E u sou o Senhor - Shemaysrael.com

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Vaera
Escrito por Mário Moreno
Sex, 31 de Dezembro de 2010 10:00
A Escritura inicia esta seção nos mostrando como O Eterno (Criador) se apresenta a Moshe: “E
u sou o Senhor”
(IHVH - tetragrama).
“Falou mais Elohim a Moshe, e disse: Eu sou o Senhor”
(Êxodo 6:2). A conversa entre Moshe e o Eterno tem início de uma forma esplêndida, pois D-us
“apresenta-se” a Moshe, dizendo ser Ele aquele que “se transforma de acordo com a
necessidade deles naquele momento – EU ME TORNO AQUILO QUE ME TORNO!” O Eterno
já inicia sua conversa com Moshe mostrando-lhe que, aconteça o que acontecer, Ele poderá se
manifestar como Aquele que supre qualquer necessidade de seu povo!
O Eterno informa a Moshe que apareceu (se manifestou) aos patriarcas como El Shaddai (O
Todo-Poderoso). Esta palavra é composta de
she
que significa “que, quem” e da palavra
day
“bastante, suficiente”; daí she-day “aquele que é (auto) suficiente. Mas Ele afirma ainda que
pelo seu nome não fora conhecido! Vamos relembrar algo aqui: o nome revela a personalidade
de quem o possui! O que o Senhor está dizendo a Moshe aqui é que os patriarcas conheceram
apenas uma faceta de seu caráter, mas o que ele Moshe e o povo hebreu estavam recebendo
agora era muito mais do que os patriarcas receberam!
O Senhor declara: “E eu apareci a Abraham, a Itzhaq, e a Ia´aqov, como o D-us
Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui perfeitamente conhecido”.
(Ex 6.3). Ele afirma que não foi “perfeitamente conhecido”. A palavra traduzida por “conhecido”
é
yada
, que significa "conhecer, saber". Era usada para designar a relação íntima entre homem e
mulher, além de indicar também o relacionamento entre o homem e a divindade!
O Eterno diz a Moshe, nas entrelinhas: “Moshe, os patriarcas não tiveram comigo a intimidade
que Eu queria que eles tivessem alcançado! Eles procuraram conhecer somente parte de
minha personalidade”!
Ao ler esta frase tenho a
impressão de que o Eterno espera alguém que possa “entrar” dentro d’Ele e tirar de seu
coração tudo o que há para ser conhecido pelo homem! Ele busca homens que extrapolem o
lugar comum e que saiam da posição em que tantos outros se encontram: a passividade!
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Agora O Eterno afirma que “estabeleceu” seu concerto com os patriarcas. Mas o que significa
isso? A palavra estabelecer em hebraico é kûn que significa “apontar, fixar, estabelecer”. O
sentido da raiz é de "criar algo", havendo a certeza de que esse algo de fato existe! Nesta
passagem o Senhor refere-se ao
“berith”
(aliança ou pacto feito com sangue), dizendo que Ele apontou, fixou o berith com uma
finalidade: a de dar aos hebreus a terra prometida! O berith entre o Senhor e o povo dele ainda
não era um fato quando Abraham então recebe esta palavra, que a partir daí coloca um marco,
um referencial da existência de um acordo entre as duas partes! A função do pacto era a de
garantir mediante o derramamento de sangue que o que o Senhor havia prometido seria
cumprido! Ou seja, a aliança feita entre as partes pressupunha que haviam obrigações a serem
cumpridas e também privilégios a serem adquiridos. As obrigações consistiam de que haveria
fidelidade por ambas as partes e que não haveria “quebra” da aliança em nenhuma
circunstância! Já os privilégios nos falam de, do lado do Senhor, de ter para si um povo que se
mantenha firme, digno e limpo para poder serví-lo! Do lado humano, os privilégios consistiriam
em ter direitos legais (adquiridos) para reivindicar que o Senhor cumprisse tudo o que foi
prometido na aliança (também tudo o que não foi dito na ocasião, mas faz parte da mesma)!
