1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU PLANT AS AQU ÁTICAS E O PROCESSO DE EUTROFIZAÇ ÃO Elaborado por: Jader Picanço Ribeiro Trabalho apresentado na disciplina “ Micro e mini centrais hidrelétricas ” , ministrada pelo prof. dr. Nelson Miguel Teixeira, no curso de pós-graduação em Agronomia – Energia na Agricultura. BOTUCATU-SP Outubro - 2003 2 1 SUMÁRIO CARACTERÍSTICAS DAS PLANTAS AQUÁTICAS .................................................................. 3 Definição ........................................................................................................................... 3 Classificação ..................................................................................................................... 3 Principais plantas aquáticas .............................................................................................. 4 EUTROFIZAÇÃO............................................................................................................................ 6 Conceito ............................................................................................................................ 6 Graus de eutrofização ........................................................................................................ 6 CAUSA DA EUTROFIZAÇÃO ..................................................................................................... 8 Ocupação por matas e florestas ......................................................................................... 9 Ocupação por agricultura .................................................................................................. 9 Ocupação urbana ............................................................................................................... 10 Influencias das estações do ano ......................................................................................... 11 PROBLEMAS DA EUTROFIZAÇÃO .......................................................................................... 13 Danos a geração de energia ............................................................................................... 13 Danos a navegação ............................................................................................................ 13 Danos a captação de água .................................................................................................. 14 Danos a atividade agropecuária ......................................................................................... 14 Danos a atividade pesqueira .............................................................................................. 14 Danos a saúde publica ....................................................................................................... 15 Danos ao lazer e turismo .................................................................................................... 15 Danos ao ambiente ............................................................................................................. 15 CONTROLE DAS PLANTAS AQUÁTICAS ................................................................................. 16 Medidas preventivas .......................................................................................................... 17 Medidas corretivas ............................................................................................................ 17 POSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO DAS PLANTAS AQUÁTICAS ............................ 19 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 20 ANEXOS ......................................................................................................................................... 21 3 2 CARACTERÍSTICAS DAS PLANTAS AQUÁTICAS 2.1 Definição As plantas aquáticas, também chamadas de hidrófitas ou hidrófilas, são aquelas que vivem em lagos e rios, ou aquelas que, para sua sobrevivência e propagação, necessitam mais de água do que dos recursos do solo. Essas plantas diferem entre si graças à influência do meio em que crescem. Para a sua sobrevivência é necessário, em geral, que a água não contenha substâncias tóxicas e que possua concentração adequada de oxigênio dissolvido. As plantas aquáticas, pertencentes ao primeiro nível trófico de um ecossistema (produtores primários) ocorrem em regiões brejosas, pantanosas (charcos, várzeas) ou no interior de massas de água. Em ambientes lacustres, sua distribuição se faz principalmente na região litorânea, indo de ambiente terrestre úmido até o limite da zona fótica. 