Questionário - Proficiência Clínica

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Questionário - Proficiência Clínica
Área: Parasitologia
Rodada: Jan/2016
Tema:
Parasitoses extra-intestinais
Elaborador:
Vera Lucia Pagliusi Castilho. Médica Patologista Clinica, Doutora em Medicina pela Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo. Diretor Técnico de Saúde I - Laboratório Clínico do Instituto de Infectologia
Emilio Ribas. Médica-chefe do Laboratório de Parasitologia Clínica da Divisão de Laboratório Central do
Hospital das Clínicas da FMUSP. Médica Assistente do Laboratório Central da Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo.
Texto Introdutório
Parasitoses extra-intestinais com lesões aparentes, são em grande diversidade no Brasil, temos as
leishmanioses cutâneas que causam às lesões ulcerosas em cujas bordas, podemos encontrar os parasitas,
lagochilascaris, causando lesões purulentas em região cervical, a larva migrans cutânea, com contaminação
em areias de praia onde transitam os cães. Outras parasitoses não intestinais, como a toxoplasmose, a doença
de chagas e mesmo as hemoparasitoses são comuns em algumas regiões aqui no Brasil. Algumas são de
grande importância, alto custo e a intervenção clinica tem maior custo em hospitais, clinicas e mesmo para os
pacientes e familiares, como exemplo de uma delas a neurocisticercose que causa lesões “tumorais no
cérebro”. Outras como a toxoplasmose congênita que incapacita o individuo a exercer suas funções normais
pelo resto de sua vida. Estas parasitoses assolam pacientes de baixa renda em maiores proporções e
pacientes de média e alta renda e tornam-se mais graves nas situações de baixa imunidade, nas deficiências,
como no HIV, HTLV, quimioterapia, doenças imunológicas, hematológicas e muitas outras. Causam sinais e
sintomas muitas vezes não valorizados pelo clinico.
O laboratório clinico e o médico patologista clinico são de fundamental importância na conduta de casos não
habituais, como os que envolvem as doenças parasitárias em sítios extra-intestinais por conhecerem métodos
e técnicas que possam auxiliar no diagnóstico clinico. Ficar atentos, conhecer as lesões possíveis e as doenças
é de fundamental importância para o medico patologista clinico.
Questão 1
Questão 2
Anisaquíase é uma doença parasitária que acomete o homem, e é causada por ingestão acidental de larvas
dos nematóides Anisakis simplex ou Pseudoterranova decipiens, de pescado marinho cru, semi-crú ou
defumado. A larva invade a mucosa gástrica ou intestinal, os sintomas aparecem de 1 à 12hs após a ingestão
do pescado contaminado. A epigastralgia, com náuseas, vómitos e febre, pode ser confundida com sintomas
de ulcera gastroduodenal. Também podem ocorrer erupções cutâneas e síndromes alérgicas, com aumento de
IgE. O diagnóstico laboratorial desta parasitose no homem é realizado através de:
1.
Exame protoparasitológico das fezes do paciente contaminado;
2.
Exame das larvas que foram ingeridas pelo paciente, através de endoscopia;
3.
Exame dermatológico das lesões apresentadas na pele;
4.
Exame das larvas eliminadas nas fezes do paciente, através do exame de fezes.
No material de abscesso cervical de uma criança da região amazônica, foi encontrado o ovo de nematoide,
cuja foto está na figura abaixo. Este parasita se instala no osso mastóide e ocasiona dor de ouvido, corrimento
purulento, e às vezes formação de fistula com até destruição deste osso mastóide. Para o diagnóstico desta
parasitose, o médico deve suspeitar e enviar o material da fistula (secreção) para exame laboratorial, para
pesquisa do parasita. O nematoide que causa esta lesão é:
1.
Ancilostomideos;
2.
Lagochilascaris minor;
3.
Strongyloides stercoralis;
4.
Ascaris lumbricoides;
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Questão 3
Questão 4
Ainda em relação à questão anterior. Complete: o ovo deste nematoide (foto) tem morfologia muito
semelhante ao ovo de ________ e a característica e diferença estão na __________ do nematoide em
questão.
