Prova 1 Pareceres Filosofia

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Associação Catarinense das Fundações Educacionais – ACAFE
PROCESSO SELETIVO PARA ADMISSÂO DE PROFESSORES EM CARÁTER
TEMPORÁRIO 2017
PARECER RECURSOS PROVA I
FILOSOFIA
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
11) Assinale a alternativa correta que preenche a lacuna da frase a seguir.
Conforme ________, “a educação não pode desempenhar nenhum papel na política porque na política
se lida sempre com pessoas já educadas. Aqueles que se propõem educar adultos, o que realmente pretendem é agir como seus guardiões e afastá-los da atividade política”.
A  Paulo Freire
B  Dewey
C  Epicuro
D  Sócrates
E  Arendt
Alternativa correta - No texto Crise na educação, Hannah Arendt afirma que ―a educação não
pode desempenhar nenhum papel na política porque na política se lida sempre com pessoas já
educadas.
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PARECER
Hannah Arendt é autora clássica da filosofia e dos estudos sobre filosofia política e filosofia da
educação. Dois campos citados no edital e que compõem a grade curricular do Estado. Dois
campos que são base teórica para os debates filosóficos entre filosofia, política e educação consagrados pela autora. É um tema central o que pensa Arendt quando afirma que ―a educação
não pode desempenhar nenhum papel na política porque na política se lida sempre com pessoas já educadas. Aqueles que se propõem educar adultos, o que realmente pretendem é agir
como seus guardiões e afastá-los da atividade política‖.
DECISÃO DA BANCA ELABORADORA: Manter a questão e o gabarito.
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12) Leia com atenção:
“E deve-se observar que eu digo de nossa razão, de maneira alguma de nossa imaginação ou de nossos sentidos. Porque, apesar de enxergarmos o sol bastante claramente, não devemos julgar por isso que
ele seja do tamanho que o vemos; e bem podemos imaginar distintamente uma cabeça de leão enxertada
no corpo de uma cabra, sem que tenhamos de concluir, por isso, que no mundo existe uma quimera; pois
a razão não nos sugere que tudo quanto vemos ou imaginamos seja verdadeiro, mas nos sugere realmente que todas as nossas ideias ou noções devem conter algum fundamento de verdade; pois não seria
possível que Deus, que é todo perfeito e verídico, as tivesse colocado em nós sem isso.”
Este modo de pensar encontra-se: n
A  no discurso do método de Descartes.
Alternativa incorreta - Na quarta parte do Discurso do método encontramos o trecho acima
descrito, onde Descartes afirma a razão em detrimento dos sentidos, argumento que identifica
Deus como o fundamento da verdade.
B  nos ensaios de Montaigne.
C  nas meditações de Santo Agostinho.
D  no texto sobre o entendimento humano de Hume.
E  no De modo studendi de Tomás de Aquino.
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PARECER:
Os recursos não têm procedência – única alternativa correta letra A. Trecho explícito, retirado da
quarta parte do Discurso do método de Descartes, onde Descartes afirma a razão em detrimento
dos sentidos, argumentando que identifica Deus como o fundamento da verdade.
DECISÃO DA BANCA ELABORADORA: Manter a questão e o gabarito.
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13) Assinale a alternativa correta que preenche a lacuna da frase a seguir.
"Até agora não fui capaz de conhecer-me a mim mesmo, conforme aquilo do oráculo de Delfos, donde
parecer-me ridículo estudar coisas estranhas, antes de saber o que, de fato, sou. Por isso, digo adeus a
essas histórias e me contento com a opinião comum; em lugar de investigar esses problemas, cuido apenas de examinar-me.”
A obra platônica apresenta diversas alegorias e interpretações alegóricas de mitos antigos. Surge assim o paradoxo que caracteriza a presença do discurso alegórico em Platão: o filósofo o utiliza em seus
diálogos e, ao mesmo tempo, o rejeita, como na passagem supracitada do texto _______.
A  Fédon
B  Fedro
Alternativa correta - No texto de Platão Fedro temos uma crítica para a perspectiva negativa
que Sócrates manifesta em relação à interpretação alegórica em geral. Embora engenhosa, ele
argumenta que ela exige muito trabalho da parte dos intérpretes, pois a quantidade e a complexidade das criaturas míticas a tornam uma tarefa quase irrealizável. Com base nesse argumento, Sócrates complementa o trecho enunciando seu abandono dos procedimentos interpretativos de caráter alegórico (PLATÃO, 2006, 229 e-230ª).
C  Banquete
D  VII da República
E  Apologia de Sócrates
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PARECER:
Os recursos não têm procedência – única alternativa correta letra B. No texto de Platão Fedro
temos uma crítica para a perspectiva negativa que Sócrates manifesta em relação à interpretação alegórica em geral. Embora engenhosa, ele argumenta que ela exige muito trabalho da parte dos intérpretes, pois a quantidade e a complexidade das criaturas míticas a tornam uma tarefa
quase irrealizável. Com base nesse argumento, Sócrates complementa o trecho enunciando seu
abandono dos procedimentos interpretativos de caráter alegórico (PLATÃO, 229e-230ª).
