Material de Geografia do Paraná PAS – 2013 PROFESSOR

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Material de Geografia do Paraná
PAS – 2013
PROFESSOR DANILO
LOCALIZAÇÃO DO PARANÁ
O Paraná é uma das 27 unidades federativas da República Federativa do Brasil. Sua
posição geográfica é considerada, por Braz (2000), privilegiada, tanto no que se refere à parte
física e climática, quanto ao desenvolvimento econômico, vislumbrando ótimas perspectivas para
o futuro.
1:200000000
1:6400000
Fig. 1: O Estado do Paraná. (Fonte: DESTRO, 2010).
POSIÇÃO GEOGRÁFICA
O Estado do Paraná se encontra nos hemisférios sul e ocidental da Terra, pois suas
terras encontram-se ao sul da Linha do Equador e a oeste do Meridiano de Greenwich,
respectivamente.
O Paraná também é cortado pelo Trópico de Capricórnio que passa por alguns municípios
do norte do Estado como Apucarana, Maringá e Rondon. Por conta disso, o Paraná está situado
em duas zonas térmicas terrestres: a Intertropical ou Tropical (1/4 das terras) e Temperada Sul
(¾ das terras), lhe conferindo certa diversidade climática.
Fig. 2: O Paraná nas Zonas Climáticas (fonte: ALMANAQUE ABRIL, 1996).
A área paranaense, segundo o IBGE, é de 199.554 Km², correspondendo a 2,34% do território brasileiro.
Embora a área territorial paranaense seja pequena diante de outros Estados como o Amazonas, o Pará e o
Mato Grosso, o Paraná é um pouco maior que o Uruguai (176.215 Km²), cerca de duas vezes maior que
Portugal (92.090 Km²) e por volta de cinco vezes maior que a Holanda (41.529 Km²).
LIMITES TERRITORIAIS DO PARANÁ
A delimitação do território paranaense se faz, em sua maior parte, por fronteiras naturais,
predominando os rios e, a seguir, os divisores de águas. Além das fronteiras naturais, o Paraná
também conta com fronteiras artificiais como pontes, avenidas e linhas imaginárias.
O Paraná limita-se, ao norte, com o Estado de São Paulo, ao nordeste, com o Mato Grosso
do Sul, ao oeste com a República do Paraguai, ao sudeste com a República Argentina, ao sul,
com o Estado de Santa Catarina, e a leste é banhado pelo Oceano Atlântico.
Alguns limites paranaenses são curiosos como as cidades gêmeas de União da Vitória
(Paraná) e Porto União (Santa Catarina), separadas pelo Rio Iguaçu e por uma estrada de ferro e
Barracão (Paraná), Dionísio Cerqueira (Santa Catarina) e Bernardo de Irigoyen (Argentina)
separadas por avenidas.
Fig. 3: Fronteira entre Barracão, Dionísio Cerqueira e Bernardo de Irigoyen (fonte: PANORAMIO, 2012).
O perímetro das fronteiras paranaenses totaliza 2.458 Km, distribuídos conforme a tabela
abaixo:
Oceano Atlântico............................................
Paraguai...........................................................
Mato Grosso do Sul........................................
Argentina..........................................................
Santa Catarina.................................................
São Paulo........................................................
98 Km
208 Km
219 Km
239 Km
754 Km
940 Km
PONTOS EXTREMOS
Quanto aos pontos extremos do Paraná temos, segundo Wons (1985): ao norte, a
Cachoeira de Saran Grande, no rio Paranapanema, do município de Jardim Olinda; ao sul, a
Nascente do rio Jangada, na serra do Taquaral Verde, no município de General Carneiro; a leste,
a foz do rio Ararapira, no município de Guaraqueçaba, e a oeste, o Porto Palacim, na confluência
dos rios Iguaçu com o rio Paraná, no município de Foz do Iguaçu.
Fig. 4: Pontos extremos do Paraná (fonte: SARDINHA, 2012).
O RELEVO PARANAENSE
O Estado do Paraná, em sua maior parte, forma-se de um vasto planalto suavemente inclinado em
direção noroeste, oeste e sudoeste. Compreende os terrenos arenítico-basálticos do Planalto Meridional
Brasileiro e os terrenos cristalinos paralelos ao Oceano Atlântico.