1.
Toxocara canis, membrana grossa e irregular;
2.
Ascaris lumbricoides, casca espessa e irregular que apresenta menos de 25 depressões;
3.
Ancilostomideo, casca fina e irregular que apresenta superfície lisa;
4.
Ascaris lumbricoides, sem a membrana externa, decorticado;
A larva migrans cutânea, conhecida popularmente como bicho-geográfico, é causada pela penetração de
larvas de parasitas intestinais de cães e gatos na pele humana, que causam uma lesão serpetiginosa.
Qual nematóide ocasiona esta lesão?
1.
Ancilostoma brasilienses;
2.
Necator americanus;
3.
Ancilostoma caninum;
4.
Ancilostoma duodenale.
Fonte:http://www.brasilescola.com/doencas/dermatose.htm
Questão 5
Questão 6
Questão 7
Questão 8
Na questão anterior, o diagnóstico laboratorial da larva migrans cutânea é realizado através da análise de:
1.
Citológico de material da lesão e exame microscópico do verme;
2.
Exame microscópico das fezes do paciente;
3.
Exame microscópico das fezes do cão;
4.
Exame da areia onde o cão fez seus dejetos.
A larva migrans visceral é uma doença causada por helmintos. O homem é um hospedeiro acidental e esta
infecção ocorre em todo o mundo, atingindo mais as crianças com menos de 10 anos. A maior incidência é
em crianças de 1 a 4 anos. Os hospedeiros e transmissores desta parasitose são:
1.
Cães e gatos;
2.
Raposa e marsupiais;
3.
Ursos e cães;
4.
Gatos e raposas.
Qual é o helminto agente da larva migrans visceral?
1.
Ancylostoma brasiliensis;
2.
Toxocara canis, Toxocara leonina e Toxocara cati;
3.
Ancylostoma caninum;
4.
Leishmania brasiliensis.
Na larva migrans visceral, os vermes adultos vivem no intestino de seus hospedeiros e liberam grande
quantidade de ovos nas fezes e a infecção no homem se dá pelo contato oral com areia contaminada com
fezes de animais parasitados, sujeira do solo, água contaminada e falta de higiene. Para o diagnóstico
de larva migrans visceral, o paciente deve ser submetido a exames laboratoriais. O exame mais indicado é:
1.
Exame das fezes do animal;
2.
Exame das fezes do paciente;
3.
Sorologia do paciente;
4.
Sorologia do animal.
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Questão 9
Questão 10
Questão 11
Questão 12
Questão 13
A meningoencefalite amebiana primária (MAP) é uma doença grave causada por protozoário de vida livre, que
habita águas de piscina, águas mornas e pouco cloradas e penetra no hospedeiro através da mucosa nasal,
atingindo o sistema nervoso central e levando o paciente ao óbito. É identificado no liquor (liquido
cefaloraquidiano) do paciente e o nome do protozoário é:
1.
Entamoeba poleki;
2.
Amblyomma americanum;
3.
Entamoeba histolytica;
4.
Naegleria fowleri.
A evolução clinica da Meningoencefalite Amebiana Primária (MAP), é muito rápida, e se não diagnosticada
rapidamente e não houver intervenção do clinico, o paciente pode ir a óbito em cerca de 7 dias, assim o
diagnóstico imediato pode ser feito por:
1.
Exame sorológico
anticorpos;
para
evidenciação
de
2.
Evidenciação de amebas de vida livre, no liquor,
através da coloração por tricrômio, hematoxilina
férrica, Giemsa e Gram;
3.
Exame protoparasitológico das fezes para a
evidenciação do protozoário;
4.
Teste rápido específico para a identificação de
Entamoeba histolytica.
O diagnóstico laboratorial da amebíase hepática pode ser feito por:
1.
Exame microscópico do material de punção do abscesso hepático;
2.
Sorologia;
3.
PCR;
4.
Todas as respostas anteriores.
