13/10/2014 Protistas Profa. Ilana L. B. C. Camargo Paramecium by Ilana Camargo Filogenia • Grupo polifilético: reúne organismos com origens (ancestrais) distintas. 2 1 13/10/2014 Reino Protistas basicamente Protozoários Algas Protistas - Protozoários • Protozoa = “primeiro animal” “originais” ou “iniciais” •Eucariotos unicelulares heterotróficos •Características semelhantes a animais (locomoção, ingestão de alimentos e ausência de parede celular) •Geralmente móveis e aeróbios. •Ambientes aquáticos (água doce e marinhos), solos, parasitas de animais. • Têm papel importante na cadeia alimentar – fazem parte da dieta de vários organismos e podem atuar na decomposição, quando associados a bactérias. • Alguns absorvem nutrientes dissolvidos, outros são predadores e alimentam-se de bactérias e outros protozoários 2 13/10/2014 Protozoários Única célula sobrevivência, alimentação, respiração, reprodução, excreção e locomoção. • núcleo: bem definido e com envelope nuclear. Alguns protozoários têm apenas um núcleo, outros têm dois ou mais núcleos semelhantes. Os ciliados possuem dois tipos de núcleo - macronúcleo (vegetativo e relacionado com a síntese de RNA e DNA) e micronúcleo (envolvido na reprodução sexuada); • aparelho de Golgi: síntese de carboidratos e condensação da secreção protéica; • retículo endoplasmático: a) liso - síntese de esteróides; b) granuloso - síntese de proteínas; • mitocôndria: produção de energia; • cinetoplasto: um local da mitocôndria onde o DNA mitocondrial está acumulado • lisossoma: permite a digestão intracelular de partículas; • microtúbulos: formam o citoesqueleto. Participam dos movimentos celulares (contração e distensão) e na composição de flagelos e cílios; • flagelos, cílios e pseudópodos: locomoção e nutrição; • corpo basal: base de inserção de cílios e flagelos; • axonema: eixo do flagelo; • citóstoma: permite ingestão de partículas. Protozoários Morfologia protozoários apresentam grandes variações, conforme sua fase evolutiva e meio a que estejam adaptados. esféricos, ovais ou mesmos alongados. Alguns são revestidos de cílios, outros possuem flagelos, e existem ainda os que não possuem nenhuma organela locomotora especializada. Rigidez e flexibilidade do corpo e sua forma citoesqueleto (abaixo da membrana celular) composição: filamentos protéicos, microtúbulos, vesículas. Citoesqueleto + membrana envelope celular 3 13/10/2014 Protozoários Envelope celular Proteção, controle das trocas de substâncias e sítio de percepção de estímulos químicos e mecânicos, servindo igualmente, para estabelecer contatos com outras células. Envelope película, intimamente abaixo da membrana celular. espessura, flexibilidade e número de camadas são variáveis. Forma mais simples, a película é a membrana celular ou plasmalema. Película dos ciliados é espessa e, frequentemente, enrijecida e estruturada de modos diversos. Existem outros tipos de membranas protetoras, produzidas pelos protozoários, que são coberturas externas à película carapaças, testas, lóricas e cistos. Consistem de materiais diferentes e, em geral, possuem uma matriz orgânica, reforçada pela incrustação de substâncias, tais como carbonato de cálcio ou sílica. Protozoários Morfologia Naegleria fowleri Causam a meningoencefalite amebiana. 4 13/10/2014 Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas espécies possuem fases bem definidas. • Trofozoíto: é a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz por diferentes processos. • Cisto e oocisto: são formas de resistência. O protozoário secreta uma parede resistente (parede cística) que o protegerá quando estiver em meio impróprio ou em fase de latência; – os cistos:encontrados em tecidos ou fezes dos hospedeiros; – os oocistos: encontrados em fezes do hospedeiro e são provenientes de reprodução sexuada. • Gameta: é a forma sexuada, que aparece em espécies do filo Apicomplexa. O gameta masculino é o microgameta e o feminino é o macrogameta. Nutrição • Ingestão por • Fagocitose e pinocitose. • Difusão passiva de pequenas moléculas do ambiente. • Ciliados: ondulação dos cílios em direção uma estrutura aberta ciclóstoma • Dieta: • Detritívoros, bacterívoros, algívoros ou predadores (protozoários, microcrustáceo). • Autotrofia (simbiontes, dinoflagelados). 