Ele afirma também algo que é determinante na relação entre D-us e seu povo: “E também
tenho ouvido o gemido dos filhos de Israel, aos quais os egípcios fazem servir, e lembrei-me da
minha aliança”
(Êxodo 6:5). A palavra “lembrar-se” em hebraico é
zakar
e significa “dar atenção a, meditar, pensar”. Agora então chega o momento em que o Eterno dá
início ao cumprimento de forma plena da promessa e da aliança que havia sido feita com o
sangue de um animal entre Ele e Abraham!
Fica então explícito, da parte do Eterno, que Ele havia ouvido o gemido do povo e que Ele
mesmo os resgataria das mãos de Faraó! No verso 6 está escrito assim: “Portanto dize aos
filhos de Israel: Eu sou o Senhor, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, e vos
livrarei da servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos”
(Êx 6:6). A palavra “tirarei” em hebraico é
natsal
e significa “livrar, resgatar, salvar”. Ela tem o sentido básico de “puxar para fora”. Há também o
problema das “cargas”. Esta palavra em hebraico é
sebel
e significa “fardo, carga”. Em sua raiz esta palavra trata de sofrer castigos e penalidades. Na
seqüência Moshe usa também o verbo “resgatar”, que em hebraico é
ga’al
e significa “redimir, vingar, resgatar, livrar, cumprir o papel de resgatador”. O sentido original da
raiz é o de cumprir o papel de resgatador, redimindo portanto seu parente da dificuldade ou
perigo! Isso não nos soa familiar? O Senhor guardou para si alguns atributos que são, além de
divinos, proféticos, pois apontam para outra pessoa que os trará em si para estabelecer os
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desejos do coração deste mesmo Senhor! Ele é o único que chama sobre si o privilégio de ser
o remidor e vingador de nossas vidas! Em outra passagem o Senhor diz: “Minha é a vingança!”
Ou seja, o Senhor nos diz que não nos preocupemos com aquilo que nos é feito por quem quer
que seja, pois isto é algo que Ele mesmo cuidará!
Então surge a figura do go’el, que é o resgatador. Sobre essa figura está dito: “Ele é o parente
vingador do sangue. A vida ceifada pelo assassino agora é “cobrada” pelo go’el. Este sistema
de execução deve ser distinguido dos conflitos sangrentos, pois o go’el era um executor sem
culpa, não devendo ser morto por isso! Isso nos lembra que, o nosso parente mais próximo
veio para nos resgatar, tomando para si a figura do go’el! Mas, perguntaríamos, quem é o
nosso parente mais próximo? A resposta parece óbvia: o próprio D-us! Ele mesmo
encarregou-se de vingar a “morte” do homem, vindo como homem a fim de vingar todo o
sangue derramado por Satanás e seus seguidores! O interessante é que Ele (Ieshua) não
poderia ser morto por isso! Mas foi! Porém, a morte não teve capacidade de “segurá-lo” e
vencê-lo, pois ela estava diante do próprio Criador, por isso ele venceu-a proclamando assim
nossa inteira libetrtação!
O ato libertador do Senhor seria apresentado “com braço estendido e com juízos grandes” (Ex
6.6). Isso aconteceu, pois “braço estendido” significa “poder manifesto”. E isso é o que mais
vemos neste episódio, pois aqui o poder do Eterno é apresentado de forma clara e inequívoca!
O Egito contempla as várias formas do poder manifesto do Eterno! E é vencido por esse poder!
Aleluia! Mas além do poder estariam em pauta também juízos. A palavra juízos em hebraico é
shepet
e significa “julgamento no sentido penal”, ou seja, de castigo. As pragas agirão como castigo
através das manifestações de poder do Eterno usando a natureza e a espada para infringir
sofrimento aos egípcios. Estes seriam contra os deuses egípcios e também contra o próprio
Egito que se elevava sobre todos os povos da terra oprimindo, matando, escravizando. Por
isso o Eterno agora avisa: é chegada a hora do acerto de contas entre mim e o Egito! E vou
aproveitar para também libertar meu povo e glorificar meu nome!
