ARMANDO FERNANDES PEDIATRA ASSISTENTE HOSPITALAR - HOSPITAL DE SANTA M ARIA ASSISTENTE CONVIDADO – FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA http://amrf.no.sapo.pt/ Email: [email protected] MONONUCLEOSE INFECCIOSA A mononucleose é uma doença altamente contagiosa que atinge sobretudo adolescentes e adultos jovens. É por vezes chamada doença do beijo, pois é transmitida através de contacto directo com saliva ou secreções nasais infectadas com o organismo causador, o vírus de Epstein-Barr (VEB). Contudo, não é necessário beijar uma pessoa infectada; a mononucleose é facilmente transmitida através da partilha de copos, pratos e talheres ou escova de dentes. Na maior parte dos casos, a exposição ao VEB não provoca sintomas. Aos 5 anos, cerca de metade das crianças já contraíram o vírus e desenvolveram imunidade, embora a maioria não tenha adoecido. Quando se manifestam, os sintomas começam 30 a 60 dias depois da exposição ao vírus, com fadiga, dor de cabeça e arrepios, seguidos um ou dois dias mais tarde por febre, dor de garganta e gânglios aumentados, sobretudo no pescoço. Algumas pessoas também se queixam de fraqueza, perda de apetite e dor muscular e articular. Em certos casos graves, o baço aumenta de volume e pode desenvolver-se icterícia se o fígado for afectado. Os sintomas persistem em geral durante uma a quatro semanas, mas a recuperação total pode levar dois ou três meses. A mononucleose em si não costuma ser grave, mas por vezes surgem complicações que podem pôr em risco a vida do doente, sobretudo em pessoas com sida ou outras doenças que reduzem a imunidade. Estas complicações incluem hepatite, obstrução das vias respiratórias devido a edema da garganta, meningite, convulsões e psicose, se o cérebro e o sistema nervoso estiverem infectados; distúrbios sanguíneos, como anemia hemolítica e ruptura do baço. Tratamentos médicos Na maior parte dos casos, a mononucleose é autolimitada. Como é uma doença viral, os antibióticos não são eficazes como tratamento. Em certos casos, porém, pode ser receitado um corticosteróide se houver obstrução das vias aéreas superiores por amígdalas volumosas. Os corticóides, também, podem ser receitados por: anemia hemolítica auto-imune grave, doença neurológica, insuficiência hepática grave, etc. Os doentes com sida e outros com imunidade reduzida podem tomar aciclovir por via oral ou intravenosa. De outro modo, recomenda-se o paracetamol, se necessário, para tratar dores de cabeça ou outras e febre. Em casos raros, é necessário hospitalizar o doente. Por exemplo, a ruptura do baço é uma emergência médica que exige transfusões de sangue imediatas e cirurgia a fim de evitar a morte. Tratamento em casa O doente deve ficar de cama enquanto tiver febre; depois disso, pode reatar as actividades normais, mas são necessários períodos de repouso frequentes para evitar a fadiga. Como o baço continua vulnerável mesmo depois de os sintomas desaparecerem, os desportos de contacto devem ser evitados durante pelo menos dois meses após a recuperação. Deve ter-se o cuidado de evitar a transmissão da doença a outros. Uma pessoa é considerada contagiosa até ao desaparecimento de todos os sintomas. Mesmo depois, o vírus permanece no organismo e pode ser detectado na saliva e secreções nasais de cerca de um quarto de adultos de outro modo saudáveis. Mesmo depois da recuperação, o paciente deve estar atento aos sintomas de complicações tardias, sobretudo de hepatite. A icterícia - amarelecimento da pele e da parte branca dos olhos - obriga a avaliação pediátrica/médica. Outras causas de “síndrome mononucleósica” Vírus (citomegalovírus (vulgarmente infecta recém-nascidos); herpes vírus humano tipo 6; adenovírus; HIV; rubéola; vírus da gripe; etc.) Parasitas (Toxoplasma gondii) Neoplasias (linfoma) Rua Prof. Veiga Ferreira, Estúdio 15-A. Jardim dos Ulmeiros. Telheiras Sul. 1600-590 Lisboa. Tel. 21 754 10 37 - Fax 21 754 01 20 - E-mail: [email protected] Capital Social: 5 000 Euros – Matrícula n.º 6886/980219 C.R.C. Lisboa – N.º Contribuinte: 504 085 760