2.2 Classificação As plantas aquáticas podem ser classificadas dentro das seguintes duas categorias bem amplas (Thomann e Mueller, 1987) : Plantas que se movem livremente com a água (plantas aquáticas planctônicas): Incluem o fitoplâncton microscópico, plantas flutuantes e certos tipos de plantas, como as algas cianofíceas, que podem flutuar na superfície e se mover com a corrente superficial; Plantas fixas (aderidas ou enraizadas): incluem as plantas aquáticas enraizadas de diversos tamanhos e as plantas microscópicas aderidas (algas bênticas). Ainda dentro da classificação Plantas fixas, estas podem se subdividir em: - Emersas. - Folhas flutuantes. - Submersas. As plantas aquáticas exercem um grande impacto no metabolismo da maioria dos sistemas lacustres, contribuindo com matéria orgânica, através de processos de excreção, ou por sua decomposição. Podem ser responsáveis por cerca de 60% do “input” de carbono de um lago e os maiores contribuidores de carbono para a camada superficial do sedimento, sendo que a liberação de 4 nutrientes orgânicos para o meio aumenta a produtividade das comunidades epifíticas influenciando na taxa de produção secundária da zona pelágica. Tanto o fornecimento quanto a retirada de nutrientes de um lago, ocasionando um processo de eutrofização de lagos dependente da velocidade de reciclagem desses compostos que depende das condições ambientais e de decomposição. As comunidades de plantas aquáticas emersas estão entre as mais produtivas de carbono. As submersas são as que apresentam a mais baixa taxa de produção. Os detritos das plantas aquáticas forma uma das maiores fontes de energia, sendo utilizadas como alimento pelos organismos aquáticos, e também utilizadas como fonte de alimento para animais terrestres (fabricação de ração para o gado) e para o homem (fabricação de proteína foliar). Muitos organismos não se alimentam de plantas aquáticas, mas utilizam-nas como abrigo, refúgio, ou substrato para viverem. As plantas aquáticas nos ecossistemas propiciam um aumento no número de outras plantas e animais, favorecendo a diversificação de habitats e possibilitando o estabelecimento de habitats específicos e microhabitats, que são ocupados por organismos, de bactérias a mamíferos, que ali realizam as diversas funções, especificamente nos reservatórios das usinas hidrelétricas. 2.2 Principais plantas aquáticas Emersas Aguapé (Eichhornia crassipes) – pôtexderiaceae: É a mais séria planta daninha aquática emersa do País, pois é bastante vigorosa, aumentando sua área em 15% ao dia, dobrando a cada 6-7 dias e acumulando 800kg/ha/dia, quando em condições ótimas. Chega a produzir 480 toneladas de massa verde por hectare num ano, com um incremento de volume de 4,8% ao dia, formando grandes acúmulos. Um lago coberto por aguapé perde entre 2 a 8 vezes mais água por evapotranspiração que com a superfície livre. Alface – d’água (Pistia stratrates) – araceae: É uma planta amplamente distribuída pela região tropical, ocorrendo em maiores infestações nas áreas mais quentes e em mananciais poluídos. É de origem desconhecida, sendo hoje a planta aquática mais amplamente distribuída no mundo . Serve como local para reprodução de insetos vetores de doenças. Canarana (Echinochloa polystachya) – gramineae: 5 É bastante frequente na maioria dos mananciais tropicais. Inicialmente enraizada nas margens, desprende- se com o bater das ondas, indo formar ilhas flutuantes que continuam a crescer, chegando a atingir centenas de metros de extensão. Devido a solidez destas ilhas, a presença desta vegetação chega a inviabilizar a navegação e outros aproveitamentos. Em águas corrente pode derrubar pontes e afundar embarcações. Erva de bicho (Polygonum spp) – polygonaceae: É uma planta aquática muito frequente, que cresce principalmente nas margens e leitos secos de rios e lagos. Com comportamento semelhante a Canarana, cresce vigorosamente e com o bater das ondas se desprende do solo e passa a flutuar, formando ilhas que continuam a se desenvolver, oferecendo sério risco para a navegação e hidrelétricas. Salvínia (Salvinia auriculata) – Salviniaceae: É muito comum em mananciais de águas paradas e ricas em nutrientes, geralmente associada a outras espécies. Forma grandes infestações que cobrem toda a superfície d’água disponível. Sob condições ótimas chega a produzir 650 gramas de biomassa seca por metro quadrado por ano. Tanner – grass (Brachiaria arrecta) – Gramineae: Não é uma planta aquática, mas é bastante frequente em locais úmidos e pantanosos, cresce associada à canarana, formando grandes ilhas flutuantes quando se desprende das margens. Submersas Egeria densa – Hydrocharitaceae: Infesta principalmente mananciais de águas paradas como lagoas e represas. O aumento da eutrofização da água propicia grande desenvolvimento vegetativo dessa planta. Exemplificando o reservatório da usina hidrelétrica Eng. Souza Dias (Jupiá) encontra - se altamente infestado por esta espécie (e também por outra, não indentificada), chegando a comprometer a geração de energia e obrigando constantes operações para limpeza das grades da tomada d’água. 6 3 EUTROFIZAÇÃO 3.1 Conceito A eutrofização é o crescimento excessivo das plantas aquáticas, tanto planctônicas quanto aderidas, a níveis tais que sejam considerados como causadores de interferências com os usos desejáveis do corpo d’água (Thomann e Mueller, 1987). O principal fator de estímulo a sua ocorrência é um nível excessivo de nutrientes no corpo d’água, principalmente nitrogênio e fósforo. 