões e as raias são peixes cartilagíneos
que, na sua grande maioria, habitam os mares e
os oceanos de quase todo o globo sendo, no
entanto, mais abundantes nos Trópicos (Bordalo
Machado, 1996). Estes animais pertencem à
sub-classe dos Elasmobrânquios que engloba
cerca de 610 espécies, divididas em duas
ordens: Seláceos (tubarões) e Batoides (raias,
ratões e tremelgas) (Nelson, 1994).
Neste trabalho analisam-se os desembarques
anuais de Elasmobrânquios em Portugal continental de 1991 a 1998.As informações sobre a evolução dos desembarques da frota e o respectivo
valor comercial são provenientes do Banco Nacional de Dados de Estatística de Pesca da Direcção
Geral de Pescas e Aquicultura (DGPA). Na análise
dos dados consideraram-se três grupos: Tubarões
de profundidade, Raias e Tubarões pelágicos.
As características
do ciclo de vida dos
Elasmobrânquios,
tais como maturação
sexual tardia e crescimento lento, fazem
com que sejam particularmente vulneráveis a uma exploração comercial não
controlada e intensa.
Em Portugal continental são desembarcadas várias espécies
de tubarões e raias
que têm já alguma importância económica. Os
tubarões são, de um modo geral, discriminados
por espécie, enquanto que as raias, na maioria
dos casos, são agrupadas numa única categoria.
Dado que estas espécies podem apresentar comportamentos biológicos diferentes, torna-se necessário proceder também à separação por espécies das raias de modo a melhorar a informação biológica e estatística destes recursos cujo
interesse comercial tem vindo a crescer.
Os desembarques
dos Tubarões de
profundidade resultam, na maior parte
dos casos, de capturas acessórias nas
pescarias dirigidas
a outras espécies
(p. ex., a pescaria de
peixe-espada-preto,
Aphanopus carbo,
que opera ao largo
de Sesimbra).
D e re fe r i r n o
entanto que, no princípio da década de 80, foi
iniciada uma pescaria dirigida a tubarões de profundidade ao largo de Viana de Castelo. Esta
pescaria teve uma rápida ascensão devido
sobretudo à grande valorização do fígado de
algumas espécies de tubarões, de onde se extrai
o esqualeno (Melo et al., 1987) mas, nos últimos
anos, os desembarques diminuíram drasticamente, existindo presentemente uma única
embarcação a operar na zona (Henriques, 1998).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORDALO MACHADO, P., 1996. Aspectos
da Biologia e Ecologia do Tubarão lamniforme
Scyliorhinus canicula Linnaeus, 1758. Relatório
de estágio profissionalizante da Licenciatura
de Biologia Aplicada aos Recursos Animais.
Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa, 60 p.
COMPAGNO, L. J. V., 1984. Sharks of the
World. FAO species catalogue, FAO Fish. Syn.,
Vol 4, part 1, 125 p.
IPIMAR
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Figura 2 - Evolução dos desembarques em peso e
valor médio comercial de Raias na
costa continental portuguesa de 1991 a
1998.
Figura 3 - Evolução dos desembarques em peso e
valor médio comercial de Tubarões pelágicos na costa continental portuguesa
de 1991 a 1998.
Nos últimos anos, o carocho, Centroscymnus
coelolepis, foi a espécie que registou o maior
aumento do peso total desembarcado. Pelo
contrário, os desembarques de barroso,
Centrophorus granulosus, têm vindo a diminuir verificando-se, no entanto, que foi a espécie com maior importância económica a partir
de 1996 (Fig. 1).
lagíneos, ocuparam a segunda posição em termos económicos, revelando o crescente interesse por estas espécies.
Assim, no decurso das campanhas de investigação do IPIMAR que se realizam na costa continental portuguesa entre 400 e 800 m de profundidade, tem vindo a ser recolhida informação
biológica de tubarões de profundidade. O leitão,
Galeus melastomus, e a sapata, Deania calcea,
têm sido as espécies de elasmobrânquios mais
abundantes nas capturas cuja distribuição na
costa continetal portuguesa se apresenta. Ainda
relativamente a estas espécies estão em curso
estudos de reprodução e crescimento.
A subida do seu valor médio comercial
parece ter sido amplamente condicionada pela
redução drástica dos desembarques, em particular nos últimos cinco anos do período em análise.
A tendência crescente do valor médio comercial
da lixa, Centrophorus squamosus, acompanhou,
paralelamente, a registada para o barroso.
No grupo das Raias, cerca de 95% do total
desembarcado correspondeu a Raja spp. que
inclui várias espécies não discriminadas em
lota. As tremelgas (Torpedo spp.) ocuparam a
segunda posição, mas os valores dos seus
desembarques foram claramente inferiores aos
de Raja spp. que, no conjunto dos peixes carti-
Relativamente à uge-manta, Gymnura altavela,
com reduzidos valores de desembarque importa
salientar o seu valor comercial (Fig. 2).
Os Tubarões pelágicos constituem o grupo
em que se registaram os menores valores de
peso total desembarcado (Fig. 3). Neste grupo,
a tintureira, Prionace glauca, foi a espécie
com maior volume de desembarques, cerca de
400 toneladas/ano. Por outro lado, o anequim,
Isurus oxyrinchus, apresentou o preço médio
por kg mais elevado, ultrapassando sempre os
400$00 /kg, enquanto a tintureira foi o tubarão
pelágico com menor valor comercial.
No que respeita a estas espécies, têm-se desenvolvido no IPIMAR, desde 1996, estudos de
biologia de alguns seláceos da vertente continental portuguesa, no âmbito de um projecto
comunitário sobre recursos de profundidade.
RAIA LENGA (Raja clavata)
MELO, A. A.; LEITE, A. M.; NUNES, M. L.,
1987. Tubarões de profundidade. Algumas
notas acerca da pescaria. Instituto Nacional de
Investigação das Pescas, 35 p. (Mimeo).
NELSON, J. S., 1994. Fishes of the World.
3 Edition. John Wiley & Sons, Inc., 624 p.
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WHITEHEAD, P. J. P.; BAUCHOT, M. L.;
HUREAU, J.-C.; NILSEN, J.; TORTONESE, E.
(Eds), 1986. Fishes of the North-Eastern
Atlantic and the Mediterranean (Gobiidae to
Linophrynidae). UNESCO, 3:1008-1473.
RAIA CURVA (Raja undulata)
Figura 4 - Duas espécies de raias frequentemente desembarcadas.
Divulgação
Figura 1 - Evolução dos desembarques em peso e
valor médio comercial de Tubarões de
profundidade na costa continental portuguesa de 1991 a 1998.
HENRIQUES, V., 1998. Portuguese deepwater fisheries on the continental slope. ICES
CM 1998/O:65 (Poster).
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IPIMAR
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FIGUEIREDO, I.; CORREIA, J. P., 1996.
Primeira aproximação ao estudo de Leitão,
Galeus melastomus, Rafinesque, 1810. Relat.
Cient. Téc. Inst. Port. Invest. Marít., 17, 16p.
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