CAMInhAnDO COM ROBÔS - Interactive Motion Technologies

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quinta-feira, 17 de maio de 2012
São Paulo, 122 (92) –
­ III
Diário Oficial Poder Executivo - Seção I
P
rimeiro no País e na América
Latina, o Laboratório de Robótica
do Instituto de Reabilitação Lucy
Montoro traz a possibilidade de
recuperação mais rápida e eficaz para pacientes com dificuldade de locomoção. Localizado no
Morumbi, é o primeiro posto da
Rede de Reabilitação Lucy Montoro
a receber as novas tecnologias utilizadas em processo de recuperação.
A próxima unidade a dispor dos
novos equipamentos será a de Vila
Mariana. Ao todo, a Rede tem 12
unidades em operação.
FOTOs: CLEO VELLEDA
caminhando com ROBÔS
Instituto Lucy Montoro
comemora seus quatro
anos inaugurando
laboratório de robótica,
com equipamentos de
última geração
Pioneiro em uso de robôs na
reabilitação, a Rede tornou-se referência em reabilitação para pessoas com deficiência e doenças incapacitantes. A iniciativa resulta de
parceria entre as secretarias estaduais dos Direitos da Pessoa com
Deficiência e da Saúde. Na cerimônia de inauguração do laboratório,
o paciente Sandro Rodrigues, tetraplégico, declarou ter chegado ao
local “sem saber nada e ter aprendido tudo durante a internação”. Ele
diz que o tratamento lhe deu uma
nova vida: “Ganhei independência,
voltei a trabalhar, dirijo e faço tudo
que uma pessoa normal faria”.
As fisioterapeutas do instituto
explicam que, com os novos equipamentos, os pacientes conseguem
fazer maior número de repetições,
Eder Luiz :“Ganhei minha independência”
Flávio do Espírito Santos percebeu que o robô “corrige o movimento e dá para andar com as duas pernas ao mesmo tempo”
dispõem de movimentos diferentes que ajudam o cérebro a se adaptar às novas circunstâncias.
“Os equipamentos estimulam a parte
cerebral para que o paciente (em especial
o com lesão cerebral) perceba o movimento ao executar as simulações disponíveis”,
diz a diretora executiva do Instituto de
Reabilitação do Hospital das Clínicas.
Reabilitação robótica – “Os robôs
melhoram a precisão do movimento em relação à fisioterapia convencional. Ao final da
sessão, o equipamento mostra o desempenho do paciente. Por ser atividade lúdica,
motiva a pessoa a se esforçar mais”, acrescenta a fisioterapeuta Thaís Terranova.
São quatro robôs: dois deles (InMotion e
Armeo Spring) trabalham os membros superiores; e dois (Lokomat e Ergys) movimentam
os membros inferiores. Na terapia convencional, o paciente consegue fazer em média 60
repetições com o punho. Com o InMotion, é
possível chegar a mil, sem contar a estimulação do cérebro, compara Thaís. É possível
controlar a velocidade e aceleração do movimento e a força exigida: “Dá assistência na
medida certa e potencializa os movimentos”.
Outra vantagem é que se a pessoa não
conseguir finalizar alguma ação, o robô completa o movimento, evitando a frustração,
acrescenta a fisioterapeuta. Após 36 sessões
feitas no InMotion (movimento de punho,
ombro e cotovelo), Lyra Tsukamoto percebe
mudança notável. Tinha movimentos limitados e mal mexia os dedos. Agora conseguiu
montar vaso em que se exigia costura de flo-
Laboratório de Robótica do Instituto de Reabilitação Lucy Montoro: trabalho pioneiro
res. Os principais usos são para tratamento
de acidente vascular encefálico, esclerose
múltipla e paralisia cerebral.
Já o Armeo Spring, único equipamento disponível no Brasil, não finaliza o movimento se o paciente não conseguir. Exige
mais mobilidade da pessoa nos exercícios
terapêuticos e para executar os jogos de
realidade virtual que atuam na movimentação de ombro, cotovelo, punho e preensão da mão (ato de segurar), esclarece
a terapeuta ocupacional Vivian Vicente.
“Além de ser prazeroso e motivador é personalizado para cada tipo de tratamento
e de paciente”. Útil para pacientes com
traumatismo cranioencefálico ou outras
afecções do sistema nervoso.
O Armeo Spring, único no Brasil
Equipe multidisciplinar – Ao
caminhar com a ajuda do Lokomat, Flávio do
Espírito Santos percebeu que o robô “corrige o movimento e dá para andar com as duas
pernas ao mesmo tempo”. As pernas robóticas educam a marcha, dimensionam o comprimento adequado da passada, alongam,
fortalecem toda a musculatura e aumenta a
quantidade de passos que o paciente consegue fazer, explica a terapeuta. É indicado para
tratar casos de acidente vascular encefálico,
lesão medular, traumatismo cranioencefálico, esclerose múltipla e outras condições que
geram incapacidade locomotora.
Semelhante à bicicleta ergométrica,
a Ergys permite ao paciente, com pouco
e nenhum movimento de pernas, pedalar
para ativar a musculatura dos membros
inferiores e melhorar a capacidade cardior-
respiratória pela estimulação de corrente
elétrica, diz o fisioterapeuta Gemal Pirre.
Há um mês, Eder Luiz pedala com a ajuda
do robô e diz ter se tornado mais independente. “Tomo banho e me alimento sozinho. Até faço as transferências (da cadeira
para cama, por exemplo) sem ajuda”.
O instituto presta serviço ambulatorial
para 8,5 mil pacientes por mês e dispõe de 33
leitos de internação. Para atendê-los há equipe multidisciplinar, composta por médicos
fisiatras, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, assistentes sociais e outros profissionais
especializados.
Claudeci Martins
Da Agência Imprensa Oficial
Após 36 sessões feitas no inMotion, Lyra Tsukamoto percebe mudança notável
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