Segundo Reinhard Maack (1981), as terras paranaenses podem ser agrupadas em cinco unidades
distintas:
1 – Litoral;
2 – Serra do Mar;
3 – Primeiro Planalto (Curitiba);
4 – Segundo Planalto (Ponta Grossa);
5 – Terceiro Planalto (Guarapuava).
Fig. 9: Mapa do Relevo do Paraná por Reinhard Maack (fonte: GIGOLINI et al., 1998).
LITORAL
Apresenta-se como uma região rebaixada por falhamento marginal de um antigo nível do planalto
paranaense. Este fenômeno geológico ocorreu provavelmente na Era Cenozóica ou no final da Era
Mesozóica.
Em tempos geológicos mais recentes (Pleistoceno) começou a elevação da costa submersa,
comprovada pela existência de antigas praias, pelas colônias mortas de moluscos e pelos sambaquis. Ao
longo da costa, em plena plataforma continental, aparecem alguns blocos de rochas mais resistentes,
como as ilhas dos Currais, Itacolomi, Saí, Palmas, Galheta e parte de rochas cristalinas da Ilha do Mel.
Duas regiões distintas caracterizam o litoral: a montanhosa e a baixada costeira.
Fig. 10 – Foto aérea do Litoral Paranaense (fonte: GOOGLE, 2012).
Região Montanhosa
Abrange morros isolados, algumas cadeias de morros e as encostas da Serra do Mar. Esta zona é
constituída de rochas cristalinas onde predominam os granitos e os gnaisses.
Baixada Costeira
Forma uma pequena planície, onde predominam areias e argilas. Sua largura varia entre 10 a
20Km, tronando-se um pouco mais larga nas proximidades da Baía de Paranaguá. As altitudes situam-se
entre 0 a 10m e, nos pontos mais distantes do oceano, chegam a ter 20m.
As baías de Paranaguá e Guaratuba dividem a costa paranaense em três setores:
1 – Praia Deserta: Situa-se ao norte de Paranaguá, desde a ponta Inácio Dias até a foz do Rio
Ararapira, nos limites com o Estado de São Paulo;
2 – Praia de Leste: Compreende a faixa de praias que se estende de Pontal do Sul até Caiobá;
3 – Praia do Sul: Abrange a faixa de praias situadas ao sul da Baía de Guaratuba até a Ilha do Saí,
nos limites com o Estado de Santa Catarina.
A Baía de Paranaguá, uma das mais vastas do Brasil (677 Km²), penetra 50 Km pelo interior do
continente e possui uma largura máxima de 10 Km. Subdivide-se em outras baías menores: de Antonina,
das Laranjeiras, dos Pinheiros e de Guaraqueçaba. Há em seu interior várias ilhas, tais como: Mel, Peças,
Cotinga, Rasa da Cotinga, Cobras, Pedras, Teixeira, Gererê, Lamim, Guamiranga, Guararema, Guará,
Gamelas e outras.
A Baía de Guaratuba encontra-se mais ao sul, estendendo-se 15 Km terra a dentro e com uma
largura máxima de 5 Km. Suas principais ilhas são: Pescaria, Capinzal, Mato, Chapéu, dos Ratos e outras.
Aparecem ainda, como acidentes importantes de nosso litoral: a Ilha do Superagui, separada do
continente pela Baía dos Pinheiros e pelo Canal do Varadouro; a Restinga de Ararapira situada na parte
norte da Praia Deserta.
SERRA DO MAR
Segundo Wons (1985), a Serra do Mar faz parte da vasta barreira que acompanha o litoral oriental e
meridional do país. Pertence ao “Complexo Cristalino Brasileiro” sendo constituída em sua maioria por
granitos e gnaisses. As formas atuais da Serra do Mar derivam de vários fatores: diferença de resistência
das rochas, falhamento do relevo e sucessivas trocas climáticas.
Em alguns trechos a Serra do Mar se apresenta como escarpa (Graciosa e Farinha Seca), em outros
é formada por serras marginais que se elevam de 500 a 1.000m sobre o planalto. São blocos que recebem
diversas denominações: Capivari Grande, Virgem Maria, Órgãos (Ibitiraquire), Marumbi e outros.