10 5 13/10/2014 Ingestão pelas células Endocitose H2O, íons e moléculas pequenas Proteínas e outras macromoléculas Bactérias e protozoários 11 Digestão intracelular - ciliados pH 3 Local fixo para exocitose pH 4,5 - 5 12 6 13/10/2014 Protistas Reunidos com base nas similaridades gerais Diplomonadídeos e parabasalídeos Euglenozoários Alveolados Stramenópilos Cercozoários e radiolários Amebozoários Seguir Microbiologia de Brock, 12ª edição, 2010. Cap. 18, III – Protistas Diplomonadídeos e parabasalídeos Principais gêneros: Giardia, Trichomonas Protistas unicelulares, flagelados, desprovidos de cloroplastos habitats anóxicos (Ex.: intestinos de animais) de modo simbiótico ou como parasitas Energia a partir da fermentação Diplomonadídeos Dois núcleos do mesmo tamanho, contêm mitossomos (mitocôndrias bastante reduzidas e desprovidas de proteínas de transporte de elétrons e enzimas do ciclo do ácido cítrico - produção de complexos de ferro e enxofre que as células utilizam para produzir energia) Ex.: Giardia lamblia Responsável pela giardíase Doença diarréica 7 13/10/2014 Giardia lamblia– Filo Retornamonada •Agente etiológico: Giardia lamblia (ou G. intestinalis ou G. duodenalis) •Parasita o intestino e pode causar diarréia prolongada (inflamação e irritação). •Transmissão: ingestão de alimentos ou água contaminados. • O protozoário instala-se no jejuno-íleo e, frequentemente, pode se instalar na vesícula biliar, tornando o tratamento bem mais difícil. • Forma encistada insensível ao cloro. Trofozoito Cisto 15 Giardíase Cistos Intestino delgado Fissão binária longidutinal 16 8 13/10/2014 Giardíase Reservatórios de Giardia Parabasalídeos Corpo parabasal fornece suporte estrutural ao complexo de Golgi dentre outras funções (base de inserção de cílios e flagelos) Desprovidos de mitocôndrias Hidrogenossomos degradação do ácido pirúvico ou do ácido málico com produção do gás hidrogênio, gás carbônico e ácido acético. Trichomonas vaginalis C CPB Vivem no trato intestinal e urogenital de vertebrados e invertebrados como parasitas ou simbiontes comensais Genomas não apresenta íntrons Corpo parabasal (CPB), Costa (C) faixa que percorre o citoplasma nas proximidades do flagelo recorrente, circundada por hidrogenossomos (H) 9 13/10/2014 Trichomonas vaginalis – Filo Axostylata PE CPF FA CP MO N Estrutura: 4 flagelos anteriores (FA) livres, desiguais 1 flagelo recorrente, voltado para trás, aderente ao corpo celular, estendendo-se até o meio do corpo membrana ondulante (MO) Núcleo (N) grande, alongado, na metade anterior Axóstilo (A) microtúbulos justapostos que atravessam o corpo celular e forma saliência posterior; Costa (C) faixa que percorre o citoplasma nas proximidades do flagelo recorrente, circundada por hidrogenossomos (H) Corpo parabasal (CP) conjunto de fibras parabasais (uma mais longa que a outra) e aparelho de Golgi Flagelos, axóstilo, costa e corpo parabasal origem no canal periflagelar (CPF), envolvidos pela pelta (PE) C H Trichomonas vaginalis A Trichomonas vaginalis – Filo Axostylata •Agente etiológico da tricomoníase: Trichomonas vaginalis •Parasita do sistema urogenital feminino e masculino. •Transmissão: contato sexual ou, de forma menos comum, por meio de vasos sanitários, assentos de sauna, toalhas. • Não possui estágio de cisto •Na mulher inflamação da vagina devido à infecção •No homem é assintomático Flagelos Membrana ondulante Axóstilo Células do protozoário flagelado Trichomonas vaginalis. 