3.2 Graus de eutrofização De forma a se poder caracterizar o estágio de eutrofização em que se encontra um corpo d’água, possibilitando a tomada de medidas preventivas e /ou corretivas, é interessante a adoção de um sistema classificatório. Usualmente, tem-se os seguintes níveis de trofia: oligotrófico (lagos claros e com baixa produtividade) mesotrófico (lagos com produtividade intermediária) eutrófico (lagos com elevada produtividade, comparada ao nível natural básico) De forma a se caracterizar com uma particularidade ainda mais elevada os corpos d’água, há outras classificações com outros níveis tróficos, tais como: ultraoligotrófico, oligotrófico, oligomesotrófico, mesotrófico, mesoeutrófico, eutrófico, eupolitrófico, hipereutrófico (listados da menor para a maior produtividade). Uma caracterização qualitativa entre os principais graus de trofia pode ser como apresentada no quadro abaixo. Quadro 1: Caracterização trófica de lagos e reservatórios Item Classe de trofia Ultraoligotrófico Oligotrófico Biomassa Bastante baixa Reduzida Fração de algas verdes Baixa Baixa e/ou cianofíceas Macrófitas Baixa ou ausente Baixa Dinâmica de produção Bastante baixa Baixa Dinâmica de oxigênio na Normalmente saturado Normalmente camada superior saturado Dinâmica de oxigênio na camada inferior Normalmente saturado Normalmente saturado Prejuízo aos usos Baixo Baixo múltiplos Adaptado de Vollenweider (apud Salas e Martino, 1991) Mesotrófico Média Variável Eutrófico Alta Alta Hipereutrófico Bastante alta Bastante alta Variável Média Variável em torno da supersaturação Alta ou baixa Alta Frequentemente supersaturado Variável abaixo da saturação Abaixo da saturação à completa ausência Variável Alto Baixa Alta, instável Bastante instável, de supersaturação à ausência Bastante instável, de supersaturação à ausência Bastante alto 7 A quantificação do nível trófico é, no entanto, mais difícil, especialmente para lagos tropicais. Von Sperling (1994) apresenta uma coletânea de diversas referências, em termos de concentração de fósforo total, clorofila a e transparência, a qual ressalta a grande amplitude das faixas propostas por diversos autores. Além disso, a referência citada apresenta ainda outros possíveis índices a serem utilizados, sempre com a ressalva da dificuldade de se generalizar dados de um corpo d’água para outro. Deve-se ter em mente ainda que corpos d’água tropicais apresentam uma maior capacidade de assimilação de fósforo que corpos d’água de climas temperados. 8 4 CAUSAS DA EUTROFIZAÇÃO No mundo moderno, há muitas vezes, necessidade de lançar mão da “alevinagem” para acelerar o estabelecimento de uma fauna adaptada a novas massas de água criadas pelo homem. É o caso dos reservatórios de todos os tipos, que conservam a água por trás de uma barragem. Eles representam 300.000 Km2 de novas águas na superfície do globo terrestre e têm características particulares segundo as finalidades de sua utilização. Após um período de adaptação, esses lagos-reservatórios apresentam, com efeito, a particularidade de variar de nível, não só com as flutuações das condições climáticas e hidrológicas, mas também com as alterações das necessidades (de energia ou de água). Essas alterações “não naturais” acarretam uma série de conseqüências, ligada à variabilidade periódica do contorno do lago. Por falta desta flora, as margens ficam mal definidas, sujeitas alternativamente à erosão e à formação do lodo, tornando-se de difícil acesso. A flora e fauna litorâneas, empobrecidas pelas secagens sucessivas, não favorecem o desenvolvimento equilibrado das espécies pelágicas, das quais algumas ecofases vivem precisamente nesta zona (alevinos de peixes, por exemplo). Da mesma forma, as aves aquáticas encontram quase sempre dificuldade em nidificar nas redondezas desses lagos - donde uma perda considerável para os apreciadores desses animais (pescadores, caçadores). Além, disso, os reservatórios impedem a migração dos peixes anádromos e catádromos que estavam adaptados a nadar nesses cursos de água antes da construção das barragens. A quantidade e a qualidade das espécies aquáticas também se alteram; desaparecem moluscos e peixes e, com eles, indústrias anexas, tais como a do nácar, da pérolo, da pesca esportiva, etc. Contudo, os reservatórios não apresentam apenas calamidade para a vida aquática. Se o número das espécies diminui, o número de indivíduos aumenta e, em inúmeros casos, a produção por quilômetro quadrado é mais elevada do que a da terra que foi alagada. Aumentam as possibilidades de irrigação a jusante; o controle das águas e a produção de energia elétrica também são pontos a favor. Até mesmo o clima pode ser influenciado por uma massa de água considerável (vários milhares de quilômetros quadrados). Novas espécies podem ser aclimatadas se forem pré-adaptadas a este tipo de meio; o transporte fluvial a longa distância facilita o trânsito das mercadorias pesadas; aumenta a produção de proteínas em países onde há grave falta das mesmas. Muitas vezes, a transformação das condições de vida dos habitantes locais é benéfica, se bem que às vezes, dê origem a certos conflitos - pois agricultores prejudicados