Na Serra dos Órgãos se encontram as maiores altitudes do Estado, destacando-se os seguintes
picos:
Paraná
Caratuba
Ferraria
Taipabuçu
1.922m
1.898m
1.835m
1.817m
O Marumbi, em sua parte mais alta, o Olimpo, possui 1.547m. Foi por muito tempo considerado o
ponto mais elevado do Estado. Dirigindo-se mais para o sul, aparecem outras serras marginais, tais como:
Castelhanos, Araraquara, Araçatuba e Iquiririm (esta última na divisa com o Estado de Santa Catarina).
Também são marginais, os ramais que se dirigem para o litoral, como as serras da Igreja, Canavieiras e da
Prata. Esta última, após contornar as praias, mergulha no Atlântico.
Fig. 11: Pico do Paraná (fonte: site A MONTANHA, 2012).
PRIMEIRO PLANALTO (PLANALTO DE CURITIBA)
Começa junto à Serra do Mar, estendendo-se para o oeste até a Escarpa Devoniana (Serrinha, Serra
São Luiz, Purunã, etc.). O Primeiro Planalto Paranaense resultou da erosão que o rebaixou de um antigo
nível e, seus terrenos, muito antigos, pertencem a Era Pré- Cambriana. O Primeiro Planalto pode ser
dividido em duas partes: Zona Norte e Zona Sul.
ZONA NORTE
Apresenta relevo mais acidentado devido à ação erosiva do Rio Ribeira e seus afluentes. As rochas
predominantes são representadas pelos: Filitos, Calcários, Dolomitos, Mármores e Quartzitos.
Esta zona, por seu aspecto montanhoso, é chamada de “Região Serrana do Açungui”, onde se
encontram elevações como:
Serra Ouro Fino
Serra da Bocaina
Serra do Canha ou Paranapiacaba
Serra do Piraí
1.050m
1.300m
1.300m
1.150m
Entre Castro e Piraí do Sul (Serra do Piraí) existe um quartzito mais resistente, denominado segundo
Maack (1981) de “Planalto de Maracanã”.
ZONA SUL
Corresponde ao denominado Planalto de Curitiba. Suas formas topográficas são mais suaves e
uniformes, oscilando entre 850 a 950m de altitude, e com largura entre 70 a 80Km. A base do relevo é de
origem cristalina (granitos e gnaisses) e, na suprefície, se encontram argilas e areias depositadas ao longo
do Rio Iguaçu, seus afluentes e ao redor da cidade de Curitiba.
Fig. 12: Serra da Bocaina no Primeiro Planalto Paranaense (fonte: UOL, 2012).
SEGUNDO PLANALTO (PLANALTO DE PONTA GROSSA)
O Segundo Planalto Paranaense, denominado Planalto de Ponta Grossa, compreende a região
ocupada pelos Campos Gerais. Seus limites naturais são dados: a leste pela Escarpa Devoniana; a oeste
pela Escarpa da Esperança (Serra Geral).
As maiores altitudes do Segundo Planalto (1.100 a 1.200m), estão na Escarpa Devoniana,
declinando para sudoeste, oeste e noroeste. Os pontos mais baixos (350 a 560m), estão situados na parte
norte, no encontro do Segundo com o Terceiro Planalto.
Em sua formação geológica, predominam os terrenos sedimentares antigos da Era Paleozóica,
reunidos nos grupos: Paraná ou Campos Gerais (Devoniano); Itararé (Carbonífero) e Passa Dois (Permiano).
Quanto às rochas mais comuns temos: Arenitos (Vila Velha e Furnas), Folhelhos (Ponta Grossa e os
Betuminosos), Carvão Mineral, Varvitos, Siltitos e Tilitos. Em pequenas regiões aparecem rochas ígneas
intrusivas.
Fig. 13: Parque Estadual de Vila Velha no Segundo Planalto Paranaense (fonte: PONTA GROSSA, 2012).
TERCEIRO PLANALTO (PLANALTO DE GUARAPUAVA)
As terras situadas a oeste da Escarpa da Esperança formam o Terceiro Planalto Paranaense,
denominado Planalto de Guarapuava, que ocupa 2/3 da área do Estado. Geologicamente corresponde ao
vasto derrame de rochas eruptivas (basaltos, diabásios e meláfiros) e aos depósitos de arenitos
(Botucatu e Caiuá) da Era Mesozóica.
Tomando-se por base os rios Tibagi, Ivaí, Piquiri e Iguaçu, o Terceiro Planalto pode ser dividido nos
seguintes blocos: Planalto de Cambará e São Jerônimo da Serra, Planalto de Apucarana, Planalto de
Campo Mourão, Planalto de Guarapuava e Planalto de Palmas.