20 10 13/10/2014 Euglenozoários Principais gêneros: Trypanosoma, Euglena Grupo diverso de eucariotos unicelulares flagelados que se distinguem pela presença de um bastão cristalino com função desconhecida Alguns são parasitas outros são fototróficos ou quimiorganotróficos de vida livre O grupo de euglenozoários inclui os cinetoplasdídeos e euglenídeos Flagelados – Filo Euglenozoa Protistas que antes eram classificados como “Plantas”. Não tem parede celular! 11 13/10/2014 Flagelados – Filo Euglenozoa • Maior parte de vida livre; alguns parasitas importantes do homem. • Classe Euglenoidea: 1.000 sp • 2/3 fotoautotrófos e 1/3 heterótrofos Ex. Euglena pode sobreviver como quimiorganotrófico, na ausência de luz. Ocelo Flagelo núcleo Segundo flagelo 23 Flagelados – Filo Euglenozoa Euglenídeos São fototróficos Não patogênicos Habitat aquáticos Contém cloroplastos Luz fotossíntese sem Luz heterotróficos, pois perdem cloroplastos Alimentam-se de bactérias por fagocitose 12 13/10/2014 Peranema sp engolindo uma Euglena. Euglena gracilis fotossintetizante. 25 Protozoários - Reprodução e ciclo de vida Reprodução assexuada Fissão binária longitudinal em Euglena. Dois corpúsculos basais Membrana nuclear não se desfaz (fuso fechado) 26 13 13/10/2014 Flagelados – Filo Euglenozoa • Classe Kinetoplastida: 600 sp, > parasitas. •Cinetoplastídeos • cinetoplasto: massa de DNA presente em sua mitocôndria única e grande. •Vivem em ambientes aquáticos •Alimentam-se de bactérias •Alguns são parasitas – doença grave em humanos e animais vertebrados 27 Flagelados – Filo Euglenozoa • Classe Kinetoplastida • Parasitas importantes de humanos: Trypanosoma: • T. cruzi: tripanossomíase americana ou Doença de Chagas. •T. brucei gambiensis e T. b. rhodesiense, transmitidos pela mosca tsé-tsé, são agentes etiológicos da doença do sono africana. Leishmania: •Leishmania braziliensis, L. amazonensis, L. guyanensis (no Brasil) (leishmaniose tegumentar americana (“úlcera de bauru”). •L. chagasi (America) e L. donovani (Africa, Europa) (leishmaniose visceral ou “calazar”. 28 14 13/10/2014 Tripanossomíase americana ou Doença de Chagas http://www.fiocruz.br/chagas/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=1 29 Um pouco de história... Carlos Chagas e a descoberta de uma nova tripanossomíase humana • 1908 – Oswaldo Cruz realiza testes com saguis picados pelos barbeiros infectados. • 1909 - T. cruzi foi descrito por Carlos Chagas. 30 15 13/10/2014 Doença de Chagas ou Tripanossomíase americana • Doença infecciosa causada por protozoário flagelado. • Agente etiológico: Trypanosoma cruzi (ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae). • 12 a 14 milhões de pessoas infectadas na América do Sul (2007). • Quarta causa de morte no Brasil entre as doenças infecto-parasitárias. • Pacientes concentram-se nas grandes cidades. • Patologia: cardiomiopatia dilatada associada com miocardite, fibrose e disfunção cardíaca. Cerca de 10% dos indivíduos infectados desenvolvem a forma gastro-intestinal que pode resultar em mega-cólon e/ou mega-esôfago. 31 http://www.sempretops.com/saude/doenca-de-chagas/ Doença de Chagas - Vetor • Percevejos hematófagos • Ordem Hemiptera, família Reduviidae, subfamília Triatominae. • Gêneros com espécies de importância epidemiológica: Rhodnius, Panstrongylus e Triatoma. Triatoma braziliensis De 120 sp conhecidas, 48 identificadas no Brasil. No Brasil, 5 espécies são consideradas de importância primária: Triatoma infestans, T. brasiliensis, P. megistus, T. pseudomaculata e T. sordida. Reservatórios: mamíferos domésticos e silvestres gato, cão, porco doméstico, rato doméstico, macaco de cheiro, sagüi, tatu, gambá, cuíca, morcego. 