nem sempre dão imediatamente excelentes pescadores. Entretanto, frequentemente, se desenvolvem transmissores de moléstias hídricas, acarretando graves perturbações na saúde da coletividade. A esquistossomose, por exemplo, surge em lugares em que a oncocercose desapareceu. Com efeito, a primeira exige a presença de um molusco de 9 água calma (Bulinus) como hospedeiro intermediário, enquanto a segunda é veiculada pela larva de um inseto simulídeo, que prefere águas correntes. Assim, a criação de um reservatório é operação que exige, paralelamente, um estudo multidisciplinar combinado, com cálculos de todos os aspectos benéficos e desastrosos - a curto e a longo prazo - desta construção humana. Como acontece com a utilização dos recursos fornecidos pela água em todos os países, tal estudo exigiria um melhor conhecimento dos fenômenos envolvidos (assunto de limnologia) e dos “atores” (objeto da hidrobiologia) que transformam as águas de superfície do globo em um incomparável cadinho de vida comprovadamente indispensável ao homem. 3.1 Ocupação por matas e florestas Um lago situado em uma bacia de drenagem ocupada por matas e florestas apresenta usualmente uma baixa produtividade, isto é, há pouca atividade biológica de produção (síntese) no mesmo. Mesmo nestas condições naturais e de ausência de interferência humana, o lago tende a reter sólidos que se sedimentam, constituindo uma camada de lodo no fundo. Com os fenômenos de decomposição do material sedimentado, há um certo aumento, ainda incipiente, do nível de nutrientes na massa líquida. Em decorrência, há uma progressiva elevação na população de plantas aquáticas na massa líquida e, em conseqüência, de outros organismos situados em níveis superiores na cadeia alimentar (cadeia trófica). Na bacia hidrográfica, a maior parte dos nutrientes é retida dentro de um ciclo quase fechado. As plantas, ao morrerem e caírem no solo, sofrem decomposição, liberando nutrientes. Numa região de matas e florestas, a capacidade de infiltração da água de chuva no solo é elevada. Em conseqüência, os nutrientes lixiviam pelo solo, onde são absorvidos pelas raízes das plantas, voltando a fazer parte da sua composição, e fechando, desta forma, o ciclo. O aporte de nutrientes ao corpo d’água é reduzido. Pode-se considerar que o corpo d’água apresente ainda um nível trófico bem incipiente. 3.2 Ocupação por agricultura A retirada da vegetação natural da bacia para ocupação por agricultura representa, usualmente, uma etapa intermediária no processo de deterioração de um corpo d’água. Os vegetais plantados na bacia são retirados para consumo humano, muito possivelmente fora da própria bacia hidrográfica. Com isto, há uma retirada, não compensada naturalmente, de nutrientes, causando uma quebra no ciclo interno dos mesmos. Para compensar esta retirada, e para tornar a agricultura mais intensiva, são adicionados artificialmente, fertilizantes, isto é, produtos com elevados teores dos 10 nutrientes nitrogênio e fósforo. Os agricultores, visando garantir uma produção elevada, adicionam quantidades elevadas de N e P, freqüentemente superiores à própria capacidade de assimilação dos vegetais. A substituição das matas por vegetais agricultáveis pode causar também uma redução da capacidade de infiltração no solo. Assim, os nutrientes, já adicionados em excesso, tendem a escoar superficialmente pelo terreno, até atingir, eventualmente, o lago ou represa. O aumento do teor de nutrientes no corpo d’água causa um certo aumento do número de algas e, em consequência, dos outros organismos, situados em degraus superiores da cadeia alimentar, culminando com os peixes. Esta elevação relativa da produtividade do corpo d’água pode ser até bemvinda, dependendo dos usos previstos para o mesmo. O balanço entre os aspectos positivos e negativos dependerá, em grande parte, da capacidade de assimilação de nutrientes do corpo d’água. 3.3 Ocupação urbana Caso se substitua a área agricultável da bacia hidrográfica por ocupação urbana, uma série de conseqüências irá ocorrer, desta vez em taxa bem mais rápida. Assoreamento A implantação de loteamentos implica em movimentos de terra para as construções. A urbanização reduz também a capacidade de infiltração das águas no terreno. As partículas de solo tendem, em conseqüência, a seguir pelos fundos de vale, até atingir o lago ou represa. Aí, tendem a sedimentar, devido às baixíssimas velocidades de escoamento horizontal. A sedimentação das partículas de solo causa o assoreamento, reduzindo o volume útil do corpo d’água, e servindo de meio suporte para o crescimento de vegetais fixos de maiores dimensões (macrófitas) próximos às margens. Estes vegetais causam uma evidente deterioração no aspecto visual do corpo d’água. Drenagem pluvial urbana. A drenagem urbana transporta uma carga muito maior de nutrientes que os demais tipos de ocupação da bacia. Este aporte de nutrientes contribui para uma elevação no teor de algas na represa. Esgotos. O maior fator de deterioração está, no entanto, associado aos esgotos oriundos das atividades urbanas. Os esgotos contêm nitrogênio e fósforo, presentes nas fezes e urina, nos restos de alimentos, nos detergentes e outros subprodutos das atividades humanas. A contribuição de N e P através dos esgotos é bem superior à contribuição originada pela drenagem urbana. 