ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE

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ASSISTÊNCIA
DE
ENFERMAGEM
AO
PACIENTE
COM
HEMORRAGIA
SUBARACNÓIDE: ESTUDO DE CASO.
Mariana Ribeiro Lopes1, Camille Rabêllo Ramos2, Jonathan Henrique Almeida dos Anjos3,
Karina Feital da Costa4, Thayssa Cristina da Silva Bello5, Vinícius Rodrigues de Souza6
Introdução: Este estudo descreve a pesquisa realizada por acadêmicos de enfermagem,
sobre o caso da paciente M.S.T.R de 47 anos, moradora do bairro Engenhoca –Niterói –
Rio de Janeiro, internada no dia 26 de novembro de 2012 para realizar exame de
tomografia computadorizada de crânio. Paciente brasileira, natural do Rio de Janeiro, 44
anos, sexo feminino, parda, solteira, do lar. Mora com o companheiro e dois filhos em
moradia de alvenaria, com boa infra-estrutura e saneamento básico. Paciente com
alteração do nível de consciência, em coma induzido, encaminhada ao HEAL com
indicação de tomografia computadorizada de crânio. Não tabagista e não faz uso de
medicamentos.
Admitida
no
CTI
com
quadro
de
crise
convulsiva
seguido
de
rebaixamento do nível de consciência, em glasgow 06, sedada em ramsay VI por
midazolan e fentanil a 10 ml/h. Hidratada, acianótica, anictérica, afebril. Acoplada a
ventilação mecânica por tubo orotraqueal (D3) em ventilação por pressão controlada
FIO2 60%, PEEP 5. Couro cabeludo íntegro, face simétrica, mucosa ocular íntegra
hipocorada (+1/+4), sem secreção, pupilas mióticas, isofotorreagentes. Linfonodos não
palpáveis. Tireóide não palpável. Apresentando acesso venoso periférico em veia jugular
interna esquerda. Tórax simétrico, ausculta pulmonar apresentando roncos em ápices e
bases bilaterais. Ausculta cardíaca com bulhas normofonéticas em 2 tempos. Abdome
flácido, ruídos hidroaéreos ativos (10 por minuto), percussão dígito-digital com som
timpânico em cólon ascendente e som maciço em cólon descendente, indolor a palpação
1
Acadêmica de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – Universidade Federal Fluminense.
Acadêmica de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – Universidade Federal Fluminense.
3
Acadêmico de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – Universidade Federal Fluminense.
4
Acadêmica de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – Universidade Federal Fluminense.
5
Acadêmica de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – Universidade Federal Fluminense.
6
Acadêmico de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – Universidade Federal Fluminense.
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superficial e profunda, fígado e baço não palpáveis. MMSS sem edemas, perfusão capilar
satisfatória, pulsos distais filiformes e de difícil localização, extremidades aquecidas.
MMII sem edemas, perfusão capilar satisfatória, panturrilhas livres, pulsos distais de
difícil localização, extremidades aquecidas. Eliminações intestinais ausentes e eliminações
vesicais presentes em fralda, de coloração amarelo-claro. Sinais vitais: Temperatura:
36,5°C; Pulso: 88bpm; Respiração: 17 irpm, Pressão Arterial: 170 x 100 mmHg.
Realizada punção profunda em veia subclávia direita com colocação de cateter duplo
lúmen. Sem intercorrências. Realizada tomografia computadorizada de crânio, tendo
como resultado hemorragia subaracnóide em território de artéria cerebral média à
direita. A hemorragia subaracnóidea é um tipo de acidente vascular encefálico
hemorrágico, causado pelo rompimento de um vaso sanguíneo, que forma uma
acumulação de sangue sobre a superfície do cérebro, no espaço subaracnóide. Este
espaço está localizado entre a aracnóide e a pia mater, duas das meninges que recobrem
o cérebro e medula espinal¹. Nessa zona, além do líquido cefalorraquidiano (LCR), se
encontram
vasos
sanguíneos
e
seus
ramos
arteriais
e
venosos,
variando
em
profundidade e forma de acordo com os contornos da superfície do cérebro. Estas
irregularidades determinam alguns espaços muito grandes, conhecidas como cisternas.