DECISÃO DA BANCA ELABORADORA: Manter a questão e o gabarito.
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17) Assinale a alternativa correta que preenche a lacuna da frase a seguir.
Sendo a filosofia da linguagem um ramo da filosofia da mente. ________ dedica o seu trabalho, sobretudo
a esta última disciplina, e em particular à defesa da tese de que os estados mentais são essencialmente
intencionais, o que o opõe a perspectivas como o comportamentalismo e o funcionalismo. A sua famosa
experiência mental do quarto chinês é frequentemente considerada um argumento convincente a favor da
ideia de que a manipulação não consciente e, logo, não intencional de informação codificada, como a que
é tipicamente executada por um computador, não corresponde a um processo mental.
A  Bertrand Russell
B  Edmund Husserl
C  MacIntyre
D  Quine
E  Searle
Alternativa correta - Uma vez que a concepção searleana (Searle) da linguagem humana está
comprometida com a ideia de que falar é praticar ações, essa descrição faz parte de uma teoria
mais geral acerca do modo como a mente humana opera na sua relação com o mundo — sendo
a filosofia da linguagem, desta perspectiva, um ramo da filosofia da mente. Searle dedica o seu
trabalho mais recente sobretudo a esta última disciplina, e em particular à defesa da tese de que
os estados mentais são essencialmente intencionais. É sua, a famosa experiência mental do
quarto chinês.
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PARECER:
Filosofia da linguagem, Filosofia da mente e o próprio tema do ―Giro linguístico‖ na filosofia contemporânea são chaves para uma boa formação na filosofia. A filosofia da linguagem e da mente faz parte dos campos de estudo da disciplina. Searle é famoso pela experiência mental do
quarto chinês. O quarto chinês (em inglês: Chinese room) é um argumento hipotético criado
pelo filósofo norte-americano John Searle, em 1980, empregado por este em sua obra para refutar os teóricos da inteligência artificial forte (Strong AI) e do funcionalismo. Baseia-se na presunção de que a sintaxe (gramática) não é garantia de existência da semântica (sentido). Essa é a
base, ―à defesa da tese de que os estados mentais são essencialmente intencionais, o que o
opõe a perspectivas como o comportamentalismo e o funcionalismo‖.
DECISÃO DA BANCA ELABORADORA: Manter a questão e o gabarito.
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18) Considere pontos de vista filosóficos sobre a arte, a experiência e o juízo estético. Nesse
sentido é correto afirmar, exceto:
A  Segundo Baumgarten, os mais perfeitos exemplos de conhecimento facultado pelos sentidos são as belezas que podemos observar diretamente na natureza, na arte e em outros artefatos (objetos concebidos ou criados por seres humanos).
B  O objetivismo estético é a perspectiva acerca da justificação do juízo estético que defende
basicamente que a beleza resulta do que sentimos quando observamos as coisas; ou seja, a
beleza está nos olhos de quem a vê.
Alternativa incorreta - O subjetivismo estético é a perspectiva acerca da justificação do juízo
estético que defende basicamente que a beleza resulta do que sentimos quando observamos as
coisas; ou seja, a beleza está nos olhos de quem a vê. O objetivismo estético parte de outra
perspectiva.
C  Ao defender a existência do padrão do gosto, Hume oferece um critério geral de justificação dos juízos estéticos, impedindo assim o subjetivismo radical.
 Porque pensava que a arte era imitação, Platão encarava a arte de forma negativa, ao
contrário de Aristóteles. Platão
achava que qualquer imitação era digna de censura, porque
não nos mostrava a verdade: substituir o modelo original pela sua cópia é o mesmo que fechar
os olhos à verdade.
E  Kant pensa que a experiência estética é desinteressada.
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PARECER:
Os recursos não têm procedência – única alternativa correta letra B conforme justificativa já divulgada.
D
DECISÃO DA BANCA ELABORADORA: Manter a questão e o gabarito.
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19) Marque com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.
(
(
(
(
) Alguns filósofos argumentam que os me-todos de justificação racional, através de argumentos ou
provas, são inadequados ou até indesejáveis para justificar a crença na existência de Deus; contudo, defendem que é legítimo e digno de louvor ter fé na existência de Deus. A este tipo de posição chama-se teologia natural.
) O problema do mal tem sido amplamente discutido ao longo da história da filosofia. Este problema tem sido usado como argumento a favor do ateísmo. O argumento baseia-se na ideia de que
a existência do mal é incompatível com a existência de Deus. O filósofo cristão Lactâncio (c. 250325) atribui a Epicuro (341-270 a. C.) a primeira formulação do argumento, conhecida por «paradoxo de Epicuro».
) O filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855) foi um dos mais importantes defensores
do fideísmo.
