Apostila - Parte 01

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Gametogênese
Gametogênese é o processo pelo qual os gametas são produzidos nos organismos dotados
de reprodução sexuada. Nos animais, a gametogênese acontece nas gônadas, órgãos que
também produzem os hormônios sexuais, que determinam as características que diferenciam
os machos das fêmeas.
O evento fundamental da gametogênese é a meiose, que reduz à metade a
quantidade de cromossomos das células, originando células haplóides. Na
fecundação, a fusão de dois gametas haplóides reconstitui o número diplóide característico
de cada espécie.
Em alguns raros casos, não acontece meiose durante a formação dos gametas. Um exemplo
bastante conhecido é o das abelhas: se um óvulo não for fecundado por nenhum
espermatozóide, irá se desenvolver por mitoses consecutivas, originando um embrião em
que todas as células são haplóides. Esse embrião haplóide formará um indivíduo do sexo
masculino. O desenvolvimento de um gameta sem que haja fecundação chama-se
partenogênese. Se o óvulo for fecundado, o embrião 2n irá originar uma fêmea.
Em linhas gerais, a gametogênese masculina (ou espermatogênese) e a
gametogênese feminina (ovogênese ou ovulogênese) seguem as mesmas etapas.
A Espermatogênese
Processo que ocorre nos testículos, as gônadas masculinas. Secretam a testosterona,
hormônio sexual responsável pelo aparecimento das características sexuais masculinas:
aparecimento da barba e dos pêlos corporais em maior quantidade, massa muscular mais
desenvolvida, timbre grave da voz, etc.
As células dos testículos estão organizadas ao redor dos túbulos seminíferos, nos quais os
espermatozóides são produzidos. A testosterona é secretada pelas células intersticiais. Ao
redor dos túbulos seminíferos, estão as células de Sertoli, responsáveis pela nutrição e pela
sustentação das células da linhagem germinativa, ou seja, as que irão gerar os
espermatozóides.
Nos mamíferos, geralmente os testículos ficam fora da cavidade abdominal, em uma bolsa
de pele chamada bolsa escrotal. Dessa forma, a temperatura dos testículos permanece
aproximadamente 1° C inferior à temperatura corporal, o que é ideal para a
espermatogênese.
A espermatogênese divide-se em quatro fases:
Fase de proliferação ou de multiplicação:
Tem início durante a vida intra-uterina, antes
mesmo do nascimento do menino, e se prolonga
praticamente por toda a vida. As células
primordiais dos testículos, diplóides, aumentam
em quantidade por mitoses consecutivas e
formam as espermatogônias .
Fase de crescimento: Um pequeno aumento no
volume do citoplasma das espermatogônias as
converte em espermatócitos de primeira ordem,
também chamados espermatócitos primários ou
espermatócitos I, também diplóides.
Fase de maturação: Também é rápida, nos
machos, e corresponde ao período de ocorrência
da meiose. Depois da primeira divisão meiótica,
cada espermatócito de primeira ordem origina
dois
espermatócitos
de
segunda
ordem
(espermatócitos secundários ou espermatócitos
II). Como resultam da primeira divisão da
meiose, já são haplóides, embora possuam
cromossomos duplicados. Com a ocorrência da
segunda divisão meiótica, os dois espermatócitos
de segunda ordem originam quatro espermátides
haplóides.
Espermiogênese: É o processo que converte as
espermátides em espermatozóides, perdendo
quase todo o citoplasma. As vesículas do
complexo de Golgi fundem-se, formando o
acrossomo, localizado na extremidade anterior
dos espermatozóides. O acrossomo contém
enzimas que perfuram as membranas do óvulo,
na fecundação.
Os
centríolos
migram
para
a
região
imediatamente
posterior
ao
núcleo
da
espermátide e participam da formação do flagelo,
estrutura responsável pela movimentação dos
espermatozóides.
grande
quantidade
de
mitocôndrias,
responsáveis
pela
respiração
celular e pela produção de ATP, concentram-se na
região entre a cabeça e o flagelo, conhecida como
peça intermediária.
Aparelho Reprodutor Masculino
Os órgãos do sistema reprodutor masculino produzem os gametas por meio da
gametogênese e são anatomicamente moldados para inserir estes gametas no sistema
reprodutor feminino para que haja fecundação e continuidade da espécie.
As gônadas masculinas, ou testículos, são órgãos sexuais principais, pois produzem os
gametas e s hormônios que definem as características sexuais secundárias. O epidídimo,
ducto deferente, vesículas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais, escroto e pênis são
chamados de órgãos sexuais acessórios.
Imagem: GOWDAK, Demétrio; GOWDAK, Luís Henrique.
Atlas de Anatomia Humana. São Paulo, Ed. FTD, 1989.
Sêmen
As glândulas acessórias (vesículas seminais, próstata e glândula bulbouretral) produzem
várias secreções que se misturam com os espermatozóides durante a passagem pelos canais
e funcionam como nutrientes para os espermatozóides. Possui pH alcalino para protegê-los
da acidez do pH vaginal.
Epidídimo
O epidídimo recebe os espermatozóides produzidos pelo testículo e serve como local de
reserva de espermatozóides pos é um tubo muito longo. A musculatura lisa do epidídimo tem
contrações que ajudam no transporte dos espermatozóides e na ejaculação. O processo de
maturação dos espermatozóides ocorre durante sua passagem pelo epidídimo.
Ducto deferente
O epidídimo continua no ducto deferente, que desemboca na uretra prostática e é formado
por músculo liso. Antes de penetrar na próstata, o tubo se alonga formando uma ampola,
que se liga a vesícula seminal, segue penetrando na próstata ate chegar à região prostática
da uretra. Na região intraprostática recebe o nome de ducto ejaculatório. Os músculos lisos
do ducto deferente sofrem contrações durante a ejaculação.
Glândulas acessórias
- Vesículas seminais
As vesículas seminais são duas bolsas que secretam um líquido viscoso composto
principalmente por frutose, prostaglandinas e várias proteínas que fornecem nutrição e
energia para o espermatozóide. Localizam-se lateralmente aos ductos deferentes. A secreção
das vesículas seminais é controlada pela testosterona.
- Próstata
A próstata produz o líquido prostático e se localiza próxima ao reto. Este líquido secretado é
alcalino e leitoso, contribuindo na composição do sêmen.
- Glândulas bulbouretrais
São duas pequenas glândulas (do tamanho de ervilhas) que se localizam abaixo da próstata.
Secretam um muco claro e tem função lubrificante.
Pênis
O pênis é formado pelas seguintes partes: glande, prepúcio, corpo cavernoso, corpo
esponjoso e bulbo.
A glande é a extremidade do pênis, coberta por uma pele, chamada prepúcio. Os dois corpos
cavernosos e o corpo esponjoso possuem espaços esponjosos que se enchem de sangue,
causando a ereção. O canal da uretra passa por entre esses tecidos eréteis. O bulbo é a
região alargada do corpo esponjoso, na sua região proximal (base do pênis).
Imagem: Superinteressante coleções O Corpo Humano - Sexo: a Atração Vital.
A Ovogênese
Nos ovários, encontram-se agrupamentos celulares chamados folículos ovarianos de
Graff, onde estão as células germinativas, que originam os gametas, e as células foliculares,
responsáveis pela manutenção das células germinativas e pela produção dos hormônios
sexuais femininos.
Nas mulheres, apenas um folículo ovariano entra em maturação a cada ciclo menstrual,
período compreendido entre duas menstruações consecutivas e que dura, em média, 28
dias. Isso significa que, a cada ciclo, apenas um gameta torna-se maduro e é liberado no
sistema reprodutor da mulher.
Os ovários alternam-se na maturação dos seus folículos, ou seja, a cada ciclo
menstrual, a liberação de um óvulo, ou ovulação, acontece em um dos dois ovários.
A ovogênese é dividida em três etapas:
Fase de multiplicação ou de proliferação: É uma fase
de mitoses consecutivas, quando as células germinativas
aumentam em quantidade e originam ovogônias. Nos
fetos femininos humanos, a fase proliferativa termina por
volta do final do primeiro trimestre da gestação. Portanto,
quando uma menina nasce, já possui em seus ovários
cerca de 400 000 folículos de Graff. É uma quantidade
limitada, ao contrário dos homens, que produzem
espermatogônias durante quase toda a vida.