32 16 13/10/2014 Doença de Chagas – formas de transmissão • Transmissão vetorial: contato do homem suscetível com as excretas contaminadas do vetor. • inseto vetor – triatomíneo – barbeiro ou “chupão” Triatoma infestans • Transmissão transfusional • transmissão por transfusão (causa - migração rural para os centros urbanos). 33 Doença de Chagas – formas de transmissão • Transmissão vertical: mãe gestante para o feto. • transplacentária e pode ocorrer em qualquer fase da doença materna: aguda, indeterminada ou crônica, em qualquer período da gestação • a taxa de transmissão congênita varia de 1 a 4% no Brasil. • Transmissão por via oral • ingestão de formas tripomastigotas dissolvidas em alimentos e bebidas (Paraná, 2006) . •A via oral ganhou maior destaque em 2005, devido ao surto em Santa Catarina. Nesse episódio, segundo Nota Técnica do Ministério da Saúde, foram identificados 45 casos suspeitos de Doença de Chagas Aguda relacionados à ingestão de caldo de cana, 31 com confirmação laboratorial, sendo que cinco pacientes evoluíram para óbito. 34 17 13/10/2014 Doença de Chagas – formas do parasito Tripomastigota de Trypanosoma cruzi. Seta preta - cinetoplasto; vermelha - núcleo; azul membrana ondulante; verde - flagelo. • Formas do T. cruzi: • sangue dos vertebrados: forma tripomastigota • tecidos: forma amastigota • invertebrados (insetos vetores) ocorre um ciclo com a transformação dos tripomastigotas sanguíneos em epimastigotas, que depois se diferenciam em tripomastigotas metacíclicos (não proliferativas), que são as formas infectantes acumuladas nas fezes do inseto. 35 Flagelo Amastigota Promastigota Mitocôndria Membrana ondulante Cinetoplasto Epimastigota Tripomastigota 18 13/10/2014 D C E, F A H G Ciclo evolutivo do Trypanosoma cruzi - No hospedeiro invertebrado (A) formas epimastigotas (B) se multiplicam no lúmen do intestino. Diferenciação para tripomastigotas metacíclicos (C) ocorre na porção final do intestino. Estas formas infectam o hospedeiro vertebrado (D) por serem liberadas nas fezes e invadirem o sistema a partir do local da picada. Após adesão (E) e penetração (F) nas células hospedeiras, os tripomastigotas se diferenciam em amastigotas multiplicativos (G). Após diferenciação e liberação de tripomastigotas sanguíneos (H), estas formas podem invadir músculos e outros tecidos. O ciclo se fecha quando o indivíduo infectado é picado pelo triatomíneo. Doença de Chagas – formas do parasito • Epimastigota: • forma alongada, com cinetoplasto em forma de barra ou bastão localizado anteriormente ao núcleo. O flagelo emerge da bolsa flagelar com abertura lateral, e percorre aderido a parte do corpo do parasita, tornando-se livre na região anterior. Pode ser encontrado no tubo digestivo do inseto vetor; cultivo axênico. Formas epimastigotas do Trypanosoma cruzi 38 19 13/10/2014 Doença de Chagas – formas do parasito • Amastigota: • Forma arredondada, com cinetoplasto em forma de barra ou bastão na região anterior ao núcleo, flagelo curto (não visível ao microscópio óptico) que emerge da bolsa flagelar. Esta forma pode ser encontrada no interior das células de hospedeiros infectados, bem como em cultivo axênico. Formas amastigotas intracelulares do Trypanosoma cruzi 39 Doença de Chagas – formas do parasito • Tripomastigota: • forma alongada (podendo se apresentar como formas finas e largas), com cinetoplasto arredondado localizado na região posterior ao núcleo. Esta forma é altamente infectante, e pode ser encontrada no inseto vetor (porção posterior do intestino, no reto); sangue e espaço intercelular dos hospedeiros vertebrados. Formas tripomastigotas de Trypanosoma cruzi em sangue de animal