D O Renascimento na Alemanha e nos Países Baixos

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Natal, RN
___/___/2014
ALUNO:
Nº
SÉRIE/ANO:
TURMA:
7º
DISCIPLINA:
TIPO DE ATIVIDADE:
HISTÓRIA DA ARTE
D
TURNO:
V
PROFESSOR (A):
TEXTO COMPLEMENTAR - III
2º trimestre
TATIANE
O Renascimento na Alemanha e nos Países Baixos
Com o tempo, as ideais dos artistas italianos que valorizam a cultura Greco-romana começaram a se
expandir. Artistas como Dürer na Alemanha e Holbein, Bosh e Bruegel, nos Países Baixos, renovaram a
pintura em seus países inspirados pela pintura italiana.
Dürer: a arte e a realidade
Albrecht Dürer (1471-1528) foi um dos primeiros artistas alemães a representar o corpo humano com uma
beleza ideal, como imaginaram os artistas clássicos gregos e romanos. Como se dedicou à geometria e à
perspectiva valorizou também a observação da natureza e a reproduziu fielmente em muitos de seus
trabalhos. Dürer foi famoso também como hábil gravador – artista que produz gravuras usado como matriz
a madeira ou o metal.
O realismo de Dürer
Observe o realismo com que o desenho e a pintura feito por Dürer reproduzem
uma lebre. Note as aparências do pelo, a postura das patas e das orelhas os
pelos delgados e longos do focinho e o brilho dos olhos. Para reproduzir a
figura de um animal como Dürer o fez, é preciso tanto dominar a técnica do
desenho e da pintura quanto ter grande capacidade de observação.
Representação de uma lebre em aquarela e
guache sobre papel (1502), Albert Dürer.
Dimensões 25x22,5cm.ALbetina,Viena.
Combate de S. Miguel com o dragão
Essa xilogravura ilustra uma cena do livro do
Apocalipse, do Novo Testamento, que teria sido
escrito por João, um dos apóstolos de Jesus Cristo.
Segundo alguns estudiosos, esse livro refere-se aos
fins dos tempos. O trecho ilustrado diz respeito à luta
entre Miguel e os anjos do bem e do mal: seria,
portanto, o conflito entre o bem e o mal. Observe a
riqueza de detalhes das imagens: a grande quantidade
de traços negros e áreas brancas mostra o trabalho na
madeira usada como matriz. Note que o artista
conseguiu expressar a intensidade da luta: o vigor e a
determinação das forças do bem e a resistência e a
agressividade das forças do mal. Dürer criou, ainda,
outro contraste interessante: enquanto no espaço
celeste é travada uma batalha, no espaço humano vêse uma pequena e tranquila cidade. Qual o significado
disso? Para responder, apenas podemos levantar
hipóteses: há uma intensa luta entre o bem e o mal
não percebida pelos seres humanos? Os anjos do
bem protegem os seres humanos combatendo o mal
em seu lugar? A resposta dependerá da crença de
cada um.
Combate de S. Miguel com o dragão (1498), de Albercht Durer. Dimensôes: 39x28cm
Hans Holbein: a dignidade humana
Hans Holbein (1498-1543) ficou conhecido como retratista de
personalidades políticas, financeiras e intelectuais da Inglaterra e
dos Países Baixos. Seus retratos destacam-se pelo realismo e
pela aparência de tranqüilidade das pessoas retratas. Ele
procurou também dominar a técnica da pintura para expressar um
dos ideais renascentistas de beleza: a dignidade do ser humano.
À esq.: Retrato de Erasmo de Roterdã (c.1523), de
Holbein. Dimensões: 42x32cm. Museu do Louvre,
Paris.
Bosch: a força da imaginação
Hieronymus Bosch (1450-1516) criou uma obra inconfundível, rica
em símbolos de astrologia, de alquimia* e da magia do final da
Idade Média. Nem todos os elementos presentes em suas telas,
porém podem ser decifrados, pois muitas vezes ele combina
aspectos de diversos seres – animais ou vegetais – e cria
estranhas formas sem motivo aparente. O que pretendia ele?
Alguns estudiosos vêem em sua obra a representação do conflito
que inquietava o espírito humano no final da Idade Média: de um
lado, o sentimento do pecado ligado aos prazeres materiais; de
outro, a busca das virtudes na vida ligada à espiritualidade. Além disso, muitas crenças religiosas
espalharam-se pela Europa entre as pessoas mais simples e fortaleceram superstições, talvez
representadas na pintura de Bosh.
*alquimia: conjunto de conhecimentos químicos da Idade Média dirigidos à descoberta da pedra filosofal, que permitiria transformar qualquer metal
em ouro, e da panaceia universal, o remédio contra todos os males.
O jardim das delícias (c.1500), de Hieronymus Bosh. Dimensões: 2,15x1,90m (painel central);
2,15x95cm (painel laterais). Museu do Prado, Madrid.
O jardim das delícias
Esta obra é um tríptico. No painel da esquerda, Paraíso terrestre, o
artista retrata a criação de Adão e Eva, tendo como cenário uma
paisagem estranha, nada parecida com o paraíso descrito na Bíblia. O
painel central é o próprio Jardim das delícias. Aí, curiosas personagens
– animais terrestres, aves, peixes e frutos – formam um conjunto
incomum e parecem participar de um acontecimento incompreensível
para o observador (ver o detalhe acima). No painel da direita, O inferno
musical, Bosh cria uma situação ainda mais surpreendente ao misturar
formas humanas, animais, vegetais e minerais em meio a tons escuros.
Bruegel: um retrato das aldeias medievais
Pieter Bruegel, o Velho (1525-1569) viveu nas grandes
cidades da região de Flandres, já sob a influência dos ideais renascentistas, mas retratou a
realidade das pequenas aldeias que ainda conservavam a cultura medieval. É o caso, por
exemplo, da pintura Jogos infantis.
Jogos infantis
Quando observamos essa obra, três aspectos nos chamam a atenção. Primeiro, a composição com grande número de personagens, técnica que o
artista dominava com segurança. Segundo, a forte impressão de movimento. Terceiro, a atitude das crianças: elas não parecem estar brincando
por prazer, mas por obrigação, como quem executa um trabalho. Essa sensação nos é transmitida pela ausência de sorriso no rosto.
Jogos infantis (1560), de Bruegel. Dimensões:1,18x1,61m. Museu de História da Arte, Viena.
Fonte (adap.): PROENÇA, Graça. Descobrindo a história da arte. São Paulo: Ática, 2005. p.64-67.
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