Curso de DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Biomecânica do Movimento (BM332) Biomecânica do Músculo Esquelético • Os músculos esqueléticos são órgãos constituídos por tecido excitável, capaz de gerar tensão (muscular) de forma activa. • Os músculos esqueléticos são por isso os principais intervenientes na produção de movimento e na manutenção de posturas do corpo humano. • A principal função do músculo esquelético é transmitir aos ossos a que estão ligados por intermédio de tendões, a força de tracção muscular desenvolvida durante a sua contracção. • Devido ao braço-de-força associado a cada músculo, a força muscular é convertida em momento em torno das articulações por eles atravessadas. 4º Ano LEBMed M. Silva, 2004 1º Semestre 2005 / 06 - 210 - Curso de DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Biomecânica do Movimento (BM332) Propriedades do Músculo Esquelético • Extensibilidade: Propriedade do músculo esquelético de aumentar de comprimento. • Elasticidade: Propriedade do músculo esquelético de retornar ao seu comprimento inicial após ocorrência de extensão ou de contracção. • Irritabilidade: Propriedade de responder activamente a um estimulo (electroquímico ou mecânico). • Contractilidade: Propriedade do músculo de se tornar mais curto, produzindo tensão muscular. No entanto a tensão muscular pode ser produzida sem que o músculo se torne mais curto. 4º Ano LEBMed M. Silva, 2004 1º Semestre 2005 / 06 - 211 - Curso de Biomecânica do Movimento (BM332) DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Tipos de Contracção de um Músculo Esquelético • Estática: Contracção que não envolve movimento. •Isométrica: Contracção muscular onde o músculo contrai sem alterar o seu comprimento, i.e., mantendo a mesma métrica. • Dinâmica: Contracção que envolve movimento articular. •Isotónica: Contracção muscular onde o musculo contrai com uma força de contracção aproximadamente constante, i.e., com o mesmo tónus. •Isocinética: Contracção muscular onde o músculo contrai com uma força de forma a manter a velocidade angular das articulações aproximadamente constante, i.e., com a mesma cinética. • Concêntrica: Quando o músculo contrai diminuindo de comprimento. • Excêntrica: Quando o músculo produz tensão muscular mas com o aumento do seu comprimento. 4º Ano LEBMed M. Silva, 2004 1º Semestre 2005 / 06 - 212 - Curso de Biomecânica do Movimento (BM332) DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Tarefas Desempenhadas pelos Músculos Esqueléticos • Agonistas: O músculo causa movimento articular através de uma contracção concêntrica. Num dado movimento podem haver vários músculos agonistas. • Antagonistas: O músculo desenvolve uma actividade que se opoe ao movimento articular. Esta actividade serve para controlar ou parar um dado movimento. • Estabilizadores: A actividade muscular desenvolve-se no sentido de estabilizar o movimento de uma articulação. • Neutralizadores: A actividade muscular serve para neutralizar/anular acções secundárias não desejadas de alguns músculos agonistas. 4º Ano LEBMed M. Silva, 2004 1º Semestre 2005 / 06 - 213 - Curso de DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Biomecânica do Movimento (BM332) Anatomia e Fisiologia Muscular Endomísio Fascículo Perimísio Epimísio Fibra Muscular Banda I (clara) Sarcolema Banda A (escura) Miofibrilha Sarcómero Músculo Miofibrilha Osso Tendão Terminal Axónio Motor Músculo Esquelético Fibra Muscular 4º Ano LEBMed M. Silva, 2004 1º Semestre 2005 / 06 - 214 - Curso de DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Biomecânica do Movimento (BM332) O Sarcómero – Unidade Funcional de Contracção Linha Z Linha M Linha Z Banda I (clara) Banda A (escura) Z – Zwitter – Meio H – Helle – Claro M – Middle - Médio A – Anisotropico I – Isotrópica Sarcómero Miofibrilha Banda I (clara) Zona H Banda I (clara) Banda A (escura) Sarcómero Cabeça da Miosina Filamentos Actina (finos) Filamentos de Miosina (grossos) 4º Ano LEBMed M. Silva, 2004 1º Semestre 2005 / 06 - 215 - Curso de DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Biomecânica do Movimento (BM332) Activação muscular - Impulso Muscular Motor Axon Axon Terminals Muscle Fibers 12 Superimposed twitches Fused contraction 10 Motor Unit Vesicles with acetylcholine (ACh) Axon Terminal Acetylcholine receptors Synaptic cleft Muscle fiber Sarcomere Neuromuscular Juntion tw itch som m ation Neuromuscular Juntion 5 Hz 10 Hz 20 Hz 50 Hz 8 stimulation stimulation stimulation stimulation frequency frequency 200 600 100 Hz stim freq frequency frequency 6 4 2 0 0 400 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 