Giovani Ângelo Silva da Nóbrega Integrais de Linha Intervalares: Fundamentos e Aplicações Natal RN Maio / 2010 Giovani Ângelo Silva da Nóbrega Integrais de Linha Intervalares: Fundamentos e Aplicações Dissertação apresentada como requisito para aprovação na disciplina Dissertação de Mestrado no período 2010.1. Orientador: Prof. Dr. Benjamin Rene Callejas Bedregal Co-orientador: Prof. Dr. Roberto Callejas Bedregal Grupo de Lógica, Linguagem Informal, Teoria e Aplicação LoLITA Programa de Pós-Graduação em Sistemas e Teoria da Computação Departamento de Informática e Matemática Aplicada Centro de Ciências Exatas e da Terra Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal RN Maio / 2010 Dedico este trabalho aos meus pais, quem sempre me apoiaram e me forneceram toda a educação necessária. Agradecimentos Primeiramente agradeço a Deus por toda a força e inteligência concedida, além de ter guiado os meus passos. Segundo, este trabalho não teria sido feito sem a ajuda de diversas pessoas com quem convivo. Agradeço à minha família que sempre me apoiou. Agradeço a todos os professores da minha graduação e pós-graduação, em especial àqueles que me ensinaram e orientaram sobre matemática e teoria da computação. E especialmente ao professor Benjamin Rene Callejas Bedregal pela paciência, incentivo e pelo exemplo de competência e humanidade. Agradeço ao professor Enivaldo Bonelli pela paciência, amizade e pelas aulas informais sobre física e matemática. Resumo A necessidade de uma precisão e de uma aproximação dos resultados numéricos zeram com que diversas teorias surgissem: dentre elas, destacamos a Matemática Intervalar. A Matemática Intervalar surgiu na década de 60 com os trabalhos de pesquisa de Moore (MOORE, 1959) , em que ele propôs trabalhar com uma Matemática baseada na noção de intervalo real e não mais com um número como aproximação. Com isso, surgiu a necessidade de revisitar e reformular os conceitos e resultados da Matemática Clássica utilizando como base a noção de intervalo de Moore. Uma das áreas da Matemática Clássica que tem tido muitas aplicações em engenharias e ciências é a Análises Numérica, onde um dos seus pilares é o Cálculo Integral e em particular as integrais de linha. Assim, é muito desejável se ter um cálculo integral dentro da própria Matemática Intervalar. No presente trabalho apresenta-se uma noção de Integral de Linha Intervalar baseada na extensão de integração proposta por Bedregal em (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010). Para a fundamentação apresenta-se incialmente uma introdução sobre a pespectiva em que o trabalho foi realizado, considerando alguns aspectos histórico-evolutivos da Matemática Clássica. Os conceitos de Integrais de Linha Clássica, bem como algumas das suas aplicações mais importantes. Alguns conceitos de Matemática Intervalar necessários para o entendimento do trabalho. Para nalizar propomos uma aplicação da integral de linha em um experimênto clássico da mecânica quântica (a difração de um elétron em uma fenda) que graças ao fato de ser a Matemática Intervalar utilizada, nos dá um foco mais detalhado e mais próximo da realidade. Palavras-chave: Matemática Aplicada. Matemática Intervalar, Análise Intervalar, Integral de Linha e Abstract The requirement of a greater precision and approximation of numerical results gave rise to various theories: among them, we can highlight the mathematics of intervals. The mathematics of intervals appeared in the 60s with the research works by Moore, in which he proposed to work with mathematics based on the notion of real interval instead of pointed numbers. So, a necessity of revisiting and reformulating the concepts and results of classic mathematics appeared, using Moore's notion of intervals as basis. One of the elds in classic mathematics which has had plenty of application in engineering and sciences is the numerical analysis, whose one important basis is the full dierential calculus and, in particular, the line integrals. Therefore, it is really desirable to have a dierential and full calculus inside the mathematics of intervals itself. However, scientic work reasonably based in such theory cannot be found in the literature, that means, works which contain a notion of integrals and derivatives for functions of interval that fulll a similar result to the fundamental calculus theorem. This work presents a notion of integral of line of intervals based on the integration extension proposed by Bedregal. As fundamentals, this work presents, at rst, an introduction about the perspective adopted by it, considering some historical-evolutionary aspects of classic mathematics. The classical concepts of integrals of line, as well as some of their most important applications. Finally, an application of a line of integral in a classical experiment on quantum mechanics (a diraction of an electron into a crack) is proposed, which, due to the fact of the usage of the mathematics of intervals, provides a more detailed focus, closer to reality. Sumário Lista de Figuras Lista de Símbolos 1 Introdução p. 11 1.1 Cálculo Integral Clássico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 12 1.2 Cálculo Integral Intervalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13 2 Integral de Linha Clássica p. 15 2.1 Caracterização da Integral de Linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 15 2.2 Propriedades de Integrais de Linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 17 2.3 Aplicações de Integrais de Linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 18 2.3.1 Densidade Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 18 2.3.2 Lei de Biot-Savart . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 18 2.3.3 Mercado Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 19 3 Fundamentos de Matemática Intervalar p. 22 3.1 Conceitos fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22 3.2 Propriedades Algébricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 24 3.3 Relação de Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 24 3.4 Topologia no I R ( ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 25 3.5 Integração Intervalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 28 3.5.1 Integral de Moore e Yang . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 28 3.5.2 Integral de Bedregal-Bedregal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 29 4 Integral de Linha Intervalar p. 30 5 Aplicação da Integral Intervalar de Linha Intervalar p. 39 5.1 Difração de uma Partícula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 40 5.2 Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 41 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula . p. 43 5.3.1 p. 53 Considerações Finais sobre o Experimento . . . . . . . . . . . . 6 Conclusões e Trabalhos Futuros 6.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.2 Trabalhos Futuros Referências Bibliográcas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 55 p. 55 p. 56 p. 57 Lista de Figuras 2.1 Variação dos índices Dow Jones . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 20 5.1 Modelo de Difração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 42 5.2 Modelo da Difração Intervalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 43 5.3 Representação geométrica dos átomos e suas distâncias . . . . . . . . . p. 44 5.4 Força gerada pelo campo elétrico da fenda . . . . . . . . . . . . . . . . p. 47 5.5 Função força intervalar resultante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 49 5.6 Gráco do Trabalho do Movimento 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 52 5.7 Gráco do Trabalho do Movimento 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 53 Lista de Símbolos I intervalo real P (I ) conjunto de partições do intervalo P I (R) I diam(A) A d A F j j kk max(X) min(X) Dom(f) (F;; P ) (F;; P ) B A F(X)dX F(X)dS k(t)k P R R I Partição Subconjunto aberto do R n Extensão dos reais intervalar Subconjunto de intervalos de IR Distância dos extremos do intervalo Supremo de A Inmo de A Operador de módulo Operador de norma Valor máximo real do conjunto X Valor mínimo real do conjunto X Domínio da função f Somatório inferior de Riemann Somatório superior de Riemann Integral intervalar de F Integral de Linha Intervalar de F sobre Norma da função 11 1 Introdução A computação cientíca tem ganho cada vez mais espaço no meio ciêntico, isso