Renascimento 3

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RENASCIMENTO (3)
Esculturas e expansão pela Europa
Seguindo as linhas do pensamento humanista e o resgate dos valores greco-romanos,
a escultura renascentista deu ênfase à importância do homem e suas atividades. Os
escultores ficaram conhecidos por seus relevos e pelas ornamentações de púlpitos (a
parte elevada da igreja em que o padre prega aos fiéis).
O maior escultor do renascimento foi Michelangelo. Até as
pinturas desse artista possuem caráter escultórico. Sua
carreira, aliás, começou como escultor.
A escultura "Davi" foi feita por encomenda. Michelangelo
começou a executá-la num bloco de mármore abandonado
junto à catedral. Esculpida com grande técnica, destaca
quaidades "superiores" do homem, como o heroísmo, força,
visão dramática e grandiosa do mundo. Se comparada ao
Doríforo de Policleto, feito no século 5 a.C., fica evidente a
influência estética clássica.
Outra figura importante da escultura italiana foi Donatello.
Realista, suas figuras são carregadas de verdade humana, com
fortes influências da escultura romana.
Fora da Itália, o renascimento também teve força.
Renascentismo pela Europa
Na Flandres (Holanda): pintura a óleo
"Davi", Michelangelo
(1501).
O renascimento flamengo esteve muito ligado ao desenvolvimento da pintura. Suas
maiores preocupações eram a pesquisa dos materiais, o aprimoramento técnico e o
esforço de fazer representações que parecessem naturais.
Foram os artistas flamengos que introduziram a técnica da tinta a óleo, iniciaram a
pesquisa sobre perspectiva linear, inventaram a perspectiva aérea e desenvolveram os
efeitos de cor, luz e brilho.
Temas urbanos, o interior das residências, das oficinas, palácios e templos eram os
preferidos pelos pintores. Como em nenhum outro lugar, a pintura flamenga
representa com autenticidade e crueza as disparidades sociais, mostrando o povo
simples ao lado dos personagens sofisticados. O mesmo realismo que projeta os
detalhes do luxo ressalta a dura opressão da miséria, da fome e do desamparo.
Observe a pintura reproduzida a seguir:
"Retábulo Portinari", de Hugo Van der Goes (1474-1476).
Os principais pintores flamengos foram o Mestre de Flemalle (1375-1444), os irmãos
Jan (1390-1441) e Hubert (1366-1426) Van Eyck, Rogier Van der Weyden (1400-1484),
Hugo Van der Goes (1420-1482), Hans Memling (1435-1494) e Hieronymus Bosch
(1450-1516).
Na França: base na corte parisiense
O renascimento francês alcançou um elevado grau de elaboração em várias áreas das
artes e da cultura. Sua base seria a corte parisiense onde os monarcas atuaram como
mecenas (patrocinadoreS).
Alguns dos principais artistas no período foram Pierre Lescot (1510-1578), arquiteto, e
Jean Fouquet (1420-1480) pintor.
Na Inglaterra: o teatro de Shakespeare
O renascimento inglês é bem mais tardio, se comparado ao italiano e ao flamengo. Só
se torna marcante em 1485, com a consolidação do Estado nacional inglês.
Não houve nenhum desenvolvimento significativo nas artes plásticas. A produção
cultural concentrou-se na música, na literatura e no teatro. Com esse último, a
contribuição mais notável do Renascimento inglês foi o teatro elisabetano cujo maior
expoente foi William Shakespeare (1564-1616).
Na Alemanha: gravuras de Dürer
Também nas terras germânicas orRenascimento aconteceu tardiamente, entre o final
do século 15 e início do século 16. Na Alemanha, como aconteceu na Flandres, serviu
de inspiração a vida burguesa das cidades que passavam por um intenso processo de
enriquecimento.
A forma característica da criação artística alemã foi a gravura sobre metal ou madeira.
O mais notável gravurista foi Albrecht Dürer (1471-1528). A leveza de seu traço
permite a seus trabalhos transmitir com a mesma força uma sensação que passa por
realismo e fantasia, naturalismo e magia.
"Adão e Eva", de Albrecht Dürer.
*Valéria Peixoto de Alencar é historiadora formada pela USP e cursa o mestrado em
Artes no Instituto de Artes da Unesp.
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