Fase de crescimento: Logo que são formadas, as
ovogônias iniciam a primeira divisão da meiose,
interrompida na prófase I. Passam, então, por um notável
crescimento, com aumento do citoplasma e grande
acumulação de substâncias nutritivas. Esse depósito
citoplasmático de nutrientes chama-se vitelo, e é
responsável pela nutrição do embrião durante seu
desenvolvimento.
Terminada a fase de crescimento, as ovogônias
transformam-se em ovócitos primários (ovócitos de
primeira ordem ou ovócitos I). Nas mulheres, essa fase
perdura até a puberdade, quando a menina inicia a sua
maturidade sexual.
Fase de maturação: Dos 400 000 ovócitos primários,
apenas 350 ou 400 completarão sua transformação em
gametas maduros, um a cada ciclo menstrual. A fase de
maturação inicia-se quando a menina alcança a
maturidade sexual, por volta de 11 a 15 anos de idade.
Quando o ovócito primário completa a primeira divisão da
meiose, interrompida na prófase I, origina duas células.
Uma delas não recebe citoplasma e desintegra-se a
seguir, na maioria das vezes sem iniciar a segunda
divisão da meiose. É o primeiro corpúsculo (ou glóbulo)
polar.
A outra célula, grande e rica em vitelo, é o ovócito
secundário (ovócito de segunda ordem ou ovócito II). Ao
sofrer, a segunda divisão da meiose, origina o segundo
corpúsculo polar, que também morre em pouco tempo, e
o óvulo, gameta feminino, célula volumosa e cheia de
vitelo.
Na gametogênese feminina, a divisão meiótica é desigual porque não reparte igualmente
o citoplasma entre as células-filhas. Isso permite que o óvulo formado seja bastante rico em
substâncias nutritivas.
Na maioria das fêmeas de mamíferos, a segunda divisão da meiose só acontece caso o
gameta seja fecundado. Curiosamente, o verdadeiro gameta dessas fêmeas é o ovócito
II, pois é ele que se funde com o espermatozóide.
Aparelho Reprodutor Feminino
O sistema reprodutor feminino é formado pelas gônadas (ovários) que produzem
os óvulos, as tubas uterinas, que transportam os óvulos do ovário até o útero e os protege, o
útero, onde o embrião irá se desenvolver caso haja fecundação, a vagina e a vulva.
Ovários
Os ovários são órgãos sexuais primários, produzem os óvulos e os hormônios sexuais
femininos estrógeno e progesterona. Os ovários possuem o tamanho aproximado de uma
azeitona.
A camada mais externa de tecido é chamada de córtex e possui milhares de células, que são
os óvulos imaturos, chamados de folículos primários, que completam seu desenvolvimento
durante a ovulação. Esses folículos começam crescer e se desenvolver sob a ação dos
hormônios, processo que começa na adolescência.
Ovogênese
É nome da gametogênese feminina, que leva à produção dos óvulos. Este processo inicia-se
antes do nascimento e as células diplóides precursoras, as ovogônias, crescem durante o
período embrionário e passam a ser chamadas de ovócitos primários e apenas na puberdade
que estas células sofrerão meiose, produzindo células haplóides. O óvulo finaliza seu
desenvolvimento durante a fecundação.
Tubas uterinas
As tubas uterinas são formadas pelas seguintes partes: a mesoalpinge é a região onde ela se
prende no útero, o istmo é a porção medial que se abre o útero e a ampola é a região onde
ela sofre uma curvatura para encontrar o ovário.
Próximo ao ovário está o infundíbulo, que se abre em uma cavidade chamada óstio
abdominal, que possui muitas fímbrias, que estão presas ao ovário. Estas fímbrias
movimentam-se, carregando o óvulo pelo interior da tuba uterina, com o auxílio das células
ciliadas presentes na região e também de contrações musculares da parede.
Útero
O útero possui a forma de uma pêra invertida, é musculoso e oco. Na sua região
superior/lateral está ligado com as tubas uterinas e na região inferior está ligado com a
vagina.
Está situado na cavidade pélvica, atrás da bexiga urinária e anteriormente ao reto.
O útero é formado pelas seguintes regiões: corpo, istmo, colo, óstio e fundo. O corpo é a
porção superior do útero, que se estreita logo abaixo, formando o istmo. O colo do útero é a
região onde o istmo encontra a vagina e possui forma cilíndrica. O óstio é a abertura do
útero na vagina. O fundo do útero é a região próxima das ligações com as tubas uterinas.
O interior do útero é revestido por um tecido muito vascularizado e sua parede é formada
por três camadas, que são as mesmas das tubas uterinas: serosa, miométrio e endométrio.
A serosa é formada pelo peritônio. O miométrio encontra-se abaixo da serosa e é
responsável por boa parte da espessura da parede uterina.
O endométrio é uma camada de células que reveste a cavidade uterina e tem uma
participação muito importante durante a ovulação. Todo mês ele se torna mais espesso para
receber o óvulo fertilizado. Caso não ocorra a fertilização, o endométrio que se desenvolveu
é eliminado através da menstruação.
Vagina
A vagina é um canal musculoso que liga o colo do útero ate o exterior, na genitália. Próximo
à entrada da vagina há uma membrana vascularizada, chamada hímen, que bloqueia a
entrada da vagina total ou parcialmente e normalmente se rompe nas primeiras relações
sexuais.
A mucosa vaginal possui pH ácido para impedir a proliferação de microorganismos nesta
região.
Na parede da vagina há células produtoras de muco para lubrificar a região durante a relação
sexual, facilitando a penetração do pênis. Estas células são chamadas de glândulas de
Bartolin.
Genitália feminina externa
A genitália feminina externa é chamada de vulva. Normalmente sua região mais externa é
coberta com pêlos.
É formada pelos grandes lábios, que envolvem duas pregas menores, chamadas de
pequenos lábios e que protegem a abertura vaginal e circundam o clitóris. São altamente
vascularizados.
O clitóris é um pequeno órgão, altamente sensível e corresponde a glande do pênis e é
formado por tecido erétil.
Períneo feminino
É a região externa entre a vagina e o ânus.
Mamas e glândulas mamárias
As glândulas mamárias produzem o leite que servira de alimento para o recém nascido.
Também estão presentes nos homens, porém não produzem leite.
São formadas externamente pelo mamilo e aréola.
As glândulas mamárias são formadas por 15 a 20 lobos. É na puberdade, sob a ação dos
hormônios que elas começam se desenvolver.
Ciclo Menstrual
Ciclo menstrual é o nome dos processos que ocorrem no sistema reprodutor feminino todo
mês em decorrência da ação dos hormônios estrógeno e progesterona.
Fases do ciclo menstrual:
Fase menstrual
A menstruação é a eliminação do tecido endometrial, sangue, secreções e muco do útero, e
dura de três a sete dias.
Durante este processo o nível de estrógeno e progesterona é baixo no sangue e permitem
que o hipotálamo secrete o fator liberador do FSH (hormônio folículo-estimulante),
estimulando a adeno-hipófise a produzir FSH e LH, estimulando o desenvolvimento do
folículo primário.
Fase proliferativa
Nesta fase há um aumento na produção de estrógeno e a parede do endométrio começa ficar
espessa. O folículo primário amadurece e começa secretar progesterona. Quando a produção
de estrógeno chega ao seu máximo, o LH também tem um aumento na sua produção,
provocando a ruptura do folículo maduro, ocorrendo a ovulação, próximo ao 14º dia após o
início da menstruação.
Essa fase é chamada de proliferativa, pois as células do endométrio se proliferam e recebem
vasos sanguíneos.
Fase secretora
Após a ovulação, o folículo que se rompeu sofre algumas transformações, tornando-se
amarelado e recebe o nome de corpo lúteo, ou corpo amarelo. Sua função é produzir
progesterona e estrógeno. Com o aumento da produção destes hormônios, a produção de LH
e FSH cessa.