infectado. célula altamente infectada com formas tripomastigotas e intermediárias 40 20 13/10/2014 C Forma epimastigota (acima)- de aspecto fusiforme, apresenta um longo flagelo que se projeta da região antero-lateral do parasito. (A) Forma tripomastigota aderida sobre uma célula hospedeira mostrando o corpo alongado e o trajeto do flagelo que emerge da bolsa flagelar na região posterior, permanecendo aderido ao corpo celular até a região anterior onde se torna livre; (B) a forma amastigota é ligeiramente ovalada. (http://www.fiocruz.br/chagas/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=70) Imagens registradas por microscopia eletrônica de varredura da transformação tripomastigota-amastigota do T. cruzi. (http://memoria.cnpq.br/noticias/190803.htm) 41 42 21 13/10/2014 Doença de Chagas - Patologia • Fase inicial aguda: •resposta inflamatória, de sintomas inespecíficos (febre pouco elevada, mal-estar geral, cefaléia, astenia, edema, hipertrofia de linfonodos.) • diagnóstico sugerido pela presença dos sinais de porta de entrada (sinal de Romaña). Edema palpebral, chagoma de inoculação ou sinal de Romaña. • sintomas: 5 a 14 dias após picada. • ou assintomático. • Fase crônica indeterminada: lesões em tecidos, inicialmente sem sintomatologia, que pode evoluir (até 10 anos após infecção). • 50% dos pacientes infectados em áreas endêmicas. 43 Doença de Chagas - Patologia •Fase crônica digestiva: megaesôfago (mal do engasgo) e megacólon. • perda do peristaltismo esofagiano e falta de relaxamento do esfíncter inferior às deglutições, o que acarreta dificuldade de ingestão dos alimentos, que ficam em grande parte retidos no esôfago, causando a progressiva dilatação deste órgão. • lesões dos plexos nervosos (destruição neuronal simpática). Classificação radiológica do megaesôfago em quatro grupos, conforme a evolução da afecção 44 22 13/10/2014 Doença de Chagas - Patologia • Fase crônica cardíaca: • miocardiopatia inflamatória fibrosante, essencialmente arrítmica, que leva à uma insuficiência cardíaca progressiva. Típica lesão apical “aneurismática” da forma crônica cardíaca da doença de Chagas 45 Doença de Chagas - Controle • combate ao barbeiro – aplicação de inseticidas (piretróides) nas casas. • melhoria das habitações rurais. • controle eficiente no bancos de sangue. • controle biológico – o uso de inibidores do crescimento, feromônios, microrganismos patógenos e esterilização induzida está sendo estudado, mas a utilização sistemática desses métodos ainda não é, até aqui, aplicável na prática. 46 23 13/10/2014 Doença de Chagas – Diagnóstico • Diagnóstico laboratorial – fase aguda •exame direto do sangue (a fresco ou esfregaço). •técnica de microhematócrito (centrifugação e exame do creme leucocitário). • técnica de Strout (centrifugação do soro após retirada do coágulo). • casos congênitos: técnicas moleculares - PCR 47 Doença de Chagas – Diagnóstico • Diagnóstico laboratorial – fase crônica Quando a parasitemia está abaixo dos níveis de detecção por microscópio. • testes sorológicos - presença de anticorpos no soro (nem sempre conclusivos, pois podem detectar anticorpos originados de infecção por outros kinetoplastídeos – Leishmania e outros tripanossomos). • PCR - emprego de oligonucleotídeos sintéticos que amplificam sequências de DNA específicas do patógeno-alvo (sensível e específico, porém comercialmente pouco viável) – kDNA (do cinetoplasto) alvo ideal de detecção pela PCR. • Método parasitológico indireto: xenodiagnóstico (hemocultivo) – baixa sensibilidade, 20 a 50%. • ninfas controladas em jejum picam suspeito e são observadas 30 a 60 dias após repasto. 