11 Há, portanto, uma grande elevação do aporte de N e P ao lago ou represa, trazendo, em decorrência, uma elevação nas populações de algas e outras plantas. Dependendo da capacidade de assimilação do corpo d’água, a população de algas poderá atingir valores bastante elevados, trazendo uma série de problemas, como detalhado no item seguinte. Em um período de elevada insolação (energia luminosa para a fotossíntese), as algas poderão atingir superpopulações, constituindo uma camada superficial, similar a um caldo verde. Esta camada superficial impede a penetração da energia luminosa nas camadas inferiores do corpo d’água, causando a morte das algas situadas nestas regiões. A morte destas algas traz, em si, uma série de outros problemas. Estes eventos de superpopulação de algas são denominados floração das águas. 3.4 Influência das estações do ano O perfil vertical de temperatura em lagos e reservatórios varia com as estações do ano. Esta variação de temperatura afeta a densidade da água e, em decorrência, a capacidade de mistura e estratificação do corpo d’água. Durante o verão e nos meses mais quentes do ano, a temperatura da camada superficial é bem mais elevada que a temperatura do fundo, devido à radiação solar. Devido a este fato, a densidade da água superficial torna-se inferior à densidade da camada do fundo, fazendo com que haja camadas distintas no corpo d’água, que podem ser classificadas em: epilímnio: camada superior, mais quente, menos densa, com maior circulação termoclina: camada de transição hipolímnio: camada inferior, mais fria, mais densa, com maior estagnação A diferença de densidades pode ser tal, que cause uma completa estratificação no corpo d’água, com as três camadas não se misturando entre si. Esta estratificação tem uma grande influência na qualidade da água. Dependendo do grau de trofia do corpo d’água, poderá haver uma ausência completa de oxigênio dissolvido no hipolímnio. Em decorrência, nesta camada tem-se a predominância de compostos reduzidos de ferro, manganês e outros. Com a chegada do período frio, há um resfriamento da camada superficial do lago, causando uma certa homogeneização na temperatura ao longo de toda a profundidade. Com a homogeneização da temperatura, tem-se também uma maior similaridade entre as densidades. A camada superior, subitamente resfriada, tende a ir para o fundo do lago, deslocando a camada inferior, e causando um completo revolvimento do lago. 12 A este fenômeno dá-se o nome de inversão térmica. Em lagos que apresentam uma maior concentração de compostos reduzidos no hipolímnio, a reintrodução destes na massa d’água de todo o lago pode causar uma grande deterioração na qualidade da água. A redução da concentração de oxigênio dissolvido, devido à demanda introduzida pelos compostos orgânicos e inorgânicos reduzidos, bem como à ressuspensão da camada anaeróbia do fundo, pode causar a mortandade de peixes. É desta forma, que os fosfatos e nitratos podem voltar à massa lacustre quando dela já haviam sido retirados pela síntese de proteínas e outras moléculas nitrogenadas ou fosfatadas (ácido adenosino-trifosfórico, por exemplo). Com a aproximação da estação amena, as plantas aquáticas, especialmente as algas passam a dispor de maior quantidade destas substâncias minerais indispensáveis ao ser desenvolvimento, que são os materiais de base da síntese orgânica. Poderão, assim, desenvolver-se melhor. 13 5 PROBLEMAS DA EUTROFIZAÇÃO A vegetação aquática tem um papel importante na manutenção do equilíbrio de ambientes. Sejam os corpos d’água represas construídas pelo homem, lagos ou rios, as plantas aquáticas são fundamentais ao ecossistema, oxigenando e filtrando a água, servindo de fonte de alimento e habitat para peixes, aves e outros organismos, e protegendo as margens da ação erosiva da água. Porém, quando este equilíbrio é alterado, seja por causa de mudanças na qualidade ou fluxo da água (eutrofização da água, represamentos, etc.), seja pela introdução de plantas aquáticas exóticas, pode ocorrer desenvolvimento excessivo destas populações de plantas, com efeitos prejudiciais ao ambiente e ao uso da água, dos quais podendo-se citar: 5.1 Danos à geração de energia As plantas aquáticas podem bloquear ou reduzir a passagem de água pelas grades de tomada d’água, diminuindo a capacidade de geração das usinas. Em casos extremos, pode ocorrer o rompimento das grades, obrigando a interrupção imediata no funcionamento da turbina. Para evitar estes problemas, faz-se a limpeza periódica das grades, removendo-se a vegetação (esta operação só é possível com redução da geração). Esta redução de potência leva a um excedente de água, eliminado pelos vertedouros, havendo assim a perda de energia potencial da água. Assim, os danos provocados pelas plantas aquáticas à geração de energia podem ser quantificadas pela soma dos custos com limpeza das grades e remoção da vegetação, mais a perda de receitas devido à indisponibilidade das turbinas e perda de água. Soma-se ainda a isso o permanente estado de alerta dos operadores e a necessidade de se alterar o modo de operação das usinas a montante e jusante para minimizar os prejuízos. 