O endométrio está pronto para receber o embrião e está ricamente vascularizado. Por volta
da 4ª semana, o corpo lúteo regride e cessa a produção de hormônios. Se não houver
fecundação o endométrio é eliminado através da menstruação, iniciando um novo ciclo
menstrual.
Fecundação: A volta à Diploidia
Para que surja um novo indivíduo, os gametas fundem-se aos pares, um masculino e outro
feminino, que possuem papéis diferentes na formação do descendente. Essa fusão é a
fecundação ou fertilização.
Ambos trazem a mesma quantidade haplóide de cromossomos, mas apenas os gametas
femininos possuem nutrientes, que alimentam o embrião durante o seu desenvolvimento.
Por sua vez, apenas os gametas masculinos são móveis, responsáveis pelo encontro que
pode acontecer no meio externo (fecundação externa) ou dentro do corpo da fêmea
(fecundação interna). Excetuando-se muitos dos artrópodes, os répteis, as aves e os
mamíferos, todos os outros animais possuem fecundação externa, que só acontece em meio
aquático.
Quando a fecundação é externa, tanto os machos quanto as fêmeas produzem gametas em
grande quantidade, para compensar a perda que esse ambiente ocasiona. Muitos gametas
são levados pelas águas ou servem de alimentos para outros animais. Nos animais dotados
de fecundação interna, as fêmeas produzem apenas um ou alguns gametas por vez, e eles
encontram-se protegidos dentro do sistema reprodutor.
Além da membrana plasmática, o óvulo possui outro
revestimento mais externo, a membrana vitelínica. Quando
um espermatozóide faz contato com a membrana vitelínica, a
membrana do acrossomo funde-se à membrana do
espermatozóide (reação acrossômica), liberando as enzimas
presentes no acrossomo.
As enzimas do acrossomo dissolvem a membrana vitelínica e
abrem caminho para a penetração do espermatozóide. Com a
fusão da membrana do espermatozóide com a membrana do
óvulo, o núcleo do espermatozóide penetra no óvulo. Nesse
instante, a membrana do óvulo sofre alterações químicas e
elétricas, transformando-se na membrana de fertilização, que
impede a penetração de outros espermatozóides.
No interior do óvulo, o núcleo do espermatozóide, agora
chamado pró-núcleo masculino, funde-se com o núcleo do
óvulo, o pró-núcleo feminino. Cada pró-núcleo traz um lote
haplóide de cromossomos, e a fusão resulta em um lote
diplóide, o zigoto. Nessa célula, metade dos cromossomos
tem origem paterna e metade, origem materna.
Reprodução
A reprodução é uma característica de todos os seres vivos. Ela é fundamental para a
manutenção da espécie, uma vez que, nas atuais condições da Terra, os seres vivos só
surgem a partir de outros seres vivos iguais a eles por meio da reprodução. No nível
molecular, a reprodução está relacionada com a capacidade ímpar do DNA de se duplicar.
Como vimos, quem comanda e coordena todo o processo de divisão celular é o DNA dos
cromossomos.
São vários os tipos de reprodução que os seres vivos apresentam, mas todos eles podem ser
agrupados em duas grandes categorias: a reprodução assexuada e a sexuada.
Reprodução assexuada
Os indivíduos que surgem por reprodução assexuada são geneticamente idênticos entre si,
formando o que se chama clone. Esses indivíduos só terão patrimônio genético diferente se
sofrem mutação gênica, ou seja, alteração nas seqüências de bases nitrogenadas de uma ou
mais moléculas de DNA.
Vários são os seres vivos que se reproduzem assexuadamente e vários são os tipos de
reprodução assexuada.
Nos eucariontes, unicelulares ou multicelulares, a reprodução
relacionada com a mitose.
assexuada
está
No caso dos unicelulares, o tipo de reprodução assexuada que lhes permite se dividir em
dois é denominado bipartição.
O processo de bipartição também ocorre nos procariontes, mas nesse caso, não há mitose
como a verificada nos eucariontes.
Nos organismos multicelulares, como as plantas, por exemplo, a reprodução assexuada pode
ocorrer por propagação vegetativa. Nesse caso, partes da planta podem dar origem, por
mitose, a outros indivíduos.
Conhecendo essas peculiaridades das plantas, o ser humano aprendeu a fazer uso dela, em
benefício próprio, confeccionando mudas, que cultivadas, dão origem a nova planta idêntica,
a planta mãe, preservando, assim, as características comercialmente importantes.
Nos animais, um dos tipos de reprodução assexuada mais frequentemente observado é
o brotamento ou gemiparidade: de um indivíduo inicial brota outro indivíduo, que pode se
destacar do primeiro e passar a ter vida independente. É o que acontece, por exemplo, na
hidra. Em outros casos, o brotamento pode dar origem a uma colônia de organismos, em
que os brotos permanecem ligados ao indivíduo inicial e se desenvolvem ligados. É o que
ocorre na maioria das esponjas. A hidra, um organismo aquático, é um exemplo de animal
que apresenta esse tipo de reprodução.
Reprodução sexuada
A reprodução sexuada está relacionada com processos que envolvem troca e mistura
de material genético entre indivíduos de uma mesma espécie. Os indivíduos que surgem por
reprodução sexuada assemelham-se aos pais, mas não são idênticos a eles.
Esse modo de reprodução, apesar de mais complexo e energicamente mais custoso do que a
reprodução assexuada, traz grandes vantagens aos seres vivos e é o mais amplamente
empregado pelos diferentes grupos. Mesmo organismos que apresentam reprodução
assexuada podem também se reproduzir sexuadamente, embora existam algumas espécies
em que a reprodução sexuada não ocorre.
Se o nosso ambiente fosse completamente estável, sem sofrer alterações ao longo do tempo,
a reprodução assexuada seria muito vantajosa, pois preservaria, sem modificações, as
características dos organismos para uma certa condição ecológica. Essa, entretanto, não é
realidade. O meio ambiente sempre pode apresentar alterações. Sobreviver a elas depende
em grande parte de o patrimônio genético conter soluções as mais variadas possíveis.
Coloração é um tipo de variabilidade.
Populações formadas por indivíduos geneticamente idênticos, como os originados
por reprodução assexuada, são mais suscetíveis a alterações ambientais. Se ocorrer
no ambiente uma modificação que lhes seja desfavorável, todos os indivíduos podem morrer
de uma vez só. Isso pode não acontecer com populações formadas por indivíduos que se
reproduzem sexuadamente, pois a variabilidade genética entre eles é maior. Essa alteração
ambiental pode afetar parte da população, mas outra parte sobrevive por ter em seu
material genético condições para resistir à alteração.
Na agricultura, utiliza-se muito a reprodução assexuada das plantas visando à
manutenção, ao longo das gerações, de características comercialmente
importantes. O uso desse recurso, no entanto, permite que culturas inteiras possam ser
dizimadas caso ocorra no meio alguma alteração que prejudique esses organismos.
Nos animais, a reprodução sexuada envolve a meiose, cujos produtos são sempre
os gametas, células reprodutivas haplóides. Os gametas masculinos são os
espermatozóides e os femininos, os óvulos.
Na maioria dos animais, os espermatozóides são produzidos pelo indivíduo do sexo
masculino e osóvulos são produzidos pelo indivíduo do sexo feminino. Nesses casos, os
sexos são separados. Alguns animais, no entanto, como é o caso das minhocas,
são hermafroditas, pois óvulos e espermatozóides são produzidos pelo mesmo
indivíduo.
Nos hermafroditas pode ocorrer autofecundação, ou seja, a fecundação do óvulo
pelo espermatozóide do mesmo indivíduo. Ocorre em algumas espécies vegetais.
Entretanto, geralmente existem mecanismos que impedem a autofecundação. Nesses casos,
os óvulos de um indivíduo são fecundados pelos espermatozóides de outro indivíduo da
mesma espécie. Fala-se, então, em fecundação cruzada.