por apresentar resultados cada vez mais rápidos e eciêntes no processamento de informações numéricas. Junto a esse ganho de espaço no meio cientíco veio também a necessidade do conhecimento e do controle rigoroso dos erros gerados e acumulados durante o processamento dos dados. Existem, basicamente, três tipos de erros previstos na computação: o primeiro tipo de erro é aquele oriundo das falhas ou incapacidade de medição dos dados de entrada, devido a não serem erros da computação não é possível torná-los sucientemente pequenos. onados ao arredondamento e O segundo e terceiro tipo de erros são os relaci- truncamento. O erro de arredondamento consiste na aproximação de números reais para um número nito de dígitos, já o erro de truncamento surge do truncamento de um processo iterativo onde uma sequência innita de operações aritméticas deve ser parada após um número nito de etapas. Tanto o erro de arrendondamento quanto o erro de trucamento podem ser controlados a partir de processos computacionais rigorosos, porém de custo computacional elevado. No nal da década de 50, os trabalhos (MOORE; YANG, 1959) e (SUNAGA, 1958) apresentam uma aritmética baseada em intervalos de extremos reais que tem como objetivo mostrar uma solução segura e conável para problemas que não têm uma entrada de dados exatos; não têm uma representação nita na linguagem de máquina, que possam causar erros de truncamento ou arredondamento durante as interações; e que possibilita o controle automático dos erros da computação numérica. Desde então, diversos trabalhos tem sido desenvolvidos no intuito de dar uma maior fundamentação a esta teoria assim como mostrar aplicações bem sucedidas da mesma em várias áreas, em que destacamos: na física (CHANG; YU; LIOU, 1993), na engenharia (MERLET, 2004), na robótica (ASHOKARAJ et al., 2004), na teoria de circuitos (KOLEV, 1993) e na própria matemática (MENDOZA et al., 2009). Mas a evolução da análise intervalar 1.1 Cálculo Integral Clássico 12 esbarra em alguns problemas que, segundo (TRINDADE, 2009), estão concentrados na escolha da topologia para a denição dos espaços intervalares. Contudo, mesmo com esses problemas, algumas teorias da matemática clássica tem sido estendidas para a matemática intervalar, porém, no caso da integral de linha não encontramos na literatura qualquer extensão intervalar da mesma. Este trabalho tem como objetivo desenvolver tal extensão de forma matematicamente fundamentada. 1.1 Cálculo Integral Clássico Segundo (BOYER, 1949), o primeiro indício do cálculo integral foi encontrada no Papiro Egípcio de Moscow datado de 1.800 a.C. que consistia, basicamente, em um método não formal de cálculo de volume e área das pirâmides. evolução da integração foi o surgimento do método de exaustão Um outro marco na creditado a Eudoxo, pelo qual se aproxima a quantidade desejada pelas somas parciais de uma série ou pelos termos de uma sequência. Arquimedes (287-212 a.C.) com o seu trabalho mostrou um modelo heurístico do método de exaustão desenvolvido por Eudoxo. Apesar do grande progresso que o cálculo diferencial e integral ganhou entre os séculos XVI e XVII com as contribuições dos grandes estudiosos da época, como Newton, Leibniz e Euler uma fundamentação rigorosa só veio surgir no século XVIII com os trabalhos da época que, dos quais destacamos os de Cauchy, Riemann e Weierstrass pelo estudo analítico das teorias matemáticas até então criadas. Destacamos o trabalho de Riemann sobre integrais que se tornou importânte na história, segundo (BOYER, 1949), devido a ser a primeira denição formal da integração de uma função denida em um intervalo. Apesar da denição de Riemann não ser uma formalização denitiva sobre integração, ela serviu de base para o desenvolvimento das integrais de Riemann-Stieltjes que, posteriormente, veio a ser estendida por Lebesgue para o que conhecemos como as integrais de Lebesgue. Ainda nesse período, os estudos feitos na análise complexa tiveram resultados fundamentais para a consolidação de teorias que até então não haviam sido vericadas de forma analítica. Destacamos a denição da integração no conjunto dos números complexos que, também, foi denida no conjunto dos reais com o nome de linha integral de que consiste em uma generalização das integrais denidas. A generalização das integrais denidas possibilitou aplicações diversas onde destamos a aplicação no proces- 1.2 Cálculo Integral Intervalar 13 samento digital de imagens (SUNDQUIST, 2003); na física quântica, na estatística e na matemática nanceira (KLEINERT, 2004). 1.2 Cálculo Integral Intervalar Com o sucesso da matemática intervalar, naturalmente, reproduzir as teorias construidas na matemática clássica para a matemática intervalar veio a ser um dos principais focos dos pesquisadores da área. O cálculo integral foi uma dessas teorias, onde destacamos o trabalho (SUNAGA, 1958) que apresenta a utilização do Método de Simpson 1 com o ajuste do erro baseado nas operações em intervalos. Já em (MOORE; YANG, 1959) foi apresentado uma fundamentação teórica do que seria uma integração intervalar de uma função intervalar. O trabalho (ACIOLY, 1991) apresenta uma integração de funções intervalares denidas sob a topologia de Scott. Encontra-se no trabalho (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010) a fundamentação de um novo modelo de integração que pode ser denido entre intervalos, diferentemente da integral de Moore que era denida entre números reais. Sob a luz dessa evolução propomos no presente trabalho uma fundamentação de um modelo de integral de linha intervalar como uma extensão da integral proposta em (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010). Assim, este trabalho se encontra estruturado nos seguintes capítulos: O capítulo 2, apresenta um resumo sobre as integrais de linha clássicas, a saber: a denição, o teorema de caracterização, algumas das principais propriedades e aplicações. O capítulo 3, apresenta um estudo das principais propriedades e aritmética inter- ( ) integrações intervalares e relações de pré-ordem no conjunto I(R). valar básica (operações básicas); a topologia de Moore no I R ; funções intervalares, O capítulo 4, desenvolve a proposta da dissertação. Apresentamos a denição e a fundamentação de uma integral de linha baseada na integral fundamentada em (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010). O capítulo 5, apresenta um experimento clássico da mecânica quântica, a difração de elétron em uma fenda. Neste experimento passamos a considerar uma das coordenadas 1 método numérico utilizado para o cálculo de integrais denidas 1.2 Cálculo Integral Intervalar 14 da posição relativa do elétron como um intervalo e com isso, foi possível considerar outras variáveis que até então não estavam inseridas no escopo do problema. Assim é possível calcular o trabalho, usando a integral de linha intervalar, realizado pelas forças durante a trajetória da partícula durante o experimento. 15 2 Integral de Linha Clássica Intuitivamente podemos pensar em um caminho como um lugar geométrico, ou seja, como um conjunto de pontos com uma determinada propriedade. Também é bem possível pensar no caminho como uma trajetória de uma partícula em movimento em que as coordenadas são funções de um parâmetro que é regido pelo tempo. Esta abordagem é a mais usada, pois usa como linguagem as funções que permitem explorar melhor as características do caminho. 