A toxoplasmose é uma zoonose, causada pelo Toxoplasma gondii, um protozoário, coccídeo encontrado em
fezes de gatos e outros felinos. Atinge o homem como uma infecção discreta, assintomática e no Brasil ocorre
em 60% da população. A forma congênita tem um impacto socioeconômico importante quando a criança é
acometida de retardo mental e cegueira. O método diagnóstico mais utilizado pelos laboratórios clínicos para o
diagnóstico desta doença no homem é:
1.
Sorologia para pesquisa de antígenos;
2.
Pesquisa direta do parasita na saliva do paciente;
3.
Sorologia para pesquisa de anticorpos IgG e IgM;
4.
Pesquisa de coccídeos no sangue do paciente.
A transmissão da toxoplasmose ocorre através de:
1.
Ingestão de carnes cruas ou mal passadas de peixe ou crustáceos com oocistos do Toxoplasma;
2.
Contato de pessoa e animal, principalmente com porco e carneiro;
3.
Ingestão de água e alimentos contaminados com oocistos eliminados com as fezes de felinos. Ingestão de
carnes cruas ou mal cozidas de porco, carneiro e contato com areia contaminada;
4.
Contato de pessoa a pessoa.
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Questão 14
A hidatidose ou cisto hidático ou equinococose cística é uma infecção causada pelo Echinococcus granulosus
cuja incidência no Brasil é maior no Rio Grande do Sul. Pode ser uma infecção silenciosa durante anos antes
de aparecerem os sintomas nos órgãos afetados, que podem ser: fígado, pulmões, músculos, ossos, rins,
cérebro, baço, dentre outros. Quando acomete o fígado causa dor abdominal, massa hepática e obstrução do
ducto biliar. Como pode ser feito o diagnóstico não clinico da hidatidose?
1.
Ultrassonografia, testes imunodiagnósticos, e
punção do cisto com exame microscópico do
protoescolex;
2.
Exame parasitológico das
identificação do cestodea;
3.
Exame microscópico com coloração de Gram,
procurando o protoescolex, do material de
punção;
4.
Ultrassonografia e exame parasitológico das
fezes.
fezes
para
a
Protoescolex de Echinococcus granulosus em preparações não
coradas, úmidas de aspirado hepático.
Questão 15
Referências
Bibliográficas:
A visualização microscópica do protoescolex de Echinococcus granulosus pode ser realizado pelo laboratório
clinico e identificado, em quais materiais biológicos?
1.
Apenas em aspirado de cisto hepático;
2.
Somente materiais de intervenções cirúrgicas envolvendo o pulmão;
3.
A punção com agulha dos cistos não deve ser realizada em hipótese alguma no pulmão apenas no fígado;
4.
Em qualquer material de aspirado de cisto, ou mesmo material retirado através de intervenção cirúrgica.
•
Garcia, LS. Diagnostic Medical Parasitology. 4th ed. Washington DC.:ASM Press.
•
De Carli, GA. Parasitologia Clinica - Seleção de Métodos e Técnicas de laboratório para o Diagnóstico das
Parasitoses humanas. 2ª Ed. – Atheneu
•
Rey, L. Parasitologia – Parasitos e Doenças Parasitárias do Homem nas Américas e na África. 3. Ed. Rio
de Janeiro:Guanabara Koogan, 2001.
•
Sites e links que poderão ser consultados:
•
http://www.cdc.gov/dpdx/echinococcosis/index.html
•
http://www.cdc.gov/dpdx/az.html#a
•
Foto questão 4: http://www.brasilescola.com/doencas/dermatose.html
•
Foto questão 14: http://www.cdc.gov/dpdx/echinococcosis/index.html
•
Foto questão 3: www.portalsaofrancisco.com.br
•
Foto questão 10:
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2007/RN%2015%2004/Pages%20from%20RN%2015%20
04-11.pdf
•
http://www.saude.rs.gov.br/upload/1416401275_Orienta%C3%A7%C3%B5es%20aos%20Profissionais%2
0da%20Sa%C3%BAde%20-%20Hidatidose.pdf
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