O complemento dessa palavra é que mostra a verdadeira intenção do Eterno por trás disso
tudo: “E eu vos tomarei por meu povo e serei vosso Elohim; e sabereis que eu sou o IHVH
vosso Elohim, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios”
(Ex 6.7). Aqui está
explícito que o Senhor escolheu este povo e que o tomará para si como uma propriedade
particular e única em toda a terra! Veja a correlação entre as duas coisas: tomar por povo e ser
o seu D-us! Isso é maravilhoso, principalmente porque através disso eles teriam um
relacionamento íntimo com Ele! O livramento da mão dos egípcios seria somente um aspecto
que, ainda que pareça relevante, para o Senhor é algo mínimo e de fácil conclusão, pois para
Ele não existe o tempo e o que iria acontecer no mundo natural já estava feito na Sua
presença!
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O Criador promete ainda: “E eu vos levarei à terra, acerca da qual levantei a minha mão, que a
daria a Abraham, Itzhaq e a Ia´aqov, e vo-la darei por herança, eu o IHVH”
(Ex 6.8). Aquele que havia criado o mundo e que conhecia todos os caminhos existentes nele,
agora diz ao povo que Eles mesmo seria o “guia” da nação e os conduziria à terra que sob
juramento prometera aos patriarcas! O ato de “levantar a mão” na antiguidade referia-se a fazer
um juramento solene. Esta é uma palavra muito forte, pois o Eterno jurara (...acerca da qual
levantei a minha mão...), e como se não tivesse alguém maior por quem jurar, jurou por si
mesmo... O Eterno ainda declara que daria a terra por herança ao povo! Quem pode dar algo a
alguém? Quem é dono! Parece tão óbvio, mas na prática as coisas são diferentes. Mas não
aqui! Agora o dono do mundo diz que dará ao seu povo uma terra que ele mesmo demarcou os
limites para lhes servir como habitação perpétua! Ele chama a essa terra de “herança”, que em
hebraico é
morash
, que significa “possessão”, ou literalmente, “as possessões do meu coração”. Mas o que seria
isso? Parece-me que há algo no coração do Eterno que era físico mas ainda não conhecido
por seu povo, e é algo excelente, pois são “as possessões do meu coração (D-us)”. Nós
cremos que aquilo que está no coração de D-us, que são seus sentimentos acerca de nós,
quando se tornam fatos reais vem justamente para nos abençoar espiritualmente, além de nos
trazer a riqueza material! Esta palavra herança traz combinada consigo outra palavra que é
reshet
, que em hebraico significa “rede” e é um instrumento usado para apanhar caça! Emprega-se
esta palavra para descrever pessoas que são pegas numa armadilha por seus inimigos! O
termo seguinte é
yesh
cuja raiz traz a idéia de “bens materiais, riquezas”. Percebamos ainda que esta palavra traz em
si a raiz do nome “Ieshua”. Ou seja, a herança que nos é dada pelo Altíssimo consiste em algo
que está no coração d’Ele, conjugada com uma rede para apanharmos nossos inimigos, e que
por fim redundará na materialização desse desejo na terra! Isso é herança! E o Eterno termina
dizendo que Ele é IHVH!
Isso poderia tornar-se em uma grande bênção para os filhos de Israel! Porém, havia um
problema: “Assim falou Moshe aos filhos de Israel, mas eles não lhe deram ouvidos, por causa
da angústia de espírito e da dura servidão”
(Ex 6.9). Havia um peso muito grande
sobre o povo, que era a “angustia de espírito”! A palavra angústia em hebraico é
qotser
, que significa “impaciência”. Também significa “apertamento de espírito”, i.é, “aflição”,
“abatimento”. O cativeiro juntamente com o duro jugo imposto pelos egípcios faz com que o
povo de Israel sinta-se assim! Já há entre eles a impaciência gerada pelo contínuo trabalho
escravo e a opressão espiritual da qual eles são vítimas! Todo o contexto da escravidão
remonta a um “ensurdecimento” por parte do povo! Eles pareciam Ter perdido a lucidez
espiritual para enxergar o livramento que já havia sido prometido e que em breve se tornaria
realidade! Isso acontece também conosco! Algumas vezes as tribulações são tão grandes que
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nós chegamos a quase desfalecer! E este estado nos impede de ver quão próxima está a
vitória...