2.1 Caracterização da Integral de Linha Denição 2.1. Uma partição de um intervalo real I = [a;b] é uma sequência P = fa = x0;x1;:::;xn = bg tal que para cada i = 0;:::;n 1, xi < xi+1. P(I) é o conjunto das partições de I . Denição 2.2. A partição P1 de por P1 P2 , se P2 P1 . I é mais na que a partição P2 de I , denotada Denição 2.3. Um caminho em um aberto Rn é uma aplicação : I domínio é um intervalo I R. ! cujo : I ! Rn é diferenciável em todos os ponto de I dizemos que o 0 n caminho é diferenciável em I . A derivada nos dá uma aplicação : I ! R . Quando 0 1 a aplicação é contínua dizemos que é de classe C Denição 2.4. Seja f : [a;b] ! um caminho com imagem denida no aberto R, isto é, uma aplicação cujo domínio é um intervalo da reta. Diz-se que o caminho f : [a;b] ! é diferenciável no ponto t0 2 [a;b] se existe: f(t+h) f(t) f 0(t0) = hlim !0 h Quando o caminho 2.1 Caracterização da Integral de Linha 16 chamado a derivada de f no ponto t0 . Denição 2.5. Seja a função f : Rn ! R e o caminho de linha de f sob o caminho é denida como Z Onde dS : I ! , a integral m X fdS = lim f((ti))(ti) !0 =0 é o comprimento innitesimal do caminho gerado pelo caminho . i Teorema 2.1. (FULKS, 1969) Considere uma função f : Rn ! R denida no aberto . Tomemos uma função : [a;b] ! como uma função caminho. Então Z Z 0 fdS = f((t)) k (t)kdt a b P = fa = t0 < t1 < t2 < t3 < ::: < tm = bg de 0 0 0 0 0 0 um intervalo I , onde qualquer partição P = fa = t0 < t1 < t2 < t3 < ::: < tk = bg que 0 satisfaça P P . Claramente se verica que Demonstração. Considere uma partição m X =0 i k X f((ti))k(ti) (ti 1)k 6 f((t0i))k(t0i) (t0i 1)k =0 i Sabendo que a função é contínua: k 0(t) 0(ti)k 6 " Onde 8t 2 [ti 1;ti];i = 0;1;:::;m " é uma constante relativamente pequena, Então: m X =0 i Mas f((ti))k(ti) (ti 1)k = f((t)) Z ti t i E Z ti t i m X =0 i 1 1 0(ti)dt Z ti t i 0(t)dt 6 Z 1 ti ti 1 Z ti t ( 0(t) 0(ti))dt 6 0(ti)dt + Z ti ti 1 i 1 Z ti t ( 0(t) i 0(t)dt 1 0(t)dt 0(ti))dt Além disso Z ti t i 1 ( 0(t) 0(ti))dt 6 Z ti ti 1 k( 0(t) 0(ti))kdt 6 "(ti ti 1) 2.2 Propriedades de Integrais de Linha 17 Logo m X =0 i m X f((ti))k(ti) (ti 1)k 6 (f((ti))k 0(ti)k(ti ti 1)+"(ti ti 1)) 6 =0 i U (f((t))k 0k;P)+f((t))"(b a) m X =0 i m X f((ti))k(ti) (ti 1)k > (f((ti))k 0(ti)k(ti ti 1) "(ti ti 1)) > =0 i L(f((t))k 0k;P) f((t))"(b a) Tomando partições arbitrariamente nas, conclui-se que: Z b Z b Z b f((t))k 0(t)kdt f((t))"(b a) 6 a f((t))k 0(t)kdt a e Z b f((t))k 0(t)kdt 6 a f((t))k 0(t)kdt+f((t))"(b a) a Sendo um 2.2 " sucientemente pequeno. Propriedades de Integrais de Linha Proposição 2.1. Seja f : Rn ! R e g : Rn ! R funções denidas no aberto , : [a;b] ! a função que descreve o movimento de uma partícula em medido em t. 1. Se a e b são números reais quaisquer tem-se Z Z Z (af +bg)dS = a fdS +b gdS 2. Se a curva é de class C 1 por partes, se for contínua e se existirem uma partição a = t0 < t1 < ::: < tn = b e curvas i : [ti 1 ;ti ] ! , i = 1;2;3;4;:::;n, de classe C 1 . Z Z Z Z fdS = fdS + fdS +:::+ fdS 1 2 n 2.3 Aplicações de Integrais de Linha 2.3 2.3.1 18 Aplicações de Integrais de Linha Densidade Linear A integral de linha, relativa ao comprimento de arco, pode ser aplicada no cálculo da massa de um o delgado, cuja densidade linear seja conhecida de alguma maneira (valor escalar ou alguma função com os parâmetros de entradas conhecidas ou estipuláveis). Sendo assim: Dado a função função : [a;b] ! Rn, que representa a forma do o, e a : Rn ! R a função densidade do o, a massa é dada for: Z 2.3.2 Z b dS = a ((t))k 0(t)kdt Lei de Biot-Savart Dada uma carga positiva q, movendo-se a uma velocidade !v . Essa carga em mo- vimento origina um campo magnético, cuja a intensidade em um ponto P qualquer é dada por: Bq = k q vrsen() 2 !! onde, r é a distância entre a carga e P , e é o ângulo formado entre v , r e k é a Nm constante eletrostática no vácuo de valor 8;988 109 C 2 2 Suponha que a corrente elétrica de intensidade i circula um condutor em forma de 2.3 Aplicações de Integrais de Linha 19 C . Dividindo o condutor em pequenos segmentos de dimensão ds e admitindo que a área de sua seção reta é A, podemos dizer que o volume pode ser calculado por Ads. Sendo, n portadores de carga para cada unidade de volume e cada um de carga q, então a carga total é: dQ = n q A ds (2.1) O conjunto de cargas em movimento é equivalente a uma única carga dQ, movendo em ! ! velocidade v , logo em um ponto qualquer P , o campo magnético d B produzido pelas cargas de intensidade dB dada por: dB = k dQ vr2sen() (2.2) uma curva Substituindo a equação 2.1 em 2.2 teremos dB = k n q v Ar2ds sen() e sendo n q v A a intensidade da corrente i, deste modo: dB = k i dsrsen() 2 (2.3) (2.4) Lei de Biot-Savart. Ela fornece a intensidade do campo magnético B gerado pela corrente i em qualquer ponto da curva de comprimento A expressão 2.4 é conhecida como ds. A intensidade do campo magnético resultante ! B em um ponto P qualquer é dado pela integral de linha. 2.3.3 B = k C i sen() r2 ds Z Mercado Financeiro Um importante campo de aplicação da integral de linha é o mercado nanceiro. Os preços do mercado nanceiro utuam em função do tempo, e quanto maior o número de participantes no mercado, maior é a variação do valor utuante, podendo chegar a ter um carater estocástico. Esse comportamento aleatório é melhor interpretado, sob o ponto de vista matemático, quando utilizamos sistemas de equações diferenciais estocásticas, que para seus estudos, as integrais de linha ( como integrais de caminho) são fundamentais para resolução desses sistemas. No texto desta seção, mostraremos o desenvolver de uma dessas conclusões que é importante para o processamentos de 2.3 Aplicações de Integrais de Linha 20 informações pertinentes ao mercado. Flutuação de Propriedades dos Valores Financeiros Seja S(t) o estoque monetário de uma ação ou outro valor nanceiro. Analisando a média dos preços das ações (ou de algum valor monetário) em longos períodos de tempo, segundo (DOROGOVTSEV, 1995), pode ser aproximado exponencialmente isso porque geralmente é utilizada uma escala exponencial para a plotagem. Isto é melhor representado em 2.1. Figura 2.1: Gráco do crescimento dos índices calculados sobre grandes unidades industriais nos Estados Unidos nos últimos 60 anos O estoque monetário satisfaz a equação diferencial estocástica para o crescimento exponencial. Onde S 0(t) = rs +(t) S(t) S0 t S t é chamado de () () (2.5) valor de retorno, rs , é a taxa de crescimento e (t) é o ruido branco denido pela correlação da função: h(t)i = 0 Onde h(t)0(t)i = 2(t t0) (2.6) 2 representa a variância dos valores. Muitas vezes é descrito como uma relação 2.3 Aplicações de Integrais de Linha da volatilidade do preço das ações 21 v = . O retorno diário é calculado como: S(t) = [S(tn+1) S(tn)] O conjunto de todos os valores de S(tn) é chamado de série de preços pelo tempo. Devido aos valores serem muito grandes, faremos o logaritmo da equação valor de retorno, x(t) logS(t) daí podemos escrever a equação diferencial de crescimento como: 0 x0(t) = SS 12 2 = rx +(t) Daí tiramos que rx rs 12 2 A diferenciação nita de x(tn ) = x(tn+1 ) x(tn) que corresponde a diferenciação dx está relacionada ao retorno S(t) contudo é uma variação do logS(t). Contudo pela expansão da derivada podemos ter: dx dS(t) dx = dS 0 (t) dt dx = SS(t) 1 d2x dS 2(t)+::: 2 dS 2 2 1 S 0(t) dt+::: 2 S(t) " # As potências de ordem muito elevada não informam sobre a oscilação da potência gaussiana. Isso nos faz dizer que: " S 0(t) 2 dt = x02(t)dt S(t) # Logo, é possível denir a média do estoque monetário em um período de tempo determinado pela integral de linha, 1 Z b 0 b a a kx (t)kdt: Que, em termos de aplicação a economia,fornece um indicador de desenvolvimento e estabilidade econômica. 22 3 Fundamentos de Matemática Intervalar Apresentaremos neste capítulo alguns conceitos e denições básicas da matemática intervalar que serão a base para o desenvolvimento dos lemas, teoremas, proposições e corolários que serão apresentados no capítulo 4. Este capítulo está baseado nos trabalhos de (SUNAGA, 1958), (MOORE, 1959), (MOORE, 1966), (MOORE, 1979) e (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010). 3.1 Conceitos fundamentais Denição 3.1. Dizemos que um intervalo é um conjunto fechado de números reais representado pelo par composto pelo limite inferior e o limite superior do intervalo. Assim para todo a;b 2 R tal que a b, o par [a;b] representa o intervalo. [a;b] = fx 2 R j a 6 x 6 bg (3.1) a = b o intervalo [a;b] recebe o nome de intervalo degenerado. O conjunto dos intervalos de extremos reais R é denominado de I(R). Quando tivermos o caso de Denição 3.2. O conjunto ( ) tem associado duas projeções: I R 1;2 : I(R) ! R 1([x;x]) 7! x 2([x;x]) 7! x Por convenção, para todo por x e x, respectivamente. X 2 I(R), denotaremos suas projeções, 1(X) e 2(X), 3.1 Conceitos fundamentais 23 Denição 3.3 (Igualdade entre Intervalos). Sejam Diz-se que X = Y se, e somente se x = y e x = y. XeY Denição 3.4 (Adição). Sejam X;Y 2 I(R). A soma de X +Y , é o conjunto fx+y j x 2 X e y 2 Y g dois intervalos de X ( ). I R com Y , denotada por X +Y = [x+y;x+y]. Denição 3.5 (Pseudo Inverso Aditivo). Dado X = [x;x] 2 I(R). X = [ x; x] 2 I(R) é chamado de pseudo inverso aditivo de X . Observe que X = f x j x 2 X g Sunaga em (SUNAGA, 1958) provou que O pseudo inverso aditivo não é o inverso aditivo, pois a soma do pseudo inverso [0;0] (que seria o intervalo neutro da soma). Pois, seja X = [0;a] : para todo a 2 R f0g, logo o seu pseudo inverso seria X = [ a;0] portanto X +( X) = [ a;a] 6= [0;0]. No entanto, podemos armar que 0 2 X X Denição 3.6 (Subtração). Sejam X; Y 2 I(R). A subtração de Y em X , denotada por X Y , é o conjunto fx y j x 2 X e y 2 Y g com o intervalo nem sempre é É fácil ver que pela denição de portanto pseudo inverso aditivo que X Y = [x y;x y] = X +( Y ). Y = [y;y] = [ y; y] Este resultado foi devidamente provado por Sunaga (SUNAGA, 1958) Denição 3.7 (Multiplicação). Sejam X; Y 2 I(R). A multiplicação de denotada por X Y , é o conjunto fx y j x 2 X e y 2 Y g Sunaga em (SUNAGA, 1958) prova que y;x y;x y;x y)] X e Y, X Y = [min(x y;x y;x y;x y);max(x Denição 3.8 (Pseudo Inverso Multiplicativo). Sejam o intervalo X . O pseudo n o inverso multiplicativo de X é dado por X1 = x1 j x 2 X . Pelo fato de X1 = n 1 j x 2 X o, 0 2= X . x Note que 1 X = x1 ; x1 . h i Denição 3.9 (Divisão). Seja os intervalos X e Y . A divisão de X por Y , denotada n o n o por XY , é dada por XY = xy j x 2 X e y 2 Y Pelo fato de XY = x y1 j x 2 X e y 2 Y , zero não pode pertencer a Y . X Note que Y = x 1 n y j x2X e y2Y =X o 1; 1 y y . 