As minhocas fazem fecundação cruzada
Espermatozóides
Os espermatozóides são geralmente células, muito menores que os óvulos e estão
estruturados de modo a permitir o máximo de eficiência de deslocamento, o que aumenta a
chance de eles chegarem ao óvulo. São células pequenas, alongadas com formato
hidrodinâmico e com uma longa cauda que é utilizada na propulsão.
Esquema do espermatozóide humano
Apesar de a imensa maioria dos espermatozóides dos animais ser flagelada, existem
espermatozóides que não possuem flagelo. É o caso dos espermatozóides dos nematódeos,
animais vermiformes cujo representante mais conhecido é a lombriga (Ascaris lumbricóides),
um parasita do intestino humano.
Os espermatozóides variam muito em tamanho e forma entre as diferentes espécies.
1- Espermatozóide de
caracol (gastrópode)
2- Espermatozóide de
Ascaris (nemátoda)
3- Espermatozóide de
salamandra (anfíbio)
4- Espermatozóide de
sapo (anfíbio)
5- Espermatozóide de
galo (ave)
6- Espermatozóide de
rato (mamífero)
7- Espermatozóide de
carneiro.
8 - Espermatozóide do
homem
Óvulos
Os óvulos dos animais são geralmente células grandes e imóveis, que contém em seu
interior reserva de nutrientes para o desenvolvimento do embrião. Esses nutrientes
compõem o vitelo. A quantidade e a localização do vitelo são variáveis nos diferentes óvulos.
Essas duas características permitem-nos classificá-los em vários tipos:
oligolécito (oligo = pouco; lecito = vitelo), homolécito ou isolécito (homo ou iso = igual)
—
possui
pouco
vitelo
homogeneamente
distribuídos
e
sua
segmentação
é total ou holoblástica (holo = todo;blasto = germe) e igual, pois origina uma mórula com
blastômeros de tamanhos aproximadamente iguais; é o ovo dos protocordados (anfíoxo e
ascídia) e de muitos invertebrados marinhos, como esponjas, corais eestrelas-do-mar.
Representação de ovulo oligolécito / alécito
alécito (a = sem) – semelhantemente aos oligolécitos, mas praticamente sem vitelo. Muitas
vezes
são
classificados
como
oligolécitos
ou
isolécitos.
Sua
segmentação
é total ou holoblástica (holo = todo;blasto = germe) e igual, pois origina uma mórula com
blastômeros de tamanhos aproximadamente iguais.
heterolécito (hetero = diferente) - apresenta quantidade de vitelo intermediária entre a dos
ovos oligolécitos e telolécitos (daí os outros nomes: mesolécito ou mediolécito) e
concentrada mais no pólo vegetal ou vegetativo que no pólo animal (região superior); a
segmentação é total e desigual, pois, por ter menos vitelo, o pólo animal divide-se mais
rapidamente e produz células menores e mais numerosas que as produzidas no outro pólo; é
o ovo de anfíbios, de vários peixes e de alguns invertebrados (maioria dos moluscos,
poliquetas e platelmintos).
Segmentação total e igual de um ovo oligolécito (anfioxo)
Segmentação total e desigual de um ovo heterolécito (anfíbio)
telolécito (telo = ponta) ou megalécito (mega = grande) - o núcleo e o citoplasma formam
uma pequena gota sobre uma quantidade enorme de vitelo (também chamado
de gema, neste caso); a segmentação émeroblástica (mero = parte) ou parcial e
discoidal – pois ocorre apenas no pólo animal e forma um pequeno disco de
células (cicatrícula), encravado na gema; é o ovo de répteis, aves, vários peixes e de
alguns moluscos e mamíferos ovíparos (ornitorrinco e equidna).
centrolécito - o vitelo ocupa a região central da célula e não se divide; o núcleo divide-se
várias vezes no interior do vitelo e migra para a periferia, seguindo-se a divisão do
citoplasma; a segmentação é meroblástica e superficial; é o ovo da maioria dos artrópodes
(insetos e outros).
Fecundação
Dos aproximadamente 300 milhões de espermatozóides eliminados na ejaculação, apenas
cerca de 200 atingem a tuba uterina, e só um fecunda o ovócito II.
Quando liberado do ovário, o ovócito encontra-se envolto na zona pelúcida, formada por uma
rede de filamentos glicoprotéicos. Externamente a zona pelúcida há a corona radiata,
formadas por células foliculares (células derivadas do ovário).
Na fecundação, o espermatozóide passa pela corona radiata e ao atingir a zona pelúcida
sofre alterações formando a membrana de fecundação, que impede a penetração de outros
espermatozóides no ovócito.
Ao mesmo tempo, há finalização da meiose dando origem ao óvulo e formando-se
o segundo corpúsculo polar.
Na fecundação, o espermatozóide fornece para o zigoto o núcleo e o centríolo. As
mitocôndrias dos espermatozóides desintegram-se no citoplasma do óvulo. Assim, todas as
mitocôndrias do corpo do novo indivíduo são de origem materna.
Hoje se sabe que há muitas doenças causadas por mutações no DNA mitocondrial e que elas
são transmitidas diretamente das mães para seus descendentes. Além disso, a análise do
DNA mitocondrial tem sido usada em testes de maternidade para verificar quem é a mãe de
uma criança.
O núcleo haplóide do óvulo e o núcleo do espermatozóide recebem, respectivamente, os
nomes pró-núcleo feminino e pró-núcleo masculino. Com a união desses núcleos
(anfimixia), temos a formação da célula-ovo ou zigoto e o início do desenvolvimento
embrionário.
O desenvolvimento embrionário
O zigoto é portador do material genético fornecido pelo espermatozóide e pelo óvulo. Um vez
formado o zigoto irá se dividir muitas vezes por mitose até originar um novo indivíduo.
Assim, todas as células que formam o corpo de um indivíduo possuem o mesmo
patrimônio genético que existia no zigoto.
Apesar disso, ao longo do desenvolvimento embrionário as células passam por um processo
de diferenciação celular em que alguns genes são “ativados” e outros são
“desativados”, sendo que somente os “ativados” coordenam as funções das células.
Surgem dessa maneira tipos celulares com formatos e funções distintos, que se organizam
em tecidos. Conjuntos de tecidos reunidos formam os órgãos. Os grupos de órgãos formam
os sistemas que, por sua vez, formam o organismo.
Células – tecidos – órgãos – sistemas – organismos
A ciência que estuda esse processo de desenvolvimento do indivíduo a partir do zigoto é a
Embriologia.
Fases do desenvolvimento embrionário
Os animais apresentam grande diversidade de desenvolvimento embrionário, mas, de modo
geral,
em
praticamente
todos
ocorrem
três
fases
consecutivas: segmentação, gastrulação e organogênese.
Na segmentação, mesmo com o aumento do número de células, praticamente não há
aumento do volume total do embrião, pois as divisões celulares são muito rápidas e as
células não têm tempo para crescer.
Na fase seguinte, que é a gastrulação, o aumento do número de células é acompanhada do
aumento do volume total. Inicia-se nessa fase a diferenciação celular, ocorrendo a formação
dos folhetos germinativos ou folhetos embrionários, que darão origem aos tecidos do
indivíduo.
No estágio seguinte, que é a organogênese, ocorre a diferenciação dos órgãos.
Vamos analisar cada uma dessas fases para os animais em geral e depois comentar o
desenvolvimento embrionário humano.
Segmentação
As divisões que ocorrem durante a segmentação denominam-se clivagens, e as células que
se formam são chamadas blastômeros.
No Reino Animal, a diferença na quantidade e na distribuição do vitelo no ovo determina
diferenças na segmentação, menor a velocidade de divisão. Em função disso, podemos
considerar dois tipos básicos de segmentação:

holoblástica ou total que ocorre no zigoto todo;

meroblástica ou parcial, que ocorre só em parte do ovo.