) Sísifo era um rei da Coríntia que, por ter traído os segredos dos deuses, foi condenado a uma
pena estranha. Cumprir uma desagradável tarefa: empurrar uma pedra enorme até ao cimo de
uma montanha. Mas quando estava quase a chegar ao seu destino a pedra caía pela montanha
abaixo. E Sísifo tinha de voltar a tentar uma e outra vez, para sempre.
A sequência correta é:
AF-V-V-V
Alternativa correta.
1a afirmação falsa (F) - sobre a justificação da crença na existência de Deus. A este tipo de
posição chama-se fideísmo. Já, a teologia natural é a tentativa de justificar a crença na existência de Deus recorrendo à razão. As demais estão corretas e são reconhecidos contextos da filosofia em geral.
BV-V-F-F
CF-F-F-V
DV-V-V-V
EF-V-F-V
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PARECER:
Grande parte dos debates filosóficos tem um caráter metafísico (ontoteologia). A própria filosofia
moderna tem como base as questões teológicas da existência e da intervenção divina. Simplesmente, na questão 18 é falsa à primeira afirmação sobre a justificação da crença na existência de Deus. A este tipo de posição chama-se fideísmo (diferente de teologia natural). Já, a teologia natural é a tentativa de justificar a crença na existência de Deus recorrendo à razão. As
demais estão corretas e são reconhecidos dos contextos da filosofia em geral. A relação entre fé
e razão e seus conceitos correlatos são básicos para uma formação de cunho filosófico.
DECISÃO DA BANCA ELABORADORA: Manter a questão e o gabarito.
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20) Sobre a filosofia, o mundo e a verdade é correto afirmar, exceto:
A  A Revolução das Órbitas Celestes veio defender uma teoria que não só se opunha à doutrina da Igreja, como também ao mais elementar senso comum, enquadrados pela autoridade da
filosofia aristotélica largamente ensinada nas universidades da época: essa teoria era o heliocentrismo.
B  Ainda hoje, muitas pessoas pensam que a ciência contemporânea descreve o modo como
os fenômenos da natureza ocorrem, mas que não explica o porquê desses fenômenos; em
grande parte, isto é uma ideia que resulta ainda da ideia aristotélica de que só as explicações
finalistas são verdadeiras explicações.
Alternativa correta - Aristóteles achava que havia vários tipos de explicações, que correspondiam a vários tipos de causas. Um desses tipos de causas e de explicações era fundamental, segundo Aristóteles: a explicação teleológica ou finalista. Para Aristóteles, todas as coisas tendiam
naturalmente para um fim.
C  Anaximandro defende que tudo quanto existia era composto de pequeníssimas partículas
indivisíveis (atomoi), unidas entre si de diferentes formas, e que na realidade nada mais havia do
que átomos e o vazio onde eles se deslocavam. Foi o primeiro grande filósofo naturalista, que
achava que não havia deuses e que a natureza tinha as suas próprias leis.
Alternativa incorreta - Quem defende que tudo quanto existia era composto de pequeníssimas
partículas indivisíveis (atomoi), unidas entre si de diferentes formas, e que na realidade nada
mais havia do que átomos e o vazio onde eles se deslocavam é o pré-socrático Demócrito (séc.
V/IV a. C.).
Alternativa correta - Copérnico com a publicação do seu livro A Revolução das Órbitas Celestes veio defender uma teoria que não só se opunha à doutrina da Igreja, como também ao mais
elementar senso comum, enquadrados pela autoridade da filosofia aristotélica largamente ensinada nas universidades da época: essa teoria era o heliocentrismo.
D  Para Descartes, toda a filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica, o tronco
é a física, e os ramos que saem deste tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a
três principais, a saber, a medicina, a mecânica e a moral.
Alternativa correta - Descartes, Princípios da Filosofia diz que toda a filosofia é como uma árvore.
E  Interroga-se Hume, em que se fundamenta o princípio da uniformidade da natureza? A
resposta é que tal princípio se apoia na observação repetida dos mesmos fenômenos, o que nos
leva a acreditar que a natureza se irá comportar amanhã como se comportou hoje.
Alternativa correta A crença de que a natureza funciona sempre da mesma maneira é conhecida como o «princípio
da uniformidade da natureza». Mas, interroga-se Hume, em que se fundamenta por sua vez o
princípio da uniformidade da natureza? A resposta é que tal princípio se apoia na observação
repetida dos mesmos fenômenos, o que nos leva a acreditar que a natureza se irá comportar
amanhã como se comportou hoje, ontem e em todos os dias anteriores.
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PARECER:
Anaximandro não defende que tudo quanto existia era composto de pequeníssimas partículas
indivisíveis (atomoi). Quem defende que tudo quanto existia era composto de pequeníssimas
partículas indivisíveis (atomoi), unidas entre si de diferentes formas, e que na realidade nada
mais havia do que átomos e o vazio onde eles se deslocavam é o pré-socrático Demócrito
(séc. V/IV a. C.). As demais estão todas corretas.
DECISÃO DA BANCA ELABORADORA: Manter a questão e o gabarito.
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