3.2 Propriedades Algébricas 3.2 24 Propriedades Algébricas As propriedades algébricas da aritmética intervalar são consequências imediatas do conjunto de denições das operações da aritmética intervalar. Proposição 3.1. Seja X,Y e Z Associatividade na adição: 2 I(R), vale: X +(Y +Z) = (X +Y )+Z Associatividade na multiplicação: Comutatividade na adição: X (Y Z) = (X Y ) Z X +Y = Y +X Comutatividade na multiplicação X Y = Y X Identidade na adição: Existe 0 = [0;0] em ( ) tal que 0 +X = X + 0 = X I R Identidade na multiplicação: Existe 1 = [1;1] em Subdistributividade: Demonstração. 3.3 ( ) tal que 1 X = X 1 = X I R X (Y +Z) X Y +X Z Veja (MOORE, 1959) Relação de Ordem ( ) Os intervalos em I R , podem assumir diversas semânticas diferentes. Um intervalo pode ser visto como conjunto; como um intervalo; como uma informação; como uma representação ou como um par ordenado. É possível denir diversas ordens naturais ( ) respeitando uma semântica sobre I(R) . sobre o conjunto I R Denição 3.10 (Ordem de inclusão, (MOORE, 1979)). Sejam os intervalos X e Y a ordem da Inclusão dene que X Y , y x e x y. Denição 3.11 (Quase-ordem de Moore, (MOORE, 1979)). Sejam os intervalos X e Y a ordem da Moore diz que X <M Y , 8x 2 X e 8y 2 Y;x < y , x < y. Observe que a quase-ordem 1 de Moore não é uma ordem2 , pois não satisfaz a ree- xividade. 1É 2É uma relação que possui as propriedades: anti-reexiva e transitiva uma relação que possui as propriedades: reexiva, anti-simétrica e transitiva 3.4 Topologia no 25 I(R) Denição 3.12 (Ordem de Kulisch-Miranker, (KULISCH; MIRANKER, 1986)). Sejam os intervalos X e Y a ordem de Kulisch-Miranker diz que X K Y , x y e x y. Proposição 3.2 (Inclusão Monotônica, (MOORE, 1966)). Sejam X;Y;Z;W intervalos, tais que X Z e Y W . Então as seguintes relações são válidas: X +Y W +Z X Z X Y Z W X Y Z W 1 1 desde que 0 2= Z;X X Z X Z desde que 0 2= W;Y Y W Demonstração. A prova é uma consequência direta das operações aritméticas. Denição 3.13 (Ordem da Informação, (ACIOLY, 1991)). Sejam os intervalos Y a ordem da informação diz que X v Y , X Y , x x e y y. 3.4 Topologia no Xe I(R) Apresentamos nessa seção, algumas propriedades ligadas aos estudos de Análise Intervalar como a noção de conjunto, partição, métrica e espaço métrico. Denição 3.14. Uma partição de C 2 I(R) é uma sequência P = fc =x0 ;x1 ;x2 ;:::;xn =cg. Tal que para cada i = 0;1;:::;n 1, xi < xi+1 . P(C) é o conjunto das partições de C Denição 3.15. A partição P1 de C é mais na que a partição P2 de C , denotada por P1 4 P2 , se P2 P1 Proposição 3.3. Seja (fc;cg). Demonstração. C 2 I(R). hP(C); 4i, é um reticulado com maior elemento Veja em (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010) 3.4 Topologia no 26 I(R) Denição 3.16. Sejam nimos A e B dois intervalos reais distintos tal que A k B . DeI[A;B] = fX 2 I(R)j A k X k B g (3.2) Denição 3.17 (Distância entre dois intervalos). Sejam X;Y 2 I(R). A distância entre X e Y , denotado por dM (X;Y ), é dada pelo número real não negativo dM (X;Y ) = maxfjb aj; jb ajg Proposição 3.4. Seja I um subconjunto não vazio de I(R). A função dM : I I R+ é uma métrica de I pois satisfaz as seguintes propriedades: dM (X;Y ) = 0 sse X = Y dM (X;Y ) = dM (Y;X) 8 X;Y 2 I dM (X;Y ) dM (X;Z)+dM (Z;Y ) 8 Z;X;Y 2 I Demonstração. ! Veja em (MOORE, 1979) Contudo, uma vez que I é não vazio e a função dM está denida sobre I , então o (I ;dM ) é um espaço métrico. Uma vez que A 6= B , então a < b ou a < b. Dessa maneira, sem perda de generalidade, vamos supor que a < b (no outro caso é dual). Dado o espaço métrico (I ;dM ) e um subconjunto H I , denimos o diametro de H, denotado por diam(H), como par diam(H) = fdM (X;Y ) j X;Y 2 Hg; G onde F denota o supremo com respeito à ordem usual da reta e Moore. Devemos observar que (3.3) dM é a distância de diam(H) pode ser innito em alguns casos. Denição 3.18. Um subconjunto diam(X) 2 R+ . X de um espaço métrico (I ;dM ) é limitado se I de I(R) é limitado com respeito à métrica de Moore se estiver contido em I[A;B ] para algum A;B 2 I(R) Claramente temos que um subconjunto 3.4 Topologia no 27 I(R) Lema 3.1 (Lema da Completude). Seja H um subconjunto limitado de I(R). Denimos H = fc j C 2 Hg e H = fc j C 2 Hg. Então, o supremo e o ínmo de H d F com respeito à ordem de Kulisch-Miranker, representado por H e H, são os d d F F intervalos [ H; H] e [ H; H], respectivamente. Demonstração. ver (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010) Lema 3.2. Sejam I e J subconjuntos limitados de I(R) e I + J = f X +Y j X 2 I ; Y 2 J g: Então, l Demonstração. (I + J ) = I + J l l e (I + J ) = I + J G G G veja (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010) Denição 3.19. Seja dado por: X 2 I( R). O módulo de X é um número real não negativo jX j = maxfjxj; jxjg 0 (3.4) Geometricamente, o módulo do intervalo corresponde à maior distância do centro da reta dos reais ( ponto 0) até um dos extremos. Teorema 3.1. Sejam X;Y 2 I(R). As seguintes propriedades se vericam: 1. jX j = 0 , X = [0;0] 2. jX +Y j jX j + jY j 3. jX Y j = jX jjY j Demonstração. Veja em (SANTOS, 2001) Denição 3.20 (Denição de Função Intervalar). Uma função F é chamada de função intervalar se o seu domínio e o contradomínio são subconjuntos de I(R). Denição 3.21. Seja F : I ! I(R) uma função intervalar ela é considerada uma inclusão monotônica se para todo A;B 2 I tal que A B temos que F(A) F(B). 3.5 Integração Intervalar 28 Denição 3.22. Uma função intervalar F é dita limitada se, a imagem de F for limitada, ou seja, está contida em I[A;B] para algum A;B 2 I(R). Neste caso, A k F(X) k B , para todo X pertencente ao domínio de F . F : I ! I(R), denimos as funções F : I ! R e F : I ! R por F(X) = F(X) e F(X) = F(X), respectivamente. Corolário 3.1. Seja I I(R) e F : I ! I(R) uma função intervalar limitada. Então o subconjunto F(I ) = fF(X) 2 I(R) j X 2 Ig tem supremo e inmo com respeito à Como notação, sendo a função ordem de Kulisch-Miranker. De fato: G l Demonstração. 3.5 3.5.1 F(I ) = [ F(I ); F(I )] G G F(I ) = [ F(I ); F(I )] l l veja em (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010) Integração Intervalar Integral de Moore e Yang Denição 3.23. Seja A um intervalo e F função intervalar contínua3 e uma inclusão monotônica com respeito a dM . A Soma de Riemann da função F para uma partição P de A é denida como: nX1 X (F; P ) = F([xk ;xk 1])d(xk ;xk 1) k=0 Onde d é a métrica usual sobre números reais d(x;y) = jy e Yang no intervalo A é denida como: Z F(X)dX = A \ xj. A integral de Moore (F; P ) X P2P(A) Teorema 3.2 (Teorema de Caracterização). Seja A um intervalo, intervalar contínua e inclusão monotônica. Então Z A 3 Veja F(X)dX = " Z a a Z a # fl(x)dx; a fr (x)dx a denição em (MOORE; STROTHER; YANG, 1960) F uma função 3.5 Integração Intervalar 29 onde fl (x) = 1 (F[x;x]) e fr (x) = 2 (F[x;x]) Demonstração. 