www.InHouseIdiomas.com.br HELP... QUERO APRENDER A OUVIR INGLÊS... ME AJUDA Ouvir um estrangeiro falando seu idioma materno é uma experiência única. Você se depara com um ”ser humano” igual a você, com pernas, braços, barrigas (se for um legítimo americano, a barriga provavelmente será beeeeem maior do que a sua rs rs), olhos, nariz e boca...mas da boca são emitidas palavras no idioma “original de fábrica”, ou seja, as palavras saem com som, musicalidade “textura” e alma da fábrica, ou se você preferir, do país de origem. É uma delícia conseguir entender um americano, inglês, australiano ou neozelandês falar inglês. Entretanto, diferentes pessoas podem ter diferentes graus de acuidade auditiva, e isso é um fator importante que influencia o grau de dificuldade em perceber a sutileza de certas diferenças relevantes, bem como o grau de precisão com que vão ouvir os sons da língua estrangeira. Dessa forma, a facilidade com que uma pessoa entende o inglês falado varia de pessoa para pessoa (eu confesso que sou muito ruim de ouvido). Porém, independentemente do grau de acuidade auditiva do aluno, a qualidade do input recebido pelo aluno é o fator mais importante. Em outras palavras: se um estrangeiro tiver uma péssima pronúncia, tanto faz se uma pessoa apresenta uma boa acuidade auditiva ou não, vai ser difícil entender o que o “gringo” estiver falando. Você pode me dizer, professor Roberto: “Já presenciei estrangeiros falando inglês e não foi nada fácil. Parece que eles emendam as palavras. Eu conseguia entender parte do que era dito, mas perdia outra parte (bem maior). Também, não consigo entender filmes no cinema ou DVD e músicas então, só entendo palavras soltas ou frases mais “batidas” do tipo, “Love you, baby”, “let’s boggie”, “all right” e coisas desse tipo”. O que eu faço?” Meu amigo, minha amiga, eu falei que ouvir e entender pessoas estrangeiras falando inglês é uma delícia, não falei que era fácil. Eu mesmo não sou muito bom em listening. Tive um problema em meu ouvido esquerdo há muitos anos e perdi a audição. Entretanto, já antes desse problema aparecer, minha acuidade auditiva não era das melhores (não que eu não escutasse direito, mas porque a parte auditiva nunca foi meu forte. Não entendo direito nem músicas em português). Quando eu era garoto e estudava inglês no meu quarto, eu passava horas escutando a fita (ééée, meu amigo, minha amiga, não existia CD naquela época) para treinar meu ouvido. Eu ficava com o livro aberto, gravador ao lado, via e ouvia a frase e repetia logo após tentando imitar a pronúncia. ALIÁS, ESSE É A MELHOR FORMA DE ADQUIRIR PRONÚNCIA CORRETA E TREINAR SEU CÉREBRO A IDENTIFICAR O QUE ESTÁ SENDO DITO. Lembrese: seu cérebro não vai conseguir reconhecer uma palavra se ele nunca a viu e ouviu. Perceba que quando você escuta músicas em inglês, você costuma entender palavras que você conhece porque já viu e ouviu anteriormente. Portanto, quanto mais palavras você ver e ouvir em inglês, mais seu “ouvido/cérebro” vai se acostumar com a musicalidade delas. Portanto a regra para treinar seu “ouvido/cérebro” ficar afiado é: OUVIR, OUVIR, OUVIR e OUVIR. Não tem escapatória, se você pensou que esse livro fosse te apresentar milagres para o aprendizado do idioma, sinto decepcioná-lo. Meu compromisso é com a verdade (nossa, parece político em campanha rs rs) e tenho certeza que você não quer ser enganado e nem se enganar. ENTRETANTO, NÃO SE DESESPERE, NA VIDA TEMOS SOLUÇÃO PARA TUDO EXCETO PARA A MORTE E OS IMPOSTOS (Essa frase foi proferida por Benjamin Franklin em 1789, “In this world nothing is certain, but death and taxes” (Nesse mundo nada é certo, exceto a morte e os impostos). Como disse anteriormente, não sou muito bom de “ouvido”, mas isso não quer dizer que eu não entenda o que se fala no cinema ou músicas. Basicamente sugiro as seguintes coisas para você: 1. NO CARRO. Ouça músicas de sua preferência e tente entender o que o intérprete está cantando. Eu fazia isso escutando Queen no meu carro e em casa. Aprendi muito inglês lendo, escutando e cantando (aliás, muito mal) junto. Recomendo escutar os CDs de suas lições de inglês, mas tome muito cuidado porque já tive alunos que se distraíram e quase bateram o carro. 