48 24 13/10/2014 Doença de Chagas – Diagnóstico • Diagnóstico laboratorial – fase crônica Ensaio imunoenzimático (Elisa enzyme-linked immunosorbent assay ) – consiste na reação de anticorpos presentes nos soros com antígenos solúveis e purificados de T. cruzi obtidos a partir de cultura in vitro (ou antígenos recombinantes de T. cruzi). Esse antígeno é adsorvido em microplacas e os soros diluídos (controle do teste e das amostras) são adicionados posteriormente. Os anticorpos específicos presentes no soro vão se fixar aos antígenos. A visualização da reação ocorre quando adicionada uma anti-imunoglobulina marcada com a enzima peroxidase, que se ligará aos anticorpos específicos caso estejam presentes, gerando um produto colorido que poderá ser medido por espectrofotometria. 49 Doença de Chagas – Tratamento Não existe um tratamento farmacológico eficaz Nifurtimox (Bayer 2502) e interferon-gama - reduz a fase aguda • Benzonidazol (Rochagan): • usadas em pacientes agudos e crônicos recentes (retarda a evolução crônica da doença) • não disponível comercialmente • vários efeitos colaterais: cefaléias, tonturas, anorexia, perda de peso, dermatites, lassidão, depleção das células da série vermelha. • não é ativo na fase crônica. • relatos de resistência de população do parasito ao medicamento. •Alto custo • não há formulação pediátrica 50 25 13/10/2014 Doença de Chagas – Tratamento • Alvos potenciais de drogas • Ergosterol: principal esterol do T. cruzi – Alvo da ação das drogas (enzimas que participam da biossíntese), bem estudada em fungos. • Gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase (GAPDH) • ensaios clínicos apenas com alopurinol, itraconazol, fluconazol e posoconazol •Imunização Vacina em fase de teste: adenovírus recombinantes contendo antígenos do T. cruzi. Os antígenos escolhidos foram a trans-sialidase (TS) e a Proteína 2 da Superfície de Amastigotas (ASP-2). 51 Stramenópilos Quimiorganotróficos e fototróficos Flagelos com várias extensões curtas semelhantes a pelos Do latim, Stramen = “palha”, pilos = “pelo” Oomicetos, diatomáceas e algas douradas – unicelulares filamentosos Algas marrons ou feófitas – algas marinhas – multicelulares Frústula = envoltório ou parede de sílica 26 13/10/2014 Cercozoários e radiolários Pseudópodes semelhantes a fios pelos quais se movimentam e se alimentam Cercozoários – cloracniófitas – fototróficos semelhantes a amebas que tem flagelo Radiolários – heterotróficos em maioria marinhos Simetria radial de suas testas compostas de sílicas Amoebozoários Grupo diverso de protistas terrestres e aquáticos que usam pseudópodes lobulares para movimentação e nutrição Principais grupos: -Gymnamboebas -Entamoebas -Bolores limosos 27 13/10/2014 28 13/10/2014 Mobilidade celular - pseudópodos 58 29 13/10/2014 Alveolados Ex.: Plasmodium, Paramecium Alveolados Possuem alvéolos – bolsas presentes abaixo da membrana citoplasmática Função: desconhecida, mas auxiliam da manutenção do equilíbrio osmótico 3 grupos de organismos filogeneticamente distintos: Ciliados – cílios em algum estágio da vida Dinoflagelados – possuem flagelo Apicomplexa – parasitas de animais 30 13/10/2014 Alveolados Ciliados - Digestão intracelular pH 3 Local fixo para exocitose pH 4,5 - 5 61 Conjugação - ciliados Degeneração dos micronúcleos Meiose Mitose Mitose o Ciliados: o micronúcleo (abriga cópia mestra do genoma – envolvidos na reprodução sexuada) o macronúcleo (não está envolvido com a reprodução sexuada, poliplóide, controlam atividade metabólicas –crescimento e alimentação -- e processos de regeneração e diferenciação celular) • conjugação – exclusiva de ciliados: fusão temporária de duas células para troca de micronúcleos. 