3.5.2 Veja em (MOORE; STROTHER; YANG, 1960) Integral de Bedregal-Bedregal Denição 3.24. Seja F : I[A;B] ! I(R) uma função intervalar contínua. Dada uma partição P de I[A;B] . Nós denimos os seguintes Somatórios de Riemann de F com respeito a P Soma de Riemann Inferior (F; P ) = n X k =1 l F(I[X k 1 ;Xk ] )dM (Xk 1 ;Xk ) Soma de Riemann Superior X Onde F(I[X k 1 ;Xk (F; P ) = n G X k =1 ] ) = fF(X) j X 2 I[X F(I[X 1 ;Xk k k 1 ;Xk ] )dM (Xk 1 ;Xk ) ]g Denição 3.25. Seja F : I[A;B] ! I(R) uma função intervalar contínua. Nós deniR mos como a integral inferior da função F de A até B , denotada como AB F(X)dX , por Z B F(X)dX = A G P2P[A;B ] e a denição da integral superior da função RB A F(X)dX , como sendo: Z B F(X)dX = A (F; P ) F X l P2P[A;B ] de A B A Demonstração. F(X)dX = " Z B, ! I(R) uma função in- dM (A;B) F F r (x)dx l (x)dx; b a a a b Z b denotada como (F; P ) Teorema 3.3 (Teorema de Caracterização). Seja F : I[A;B] tervalar contínua, então F é uma função integrável e Z até # Veja em (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010) 30 4 Integral de Linha Intervalar Nessa seção apresentaremos a noção de integral de linha intervalar, bem como as denições, teoremas, corolários, proposições e lemas necessários para a fundamentação. Denição 4.1. Um caminho em I(R) é uma aplicação : I é um intervalo I = [c;d] R. ! I(R), cujo domínio : I ! I(R), denimos as funções : I ! R e : I ! R por (x) = (x) e (x) = (x), respectivamente. Assim para cada t 2 I temos que (t) = [(t);(t)]. Denição 4.2. O caminho é contínuo (resp. diferenciável) no ponto a 2 I se cada uma das funções (t) e (t) forem contínuas (resp. diferenciáveis) em a: Se for diferenciável em a dene-se a derivada do caminho no ponto a por 0(a) = (0(a);0(a)) 2 R2: A norma k 0(a) k= Maxfj 0(a) j; j 0(a) jg chama-se valor absoluto da variação de em a: Denição 4.3. Seja F : I[A;B] ! I(R) uma função intervalar limitada e : [c;d] ! I[A;B] um caminho de classe C 1. Dada a partição P de [c;d], denimos as seguintes Somas de Riemann de F com respeito de e P : Como notação, sendo a função Somatório inferior de Riemann (F;; P ) = n X k =1 l F(I[(x 1 k );(x )] )dM ((xk 1 );(xk )) k Somatório superior de Riemann (F;; P ) = X Quando F(I[(x );(x )] ) k 1 k n G X k =1 F(I[(x k 1 );(x )] )dM ((xk 1 );(xk )) = fF((t))jt 2 [c;d]g k 4 Integral de Linha Intervalar 31 F : I[A;B] ! I(R) uma função limitada e P : [c;d] ! I[A;B] um caminho de classe C 1, então. Lema 4.1. Seja uma partição de I e (F;; P ) (F;; P ) X Demonstração. Para todo k = 0;1;2;:::;n 1, F(I[(x e dM (((xi 1 );(y)) > 0. Então podemos escrever. l l F(I[(x );(x )] ) (F;; P ) (i 1) G (i 1) F(I[(x (F;; P ) (i 1) i );(x )] ) i G F(I[(x (i 1) );(x )] ) i );(x )] ) i X Proposição 4.1. Seja : [c;d] ! I[A;B] um caminho de classe C 1 , F : I[A;B] ! I(R) uma função limitada e sejam P 0 e P partições do intervalo I = [c;d]. Se P 0 4 P então X (F;; P ) (F;; P 0) X(F;; P 0) (F;; P ): Demonstração. Tomemos uma partição P onde P = fc = x0 ;:::;xn = dg e P 0 de maneira 0 que P = fa = x0 ;:::y:::;xn = bg Sabendo que a distância é: dM ((xi 1);(y))+dM ((y);(xi)) = dM ((xi 1);(xi)) Também temos que: l F(I[(x e também l ) 1) );(x )] (i i F(I[(x (i 1) l F(I[(x (i 1) );(y)) ) );(x ) ) F(I[(y);(x )) ) i l i 4 Integral de Linha Intervalar 32 Por outro lado: (F;; P 0) = 1 iX l k =1l F(I[(x k 1 );(x )] )dM ((xk 1 );(xk )) k + F(I[(x );(y)])dM ((xi 1);(y)) l + F(I[(y);(x )])dM ((y);(xi)) + 1l nX = k i 1 iX l k =1l 1 i i F(I[(x );(x k+1 k F(I[(x k 1 )] )dM ((xk );(xk+1 )) );(x )] )dM ((xk 1 );(xk )) k + F(I[(x );(x )])dM ((xi 1);(y)) l + F(I[(y);(x )])dM ((y);(xi)) + = 1l nX = k i 1 iX l k =1l 1 i i i F(I[(x );(x k+1 k F(I[(x k + F(I[(x i 1l 1 1 )] )dM ((xk );(xk+1 )) );(x )] )dM ((xk 1 );(xk )) k );(x )] (dM ((xi 1 );(y))+dM ((y);(xi ))) i nX + F(I[(x );(x k=i = (F;; P ) k k+1 )] )dM ((xk );(xk+1 )) Provaremos agora que (F;; P 0) (F;; P 0) Temos que para todo k = 0;:::;n 1 d F(I[(x );(x )]) F(I[(x );(x X F k+1 k l F(I[(x );(x k k+1 )] )dM ((xk+1 );(xk )) (F;; P 0) G k+1 k F(I[(x );(x (F;; P 0) k k+1 )] ) logo )] )dM ((xk+1 );(xk )) X Como parte nal da demonstração do teorema provaremos que X (F;; P 0) (F;; P ) X Também temos que: G F(I[(x (i ) 1) );(x )] i G F(I[(x (i )e 1) );(y )) G F(I[(x (i ) 1) );(x ) i G F(I[(y);(x ))) i 4 Integral de Linha Intervalar 33 Por outro lado: (F;; P 0) X = 1 iX G F(I[(x );(x )])dM ((xk 1);(xk )) + F(I[(x );(y)])dM ((xi 1);(y)) + F(I[(y);(x )])dM ((y);(xi)) n 1 + F(I[(x );(x )])dM ((xk );(xk+1)) k =1G k i 1 k 1 G i X G = 1 k+1 k k i iX G F(I[(x );(x )])dM ((xk 1);(xk )) + F(I[(x );(x )])dM ((xi 1);(y)) + F(I[(y);(x )])dM ((y);(xi)) n 1 + F(I[(x );(x )])dM ((xk );(xk+1)) k =1G k i 1 1 k i G i X G = = 1 k+1 k k i iX G F(I[(x );(x )])dM ((xk 1);(xk )) + F(I[(x );(x )])[dM ((xi 1);(y))+dM ((y);(xi))] n 1 F(I[(x );(x )])dM ((xk );(xk+1)) = (F;; P ) + k =1G k i 1 1 k i X X G = k k i Corolário 4.1. Seja F : I[A;B] ! I(R) e Q partições de I , se P 4 Q temos: k+1 : [c;d] ! I[A;B] funções limitadas e P e (F;; P ) (F;; Q) X Demonstração. (F;; P ) (F;; P [Q) (F;; P [Q) (F;; Q) X X Denição 4.4. Seja F : [a;b] ! I(R) uma função limitada. Deniremos a integral inferior e a integral superior como sendo, respectivamente: Z F(X)dS = G () P 2P I (F;; P ) 4 Integral de Linha Intervalar Z 34 F(X)dS = Proposição 4.2. Seja F : I[A;B] de tal que C F((x)) D 8 nós temos que (F;; P ) X l () P 2P I ! I(R) e : [c;d] ! I[A;B] seja uma função limitada X 2 I[A;B]. Então para cada partição P de I = [c;d] Z Z CdM ((c);(d)) (F;; P ) F(X)dS F(X)dS (F;; P ) DdM ((c);(d)) X P> = [c;d] uma partição trivial de I . (F;; P>) (F;; P ). Mas por denição temos que Demonstração. Seja Pelo Lema 3.1 temos que (F;; P>) = F(I[(c);(d)])dM ((c);(d)) CdM ((c);(d)) l Tomando o resultado do Corolário 4.1, podemos concluir que R F(X)dS F(X)dS . R Para a terceira parte da desigualdade, tomemos por denição, (F;; P>) = F(I[(c);(d)])dM ((c);(d)) DdM ((c);(d)) X G Proposição 4.3. Seja P0 e P00 subconjuntos de P[I] satisfazendo a seguinte propriedade: X 8 P 2 P[I]9P 0 2 P0 e P 00 2 P00 tal que (F;; P ) (F;; P 0) e (F;; P 00) X (F;; P ) Então e Z F(X)dS = Z F(X)dS = G P 0 2P0 l (F;; P 0) X P 00 2P00 (F;; P 00) Corolário 4.2. Seja c y b um número real que y 2 [c;d], e P0 [I] um subconjunto de P[I] que contém c. Então: Z F(X)dS = Z Demonstração. F(X)dS = Seja a partição G (F;; P ) P2P0 l X P2P0 (F;; P ) P 2 P[I], P 0 = P [ fcg. Sendo P0 é mais na que 4 Integral de Linha Intervalar P, temos que 35 (F;; P ) (F;; P 0) e (F;; P 0) (F;; P ). P P Deste modo, P0 [I], satisfazendo a condição da proposição acima. Proposição 4.4. Seja Z b c Z b c c < y < b seja um número real tal que y 2 [c;b]. Então: F((t))k0(t)kdt F((t))k0(t)kdt Demonstração. Seja IeJ = Z = Z y c y c F((t))k0(t)kdt+ Z F((t))k0(t)kdt+ Z b y F((t))k0(t)kdt b 0 (t)kdt F((t)) k y conjuntos de Somatório inferior de Riemann de F j[c;y] e F j[y;b], respectivamente. Então, podemos dizer que I + J é o conjunto somatório inferior de Riemann da função F . Tendo os resultados do 3.2 e 4.2, temos que: Z b F((t))k0(t)kdt = c = = (I + J ) (I )+ (J ) y 0 (t)kdt+ b F((t))k0 (t)kdt F((t)) k c y G G Z G Z De maneira análoga temos obtemos o resultado para o somatório superior de Riemman. Denição 4.5. Uma função limitada F : I[A;B] ! I(R) dizemos que é uma função integrável com respeito ao caminho : [c;d] ! I[A;B] se Z Z F(X)dS = F(X)dS Este valor comum é chamado de integral intervalar curvilínea de Z de e é denotada por F(X)dS F com respeito Denição 4.6. Seja F : I[A;B] ! I(R) uma função denida limitada. Dena o menor e o maior espectro de F , chamamos de Fl e Fr , respectivamente: F(x) = 1F[x;x] e F(x) = 2F[x;x] Teorema 4.1. Seja : [c;d] ! I[A;B] um caminho de classe C 1 e uma função limitada. Então Z F(X)dS = " Z d c F((x)) k 0(x) k dx; Z d c F : I[A;B] ! IR F((x)) k 0(x) k dx # 4 Integral de Linha Intervalar e Z F(X)dS = " Z d c 36 F((x)) k 0(x) k dx; Z d c F((x)) k 0(x) k dx # Demonstração. Tomemos o conjunto de partições da imagem de : [c;d] ! I[A;B] , Pn = fA = X0;X1;:::;Xn = B g, onde A = (c) e B = (d) onde vinda da partição do domínio de da forma T = fc = t0 ;t1 ;:::;tn = dg quando dM ((tk );(tk+1)) = k0(tk )ktk . Contudo Z F(X)dS = = = = G n2N (F;; P ) 1l G n X =0 1l n2N k G n X =0 n2N k nX l 1 2 4 =0 1l k nX k =0 F(I[(x );(x )] )dM ((xk );(xk+1 )) F(I[(x );(x )] )k0 (xk )kxk k+1 k k+1 k F(I[(x );(x k k+1 3 F(I[(x );(x k+1 k )] )k0 (xk )kxk ; )] )k0(xk )kxk 5 Por outro lado: Z 1 G n X d F((x))k0(x)kdx = c = =0 1 n 2N k G n X n 2N k =0 F((xk ))d((xk );(xk+1)) F((xk ))k0(xk )kxk De maneira análoga temos: Z d F((x))k0(x)kdx = c 1 G n X n2N k =0 F((xk ))k0(xk )kxk Ou seja, podemos ter identidade: 1l G n X n2N k =0 F(I[(x );(x k k+1 )] )k0(xk )kxk = 1 G n X n 2N k =0 F((xk ))k0(xk )kxk 4 Integral de Linha Intervalar 