Este condição indica a presença de sangue no espaço subaracnóide, tanto do crânio e da
coluna vertebral². Objetivo: Este estudo tem como objetivo realizar o acompanhamento
do paciente em questão aplicando a sistematização de enfermagem através da CIPE;
ampliar os conhecimentos sobre a patologia; identificar os possíveis diagnósticos de
enfermagem; analisar as intervenções de enfermagem a partir dos diagnósticos.
Metodologia: Este estudo de caso foi realizado através do levantamento dos dados por
meio da análise do prontuário e por acompanhamento do quadro clínico da paciente. A
partir das informações coletadas, foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de
dados Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando como descritores: enfermagem, hemorragia
subaracnóidea e cuidados intensivos, nas bases de dados LILACS e MEDLINE, sendo
encontrados 95 artigos. Foram selecionados artigos publicados a partir de 2009, ao total
de 10 artigos. Após avaliação do quadro clínico da paciente, foram elaborados
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diagnósticos de enfermagem através da Classificação Internacional para a Prática de
Enfermagem (CIPE)³ para auxiliar no processo de cuidado integral da paciente.
Resultados: Foram encontrados os seguintes diagnósticos e suas intervenções; (a)
Processo Vascular comprometido, Cabeceira entre 15 a 30°; repouso no leito; manter a
pressão arterial controlada; (b) Risco de hemorragia aumentado, Manter pressão arterial
controlada; Fixar vaso sanguíneo (aneurisma); Atentar para sinais de hemorragia; (c)
Perfusão tissular cerebral comprometida, Monitorar sinais vitais; nível de consciência e
estado respiratório; (d) Padrão respiratório comprometido, Oferecer oxigenoterapia;
Aspiração de vias aéreas; (e) Risco de Infecção, Lavar as mãos antes e após cada
atividade de cuidado ao paciente; Usar técnica asséptica; Realizar curativo a cada 24h;
(f) Pressão Arterial alta, Administrar medicação de prescrita. Foi elaborado um plano de
alta com medidas de autocuidado, tais como avaliar o conhecimento e a capacidade do
paciente quanto a administração da medicação prescrita; orientar a paciente quanto ao
regime
terapêutico
farmacológico
(dose,
efeitos
adversos,
identificação
dos
medicamentos entre outros pontos importantes); identificar as complicações potenciais e
discutir as medidas para sua prevenção (coágulos sanguíneos, aspiração, pneumonia,
infecções do trato urinário, fezes impactadas, ruptura da pele, contraturas); identificar as
conseqüências psicossociais do acidente vascular cerebral e as intervenções apropriadas;
encorajar a realização de exercícios respiratórios para promover a depuração da secreção
e a expansão do volume; fornecer todas as informações necessárias à respeito da doença
e do tratamento. Conclusão: Após a realização deste estudo de caso clínico, podemos
observar a importância da associação teórico-prática, pois amplia os conhecimentos
clínicos e possibilita a realização da sistematização através do processo de enfermagem.
Após o levantamento dos dados foi possível aplicar o plano de cuidados estabelecido de
acordo com as necessidades do cliente. Em vários momentos, durante a elaboração desta
sessão clínica, entendemos que a enfermagem precisa aprender e exercitar cada vez
mais auto reflexão sobre o paciente, não apenas com uma doença, mas sim como um
todo o qual poderá interferir diretamente na sua patologia, tratamento e recuperação.
Este estudo foi relevante, pois proporcionou maior conhecimento acerca de doenças
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neurológicas. Cabe destacar a importância dos cuidados de enfermagem, aplicando a
humanização da assistência através de uma visão holística do paciente visando a sua
reabilitação.
Descritores: enfermagem, hemorragia subaracnóidea, cuidados intensivos.
Área temática: Processo de Cuidar Cuidados Críticos/Intensivos/Emergenciais
Referências:
1 Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem médico-cirúrgica.
11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
2
Garcia
PLR.,
García
DR.
Hemorragia
subaracnoidea:
epidemiología,
etiología,
fisiopatología y diagnóstico. Rev Cubana Neurol Neurocir. 1(1):59–73. Cuba, 2011.
3 CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIROS (CIE). Classificação internacional para a
prática de Enfermagem (CIPE). Versão 1. São Paulo: Algol, 2007. 208 p.
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