62 31 13/10/2014 Conjugação - ciliados Os micronúcleos sofrem duas mitoses sucessivas, que geram quatro micronúcleos diploides. Dois desses desenvolvem para Macronúcleos, e dois continuam sendo o que eram. A célula sofre bipartição gerando dois paramécios e finalizando o processo sexuado. PROCESSO ASSEXUADO É SIMPLES. Ocorre por meio de cissiparidade ou bipartição, ou seja o paramécio duplica seus núcleos e se divide, gerando cópias de si. Conjugação em Paramecium (Tortora et al., 2005). Mobilidade celular – Cílios e flagelos • Cílios e flagelos: mesma estrutura. • Microtúbulos – tubos ocos compostos de tubulina. • Dineína: proteína motora – deslizamento do microtúbulos. 64 32 13/10/2014 Mobilidade celular – Cílios e flagelos Flagelos: Longos com movimentos de ondulações (chicote) Cílios: curtos e com movimentos rígidos como remos 65 Gênero: Paramecium Forma de sola de sapato; Dimensões: entre 50 e 300 µm, dependendo das espécies; Habitam a água doce e são especialmente frequentes em pequenas poças de água suja; Pode ingerir cerca de 5.000.000 de protozoários em 24 horas. Vacúolo contrátil: É responsavel pela osmorregulação interna dos protozoários e está presente principalmente nas espécies de água doce. Uma vez que o Paramecium é de água doce, e ele é hipertônico em relação ao exterior, o vacúolo contrátil é usado para retirar o excesso de água no interior por meio de poros. 33 13/10/2014 Gênero: Paramecium http://pontociencia.org.br/gerarpdf/index.php?experiencia=686 Alveolados Dinoflagelados Fototróficos marinhos e de água doce Bastante diversos Flagelos ao redor da célula promovem movimentos de giro Dino, em grego significa “giro” 2 flagelos de comprimentos distintos com diferentes pontos de inserção na célula (transversal e longitudinal) Vida livre Simbióticos com animais que formam recifes de coral 34 13/10/2014 Dinoflagelados Gonyaulax A = A living cell; B = Thecas in ventral and dorsal views; C = Cyst (courtesy of Anna Godhe). (DIC) Dorsal view (SEM) Bioluminescentes (emitem luz visível originada de reações bioquímicas) http://www.smhi.se/oceanografi/oce_info_data/plankton_checklist/dinoflagellates/gonyaulax_verior.htm Alveolados - Apicomplexa Parasitas obrigatórios de animais Ex.: Plasmodium – algumas espécies causam malária Toxoplasma - toxoplasmose • Parasitas intracelulares obrigatórios de uma ou mais espécies de animal • Formas adultas não possuem órgãos de locomoção • Formas imaturas movem-se por flagelos, flexão do corpo ou deslizamento • Não englobam partículas sólidas nutrientes dissolvidos nos fluidos dos hospedeiros • Ciclos de vida complexos sexual e assexual alternados (hospedeiros diferentes) • Hospedeiro intermediário alberga formas assexuadas (imaturas) • Hospedeiro definitivo alberga formas sexuadas (maduros) 35 13/10/2014 • Filo Apicomplexa • 5.000 sp, > parasitas. • Complexo apical anterior nos estágios infecciosos móveis. Contém enzimas que penetram no tecidos do hospedeiro. • Parasitas importantes de vertebrados: • Plasmodium (malária) • Toxoplasma (toxoplasmose ) Vista lateral de um esporozoário generalizado. 71 36 13/10/2014 Malária Impaludismo, febre palustre, maleita. “Mau ar”(mal aire) Ocorrência: + 90 países, 300 a 500 milhões de novos casos, 1 milhão mortes/ano. Agente etiológico: Plasmodium No Brasil: P. vivax, P. falciparum e P. malariae. Na África: P. ovale Brasil: em 2003, 407.691 casos da doença notificados na Amazônia Legal (AM, AC, AP, MA, MT, PA, RN, RO, TO). P. vivax (79%) , P. falciparum (21%) Hemácias infectadas com Plasmodium falciparum – merozoítos e gametócito (setas). http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1526 73 37 13/10/2014 Malária Vetor: mosquito Anopheles (Ordem Diptera, Família Culicidae) – muriçoca, mosquito – prego - Anopheles darlingi, A. aquasalis, A. albitarsis s.l., A. cruzii e A. bellator. - reproduzem-se em águas limpas e sombreadas de remansos de rios, córregos, igarapés, lagoas, represas, açudes, valetas de irrigação, alagados e pântanos. Transmissão: picada da fêmea do mosquito infectada por Plasmodium (saliva). Outras formas de transmissão: acidental por transfusão de sangue (sangue contaminado com plasmódio), pelo compartilhamento de seringas (em usuários de drogas ilícitas) ou por acidente com agulhas e/ou lancetas contaminadas. Há, ainda, a possibilidade de transmissão neonatal. Anopheles darlingi 75 Sintomas!!