Turismo: Economia e Sustentabilidade Ambiental Nicolli Sampaio Schettino Destacando-se entre os setores da economia mundial, o turismo apresentou um crescimento exponencial nos últimos anos. Os números têm superado as expectativas da OMT (Organização Mundial do Turismo) e estima-se que a atividade seja responsável por cerca de 10% do PIB mundial. Preocupada com as repercussões sociais, econômicas, ambientais e culturais da perda da diversidade biológica nos ecossistemas mundiais nas décadas recentes, a ONU declarou o ano de 2010 como “O Ano Internacional da Diversidade Biológica” e a OMT, paralelamente, adotou como tema – para 2010 – o binômio cada vez mais frequente “Turismo e biodiversidade”. Por diversidade biológica entende-se a numerosa observação de seres vivos que habitam o planeta, bem como sua distribuição e o equilíbrio entre suas comunidades. Essa harmonia pode ser influenciada por pequenas alterações, inicialmente imperceptíveis para as atividades antrópicas. Isso traz implicações drásticas ao meio biótico, podendo levar espécies ao desaparecimento. Estima-se que cerca de 20% das espécies, em nível mundial, estejam em processo de extinção. Ressalta-se aqui a importância da biodiversidade para o turismo, observando que a formação dos diversos ecossistemas existentes se diferencia exatamente pelas comunidades – biotas ou não – observadas no meio. E é este mesmo ecossistema que, na maioria das vezes, influenciará a escolha dos destinos turísticos. Há de se considerar ainda, que a maioria das pessoas que constituem hoje o público alvo do turismo, mora em grandes centros urbanos, espaços onde a biodiversidade é diminuta e os ecossistemas naturais, em sua maioria, extintos. Existem vários setores de atividade antrópica que influenciam a distribuição e frequência de tal diversidade biológica. O turismo foi apontado como uma importante delas, principalmente, por apresentar tal crescimento e, acompanhando o aquecimento da atividade, vê-se uma acentuação na adoção de medidas de sustentabilidade ambiental. Nesse contexto, o Brasil, além de ter o ecoturismo como grande representante do setor, é pioneiro e destaca-se na proposição de normas que aliem desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Exemplo disso é a NBR 15401, uma das normas mais completas do mundo propostas para adequar empreendimentos turísticos às necessidades sócioambientais hoje tidas por consenso como “aceitáveis”. Com vista nestas medidas e nas necessidades futuras e atuais, é necessário que tenhamos consumidores do mercado turístico mais qualitativos, que atentem-se para prestadores de serviço que atuem dentro do Código de Ética do Turismo, buscando a preservação de todas as espécies. Para isso é preciso uma reeducação no próprio perfil de consumo, em que se opte por um fornecedor consciente e atento às políticas ambientais vigentes e, ao mesmo tempo, negocie um preço acessível para o cliente final, mostrando e acentuando a importância do turismo como atividade econômica e, muito além disso, como formador de opinião e fomentador de uma postura mais crítica e respeitosa em relação à conservação do meio ambiente e da vida.