2. Se você estiver estudando inglês regularmente (2 aulas por semana por exemplo), a. EM CASA, programe-se para ouvir o CD das lições que você estudou ao longo da semana. Vou explicar melhor. Vamos supor que você tenha aulas às segundas e quartas-feiras. Na terça-feira, você LÊ E OUVE tudo que você estudou na segunda-feira. Na quinta-feira você repete o processo. Na sexta-feira e no sábado você LÊ E OUVE TUDO QUE VOCÊ ESTUDOU NAS DUAS AULAS DA SEMANA. Você pode me perguntar: “quanto tempo devo fazer isso?”. Resposta: o maior tempo possível. Recomendo que você LEIA e OUÇA as lições repetidamente até você memorizar a fala (obviamente, você vai memorizar, mas você precisa entender o que está ouvindo, se você não está entendendo o que você está LENDO e OUVINDO, você deve para o CD, ler mais devagar, entender o que a frase diz e aí voltar a ouvir o CD. Já vi muitos alunos ficarem ouvindo CDs das lições e não fazerem força para entender...tenha santa paciência!). Até hoje eu me lembro de diálogos que eu estudei em 1983 (Meu Deus, o tempo voa...isso foi no século passado). Você pode me perguntar: “Mas, prof. Roberto, memorizar diálogos é uma boa forma de aprender inglês?”. Resposta: eu diria que memorizar diálogos é UMA forma de você treinar seu “ouvido/cérebro”. Só memorizar diálogos não vai fazer você ficar fluente em inglês, mas é um EXCELENTE EXERCÍCIO. Afinal de contas, as palavras ou até mesmo algumas frases dos 1 www.InHouseIdiomas.com.br diálogos que você memorizar CERTAMENTE serão utilizadas por você no futuro. O importante é fazer seu “ouvido/cérebro” ficar em CONSTANTE CONTATO com o idioma. Faça programações semanais com revisão inserida. Você deve seguir a programação mais regular possível. A razão do fracasso das pessoas reside em não se disciplinar e “pular” dias de estudo para tentar repor depois. Já tive (e tenho) alunos que utilizam diversas desculpas (coerentes e algumas muito esfarrapadas). As desculpas são várias, for instance (= for example): Agora uma atividade interativa com você, meu amigo, leitor. Escreva aqui as desculpas mais esdrúxulas que você, professor, já escutou ou você, aluno, já deu. Não deu tempo porque veio visita em casa; Não consegui estudar porque estava muito cansado (a); Não tive tempo e ponto; Tive que fazer minha declaração de imposto de renda; Não fiz a lição porque ontem teve jogo do Corinthians. Aqui faço uma ressalva: sendo corintiano, eu penso que esse é um bom motivo para não estudar inglês rs rs, mas como orientador pedagógico tenho que dizer que você pode ver os melhores momentos mais tarde (e certamente serão vários momentos e diversos gols do timão kkkk). Sendo assim, não fazer a lição devido ao jogo do Glorioso Corinthians é uma desculpa esfarrapada (Oh, Deus sabe como foi difícil pára eu escrever esta frase rs rs); Tive um aluno que não fez a lição um dia porque ele achava que a namorada dele o estava traindo e foi espionar a menina para ver se ela estava realmente indo à academia de ginástica mesmo (pode uma coisa dessas?); Certa ocasião, um senhor disse não fez a lição porque ele tinha esquecido que era aniversário da mãe dele e como tinha ido à casa da simpática senhora comer um pedacinho de bolo. (Esse senhor tinha quase 60 anos. Meu Deus, se ele tinha 50 anos, será que depois de tantos anos, ele não se lembrava da data com antecedência? Tudo indica que a memória dele estava pior do que a da mãe); _____________________________________________________________________________; _____________________________________________________________________________; _____________________________________________________________________________; Meu amigo, minha amiga... desenvolver sua habilidade auditiva e deixar seu ouvido afiadíssimo é uma questão de comprometimento, disciplina e paciência. Outra coisa: se você acha difícil entender o que é dito no cinema, fique tranqüilo, pois você é uma pessoa normal. Poucas pessoas conseguem acompanhar o que é dito no filmes de cinema. Alguns fatores prejudicam esse entendimento, notably (particularmente): O sistema de som de algumas salas de cinema deixa a desejar; Os atores e atrizes falam o inglês de forma informal e com velocidade rápida; Você está lá para se divertir, quer descansar e não está a fim de esquentar a cabeça para tentar entender o que está sendo dito; LEGENDAS. Esse é um grande problema para UEM quer ir ao cinema e tentar entender o que está sendo dito. Por mais que você queira fixar seu ouvido no que está sendo dito, seus olhos são mais rápidos e acabam lendo as legendas. Um fato curioso aconteceu comigo e meu irmão. Há aproximadamente 20 anos, estávamos assistindo a