Segmentação holoblástica
A segmentação holoblástica ocorre nos alécitos, nos isolécitos (ou oligolécitos) e
nos heterolécitos, e pode ser subdividida em três tipos, com base no tamanho das células
que se formam a partir da terceira clivagem (quando muda o plano de divisão celular):

holoblástica igual, na qual se formam, com a terceira clivagem, oito blastômeros
iguais; ocorre nos ovos alécitos e em alguns oligolécitos;

holoblástica desigual, na qual se formam, com a terceira clivagem, blastômeros de
tamanhos diferentes (quatro menores: micrômeros; e quatro maiores: macrômeros);
Ocorre em todos os ovos heterolécitos e em alguns oligolécitos;

holoblásticas subigual, um tipo de segmentação desigual em que os blastômeros
não diferem muito entre si quanto ao tamanho, ocorre em alguns ovos isolécitos.
Segmentação meroblástica
Devido à diferença na distribuição do vitelo, existem dois tipos básicos de segmentação
meroblástica: adiscoidal e a superficial.
Na segmentação meroblástica discoidal, as divisões ocorrem apenas na região da
cicatrícula (região da célula sem vitelo), formando-se um disco de células sobre a massa do
vitelo. Esse tipo de segmentação ocorre nos ovos telolécitos.
A segmentação meroblástica superficial ocorre
embrionárias ficam dispostas na superfície do ovo.
nos
ovos
centrolécitos.
As
células
Fases da segmentação
Embora existam diferentes tipos de segmentação, eles normalmente se realizam segundo
duas fases:


mórula, em que se forma um maciço celular com poucas células;
blástula, em que é aumentado o número de células e se forma uma cavidade interna
cheia de líquido.
A cavidade central que se observa na blástula recebe o nome de blastocele (cele = cavidade)
e é cheia de líquido sintetizado pelas células que formam os seus limites.
Nos ovos isolécitos e nos heterolécitos a blastocele é bem desenvolvida.
Na blástula originada da segmentação de ovos telolécitos, não se observa a verdadeira
blastocele (cele = cavidade) e é cheia de líquido sintetizado pelas células que formam os
seus limites.
Nos ovos isolécitos e nos heterolécitos a blastocele é bem desenvolvida.
Na blástula originada da segmentação de ovos telolécitos, não se observa a verdadeira
blastocele, pois a cavidade formada não é inteiramente delimitada pelos blastômeros. Essa
cavidade é delimitada em parte pelos blastômeros e em parte pelo vitelo. Nesse caso, a
cavidade formada recebe o nome de cavidade subgerminal, que também é preenchida por
líquido sintetizado pelas células. A blástula que se forma a partir da segmentação dos ovos
telolécitos recebe o nome de discoblástula.
Gastrulação
Para falarmos da gastrulação, vamos tomar como exemplo o que ocorre em animais cordados,
representados pelo anfioxo e pelas rãs.
Os cordados são animais que possuem notocorda, um bastonete flexível que fica no dorso do
embrião. A notocorda persiste no adulto de alguns animais cordados, como é o caso do anfioxo. Nos
animais vertebrados, excluindo alguns peixes, a notocorda regride totalmente ou quase totalmente e
a coluna vertebral se desenvolve a partir da mesoderma.
O anfioxo é um animal de cerca de 6 cm de comprimento que vive
enterrado na areia em águas rasas do ambiente marinho, deixando para
fora apenas a região anterior do corpo. Esses animais têm sexos
separados e a fecundação é externa.
O ovo do anfioxo é oligolécito e a sua segmentação é total
subigual. A gastrulação ocorre por um processo denominado
invaginação dos blastômeros para o interior da blastocele, como se um
dedo empurrasse a parede de uma bexiga. A blastocele se reduz e
chega a desaparecer. No ponto de invaginação surge um orifício
denominado blastóporo; a cavidade interna que se forma é o intestino
primitivo ou arquêntero.
Na gastrulação, diferenciam-se os folhetos germinativos ou embrionários, que darão origem a
todos os tecidos e órgãos. Esses folhetos são: ectoderma (o mais externo), mesoderma (o
intermediário) eendoderma (o mais interno).
Os animais que possuem três folhetos germinativos são chamados triblásticos ou
triploblásticos, como é o caso dos cordados. Existem entretanto, animais que possuem
apenas dois folhetos germinativos: o ectoderma e o endoderma. Esses animais são
chamados diblásticos ou diploblásticos, como e o caso dos cnidários.
O esquema acima descreve de forma simplificada a gastrulação em anfioxo. Neste caso, a camada
interna que reveste diretamente o arquêntero é chamada mesentoderma e dará origem, logo a
seguir ao mesoderma e ao endoderma. (Há quem considere o mesentoderma como endoderma e o
mesoderma formado a partir do endoderma.)
Nas rãs a fecundação é externa, os óvulos são heterolécitos e a
segmentação é total desigual. Os óvulos possuem um envoltório
gelatinoso que desseca em contato com o ar. Assim, todo o
desenvolvimento embrionário ocorre na água. Forma-se uma larva
aquática, o girino que sofre metamorfose, originando o adulto. Falase, nesses casos, em desenvolvimento indireto, pois há uma fase
larval. Quando a fase larval não está presente, fala-se em
desenvolvimento direto.
A gastrulação das rãs ocorre por invaginação e também por epibolia. Por invaginação forma-se uma
fenda: o blastóporo. Por epibolia os micrômeros passam a se dividir rapidamente e acabam por
recobrir os macrômeros. Os micrômeros insinuam-se primeiramente pelo lábio ventral. O blastóporo
adquire o aspecto de um círculo. Os micrômeros insinuam-se para dentro da blastocele, delimitando
o arquêntero. Ocorre também a diferenciação dos três folhetos germinativos: o ectoderma, o
mesoderma e o endoderma.
Assim, na gastrulação das rãs, além de o embrião aumentar de volume, três outras características
são fundamentais:



formação dos folhetos embrionários ou germinativos, que darão origem a todos os tecidos e
órgãos;
formação do arquêntero ou intestino primitivo;
formação do blastóporo, orifício de comunicação do arquêntero com o exterior.
Protostomados e deuterostomados
O blastóporo pode dar origem à boca ou ao ânus. Quando dá origem apenas à boca ou
tanto à boca quanto ao ânus, os animais são chamados de protostômios (proto =
primeiro). É o caso dos vermes, dos moluscos e dos artrópodes.
Quando o blastóporo dá origem ao ânus os animais são chamados
de deuterostômios (deutero = posterior). É o caso dos equinodermos e dos cordados.
Organogênese em anfioxo
Animais celomados, acelomados e pseudocelomados
Os animais que apresentam celoma são chamados celomados. Todos os cordados são
celomados , assim como os moluscos (lesmas, ostras), os anelídeos (minhocas) e os
equinodermos (estrelas-do-mar, ouriços-do-mar).
Há animais triblásticos em que a mesoderma delimita uma parte da cavidade, sendo a outra
parte delimitada pela endoderma. Esses animais são chamados de pseudocelomados,
pois o celoma só é verdadeiro quando é completamente revestido pelo
mesoderma. É o caso dos nematódeos, cujo representante mais conhecido é a lombriga
(Ascaris lumbricóides), um parasita do intestino humano.
Em alguns animais a única cavidade que se forma no embrião é o arquêntero, pelo que são
designadosacelomados.
O esquema a seguir mostra cortes transversais esquemáticos em organismos acelomados,
pseudocelomados e celomados:
A terceira fase do desenvolvimento embrionário é a organogênese, que se caracteriza pela
diferenciação de órgãos a partir dos folhetos embrionários formados na gastrulação. O
esquema seguinte representa a fase inicial da organogênese: a neurulação. Após a
neurulação, os folhetos embrionários, continuam a se diferenciar, originando os tecidos
especializados do adulto.
Do ectoderma diferencia-se o tubo neural, que apresenta no seu interior o canal neural. O
endoderma dá origem ao tubo digestório. O mesoderma dá origem aos somitos e à
notocorda. Os somitos são blocos celulares dispostos lateralmente no dorso do embrião, e a
notocorda é uma estrutura maciça localizada logo abaixo do tubo neural.
O mesoderma delimita cavidades denominadas celomas.
Organogênese em rã
A organogênese em rã será estudada como exemplo da organogênese geral dos vertebrados. O
esquema a seguir explica de forma simplificada como ocorre a fase inicial da organogênese nesses
animais: a neurulação.