5. 2 Danos à navegação Grandes populações de plantas aquáticas podem bloquear eclusas ou trechos inteiros de rios, impedindo o transporte hidroviário, trazendo comprometimento econômico à atividade. Em outras situações, as plantas, durante seu deslocamento pelo reservatório, arrastam consigo as bóias de orientação da hidrovia, tornam as áreas dos portos impróprias para a atracagem, impedem o arrefecimento dos motores, interferem nos radares de navegação das embarcações, aumentando o risco de acidentes com as embarcações. 14 5.3 Danos à captação de água A vegetação aquática freqüentemente restringe a captação de água para usos como abastecimento para consumo humano, industrial e irrigação de culturas. Estas restrições podem estas relacionadas tanto com o fluxo quanto com a qualidade da água, exigindo a manutenção constante dos sistemas de captação e tratamento da água. Nos sistemas de abastecimento de água, poderão aparecer problemas, principalmente nos esquemas de sucção, nas bombas de recalque, nos dutos de transporte de água e nas propriedades físico-químicas da água. 5.4 Danos à atividade agropecuária Além de dificultar a captação de água, as plantas aquáticas podem reduzir a vazão nos canais de irrigação, comprometendo o fornecimento de água para as culturas. Elas também podem cobrir totalmente os corpos d’água, impedindo o acesso de animais à água ou mesmo criando condições adversas para a piscicultura. 5.5 Danos à atividade pesqueira Em grandes populações, a vegetação aquática prejudica a pesca profissional, pois danifica/arrasta as redes de espera (modalidade de pesca mais utilizada em reservatórios) e dificulta o acesso a várias áreas dos rios ou reservatórios ao não permitir a navegação. Além destes fatores, provoca a mortandade de peixes em função da anaerobiose ou toxicidade por amônia - em condições de pH elevado (freqüentes durante os períodos de elevada fotossíntese), a amônia apresenta-se em grande parte na forma livre (NH3), tóxica aos peixes, ao invés de na forma ionizada (NH4+), não tóxica. 5.6 Danos à saúde pública A vegetação aquática forma um ambiente bastante propício à reprodução de vetores de doenças, como caramujos e pernilongos, facilitando ainda o acúmulo de lixo e outros detritos, exigindo atenção das autoridades da área de saúde para ações de prevenção e combate às doenças. Entre estes fatores, podemos destacar: Maior dificuldade e elevação nos custos de tratamento da água. A presença excessiva de algas afeta substancialmente o tratamento da água captada no lago ou represa, devido à necessidade 15 de: remoção da própria alga, remoção de cor, remoção de sabor e odor, maior consumo de produtos químicos, lavagens mais freqüentes dos filtros Problemas com o abastecimento de águas industrial. Elevação dos custos para o abastecimento de água industrial devido a razões similares às anteriores, e também aos depósitos de algas nas águas de resfriamento. 5.7 Danos ao lazer e turismo A prática de esportes náuticos é extremamente dependente de águas limpas. O crescimento de plantas em corpos d’água dificulta esta forma de lazer, podendo trazer prejuízos ao turismo e à economia de municípios às margens de rios ou reservatórios. As razões mais comuns destes problemas são as freqüentes florações das plantas aquáticas, os distúrbios com mosquitos e insetos e eventuais maus odores devido a excessiva formação de gás sulfídrico pela anaerobiose na água. 5.8 Danos ao ambiente O desenvolvimento excessivo de uma espécie de planta (nativa ou não) e seu domínio sobre as outras, pode trazer sérias conseqüências ao ambiente, pois provoca desequilíbrios também sobre a fauna existente no local, alterando todo o ecossistema. Como danos diretos ao meio ambiente pode-se citar: abrigo e promoção do desenvolvimento de insetos nocivos ao homem e vetores de doenças infecciosas como a esquistossomose, malária, dengue, febre-amarela e outras, mau cheiro, aspecto e poluição, acúmulo de lixo, sucessão de comunidades (plantas com folhas flutuantes, como a Nymphaea, aguapés, crescem na superfície e eventualmente sufocam plantas presas no fundo), dificultam a prática de esportes aquáticos, causam prejuízos a clubes náuticos e casas nas margens de represas, etc. Ao se observar a amplitude de problemas provocados pelas plantas aquáticas, constata-se a dificuldade em se quantificar com precisão os prejuízos, pois há necessidade de se considerar variáveis econômicas, sociais e ambientais, muitas delas de avaliação subjetiva. Entretanto, pode-se afirmar que os prejuízos são grandes e presentes no país, exigindo em muitos casos a adoção de medidas para evitar ou controlar a proliferação de plantas aquáticas. 