1l G n X n2N k =0 37 F(I[(x );(x k+1 k 1 G n X )] )k0 (xk )kxk = n 2N k F((xk ))k0(xk )kxk =0 Claramente, temos que: l F(I[(x );(x k+1 k )] ) F((xk )) Deste modo: 1l G n X n2N k =0 F(I[(x );(x k k+1 )] )k0(xk )kxk 1 G n X n 2N k =0 F((xk ))k0(xk )kxk I[(x );(x )] é compacto e F é uma função contínua, nós d temos que 9 yk 2 [xk ;xk+1 ] tal que F(I[(x );(x )]) = F((yk )) e , pelo mesmo fato, Inversamente, uma vez que k+1 k k+1 " > 0, 9 > 0 tal que dM (X;Y ) então d(F(X);F(Y )) " Considerando dM ((c);(d)) 0 A partir de yk 2 [xk ;xk+1 ] nós temos que: a função F k é uniformemente contínua. Com isso podemos dizer que, dado um dM ((xk );(yk )) dM ((xk );(xk+1)) = k0(xk )ktk Sendo F uniformemente contínua nós temos que d(F((xk );F((yk ))) ". Contudo: 1 X G n n2N k =0 F((xk ))k0(xk )kxk G 1 nX =0 1 n2N k G n X n2N k =0 F((xk )) F((xk )) 1l X G n n 2N k l =0 F(I[(x );(x F(I[(x );(x F((yk )) k+1 k k k+1 )] )] )k0 (xk )kxk = k0(xk )kxk = k0(xk )kxk 1 G n X n 2N k =0 "k0(xk )kxk = " Com isso provamos que: 1l G n X n2N k =0 F(I[(x );(x k k+1 )] )k0 (xk )kxk = 1 G n X n 2N k =0 F((xk ))k0(xk )kxk Teorema 4.2 (Teorema de Caracterização). Seja : [c;d] ! I[A;B] um caminho de classe C 1 e F : I[A;B] ! IR uma função contínua. Então, F é uma função inte- 4 Integral de Linha Intervalar 38 grável com respeito de e Z F(X)dS = Demonstração. Sendo " Z d c F((x)) k 0(x) k dx; Z d c F((x)) k 0(x) k dx # (4.1) F uma função contínua, nós temos que F e F , também funções contínuas. Contudo pela denição 4.5 e pelo teorema 4.1 podemos dizer que: Z Z d F((x)) k 0(x) k dx = c d 0 (x) k dx = F((x)) k c Z d c Z F((x)) k 0(x) k dx d 0 (x) k dx F((x)) k c Contudo, podemos escrever a integração como sendo: Z F(X)dS = " Z c d F((x)) k 0(x) k dx; Z d c # F((x)) k 0(x) k dx : 39 5 Aplicação da Integral Intervalar de Linha Intervalar As teorias que forma a Física Clássica são um excelente suporte para a análise dos fenômenos ligados a partículas macroscópicas, bem como os eventos ligados a ela. Contudo ao serem aplicadas na análise de partículas microscópicas não se tem a eciência desejada. Classicamente existem dois conceitos distintos sobre onda e partícula. Contudo no nal do século XIX e no início do século XX foram coletadas muitas informações a respeito dos fenomênos microscópios que zeram esquecer as teorias da física clássica e pensar nas características das partículas microscópicas e os fenomênos relacionados a elas. Essas mudanças foram possíveis graças a alguns experimentos, descritos em (BEECHING, 2007), em que destacamos: Radiação de corpo negro : Para explicar a radiação eletromagnética emitida por um corpo em equilíbrio térmico, Planck postulou que a energia eletromagnética não varia continuamente, mas sim é um pacote é um múltiplo de um quantidade mínima de energia. Efeito fotoelétrico : Explicado por Eistein, o efeito fotoelétrico foi proposto por Hertz em 1897. Para solucionar a falta de um argumentação mais forte, Eistein propos que a luz é um composto de várias partículas chamadas uma energia equivalente a ergs.s e v hv, onde h quantas, é a constante de Planck, que possuem h = 6:626 10 27 é a frequência da luz. Efeito Compton : Em 1924 Compton descobriu que a radiação eletromagnética não era espalhada de modo consistente com a natureza ondulatória dado que em colisões a radiação comporta-se como um feixe de partículas as quais possuem energia hv e o momento hv onde c c é a velocidade da luz. 5.1 Difração de uma Partícula Difração de Elétrons por David e Germer 40 : Publicado em (DARROW, 1948) os estudos de David e Germer sobre a difração de elétrons mostraram que a matéria e a radiação possuem características equiparáveis Os resultados dos experimentos citados levam a crer que a radiação eletromagnética pode-se comportar como uma partícula em determinadas situações, causando o que é dito como um comportamento de dualidade. A propagação do elétron é ondulatória e quando existem colisões o comportamento passa a ser algo corpuscular. 5.1 Difração de uma Partícula Na década de 1920 surgiu na física uma teoria que viria a ser o principal foco, segundo (D'ESPAGNAT, 1979) para a análise das estruturas e comportamento da matéria: a mecânica quântica. O estudo desse campo da física oferece recursos teóricos para descrever o comportamento das moléculas, átomos e partículas sub-atômicas. Segundo (SQUIRES, 1993) desde a sua criação a mecânica quântica apresentou problemas de interpretação em grau sem precedentes na história da ciência. As diculdades interpretativas dessa teoria dizem respeito tanto à forma pela qual a teoria se relaciona com os fenômenos quanto ao delineamento de uma ontologia que lhe seja apropriada. A compreensão desse ponto requer uma breve menção às duas noções fundamentais das teorias físicas: a de estado e a de grandeza física. De um modo geral, estados são caracterizações básicas dos objetos físicos tratados pela teoria. As grandezas físicas são as propriedades mensuráveis desses objetos. Para efeitos de comparação, podemos lembrar que na mecânica clássica o estado de uma partícula de massa m é representado por um conjunto de seis números que especicam sua posição e velocidade. Em função desses números a teoria indica como calcular os valores de grandezas físicas. Na mecânica quântica os estados dos objetos são denidos por meio das chamadas funções de onda. É justamente dessa nova (e complexa) forma de representação dos estados que surgem quase todos os problemas de interpretação da teoria. Uma grandeza física só será relevante do ponto de vista prático se pudermos atribuir valores a ela. Contudo essa é a primeira e mais fundamental diculdade interpretativa na mecânica quântica: Dado um estado quântico e uma grandeza física, em geral o 5.2 Experimento 41 formalismo quântico simplesmente não atribui um valor à grandeza e mesmo quando o estado não fornece o valor de uma grandeza física, medidas dessa grandeza sobre o objeto são inteiramente possíveis e dão valores bem denidos. Em (SINGH, 2004) essa diculdade de predição dos fenômenos, dos resultados de medida, fez com que surgissem maneiras diferentes de interpretar: Incompletude: A descrição quântica do objeto é incompleta, ou seja, não prevê valores de grandezas perfeitamente mensuráveis. Completude: Os valores dessas grandezas não existem, ou não estão denidos antes que se efetue a medida; a medida então criaria ou tornaria denidos os valores, não sendo propriamente uma medida algo puramente incerto no sentido usual do termo, ou seja, a mera revelação de uma propriedade preexistente do objeto investigado. Apesar das duas correntes não trabalharem juntas, nenhuma delas elimina a incerteza. Isso nos possibilita dizer que a mecânica quântica não está isenta da diculdades teóricas, conceituais e losócas. 5.2 Experimento Mauricee de Broglie, físico experimental francês que, desde o princípio, apoiou a teoria sobre o efeito Compton 1 em relação à natureza corpuscular da radiação. Segundo (EISBERG; RESNICK, 1985) dentre os seus trabalhos, um dos principais é chamado de Postulado de Broglie, onde armara que o comportamento dual, isto é, onda-partícula, da radiação também se aplicava à matéria. Assim como um fóton tem associada a ele uma onda luminosa que governa seu movimento, também uma partícula material tem associada a ele uma onda de matéria que governa seu movimento. O experimento, ilustrado na gura 5.1, consiste na emissão de elétrons em uma fenda estreita de largura y. O deslocamento dos elétrons ocorre devido a submissão das partículas a uma diferença de potêncial gerada por uma força eletroestática, de 1 consiste na alteração do comprimento de onda de um fóton ao iteragir com a matéria. Essa alteração se dá pelo ganho ou perda de energia. 