Alguns dos destinos finais dos folhetos embrionários nos vertebrados em geral são:
Ectoderma



Epiderme e derivados
cutâneos, com as
glândulas mucosas;
todas as estruturas do
sistema nervoso;
Epitélio de
revestimento das
cavidades nasais, anal
e bucal.
Mesoderme





Derme;
Músculos;
Cartilagem, ossos e
outros tecidos
conjuntivos;
Sangue, medula óssea
e tecidos linfáticos;
Órgãos do sistema
genital e urinário.
Endoderme



Epitélio de revestimento
do trato digestório
(exceto cavidades oral e
anal);
Fígado e pâncreas;
Sistema respiratório
(exceto cavidades
nasais)
Células embrionárias especiais típicas e exclusivas dos vertebrados formam a crista neural. Essas
células diferenciam-se juntamente com a formação do tubo neural a partir do ectoderma do
embrião. Elas ficam dispostas ao lado do tubo neural, mas posteriores à região do encéfalo.
As células da crista neural têm a capacidade de migrar pelo corpo, dando origem a diversos tipos
celulares, como neurônios sensoriais do sistema nervoso periférico, células da medula da adrenal,
derme da pele da cabeça e células pigmentares da pele de todo o corpo.
Considera-se hoje que o passo definitivo na origem dos vertebrados tenha sido a evolução das
células da crista neural. Nenhum outro animal as possui.











Anexos embrionários: Adaptação ao Meio Terrestre
Anexos embrionários são estruturas que derivam dos folhetos germinativos do
embrião mas que não fazem parte do corpo desse embrião.
Os anexos embrionários são: vesícula vitelina (saco vitelínico), âmnio (ou bolsa
amniótica), cório e alantóide.
Vesícula vitelina
Durante a evolução do grupo dos animais, os primeiros vertebrados que surgiram
foram os peixes, grupo que possui como único anexo embrionário a vesícula
vitelina.
Diferenciando-se a mesoderme e o tubo neural, parte dos folhetos germinativos
desenvolvem-se formando uma membrana que envolve toda a gema, constituindo
(membrana + gema) o saco vitelínicoum anexo embrionário, que permanece ligado
ao intestino do embrião. À medida que este se desenvolve, há o consumo do vitelo
e, consequentemente, o saco vitelínico vai se reduzindo até desaparecer. É bem
desenvolvida não somente em peixes, mas também em répteis e aves.
Os mamíferos possuem vesícula vitelina reduzida, pois nesses animais como regra
geral, os ovos são pobres em vitelo. A vesícula vitelina não tem, portanto,
significado no processo de nutrição da maioria dos mamíferos.

Nos anfíbios, embora os ovos sejam ricos em vitelo, falta a vesícula vitelina típica.
Nesses animais o vitelo encontra-se dentro de células grandes (macrômeros) não
envoltas por membrana vitelina própria.
Âmnio e cório
O âmnio é uma membrana que envolve completamente o embrião, delimitando uma
cavidade denominada cavidade amniótica. Essa cavidade contém o líquido
amniótico, cujas funções são proteger o embrião contra choques mecânicos e
dessecação. Ao final do desenvolvimento de répteis e aves, todo o líquido da
cavidade amniótica foi absorvido pelo animal.
O cório ou serosa é uma membrana que envolve o embrião e todos os demais
anexos embrionários. É o anexo embrionário mais externo ao corpo do embrião.
Nos ovos de répteis e nos de aves, por exemplo, essa membrana fica sob a casca.
Nesses animais, o cório, juntamente com o alantóide, participa dos processos de
trocas gasosas entre o embrião e o meio externo.



Alantóide
A alantóide é um anexo que deriva da porção posterior do intestino do embrião. A
função da alantóide nos répteis e nas aves é: transferir para o embrião as proteínas
presentes na clara, transferir parte dos sais de cálcio, presentes na casca, para o
embrião, que utilizará esses sais na formação de seu esqueleto, participar das
trocas gasosas, o O2 passa da câmera de ar para o alantóide e deste para o
embrião, enquanto o CO2 produzido percorre o caminho inverso, e armazenar
excreta nitrogenada. A excreta nitrogenada eliminada por embriões desses animais
é o ácido úrico, insolúvel em água e atóxico, podendo ser armazenado no interior
do ovo sem contaminar o embrião.
O ovo e a gema
Em aves, o termo ovo pode ser empregado para todo o conjunto
formado pela casca, clara e gema; ou, então, ser usado no
sentido estritamente embriológico: óvulo fecundado ou zigoto.
Nas galinhas, o ovócito II é liberado dos ovários e penetra no
oviduto, onde poderá ser fecundado pelo espermatozóide. O
desenvolvimento embrionário inicia-se no oviduto e é concluído
fora do corpo da ave.
O ovo em desenvolvimento, quando ainda está na porção
anterior do oviduto, é envolto por um albume denso, secretado
por células glandulares da parede desse órgão que serve de
alimento para o embrião. Nessa região, além de glândulas, há
pregas espiraladas que determinam a rotação do ovo quando ele
passa pelo oviduto, Isso faz com que o albume envolva
intimamente a gema, desse modo formando, de cada lado, uma
corda enrolada mais opaca, denominada calaza.
Posteriormente, no oviduto, é novamente adicionado albume só
que menos consistente. Uma película elástica é acrescentada ao
redor de toda a clara. Na porção terminal, é secretada a casca
calcária porosa, formada por carbonatos e fosfatos de cálcio e
magnésio.
O tempo de permanência do embrião em desenvolvimento
dentro do oviduto é de cerca de 24 horas, no caso das galinhas.
Quando o ovo é posto, o embrião já está no final da
1 - Membrana da Conquilha
4 - Calaza
6 - Clara
7- Membrana vitelínica
9 - Germen
13 - Calaza
segmentação. Após um período de incubação de 21 dias a
37,5ºC ocorre a eclosão.
14 - Câmara de Ar
15 - Conquilha ou casca
A gema do ovo pode corresponder ao ovócito II quando não há
fecundação, ou ao embrião quando ocorre a fecundação.
Mamíferos: Surge a placenta
Na maioria dos mamíferos, o desenvolvimento embrionário ocorre no interior do corpo
materno, dentro de um órgão musculoso, o útero. Excetuando os mamíferos que botam
ovos (ornitorrinco e equidna), todos os demais formam a placenta, órgão constituído pela
parede interna vascularizada do útero (endométrio) e por estruturas derivadas do trofoblasto
ou trofoderme embrionário (nos mamíferos, nome dado à câmara mais externa de
revestimento do embrião). Alimentos, oxigênio, anticorpos e hormônios passam do sangue
materno para o embrionário, pela placenta, que, em troca, transfere para a mãe as excretas
e o gás carbônico.
No homem, o ovo é do tipo oligolécito e a segmentação (clivagem) é total e igual, logo se
formando a fase de mórula. Atingida essa fase, o embrião ingressa na cavidade uterina. No
interior dessa cavidade, surge a fase correspondente a blástula, que, nos mamíferos, é
denominada blastocisto. Nesse estágio, o embrião é dotado de uma camada externa de
células, o trofoblasto, que envolve um aglomerado interno de células, a massa celular
interna. Cabe a essa massa celular a formação do corpo do embrião, enquanto
o trofoblasto será o responsável pela penetração do embrião no interior do endométrio (a
camada interna da parede uterina), e pela organização da parte embrionária da placenta.
No embrião humano, o trofoblasto e a mesoderme extra-embrionária formam o cório. Esse
duplo revestimento é responsável pela organização das vilosidades coriônicas, que invadem
o endométrio uterino; o blastocisto, então, aprofunda-se nesse endométrio. À medida que a
invasão prossegue, os vasos e glândulas do endométrio podem ser corroídos por enzimas
embrionárias e o sangue materno acaba jorrando nas lacunas que estão se formando. Essas
lacunas fornecem a nutrição inicial e oxigênio ao embrião. No entanto, os sangues materno e
embrionário não se misturam. Existe uma barreira separando-os, constituída pela parede das
vilosidades.