Novamente Moshe tenta argumentar com o Eterno nas bases humanas e com os fatos que lhe
são pertinentes. Seu argumento era o seguinte: “Moshe, porém, respondeu perante o Senhor,
dizendo: Eis que os filhos de Israel não me têm ouvido: como, pois, me ouvirá Faraó a mim,
que sou incircunciso de lábios”?
(Ex 6.12).
Moshe diz ser “incircunciso” de lábios! Mas o que isso significa? A palavra incircunciso em
hebraico é arel, e significa incircunciso, mas isso quando fala de algum órgão do corpo quer
dizer que esse órgão não funciona direito! Ou seja, Moshe está dizendo ao Senhor: “O teu
povo não me tem ouvido porque eu não falo bem”! Alguns argumentam que Moshe tinha um
problema de gagueira, e por isso ele faz esse tipo de argumentação! Parece que Moshe havia
se esquecido de que o Eterno é o Criador de todas as coisas e que já lhe deu Aron como seu
porta-voz! Até aqui Moshe ainda espera que o Eterno abra mão dele e chame outro para essa
tarefa! Mas o Senhor não desiste dele! O Senhor olha para este homem não em bases
humanas, mas com olhos que penetram e conhecem o futuro, sabendo que Moshe, e somente
Moshe poderá levar à cabo a tarefa que lhe foi designada. O Eterno nunca se engana em suas
escolhas! Assim acontece também conosco e com nossos ministérios que, vez por outra,
sentimos o peso da missão que nos foi confiada e temos a nítida impressão que não
passaremos daquele momento! Parece que o mundo está ruindo sobre nossas cabeças e que
tudo irá acabar em instantes! Mas espere! O Eterno ainda tem tudo sob controle!
Até aqui, temos somente o diálogo entre o Eterno e Moshe. Nada de mais aconteceu. Agora o
Senhor diz a Moshe: “Tu falarás tudo o que eu te mandar; e Aron, teu irmão, falará a Faraó,
que deixe ir os filhos de Israel da sua terra”
(Ex 7.2). Veja que o Senhor
exige de Moshe fidelidade total na transmissão daquilo que será dito a ele! Não podem haver
interferências nem distorções na palavra que chegar até Moshe! Porém, o Senhor avisa:
“Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e
as minhas maravilhas”
(Ex 7.3). Quando D-us fala sobre “endurecer” o coração de Faraó, nós podemos ver duas
coisas: a palavra endurecer é
qashah
. Ela fala sobre o efeito subjetivo exercido por um jugo excessivamente pesado, que é duro de
suportar. Fala também de uma resistência rebelde que um animal tem ao jugo! A raiz desta
palavra nos fala de “dureza, crueldade, obstinação, rigidez”.
Então poderemos compreender a razão porque Faraó agiu de forma negativa, não liberando o
povo de Israel para irem, pois seu coração estava sob um “JUGO” do Eterno que lhe provocava
a dureza, fazendo-o ser cruel e obstinado! Faraó sabia que a sua atitude deveria ser a de
obedecer a Moshe, porém ele sempre fazia de forma diferente. Ele parecia “arrepender-se” de
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ter dito que deixaria o povo ir e voltava atrás!
Quando finalmente Moshe entram novamente a Faraó para pedir-lhe que deixe o povo ir,
acontece algo extraordinário: a vara de Aron torna-se uma serpente! “Então Moshe e Aron
foram a Faraó, e fizeram assim como o IHVH ordenara; e lançou Aron a sua vara diante de
Faraó, e diante dos seus servos, e tornou-se em serpente”
(Êxodo 7:10). A palavra aqui traduzida por serpente é
tannin
e significa “dragão, monstro marinho, serpente” e denota qualquer réptil grande! O que
aconteceu então? A vara de Aron (que fala de sua posição e de sua autoridade) agora se
transforma num grande réptil! Certamente era uma serpente, mas de um tamanho descomunal!