5.2 Experimento 42 maneira tal que os elétrons se deslocam paralelos ao eixo partícula sofre uma difração, ou seja, o ângulo variação do valor da coordenada por x. Ao passar pela fenda a representa a amplitude angular da y da partícula em determinado momento e é calculado sen() = y , onde é o comprimento de onda do elétron. Como a propragação da onda governa o movimento da partícula, também da as probabilidades relativas que o elétron tem de alcançar diferentes pontos na chapa fotográca que ca à frente da fenda para receber o elétron. Portanto, o elétron que passa pela fenda será deetido para um ângulo qualquer entre e +. Embora seu momento na direção y fosse conhecido com grande precisão antes de passar pela fenda, após passar pela fenda, seu momento na y pode ter qualquer valor entre py e +py , com o valor do ângulo sen() = pp . Sendo assim, o momento na direção y do elétron torna-se impreciso devido a difração y direção da onda do elétron. É possível ter uma valoração da incerteza pela equação abaixo: p py ' py = p sen() = y (5.1) Figura 5.1: Representação do experimento de difração de uma partícula por uma fenda 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula 5.3 43 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula Os modelos de experimentos de difração de elétrons utilizados, não consideram alguma das variáveis mais importantes quando se trata de um elétron que é a sua carga. Sabemos que devido à própria natureza da partícula, ela não vê o ambiente como um corpo sólido ou como um campo de energia, mas sim como um ambiente reticulado formado por partículas subatômicas. O elétron ao passar pela fenda sofre uma alteração em seu movimento devido a que existem na fenda alguns milhares de elétrons que juntos formam uma diferença de potencial que interfere diretamente em seu movimento. Mauricee de Broglie, como descrito em (EISBERG; RESNICK, 1985), também considerou a diferença de potêncial elétrico em seu experimento, mas somente para fazer o movimento da carga, e não em todo o experimento. O que faremos então é calcular o trabalho realizado por essa partícula ao longo de sua trajetória dentro da fenda utilizando a noção de intervalo para representar a incerteza sobre a posição relativa(representado na gura 5.2 por pequenas circunferências verdes) da partícula em um determinado instante. Essa incerteza da sua posição implica em uma incerteza quanto à diferença de potencial, pois a denição de potencial está ligada a posição relativa das partículas envolvidas. Figura 5.2: Representação da fenda sob uma visão subatômica Na gura 5.2 força eletroestática implementada F obriga a partícula a entrar na fenda, contudo o movimento não é linear devido a existência dos elétrons (representa- 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula 44 dos na gura pela círculo de cor cinza) dos átomos das paredes que, juntos, aplicam à partícula uma força. Segundo (HALLIDAY; RESNICK, 2007), o valor escalar da força eletroestática, de atração ou repulsão entre duas cargas puntiformes cujos valores escalares são Onde k é a q1 e q2 e que estão separadas pela distância D, é dado por: F = k qD1q22 constante eletrostática que tem o seguinte valor: 1 = 8;99 109 N:m2 k = 4" C2 0 C é a é a quantidade de carga elétrica carregada pela corrente de 1 ampère durante 1 segundo e N A constante "0 (constante de permissividade ) possui o valor: 2 C 12 "0 = 8;85 10 N:m2 Onde Lembrando de que existe uma força de repulsão sob a partícula devido aos seus elétrons. Com isso, pensando em uma quantidade discreta e enumerável de elétrons das paredes da fenda, podemos somar todas as forças que atuam sobre a partícula lançada na fenda de acordo com a proporção da distância de cada átomo da fenda com a partícula lançada em cada momento. Como a matéria é constituida de um único material, a distância entre os átomos é constante, a qual será representada por l na gura 5.3. Figura 5.3: Representação geométrica das distâncias dos átomos das paredes e do elétron lançado á fenda No instante em que o elétron lançado entra na fenda, ele recebe somente uma força favorável ao seu movimento ( que é a força inicial), as outras forças geradas pelos elétrons dos átomos das pareces são forças de sentido oposto ao sentido da força inicial, então 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula 45 podemos considerar a seguinte força contrária: F = Onde X 1 kq2 (x2 +(nl) 2) i=1 n (5.2) i é o valor índice da partícula atual, e n é o número de átomos que se encontram na parede da fenda. A força de sentido oposto ao da força inicial é derivada da força F , representada na equação 5.2. Sendo a força inicial é paralela ao eixo sentido oposto ao da força inicial é o cosseno da força F , 5.2. Logo: n 1 cos(i) Fcos = kq2 (x2 +(il) 2) i=1 n 1 il 2 Fcos = kq (x2 +(il) 2 ) x2 +(il)2 i=1 n il Fcos = kq2 2 2 i=1 (x +(il) ) x, a força de X X q X (5.3) 3 2 Naturalmente que a medida que o elétron avança em sua trajetória, o número de elétrons a sua frente diminui e consequentemente a força de resistência diminui e a força de repulsão aumenta, podemos caracterizar isso como: (t) = Fcos(t) Fcos(n t) t n t il il 2 (t) = kq2 kq 2 2 2 2 i=1 (x +(il) ) i=1 (x +(il) ) X X 3 2 Onde t é o índice corrente do movimento. 3 2 Até agora tomamos o valor (5.4) x como um valor exato, contudo sabemos que a posição relativa do elétron está entre duas posições extremas - representadas na gura 5.2 pelas pequenas circunferências cinzas. As posições são mapeadas por uma função intervalar: : [c;d] ! I[A;B] (t) = [(t);(t)] (5.5) Pela característica da hipótese de movimento tomemos uma função (t) que descreve o movimento em seu gráco. A função intervalar sendo: 4t ; 4t +2 (t) = 2 4t+N +1 4t+N +1 (5.6) 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula 46 Onde o gráco dos seus extremos é representado pelo gráco na gura abaixo Onde os extremos do intervalo representam as posições extremos em cada instante. , na equação 5.4 como: n t i 2 2 (5.7) i=1 (dM ((t);Y (t)) +(il) ) Tomando a distância de Moore, podemos redenir a função i (t) = kq2l 2 2 i=1 (dM ((t);Y (t)) +(il) ) 2 4 3 t X X 3 2 3 2 5 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula 47 Figura 5.4: Gráco da força gerada pelo campo elétrico gerado pelos elétrons da fenda A equação 5.7 é a equação que representa a força de interferência gerada pelo campo de elétrons no movimento da partícula sobre a partícula lançada na fenda, contudo devemos lembrar que existe uma força aplicada a partícula que a faz propagar. Essa força Fini é denida intervalar como: F : I[A;B] IR ! IR F(A) = [F(A);F(A)] (5.8) A força inicial gerada para forçar o deslocamento da partícula é dada por: Onde P q1 q2 Fini((t)) = k d ((t);P) 2 M representa a posição da fonte da força de deslocamento da partícula. Con- tudo, devemos lembrar que no processo de deslocamento da partícula, a força que atua no movimento, sofre uma variação devido as outras forças que atuam no sistema - representada pela equação 5.7. Pelo fato do movimento da partícula ser intervalar, não sabemos ao certo se dado um instânte t a partícula está sob a ação de uma força gerada pelo campo elétrico da parede ou não. Então vamos tomar duas posibilidades para o 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula 48 movimento: Movimento 1 Caso a partícula só seja submetida ao campo elétrico gerado pelas pa- redes após passar pela metade do trajeto. Movimento 2 Caso a partícula só seja submetida ao campo elétrico gerado pelas pa- redes antes de passar pela metade do trajeto, na outra metade ela seja livre do campo. Como é possível ver na gura 5.3 antes da partícula chegar a metade do seu trajeto o sentido da força do campo é oposto ao sentido do movimento, o que faz com que o movimento seja, em parte, retardado. Após a metade do trajeto o sentido da força do campo das paredes da fenda é favorável ao movimento, o que seria uma força adicional a Movimento 1 a força que atua sobre a partícula é maior favorencendo o deslocamento da partícula, enquanto no Movimento 2 a partícula expulsão da partícula. Ou seja, no se desloca com uma força menor favorecendo o seu deslocamento no sentido de expulsão da fenda. Esses dois casos devem ser levados em consideração, ao mesmo tempo, tendo em vista que, não se sabe a posição exata da partícula dado um instânte podemos denir a função 5.8 como sendo: 8 > < N F ini ((t))+(t); se t < 2 F((t)) = Fini((t)); se t N2 > : 8 > < N F ini ((t)); se t < 2 F((t)) = Fini((t))+(t); se t N2 > : t. Portanto 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula 49 Figura 5.5: Gráco da função intervalar resultante O trabalho realizado pela partícula Segundo (GUIDORIZZI, 1989, pág.1097-1099) dado um campo vetorial contínuo ! F : Rn ! Rn (onde é um aberto no Rn) que representa a força aplicada a uma : [a;b] ! , contínua e derivável. O trabalho W realizado pela partícula durante a trajetória pode ser calculada pela integral partícula de trajetória denida pela curva curvilínea b W = ! F d = a ! F ((t)) 0(t)dt Z Z No experimento tratado, a função que representa a força, tem somente variação