um filme nacional, ou seja, todo falado em português. O inusitado fato é que o filme estava legendado em inglês. Em determinado momento do filme, notei que eu não estava prestando atenção no que os atores falavam (em português) e estava 100% do tempo lendo as legendas em inglês. Perguntei ao meu irmão se isto estava acontecendo com ele e ele respondeu que sim, ele estava lendo as legendas em inglês (e corrigindo alguns erros) e não estava nem aí para os diálogos em português. Até hoje pergunto às pessoas se isso acontece com elas e a grande maioria (quase 100%) diz que sim. Minha conclusão é que nossos olhos são mais rápidos do que nossos ouvidos. Penso que seja um fenômeno razoavelmente lógico dado que nós, seres humanos, temos na visão o sentido mais importante para “sentir” o mundo ao nosso redor (diferentemente dos cães que “cheiram” o mundo e os morcegos que “escutam” mundo). TRÊS CASOS PARA ACALMAR SEUS TEMORES No capítulo “Como aprender a falar inglês”, mencionei a possível dificuldade que alguns brasileiros e brasileiras possam apresentar para pronunciar o “th”. Pois bem, na hora de escutar determinados estrangeiros 2 www.InHouseIdiomas.com.br falando inglês, você vai notar que apesar de o “th” ser bem pronunciado, muitas pessoas precisam de algum tempo para acostumarem seus ouvidos (isto é perfeitamente natural). Outros “gringos”, contudo, apresentam pronuncias que não facilitam nossa vida. Aqui vai um muito interessante: Observe Ano = 1988. Local = Faculdade de Economia e Administração da USP. Evento: aula de História do Pensamento Econômico Hora: 7:30 da matina Personagens = Rafael (estudante suíço fazendo estágio no Brasil) e Roberto Witte (na época, estudante de economia) Entro na sala para assistir aula e um amigo me apresenta o Rafael. Começo a conversar com ele em inglês e descubro que ele também falava alemão, francês, italiano, espanhol e queria aprender português (caramba... que cara “fominha”. Será que ele já estava contente com os outros idiomas?). Além de me pedir para falar português, Rafael me pediu para falar gíria (pensei mais uma vez: esse cara é maluco, mas vamos lá!). Assistimos à aula e fomos embora. No dia seguinte, lá fui eu falar gíria com o Rafael. Virei para ele e perguntei: “E aí, Rafael. O que você fez ontem depois da aula? Você saiu, você deu “uns rolê”? (eu sei, eu sei...eu forcei a barra, mas ele pediu, poxa...). Ele me olhou como se eu fosse um ET, olhou para o céu e disse: “Deus...God”...e ficou pensativo. Na hora eu não entendi nada, mas depois de alguns segundos, descobri o que aconteceu. Quando eu falei “...você saiu, você deu “uns rolê”, ele entendeu “Deus” (perceba o que aconteceu): “E aí, Rafael. O que você fez ontem depois da aula? Você saiu, você deu “uns rolê”? Deus Quando eu falei: “...você saiu, você deu “uns role”, na frase, o trecho “...deu uns” ele entendeu “Deus”, que era uma palavra que ele conhecia. Agora pare e diga “...você deu “uns rolê”. Não parece que você falou “Deus” (repita a parte em negrito bem rápido)? Pois é, meu amigo, minha amiga... se você achava que os americanos e ingleses “grudavam” as palavras, nós brasileiros e brasileiras também “grudamos” as palavras (principalmente aos ouvidos de pessoas não falantes do português). Conclusão: o ouvido/cérebro do Rafael não estava (e não deve estar até hoje, penso eu) acostumado com a sonoridade, musicalidade e o péssimo português falado por mim, mas foi ele quem pediu. “Tá” vendo como é normal não entender um idioma estrangeiro da noite para o dia. Você é uma pessoa normaaaalllll.... Minha sugestão para desenvolver sua capacidade de ouvir e entender o que está sendo falado em inglês. Short and clear (curto e grosso): - Ler textos e frases em voz alta – Ouvir a própria voz falando inglês é muito importante. - A repetição destas leituras em voz alta é extremamente produtiva e ajuda a fixar conteúdos. - Gravar a própria voz e ouvir em seguida ajuda a memorizar conteúdos e corrigir erros de pronúncia, já que o auditivo é bastante sensível para perceber seus erros, com autocrítica. - Ouvir CDs e gravações de lições é geralmente sua melhor forma de estudo. Não perca tempo no trânsito. Ganhe tempo! Ouça sistematicamente lições e músicas bem escolhidas em inglês, dando preferência a intérpretes do seu tipo preferido de música e que tenham uma pronúncia e dicções claras. - Exercite diálogos em voz alta com colegas e amigos. That’s it, vai por mim. 3