Faraó não parece espantar-se com a autoridade que lhe é demonstrada. Ele chama os seus
magos, que fazem o mesmo! Parece que houve um empate aqui! Mas algo diferente acontece:
a serpente que provinha da vara de Aron come (tragou) as outras serpentes! Aqui há algo
interessante, pois notamos na natureza que, somente os mais fortes comem ou devoram os
mais fracos. E novamente isso é verdade: a serpente de Aron é fruto de um milagre e por isso
“devora” as outras, que são simplesmente fruto de “mágicas” e por isso não poderiam subsistir
diante de algo vindo de D-us! A unção dada aos servos de D-us “quebrou” o jugo dos egípcios,
provando-lhes que aquele que estava ao lado de Moshe e Aron eram (e ainda são) maiores do
que os magos e mágicas do Egito!
Agora começa a sessão de juízo através das pragas impostas ao Egito! Cada uma destas
pragas tem a finalidade de julgar não somente o povo do Egito e seus governantes, mas
também aos deuses egípcios! Neste caso temos um confronto “espiritual” – hoje conhecido
como “batalha espiritual” em que os servos do Eterno vão usar o poder do Eterno para não só
derrotarem os egípcios como também para derrotarem os espíritos de demônios que governam
os egípcios! Perceba que a forma como eles fazem “batalha espiritual é diferente daquela que
fazemos hoje! Vejamos então cada uma delas e as conseqüências impostas tanto no mundo
material quanto no espiritual.
A primeira praga
A primeira praga é aquela dirigida contra as “águas do Egito”. “Disse mais o IHVH a Moshe:
Dize a Aron: Toma tua vara, e estende a tua mão sobre as águas do Egito, sobre as suas
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correntes, sobre os seus rios, e sobre os seus tanques, e sobre todo o ajuntamento das suas
águas, para que se tornem em sangue; e haja sangue em toda a terra do Egito, assim nos
vasos de madeira como nos de pedra. E Moshe e Aron fizeram assim como o IHVH tinha
mandado; e Aron levantou a vara, e feriu as águas que estavam no rio, diante dos olhos de
Faraó, e diante dos olhos de seus servos; e todas as águas do rio se tornaram em sangue, e
os peixes, que estavam no rio, morreram, e o rio cheirou mal, e os egípcios não podiam beber
a água do rio; e houve sangue por toda a terra do Egito”
(Êx 7:19-21). Aqui há uma transformação das águas do Egito em sangue! A água do Egito
provinha basicamente do Rio Nilo, que era também considerado um deus pelos egípcios,
sendo reverenciado como o doador da vida. Há também um deus que rege este fenômeno,
chamado de Hapi (Osíris também tinha esta mesma atribuição). Nota-se claramente que o rio
que alimenta e traz vida ao Egito “morre”! Agora a principal fonte de vida é transformada em
sangue! Água que transforma-se em sangue! Para o homem o sangue é sua vida, mas nesse
caso, ninguém poderia “beber” sangue e continuar vivo! Os deuses “doadores” da vida do Egito
estão sob juízo e agora espera-se que façam algo para “reverter” o sangue em água! Mas nada
acontece! Até os magos de Faraó fazem o mesmo (não entende-se o motivo para essa
“mágica), mas nada puderam fazer para reverter o que havia sido transformado em sangue!
Isso nos mostra que, apesar do poder dos “deuses” do Egito, eles agora nada podem fazer
contra o Criador! No confronto de poderes, o D-us de Israel prevalece facilmente!