Como se pode notar, a placenta é construída com a participação de tecidos maternos e
embrionários. Ao contrário do que poderia pensar, a placenta não envolve o embrião. Essa
função é exercida pelo âmnio (bolsa d’água), dentro do qual o embrião fica imerso. Esse
anexo é muito desenvolvido nos mamíferos. O cório adere ao âmnio e ambos contornam a
cavidade amniótica, preenchida pelo líquido amniótico.
Nos mamíferos placentários, o saco vitelínico e o alantóide possuem pequeno tamanho e
deixam de exercer a função desempenhada em aves e répteis. Contribuem, no entanto, para
a formação do cordão umbilical, uma espécie de pedúnculo que liga a placenta ao embrião e
é forrado pela membrana do âmnio, que reveste o saco vitelínico e a alantóide regredidos.
No interior do cordão umbilical, duas artérias conduzem sangue do embrião para a mãe,
enquanto uma veia transporta sangue em sentido contrário.
As três consequências da fecundação
A primeira consequência da fecundação é o restabelecimento da diploidia. O espermatozóide
é haplóide e o óvulo também. Logo, a mistura dos lotes cromossômicos de ambos forma
uma célula diplóide, a célula-ovo ou zigoto.
A segunda consequência é a determinação do sexo, uma ocorrência particularmente
importante nos mamíferos.
A terceira consequência da fecundação é que ela desencadeia uma série de eventos que
permitirão odesenvolvimento do zigoto em um futuro embrião. É no meio de todo esse
processo, que já foi explicado anteriormente, que pode ocorrer a formação dos gêmeos.
Formação dos Gêmeos
Chama-se gêmeos dois ou mais irmãos que nascem num nascimento múltiplo, ou seja, de
uma mesma gestação da mãe, podendo ser idênticos ou não. Por extensão, as crianças
nascidas de partos triplos, quádruplos ou mais também são chamados de gêmeos. Apesar de
não haver uma estatística precisa, estima-se que uma em cada 85 gravidezes é gemelar.
Existem duas maneiras de nascerem irmãos gêmeos.
Gêmeos Bivitelinos
Os gêmeos bivitelinos são dizigóticos ou multivitelinos, ou seja, são formados a partir de
dois óvulos. Nesse caso são produzidos dois ovócitos II e os dois são fecundados, formando
assim, dois embriões. Quase sempre são formados em placentas diferentes e não dividem o
saco amniótico.
Os gêmeos fraternos não se
assemelham
muito
entre
si,
podem ter, ou não, o mesmo fator
sanguíneo e podem ser do mesmo
sexo
ou
não.Também
são
conhecidos como gêmeos diferentes.
Na verdade são dois irmãos comuns
que tiveram gestação coincidente.
Representam 66% de todas as
gestações gemelares, e neste tipo de
gestação, 1/3 têm sexos diferentes,
enquanto 2/3 o mesmo sexo.
Um em cada um milhão de gêmeos
deste tipo têm cores diferentes,
mesmo sendo do mesmo pai. É
possível gêmeos fraternos terem pais
completamente diferentes.
Irmãos nascidos da mesma gravidez e desenvolvidos a partir de dois óvulos que
foram liberados do ovário simultaneamente e fertilizados na mesma relação sexual
(regra), porém podem ser concebidos de cópulas distintas, mas daquela mesma ovulação
dupla. Podem ter ou não do mesmo sexo, se diferenciam tanto fisicamente como em sua
constituição genética e possuem duas placentas e duas membranas independentes e bem
diferenciadas.
A frequência dos gêmeos dizigóticos varia de acordo com a origem étnica (máxima incidência
na raça negra, mínima na asiática e intermediária na branca), a idade materna (máxima
quando a mãe tem de 35 a 39 anos) e a genética, com uma maior incidência da linha
genética materna que da paterna, ainda que os pais possam transmitir a predisposição à
dupla ovulação à suas filhas. Em geral, a proporção global é de dois terços de gêmeos
dizigóticos para um de monozigóticos (ou seja, os gêmeos idênticos).
Gêmeos Idênticos
Quando um óvulo é produzido e fecundado por um só espermatozóide e se divide em duas
culturas de células completas, dá origem aos gêmeos idênticos, ou monozigóticos, ou
univitelinos. Sempre possuem o mesmo sexo. Os gêmeos idênticos têm o mesmo
genoma, e são clones um do outro. Apenas 1/3 das gestações são de gêmeos
univitelinos.
A gestação é difícil pelo fato de apenas 10% a 15% dos gêmeos idênticos terem placentas
diferentes, geralmente possuem a mesma placenta.
Exercícios
1. O que é reprodução e qual a sua importância para os seres vivos?
2. O que você entende por reprodução sexuada?
3. Qual é o tipo de reprodução na espécie humana?
4. As diferenças morfológicas externas que se verifica entre o macho e a fêmea,
da mesma espécie, designam-se por caracteres sexuais secundários. Indique dois
caracteres sexuais secundários só masculinos e dois caracteres sexuais secundários
só femininos.
5. Quais são as estruturas que formam o sistema reprodutor masculino?
6. Quais são as estruturas que formam o sistema reprodutor feminino?
7. Para que surja um novo ser, no caso da reprodução sexuada, são necessárias
duas células reprodutoras: a masculina e a feminina. Qual é, no caso do ser
humano, a célula reprodutora:
Masculina: ____________________
Feminina: _________________
8. Qual a função do epidídimo?
9. Quais são as funções da uretra?
10. Nos seres humanos, os espermatozóides são produzidos:
a) na próstata.
c) no ovário.
b) na bexiga.
d) nos testículos.
11. Do que é formado o sêmem?
12. Como é chamada a glândula que ocorre apenas no homem com a função de
produzir um líquido leitoso e alcalino que promove o aumento da mobilidade e da
fertilidade dos espermatozóides:
a) vesícula seminal.
b) próstata.
c) canal deferente.
d) ovário.
13. Glândula que produz líquido nutritivo para os espermatozóides:
a) Próstata.
b) Testículo.
c) Vesícula seminal.
d) Epidídimo.
14. Hormônio que é produzido pelo testículo:
a) Progesterona.
b) Estrógeno.
c) Testosterona.
d) Somatotrófico.
15. A função do canal deferente é:
a) produzir espermatozóides.
c) transportar o embrião.
b) produzir esperma.
d)transportar espermatozóides.
16. A função dos testículos é:
a) Eliminar os espermatozóides para o exterior.
b) Produzir um líquido nutritivo que faz parte do esperma.
c) Produzir espermatozóides.
d) Armazenar óvulos.
17. Relacione os termos da coluna I às definições da coluna II de modo a obteres
afirmações verdadeiras.
Coluna I
Coluna II
A - ESCROTO
(
)
Tubo enrolado sobre cada testículo.
B - CAUDA
(
)
Bolsa que envolve os testículos.
C - ÚTERO
(
)
Líquido
formado
por
espermatozóides
e
substâncias produzidas na próstata e nas
vesículas seminais.
D – EPIDÍDIMO
(
)
Órgão do sistema reprodutor feminino com
forma de pêra e que mede cerca de 8 cm de
comprimento.
E - SÊMEN/ESPERMA
(
)
Zona do espermatozóide que lhe permite
deslocar-se.
18. O óvulo, célula reprodutiva feminina, é formado no interior:
a) do útero.
b) da próstata.
c) do ovário.
d) do epidídimo.
19. Em que região do sistema reprodutor feminino o óvulo é fecundado?
a) ovário.
b) tubas uterinas.
c) útero.
d) vesícula seminal.
20. Completa o seguinte texto usando os termos fornecidos.
FECUNDAÇÃO
ÓVULO
OVÁRIOS
OVO
TROMPAS
ESPERMATOZÓIDE.
Na mulher, uma vez por mês, um _______________ sai de um dos seus
_________________ e percorre uma das _________________, encaminhando-se
para o útero numa longa viagem. Durante este percurso pode encontrar um
__________________
e
dá-se
a
___________.
Forma-se
________________ que é a primeira célula do novo ser vivo.
então
o
21. Estabeleça a correspondência correta entre os termos da coluna I e as
afirmações que se seguem.
Coluna 1
1 – Ovários.