16 6 CONTROLE DAS PLANTAS AQUATICAS Geralmente, o aumento excessivo da população de plantas aquáticas deve - se a dois fatores principais: a falta de predadores e, principalmente ao aumento do nível de eutrofização da água. A solução definitiva para este problema só é possível com o reequilibro do ecossistema, que passa pelo reordenamento do uso do solo, controle das fontes de poluição, recomposição da vegetação ciliar etc. Entretanto, estas atividades são de execução a longo prazo e que envolvem ações interinstitucionais e participação social. Várias atividades que direta ou indiretamente contribuem para a redução da infestação de macrófitas aquáticas estão desenvolvidas hoje no Brasil em várias de nossas hidrelétricas tais como: Utilização de ferramentas como o mapeamento e quantificação da ocorrência de macrófitas emersas e submersas com a utilização de imagens de satélites e trabalho de campo, estudo da ecologia e caracterização de metodologias de controle químico e biológico das mesmas, conciliando um alto nível de eficiência com reduzidos impactos ambientais. Gerenciamento de reservatórios: visa monitorar, através da qualidade da água, sensoriamento remoto e outras atividades, os principais problemas ambientais dos reservatórios, permitindo avaliações ágeis e confiáveis, em apoio a tomada de decisões. Na maioria das situações em que as plantas aquáticas representam problemas, a integração de métodos de controle é geralmente recomendada. Utilizando várias práticas, benefícios a curto, médio e longo prazo podem ser atingidos e as plantas aquáticas podem ser eficientemente controladas. A definição das práticas a serem utilizadas em cada situação dependerá da avaliação dos problemas provocados pelas macrófitas, das espécies presentes, da extensão da infestação, do uso da água e das características do corpo d’água As estratégias de controle usualmente adotadas podem ser classificadas em duas categorias amplas (Thomann e Mueller, 1987; von Sperling, 1995): medidas preventivas (atuação na bacia hidrográfica) redução das fontes externas medidas corretivas (atuação no lago ou represa) processos mecânicos processos químicos processos biológicos 17 6.1 Medidas preventivas As medidas preventivas, as quais compreendem a redução do aporte de fósforo através de atuação nas fontes externas, podem incluir estratégias relacionadas aos esgotos ou à drenagem pluvial. Estas estratégias de controle podem se subdividir em: Controle dos esgotos Tratamento dos esgotos a nível terciário com remoção de nutrientes Tratamento convencional dos esgotos e lançamento a jusante da represa Exportação dos esgotos para outra bacia hidrográfica que não possua lagos ou represas Infiltração dos esgotos no terreno Controle da drenagem pluvial Controle do uso e ocupação do solo na bacia Faixa verde ao longo da represa e tributários Construção de barragens de contenção Com relação ao tratamento dos esgotos com remoção de fósforo, esta pode ser efetuada por meio de processos biológicos e/ou físico-químicos. A remoção avançada de fósforo no tratamento de esgotos por meio de processos biológicos foi desenvolvida há cerca de duas décadas, estando hoje bastante consolidada. O processo baseia-se na alternância entre condições aeróbias e anaeróbias, situação que faz com que um determinado grupo de bactérias assimile uma quantidade de fósforo superior à requerida para os processos metabólicos usuais. Ao se retirar estas bactérias do sistema, está-se retirando, em decorrência, o fósforo absorvido pelas mesmas. Com a remoção biológica de fósforo pode-se atingir efluentes com concentrações em torno de 0,5 mgP/l, embora seja mais apropriado considerar-se um valor mais conservador de 1,0 mgP/l. A remoção de fósforo por processos físico-químicos baseia-se na precipitação do fósforo, após adição de sulfato de alumínio, cloreto férrico ou cal. O consumo de produtos químicos e a geração de lodo são elevados. O tratamento físico-químico após a remoção biológica de fósforo pode gerar efluentes com concentrações da ordem de 0,1 mgP/l. 6.2 Medidas corretivas As medidas corretivas a serem adotadas podem incluir uma ou mais das seguintes estratégias (von Sperling, 1995): 18 Processos mecânicos O controle mecânico, consiste no uso de práticas de eliminação de plantas através do efeito físico mecânico, como a utilização de Aeração, Desestratificação, Aeração do hipolímnio, Remoção dos sedimentos, Cobertura dos sedimentos, Retirada de águas profundas, Remoção de algas, Remoção de macrófitas ou Sombreamento. O processo de controle mecânico deve ser utilizado quando há necessidade de remoção imediata das macrófitas de determinados locais, tais como, eclusas, trechos da hidrovia e grades da tomada d’água das usinas. As principais desvantagens destes métodos são os altos custos e o curto período de controle das mesmas, permitindo uma fácil reinfestação das áreas, e também a dificuldade deste método em atingir espécies de plantas aquáticas que atingem maiores profundidades. Um programa de reflorestamento ciliar, através de plantios em áreas ao redor de seus reservatórios e tributários também poderá ser utilizado. A implantação de matas ciliares colabora na redução