time [ms] 4º Ano LEBMed M. Silva, 2004 1º Semestre 2005 / 06 - 216 - Curso de Biomecânica do Movimento (BM332) DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Dinâmica do Tecido Muscular Neural Signal Activation Dynamics Muscle Activation Muscle Contraction Muscle Force Dynamics Dinâmica do tecido muscular • Dinâmica de Activação: • Gera um estado no tecido muscular que transforma o sinal nervoso em activação do aparelho contráctil. a m (t ), l m (t ), l&m (t ) • Dinâmica de Contracção: • Transforma a activação muscular em força muscular. • Utiliza-se um modelo muscular matemático do tipo Hill para simular a dinâmica de contracção muscular. •Elemento contráctil de Hill (CE). •Elemento passivo (PE). Input Contraction Dynamics CE F m (t ) F m (t ) Output Output PE lm Modelo Muscular do tipo Hill 4º Ano LEBMed M. Silva, 2004 1º Semestre 2005 / 06 - 217 - Curso de Biomecânica do Movimento (BM332) DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Dinâmica de Contracção Muscular • Força Muscular Total: Fm = FCE + FPE Force [N] 2 F0 1.5 F0 • Força no Elemento Contráctil: 1 F0 -0.5 -0.5L& 0 0.5 F0 0 Fl m (l m (t )) Fl&m (l&m (t )) m m & F (a (t ), l (t ), l (t )) = a (t ) m F0 m CE m 0.5L& 0 0.5 Velocity [m/s] L&10 m 0 0.5 L0 1L0 1.5 L0 0 2 L0 Length [m] Force [N] • Fl and Fi representam a dependência da força muscular do comprimento e velocidade do CE. 2 F0 1.5 F0 1F0 -0.5 -0.5L& 0 0.5 F0 0 • Força no Elemento Passivo: • Não depende da activação. • Não desenvolve força até o músculo passar o seu comprimento de repouso. M. Silva, 2004 0.5L& 0 0.5 Velocity [m/s] L&10 0 0.5L0 1L0 1.5 L0 0 2 L0 Length [m] Força no elemento contráctil e no elemento passivo 4º Ano LEBMed 1º Semestre 2005 / 06 - 218 - Curso de Biomecânica do Movimento (BM332) DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Exemplo de Aplicação - Salto • Características do exercício: • Indivíduo: • Salto após passos de corrida. • 23 anos, sexo masculino. • 4 camâras de vídeo. • 68.0 kg peso e 1.68 m altura. • 1 plataforma de força. • Com sapatos de ginástica. CAM 1 CAM 2 CAM 3 CAM 4 Movimento 3D Reconstruído 4º Ano LEBMed M. Silva, 2004 1º Semestre 2005 / 06 - 219 - Curso de DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Biomecânica do Movimento (BM332) Exemplo de Aplicação – Forças de Reacção no Chão 3000 Rz - f orce plat e Rz [N] Rz • Resultados para as forças de reacção relativamente elevados quando comparados com as forças envolvidas na marcha. 2500 2000 1500 1000 500 t [s] 0 0 0,08 0,16 0,24 0,32 • Erros de alisamento. • Deriva do COP. Rz - Vertical 300 0 [N] 200 -0,01 100 t [s] 0 -100 0 0,08 0,16 0,24 0,32 -200 Ry - f orce plat e -400 Ry Rx - f orce plat e Rx Rx - Anterior-posterior e Ry - Medial-lateral M. Silva, 2004 0,02 0,04 0,06 COP x [m] 0,08 0,1 -0,02 -0,03 -0,04 -300 -500 0 -0,05 -0,06 COP y [m] 4º Ano Deriva do COP LEBMed 1º Semestre 2005 / 06 - 220 - Curso de Biomecânica do Movimento (BM332) DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Exemplo de Aplicação – Forças Musculares Redundantes Force [N] Force [N] Ilio p so as 800 B icep s f emo r is ( sho r t head ) 500 400 600 300 400 200 200 0 0,00 100 0,08 0,16 0,24 0,32 0,40 0,48 0 0,00 0,08 Glut eus maximus 0,16 0,24 0,32 0,40 0,48 R ect us f emo r is 1000 1200 • Pedersen et al., 1987; 800 800 600 400 400 200 0 0,00 • Resultados comparaveis com os apresentados por: 0,08 0,16 0,24 0,32 0,40 0,48 0 0,00 0,08 Glut eus med ius 0,16 0,24 0,32 0,40 0,48 V ast i muscles 1200 2500 1000 2000 800 • Pandy et al., 1990; • Glitsch et al., 1997. 1500 600 1000 400 500 200 0 0,00 0,08 0,16 0,24 0,32 0,40 0,48 0 0,00 0,08 Glut eus minimus 0,16 0,24 0,32 0,40 0,48 0,32 0,40 0,48 0,32 0,40 0,48 Gast r o cnemius • Sensibilidade à frequência de corte. 2500 400 2000 300 1500 200 1000 100 0 0,00 500 0,08 0,16 0,24 0,32 0,40 0 0,00 0,48 0,08 0,16 Hip ad d uct o r s 1200 1200 1000 1000 800 800 600 600 400 400 200 0 0,00 0,24 So leus 200 0,08 0,16 0,24 0,32 0,40 0,48 0 0,00 0,08 Hamst r ing s 0,16 0,24 F lexo r hallucis lo ng us 500 1200 • Algumas oscilações nos padrões de activação muscular (apenas) em alguns músculos. 400 Time [s] 800 300 Time [s] 200 400 100 0 0,00 0,08 0,16 Take off 0,24 0,32 0,40 0,48 0 0,00 0,08 0,16 0,24 Take off 0,32 0,40 0,48 4º Ano LEBMed M. Silva, 2004 1º Semestre 2005 / 06 - 221 - Curso de DINÂMICA INVERSA DE SISTEMAS DE CORPOS MÚLTIPLOS Biomecânica do Movimento (BM332) Exemplo de Aplicação – Forças Musculares (Animação) Visualização do aparelho muscular utilizando o programa de simulação APOLLO. M. Silva, 2004 4º Ano LEBMed 1º Semestre 2005 / 06 - 222 -