2 – Trompa.
3 – Útero.
4 – Vagina.
Coluna 2
( )
Neles se produzem os óvulos.
( )
Liga-se ao útero no interior e abre-se para o exterior pela
vulva.
( )
É do tamanho de uma pêra, oco e de paredes elásticas e é
onde se desenvolve o embrião/feto.
( )
Onde ocorre a fecundação.
22. Numere os parêntesis (
), a partir do 1, de modo a estabelecer o caminho
percorrido pelos espermatozoides até encontrarem o óvulo e ocorrer a fecundação.
(
) Vagina
(
) Útero
( 1 ) Testículo
(
) Trompa
(
) Uretra
(
) Canal deferente
23. O quadro seguinte refere-se a fenómenos que se passam no sistema
reprodutor feminino. Relacione as colunas.
1. Nidação
(
) Junção do espermatozoide com o óvulo.
2. Fecundação
(
) Liberação do óvulo pelo ovário.
3. Ovulação
(
) Fixação do embrião na parede do útero.
24. Durante a gravidez, em que órgão do sistema reprodutor feminino ocorrerá o
desenvolvimento do embrião?
25. Leia com atenção o texto a seguir.
Na espécie humana, “... o encontro de um espermatozóide com um óvulo
desencadeia uma gigantesca série de reações, centenas de milhares que se
seguem, sobrepõem-se, cruzam-se em uma rede de espantosa complexidade. Tudo
para chegar, quaisquer que sejam as condições, à aparição de um bebê humano e
nunca de um patinho, uma girafinha ou uma borboletinha. O impressionante é que,
terminada a fecundação, a primeira célula, o ovo fecundado, começa a dividir-se.
Dá duas células. Depois quatro. Depois oito. Depois um cachinho de células. Que
esse cacho grude na parede do útero, que ele se alongue, cresça e, alguns meses
mais tarde, forme um bebê com, em mais de noventa e cinco por cento dos casos,
tudo de que precisa para viver, percorrer o mundo e até pensar, eis o milagre. Eis o
fenômeno mais estupendo que se desenrola neste mundo. Tão estupendo que
deveria ser admiração para a terra inteira. Que os homens deviam passar o tempo
perguntando-se
sobre
os
mecanismos
subjacentes
a
tal
maravilha”.
(François Jacob, O RATO, A MOSCA E O HOMEM. Companhia das Letras, 1998).
Responda as questões:
a) Retire um trecho do texto que expressa o que é fecundação.
b) No texto o autor cita: “Eis o fenômeno mais estupendo que se desenrola neste
mundo”. Que fenômeno é esse?
c) Referente ao desenvolvimento do embrião humano, marque apenas uma opção
para cada item:
A fecundação é:
(
) INTERNA OU
(
) EXTERNA
O desenvolvimento é:
(
) DIRETO OU
(
) INDIRETO
Local de desenvolvimento: (
) NA ÁGUA OU
(
) DENTRO DO CORPO DA MÃE
26. Formam-se gêmeos univitelinos ou monozigóticos quando um óvulo é
fecundado por:
a) Um espermatozóide e, após as primeiras divisões mitóticas do zigoto, ocorre a
separação em dois grupos celulares, originando dois embriões do mesmo sexo.
b) Um espermatozóide e, após as primeiras divisões mitóticas do zigoto, ocorre a
separação em dois grupos celulares, originando dois embriões que podem ter sexos
diferentes.
c) Dois espermatozóides e, após as primeiras divisões mitóticas do zigoto, ocorre a
separação em dois grupos celulares, originando dois embriões do mesmo sexo.
d) Dois espermatozóides e, após as primeiras divisões mitóticas do zigoto, ocorre a
separação em dois grupos celulares, originando dois embriões que podem ter sexos
diferentes.
27. Na mulher, em cada gravidez, nasce habitualmente apenas uma criança. Mas
nem
sempre
assim
acontece,
podendo
nascer
gémeos.
correspondência de modo a obteres uma legenda verdadeira.
Estabelece
a
28. Como são chamados os hormônios sexuais femininos produzidos nos ovários?
29. Uma mulher teve a ovulação, dia 8 de Dezembro. Qual o período durante o
qual uma relação sexual pode originar uma gravidez?
30. Analise o esquema que se segue, o qual se refere ao ciclo menstrual de uma
mulher.
A
cada
um
dos
acontecimentos que a seguir estão
referidos, faz corresponder o número
romano correto
(
(
) Menstruação.
)
Mucosa
uterina
espessa,
preparada para a nidação.
( ) Período durante o qual uma
relação
sexual
pode
levar
à
fecundação.
(
) Início da menstruação.
(
) Ovulação.
(
) Mucosa uterina fina.
( ) Mucosa uterina relativamente espessa.
31. Canal que é cortado na vasectomia:
a) Uretral.
b) Seminífero.
c) Ejaculador.
d) Deferente.
32. O que são métodos anticoncepcionais?
33. Como é feita a esterilização no homem? E na mulher?
34. Um violento choque emocional determinou na mulher a paragem da ovulação.
O médico prescreveu um tratamento com injecções de hormonas hipofisárias. O
ciclo da mulher foi estabelecido. Sobre que órgão atuam os hormônios hipofisários?
35. As pílulas clássicas são comprimidos que contêm substâncias, geralmente
parecidas com estrogénios e progesterona. A pílula é um método contraceptivo não
natural que bloqueia ______________________________.
Qual palavra completa corretamente a frase?
a) a nidação.
b) a fecundação.
c) a ovulação.
d) a AIDS.
36. Assinala com um X a opção correta que se refere à função do líquido amniótico.
a) Protege o futuro bebé dos choques e diferenças de temperatura.
b) Não é importante.
c) Liga a mãe ao feto.
d) Permite a passagem de alimento.
37. Em que consiste a “inseminação artificial”?
38. O que significa a fertilização “in vitro”?
Questões de vestibular
1) O fenômeno reprodutivo em que há desenvolvimento do óvulo sem ter sido
fecundado pelo espermatozoide denomina-se:
a) pedogênese.
b) partenogênese.
c) gametogênese.
d) embriogênese.
R. c
2) A formação do ovo ou zigoto tem origem quando:
a) a cabeça do espermatozoide e penetra dentro do óvulo.
b) a membrana do óvulo forma o cone de atração.
c) o flagelo do espermatozoide é absorvido pelo óvulo.
d) os pronúcleos masculinos e femininos se fundem.
R. d
3) O aleitamento materno pode trazer benefícios, tanto para criança quanto para a
mãe, pelas seguintes razões, exceto:
a) A ativação hormonal, decorrente da amamentação, torna a mulher menos fértil
nesse período.
b) O leite materno é o alimento mais completo e equilibrado para criança.
c) A criança recebe no leite materno anticorpos que evitam o aparecimento de
doenças.
d) A criança fica livre de infecções pois o leite materno é isento de germes.
R. d
4) Não considerando métodos cirúrgicos, os anticoncepcionais de tipo mecânico
podem ter as seguintes ações, menos:
a) impedir que o ovo atinja o útero.
b) atuar como abortivo no inicio da gravidez.
c) impedir a nidação do ovo.
d) impedir que os gametas masculinos sejam lançados na vagina.
Resposta: d
5) Durante o ciclo menstrual na mulher, a ação do estrógeno é máxima:
a) durante os dias de hemorragia.
b) por ocasião da ovulação.
c) ao redor do 10º dia do ciclo.
d) no período pré-menstrual.
e) durante todo ciclo.
Resposta: c
6) Os testículos são gônadas masculinas, responsáveis pela gametogênese e função
endócrina. As estruturas testiculares responsáveis, respectivamente por esses
processos são:
a) Células de Wirsung e células de Leydig.
b) Túbulos seminíferos e células intersticiais.
c) Células de Leydig e túbulos seminíferos.
d) Células prostáticas e células de Wirsung.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
Resposta: b
7) (UFMG) Na ovogênese, o 1º glóbulo polar resulta da divisão de:
a) ovogônia.
b) ovótide.
c) ovócito II.
d) ovócito I.
e) óvulo.
Resposta: d
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