da carga de sedimentos lançados na água. Processos químicos O controle químico tem como princípio de que certos produtos químicos são capazes de matar plantas, ou que podem matar apenas alguns tipos de plantas, sem prejudicar outros. Esses produtos são conhecidos como herbicidas. Um herbicida pode ser definido como qualquer produto químico que pode matar ou inibir o desenvolvimento de uma planta. No Brasil, comercializa - se, hoje aproximadamente 50 princípios ativos herbicidas compondo centenas de formulações e outras centenas de marcas comerciais. Os herbicidas são classificados como seletivos e não seletivos, com relação a plantas que matam. Por exemplo, um herbicida é seletivo para determinada cultura quando é capaz de matar muitas plantas daninhas infestantes sem a prejudicar. Os herbicidas aqui discutidos pertencem a categoria de produtos orgânicos que podem ser agrupados segundo a similaridade de sua estrutura molecular, formando famílias químicas. Entre os herbicidas podemos citar os fenoxiácidos (2,4,MCPA), as uréias substituidos (diuron, tebuthiuron), as triazinas simétricas (ameryn, simazine), os carbomatos (butylate, molinate), as dinitroanilinas ( trifuralin, oryzalin), etc. Os herbicidas podem ainda ser classificados em relação ao estágio de desenvolvimento da planta, quando da aplicação, em: pré – emergentes (PRE) e pós emergentes (POS). Os herbicidas PRE são aplicados no solo antes da germinação das sementes das ervas ou das plântulas. Muitos herbicidas PRE necessitam ser incorporados ao solo, para maior eficiência, sendo aplicados antes do plantio da cultura e denominados de pré – plantio incorporados (PPI). Os herbicidas de pré são também 19 denominados de herbicidas residuais porque deixam no solo um resíduo ativo que continuará por algum tempo matando as plantas que por ventura entrarem em germinação. Os herbicidas de POS são aplicados na folhagem das plantas. Para atuarem, deve ser absorvidos pela parte aérea das plantas; pela raiz após queda no solo, como o dicamba, o picloram. A maioria dos herbicidas de POS também possuem ação residual ou de pré – emergencia. Processos biológicos O controle biológico de plantas, consiste primeiramente no uso de inimigos naturais (pragas, doenças, animais), que se alimentam das plantas ou sementes como peixes e aves. A grande vamtagem deste sistema é proporcional uma recuperação natural do ambiente, entretanto, sua grande desvantagem é a demora na apresentação de resultados. Biomanipulação, Uso de cianófagos ou Uso de peixes herbívoros. Sempre que possível, deve-se dar grande ênfase aos métodos preventivos, usualmente mais baratos e eficazes. 20 7 Possibilidades de aproveitamento econômico das plantas aquáticas As plantas aquáticas, que causam tantos problemas, também podem ser utilizadas com fins de aproveitamento econômico. Elas poderão ser utilizadas como cobertura vegetal, fertilizantes, matéria-prima para fabricação de adubos orgânicos, proteínas para o homem ou animais (rações), fontes de fibra para fabricação de papel e de várias substâncias químicas. Em alguns países, são utilizadas para cobertura de casas, construção de tapumes e cercas, e fabricação de esteiras e cestos. Também possuem a capacidade para remover nutrientes de águas de esgotos, águas eutrofizadas e controlar o crescimento do fitoplâncton. São muito procuradas por paisagistas para decoração de jardins com represas ou lagos. Além disso, podem ser utilizadas em ambiente onde se deseja criação de peixes, anfíbios, aves e até em mamíferos, entre outros animais, que a utilizam como microhabitat ou fonte de alimentação. Em alguns casos, podem ser utilizadas para alimentação humana, no entanto, desde que desenvolvidas em locais e condições adequados. Muitas plantas aquáticas (principalmente o aguapé) retém grande quantidade de metais pesados em seus tecidos, podendo trazer prejuízos à saúde, se ingeridas. Também podem ser utilizadas como combustível (carvão ou gás), apesar de apresentarem baixo valor energético. 21 8 Bibliografia Consultada: BRAGA, J. D. et alli. Programa do controle de macrófitas aquáticas no complexo hidrelétrico de Paulo Afonso e na UHE Itapiraca. XV Seminário Nacional de produção e transmissão de energia elétrica. Foz do Iguaçu-PR, 1999. CHARBONNEAU, J-P; CORAJOUD, M.; CORAJOUD, C.; DAGET, J.; DAJOZ, R.; DUSSART, M.; FRIEDEL, H.; KEILLING, J.; LAPOIX, F.; MOLINIER, R.; OIZON, R.; PELLAS, P.; RAMADE, F.; RODES, M.; SIMONNET, D.; VADROT, C.M. Enciclopédia de Ecologia. São Paulo: EPU - Ed. da Universidade de São Paulo. 479p. 1979. GAZARINI,L.C. Alguns aspectos ecológicos da macrófita aquática Mayaca fluviatilis AUBLET, 1775 na Represa do Lobo (Brotas - Itirapina - SP). Dissertação (Mestrado) em Ecologia e Recursos Naturais/Ecologia, Universidade Federal de São Carlos, 303p., 1983. LORENZI, H. Manual de identificação e controle de plantas daninhas - plantio direto e convencional. 4 ed, Nova Odessa: Plantarum Ltda, 299p., 1994. TANAKA, R. H. Prejuizos provocados pelas plantas aquáticas. diretoria de meio ambiente, 2p., 2003. Boletim CESP – 22 8. Anexos 23 24