A segunda praga
A segunda praga é a das rãs, que invadem cada canto do Egito e trazem um incômodo muito
grande aos seus habitantes! Novamente a praga não pode ser contida pelos magos de Faraó,
que novamente conseguem “repetir” a praga, mas não contê-la! Aqui o juízo é dirigido contra
uma divindade conhecida por Ecte, o deus-rã dos egípcios! Este é julgado e, a pedido de
Faraó, Moshe ora ao Criador para que a praga cesse e as rãs morram! (Ex 8.8) É
impressionante notarmos que os egípcios pedem que seu deus seja retirado do meio deles!
Novamente os poderes dos deuses egípcios de nada valem quando confrontados com o Eterno
D-us de Israel! A solução veio, mas não imediatamente: conforme o pedido de Faraó, no dia
seguinte as rãs apareceram mortas em todos os domínios de Faraó! O que nos parece isso: o
deus Ecte, além de vencido, aparece morto na pessoa de milhares de rãs que se espalham por
todo o reino do Faraó virando montões que cheiram mal! Após ser vencido pelo Eterno este
deus se transforma em lixo fedorento (e quem sabe no futuro adubo!).
A terceira praga
A terceira praga são os piolhos. O juízo é contra o deus Khepra (divindade inseto), e os piolhos
aparecem de uma forma muito interessante: “Disse mais o IHVH a Moshe: Dize a Aron:
Estende a tua vara, e fere o pó da terra, para que se torne em piolhos por toda a terra do Egito.
E assim fizeram. Aron estendeu a sua mão com a vara, e feriu o pó da terra, e houve piolhos
nos homens e nos animais; todo o pó da terra se tornou em piolhos em toda a terra do Egito”
(Êx 8:16,17). O pó da terra do Egito se transforma em piolhos que agora atormentam homens e
animais! Nas duas pragas anteriores os magos de Faraó fizeram o mesmo (!). Mas não agora,
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pois a Escritura nos diz:
“Também os magos fizeram assim com os seus encantamentos para produzirem piolhos, mas
não puderam. E havia piolhos nos homens e nos animais”
(Êx 8:18). Os magos não puderam transformar pó em insetos! Isso é atribuição somente do
Eterno! Isso foi tido então por eles como milagre! Agora eles definitivamente creram que o D-us
Eterno estava agindo em juízo contra todos eles!
A quarta praga
A quarta praga é a da mistura de animais selvagens que realmente “inundaria” o Egito! O
deus-animal Seth nada poderia fazer! Só que agora o Eterno faria diferente: “Mas naquele dia
separarei a terra de Goshen, em que o meu povo habita, a fim de que nela não haja enxames
de moscas, para que saibas que eu sou o IHVH no meio desta terra”
(Êx 8:22). O Eterno “brinca” com os egípcios, pois lhes mostra que faria separação entre seu
povo e os egípcios! Ele mesmo daria aos animais selvagens os limites por onde poderiam
atacar livremente sobre os egípcios! Os animais selvagens enviados foram de tal magnitude
que a
“terra foi corrompida destes enxames”
(Ex 8.24). Novamente os magos e os egípcios sentiram-se impotentes ante à nova ameaça que
lhes é trazida pelo servo de D-us Moshe! Novamente Faraó roga a Moshe que ore ao Senhor
para que as moscas sejam-lhe retiradas. É estranho, pois no primeiro encontro entre Faraó e
Moshe, o soberano do Egito dizia não conhecer ao Senhor! Ainda há um longo caminho a ser
percorrido antes da libertação do povo, mas Faraó já reconhece o poder do Eterno como
soberano em toda a terra!
A quinta praga
A quinta praga seria enviada contra os animais do Egito com uma pestilência gravíssima! Aqui
está sendo levado à juízo o deus egípcio Amom, que era conhecido na figura de um carneiro!
Amom não foi poderoso o suficiente para impedir que a pestilência atingisse os seus
protegidos. A praga foi tão grande sobre os animais do Egito que todos eles morreram! Mas
novamente o Eterno fez separação entre seu povo e os egípcios, pois aqui nenhum dos
animais dos israelitas morreu! “Fez, pois, o IHVH isso no dia seguinte; e todo gado dos
egípcios morreu; porém do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum”
(Ex 9.6). Amom além de não conseguir proteger os animais da peste, não consegue também
evitar a morte deles! Faraó não crê naquilo que ouve, que somente o gado dos egípcios foi
atingido e manda averiguar, pois não crê que somente eles foram atingidos e os israelitas
protegidos! Novamente os egípcios subestimam à D-us e seu poder!