puramente escalar, com isso podemos considerar a integral de linha, curvilínea, para o cálculo do trabalho da partícula. ao invés da integral Sendo o modelo intervalar, se faz necessário um modelo de integração que seja fundamentada sobre um espaço intervalar, com isso utilizaremos o modelo proposto em (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010). Assim precisamos Tomando a equação 5.6 que representa a função caminho e pela denição 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula 50 4.2, podemos exprimir uma função paramétrica da forma: 0 : I ! t 7! R 2 404 ; 404 (4t+101)2 (4t+101)2 ! Com isso o trabalho calculado, segundo a integral de linha intervalar, pode ser montada como: Z F(X)dS = " Z c d Z # d F((t)) k 0(t) k dt; c F((t)) k 0(t) k dt : (5.9) Sabendo que k 0(t) k = Maxfj 0(t)j; j 0(t)jg ( 404 ; 404 (4t+101)2 (4t+101)2 = Max 404 = (4t+101) 2 ) Logo a equação 5.9 ca como: Z 404 dt; dF((t)) 404 dt : F((t)) F(X)dS = (4t+101)2 c (4t+101)2 c No caso de Z " Rd c # (5.10) 404 dt F((t)) (4t+101) 2 404 dt = F((t)) (4t+101)2 c Rd c 8 Z > > > < 404 dt; se t < N (F ini ((t))+(t)) (4t+101)2 2 c d 404 N Fini((t)) (4t+101)2 dt; se t 2 c d Z > > > : (5.11) 404 dt F((t)) (4t+101) 404 dt = F((t)) (4t+101)2 c d Z d d E no caso de Z Z 2 8 > > > < > > > : 404 dt; se t < N F ini ((t)) (4t+101)2 2 c d 404 N (Fini((t))+(t)) (4t+101)2 dt; se t 2 c Z Z d (5.12) Contudo para termos valores reais utilizamos um método numérico para a integração, isso devido a função ter características que impedem uma integração direta. Para executar a operação de integração clássica e gerar os grácos utilizamos o 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula 51 Maple versão 12. As equações 5.11 e 5.12 são denidas por duas funções Rd 404 404 c Fini ((t)) (4t+101) dt e c (Fini ((t))+(t)) (4t+101) dt que, utilizando o método dos software Rd 2 2 mínimos quadrados e em seguida o método de uma integral numérica baseada na Lei de Boole, ambos os métodos descritos em (RICHARDS, 2002), obtivemos a expressão das integrais como funções polinomiais: Z 404 dt = F ini ((t)) (4t+101)2 c d Z 404 dt = (F ini ((t))+(t)) (4t+101)2 c d A variação do trabalho realizado pela partícula no sentado na gura 5.6 Movimento 1 no gráco repre- 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula Figura 5.6: Gráco de Rd c 52 404 dt F((t)) (4t+101) 2 Enquanto a partícula não utrapassa o meio da fenda, a força que atua na partícula sofre uma redução devido ao campo elétrico da fenda, após o meio a força se estabiliza pois a partícula, supostamente, não passa pelo campo. A variação do trabalho realizado pela partícula no Movimento 2 no gráco representado na gura 5.7 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula Figura 5.7: Gráco de Rd c 53 404 dt F((t)) (4t+101) 2 Após ultrapassar o meio da fenda, a força que atua na partícula começa a crescer em termos escalares, isso porque a partícula entra no campo elétrico da fenda, que a partir desse ponto, é favorável ao movimento. Antes desse ponto, o trabalho é constante. É possível notar que no movimento 1 desdo início a partícula sofre uma retração do seu movimento, devido ao campo elétrico, com isso máximo e o mínimo dos intervalos que representam o trabalho realizado se tornam ainda maiores. 5.3.1 Considerações Finais sobre o Experimento A trajetória indeterminada da partícula não é um problema para uma estimativa do trabalho realizado. Por mais que se estime alguma trajetória, o valor do trabalho sempre estará entre dois valores estimados como os extremos de um intervalo. Com isso podemos concluir que pensar em um modelo de matemática intervalar para modelos matemáticos para a mecânica quântica pode ser uma ferramenta poderosa para o de- 5.3 Modelagem Intervalar do Experimento de Difração de uma Partícula 54 senvolvimento desse ramo da física que por muitas vezes se depara com o problema da incerteza dos valores atribuidos as variáveis. 55 6 Conclusões e Trabalhos Futuros 6.1 Conclusões A matemática intervalar é uma alternativa para solucionar problemas onde existam erros computacionais e erros de exatidão que se apresentam cotidianamente em computações numéricas. Embora a matemática intervalar seja uma alternativa para abordar esse tipo de problema, ela também permite lidar com a incerteza na representação numérica dos valores de certos atributos, como o peso, a largura ou fenômenos da natureza, de alguns objetos. Contudo, a matemática intervalar (comparada com a matemática clássica) é recente, por esta razão existem muitas denições e teorias da matemática clássica que ainda não foram estendidas para a matemática intervalar. No presente trabalho é proposto uma integral de linha intervalar, que estende integral intervalar em (BEDREGAL; BEDREGAL, 2010), assim como a integral de linha da matemática clássica de uma forma matematicamente bem fundamentada. Apresentamos, também, uma aplicação desta integral de linha intervalar para calcular o trabalho realizado pela força resultante em uma partícula de teste no experimento de difração de um elétron por uma fenda. Sabendo que um dos problemas da mecânica quântica consiste em determinar o valor que pode ser atribuido a uma variável considerando tanto, a incerteza do estado da variável, como a incerteza da medição correta do seu valor, usamos um intervalo para caracterizar a posição relativa e aproximada da partícula de tal maneira que o intervalo contenha o real valor da variável. Uma vez que o problema foi contextualizado, sob a luz da matemática intervalar, foi utilizada a integral de linha intervalar, que graças às características do sentido das forças que atuam sobre a partícula permite calcular o trabalho que a partícula sofre durante parte do experimento, considerando a incerteza do seu posicionamento. Utilizar a denição de intervalo para a valoração das variáveis ao invés de valores pontuais pode levar a um outro caminho evolutivo para a mecâ- 6.2 Trabalhos Futuros 56 nica quântica, uma vez que a noção de intervalo permite englobar a idéia de valoração da variável bem como a incerteza quanto ao estado. Assim podemos vislumbrar uma gama de aplicações da matemática intervalar, e em particular, das integrais de linha intervalares aqui propostas, em física quântica. 6.2 Trabalhos Futuros Na matemática clássica um dos conceitos fundamentais é a noção de distância, em particular, a de distância métrica. A análises real tem uma métrica que coincide com a intuição geométrica de distância. Na matemática intervalar, foi o próprio Ramon Moore ( ) a qual tem sido amplamente que, em (MOORE, 1979), propôs uma métrica para I R aceita na comunidade de matemática intervalar, devido a que as pesquisas utilizando essa métrica obtiveram importantes resultados além de que o próprio autor, provou que essa métrica estende a métrica usual da reta. Contudo, essa noção de distância não é uma função puramente intervalar, pois a imagem é um valor pontual e não um intervalo. Ou seja, a distância entre dois intervalos é dado por uma valor exato. Mas, se pensamos em intervalos como aproximações de números reais, então seria natural pensar que a distância entre dois intervalos deve aproximar (conter), também, a distância entre os valores reais que eles aproximam. Isto, motivou (TRINDADE et al., 2009) a propor uma extensão da noção de distância para distancia intervalares, e a propor uma tal ( ) distância intervalar para I R . Assim, como trabalho futuro pretendemos desenvolver uma versão das integrais de linha intervalares que se base nessa, ou em outra, distância intervalar. As integrais de linha possuem aplicações fundamentais para diversas áreas cientícas. Contudo, muitas dessas aplicações fazem uso das integrais de linha em curvas fechadas e integrais curvilíneas (integrais de linha denidas de funções F : I(R)n ! I(R)m). Logo, seria interessante que existissem as fundamentações matemáticas da integral curvilínea bem como da integral curvilínea denida numa curva fechada em espaços intervalares. 57 Referências Bibliográcas ACIOLY, B. M. Fundamentação computacional da matemática intervalar. Tese (Doutorado) Instituto de Informática, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1991. ASHOKARAJ, I. et al. Sensor Based Robot Localisation and Navigation: Using Interval Analysis and Extended Kalman Filter. Sendai, Japão, 2004. BEDREGAL, B. R. C.; BEDREGAL, R. C. 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