* exoeritrocitário eritrocitário merontes Rompimento sincronizado esquizogonia esquizogonia Ciclo de vida do parasita da malária, Plasmodium vivax. *calafrios, febre e sudorese http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_malaria.pdf 76 38 13/10/2014 Malária Quadro da doença: Fase sintomática inicial pela tríade febre, calafrio e dor de cabeça. Sintomas gerais – como mal-estar, dor muscular, sudorese, náusea e tontura – podem preceder ou acompanhar a tríade sintomática. Na fase febril, a temperatura pode atingir 41oC. Esta fase pode ser acompanhada de cefaléia, náuseas e vômitos. • Plasmodium vivax: acessos febris de 48 em 48 horas (febre terçã benigna, ocorre de 3 em 3 dias). • Plasmodium malariae: acessos febris de 72 em 72 horas (febre quartã benigna, ocorre de 4 em 4 dias). • Plasmodium falciparum: acessos febris irregulares, de 36 a 48 horas de intervalo (febre terçã maligna). 77 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_malaria.pdf 39 13/10/2014 Malária Diagnóstico: • Exame microscópico do sangue: esfregaço delgado (distendido) ou espesso (gota espessa). A gota espessa é corada pela técnica de Walker (azul de metileno e Giemsa) e o esfregaço delgado é corado pelo Giemsa, após fixação com álcool metílico. - Baixo custo, identifica espécie de plasmódio, quantifica. •Testes imunocromatográficos: sensíveis e específicos, rápidos e de fácil execução, porém de alto custo. •detecção da enzima desidrogenase láctica (pDHL): enzima intracelular abundante nos parasitos vivos. Diferencia P. falciparum (pfDHL) das outras sps. • realizados em fita de nitrocelulose, consistem na detecção, por imunocromatografia, de enzima desidrogenase láctica (pDHL) específica do gênero Plasmodium, e de outra específica do P. falciparum (Pf-DHL), presente no sangue total do paciente. • PCR: restrito a grandes laboratórios. 79 Trofozoítos gametócito Esfregaço corado pelo método de Giemsa com P. vivax com esquizonte maduro. Esfregaço corado pelo método de Walker com elevada parasitemia por trofozoítos mais gametócitos de P. falciparum 80 40 13/10/2014 Malária Malária Tratamento: P. vivax: drogas cloroquina (uma base fraca, que bloqueia o metabolismo férrico, age sobre as formas no interior das hemácias) e primaquina (age sobre as formas externas às células). P. falciparum: quinolinometanóis (quinina e mefloquina); doxiciclina (antibiótico) 82 41 13/10/2014 Algumas hemácias estão sofrendo lise e liberando merozoítos, que irão infectar novas hemácias. 84 42 13/10/2014 Bibliografia 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 6ª ed. Brasília : Ministério da Saúde, 2005. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). 2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de diagnóstico laboratorial da malária. Brasília : Ministério da Saúde, 2005. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). 3. Levinson, W.; Jawetz, E. Microbiologia Médica e Imunologia. Porto Alegre: ArtMed, 4ª ed., 1998. (Capítulos 51 e 52) 4. Madigan et al., Microbiologia de Brock. São Paulo:Prentice-Hall, 12ª ed., 2004. (Capítulo 18) 5. Tortora et al., Microbiologia. Porto Alegre: ArtMed, 8ª ed., 2005. (Capítulos 12, 23 e 25) Sites importantes para estudar as doenças: - http://www.fiocruz.br/chagas/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=1 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_malaria.pdf 85 43