A sexta praga
A sexta praga foi a das úlceras sobre os homens e sobre o restante do gado do Egito. Esta
praga atingiria também o deus Imhotep (deus curandeiro), que não pode conter as úlceras. E
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elas vieram a aparecer de um modo bem interessante: “Então disse o IHVH a Moshe e a Aron:
Tomai mãos cheias de cinza do forno, e Moshe a espalhe para o céu diante dos olhos de
Faraó; e ela se tornará em pó fino sobre toda a terra do Egito, e haverá tumores que
arrebentarão em úlceras nos homens e no gado, por toda a terra do Egito. E eles tomaram
cinza do forno, e apresentaram-se diante de Faraó; e Moshe a espalhou para o céu, e ela se
tornou em tumores que arrebentavam em úlceras nos homens e no gado. Os magos não
podiam manter-se diante de Moshe, por causa dos tumores; porque havia tumores nos magos,
e em todos os egípcios”.
(Ex 9.8-11). A
cinza que também era oferecida aos deuses egípcios agora se transforma em tumores ou
úlceras que arrebentam causando dor e mal cheiro aos homens e animais do Egito. Aqueles
que tinham perfeita saúde agora tem seus corpos cobertos de erupções malignas e fedorentas!
E nenhum dos deuses egípcios foi capaz de protegê-los da catástrofe anunciada por Moshe.
Inclusive, os magos de Faraó, que disputavam a princípio com Moshe, agora não podem parar
diante dele! Isso nos mostra novamente que o Eterno julgou o Egito, seus líderes, seus magos
e religiosos, seus deuses, condenando-os à todos! Não houve escapatória, a não ser os judeus
que novamente foram preservados desta praga.
A sétima praga
A sétima praga foi a da saraiva (chuva de pedras), que teve por objetivo o trazer dano às
plantações do Egito (toda a erva do campo)! Vejamos como foi isso: “E Moshe estendeu a sua
vara para o céu, e o IHVH enviou trovões e saraiva, e fogo desceu à terra; e o IHVH fez chover
saraiva sobre a terra do Egito. Havia, pois, saraiva misturada com fogo, saraiva tão grave qual
nunca houvera em toda a terra do Egito, desde que veio a ser uma nação”
(Ex 9.23,24). Aqui os céus estavam trazendo sobre o Egito o juízo como nunca antes se vira!
Novamente estava sendo julgado um deus egípcio chamado Nute. Nute era conhecida como a
deusa do céu, porém não pode deter a praga que veio do céu! A deusa protetora do céu não
mostrou-se forte o bastante para enfrentar o Varão de Guerra, o Senhor Deus Todo-Poderoso
do Universo! Sabe qual foi a conseqüência dessa praga? Veja o relato do próprio Moshe sobre
isso:
“E a saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo quanto havia no campo, tanto homens como
animais; feriu também toda erva do campo, e quebrou todas as árvores do campo. Somente na
terra de Gósen, onde se achavam os filhos de Israel, não houve saraiva”
(Ex 9.25,26). A palavra Goshen em hebraico é goshem e sua raiz dá origem à duas outras
palavras: gashem que significa “chuva, aguaceiro” e também gashash que significa “sentir com
as mãos, afagar”. Agora as colheitas diversas que o Egito possuía estão destruídas! O que
mais seria preciso para “quebrar” o coração de Faraó?
Vemos agora o quadro quase completo, e que nos mostra quase todo o panteão de deuses do
Egito completamente vencido e humilhado! Não houve sequer um deles capaz de “medir
forças” com o Eterno!
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Daqui por diante resta somente a última e decisiva cartada contra os poderes do Egito. Mas
isso é assunto para a nossa próxima Porção da Torah!
Baruch Há Shem!
Mário Moreno
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