PLANALTO DE CAMBARÁ E SÃO JERÔNIMO DA SERRA
Ocupa a parte nordeste do Estado, entre os rios Tibagi, Paranapanema e Itararé. Suas altitudes
variam entre 1.150m, na Escarpa da Esperança, e 300m, no Rio Paranapanema.
PLANALTO DE APUCARANA
Situa-se entre os rios Tibagi, Paranapanema, Ivaí e Paraná. Atinge altitudes de 1.125m, na Escarpa
da Esperança (Serras do Cadeado e Bufadeira), declinando para 290m ao atingir o Rio Paranapanema. O
mesmo acontece em direção oeste, quando atinge altitudes de 235m no Rio Paraná.
PLANALTO DE CAMPO MOURÃO
Compreende as terras situadas entre os rios Ivaí, Piquiri e Paraná. Atinge altitudes de 1.150m na
Escarpa da Esperança, declinando para 225m no Rio Paraná.
PLANALTO DE GUARAPUAVA
Abrange as terras situadas entre os rios Piquiri, Iguaçu e Paraná, constituídas de uma zona de
mesetas. Suas altitudes são de 1.250m na Escarpa da Esperança, declinando em direção oeste para 550m
(Serras do Boi Preto e de São Francisco) e 197m no Rio Paraná.
PLANALTO DE PALMAS
Este planalto compreende as terras que ficam na parte norte do divisor de águas entre os rios
Iguaçu e Uruguai. Suas altitudes chegam a 1.150m, diminuindo até 300m à medida que se aproximam do
vale do Rio Iguaçu.
Em vários locais do Terceiro Planalto Paranaense aparecem denominações de serras: Dourados,
Palmital, Cantagalo, Chagu, Pitanga, Lagarto, Apucarana, Fartura e muitas outras. Na realidade estas serras
não passam de espigões, mesetas, ou de pequenos morros. Outras são degraus (estruturais) que ocupam
bordas de lençóis de lavas, como as escarpas São Francisco e Boi Preto, localizadas no oeste do Estado do
Paraná.
Fig. 14: As subdivisões do terceiro Planalto Paranaense (fonte: MAACK, 1983).
HIDROGRAFIA DO PARANÁ
Rios são cursos de águas naturais, mais ou menos caudalosos que deságuam em outro rio, no
oceano ou num lago. Em função do seu tamanho e quantidade de água, recebem denominações diversas:
regatos, córregos, ribeirões e rios.
Os rios são aproveitados para o abastecimento de água das cidades, na irrigação para a agricultura,
na pesca comercial ou de lazer, no turismo, na prática de esportes, no transporte, na indústria, etc.
Fig. 15: Bacias Hidrográficas do Paraná (fonte: SEMA, 2004).
BACIAS FLUVIAIS DO PARANÁ
A declividade do relevo paranaense na direção oeste e noroeste, faz com que 92% de suas águas se
dirijam à bacia do Rio Paraná e, as demais à bacia Atlântica.
BACIA DO RIO PARANÁ
O Rio Paraná, que nasce da confluência dos rios Paranaíba e Grande, em pleno o Triângulo Mineiro,
percorre o nosso Estado cerca de 400Km, desde a foz do Rio Paranapanema até a foz do Rio Iguaçu. Além
de formar a principal bacia fluvial paranaense, destaca-se pelo seu grande potencial hidroelétrico, um dos
maiores do país.
O Rio Paraná forma inúmeras ilhas na divisa com o Estado de Mato Grosso do Sul, sobressaindo-se
a Ilha Grande ou Sete Quedas (80Km de comprimento) e a Ilha Bandeirantes. Seus afluentes são de grande
porte, destacando-se os rios Paranapanema, Ivaí, Piquiri e Iguaçu que formam sub-bacias.
Fig. 16: Imagem aérea do rio Paraná (fonte: ECOA, 2012).
BACIA DO RIO PARANAPANEMA
O Rio Paranapanema, nasce em São Paulo, percorrendo 392Km dos limites com o Estado do Paraná.
Este rio tem grande importância para o aproveitamento hidrelétrico. Alguns de seus afluentes, localizados
em terras paranaenses merecem destaque: Itararé, Cinzas, Tibagi e Pirapó.
Rio Itararé: Faz fronteira entre o Paraná e São Paulo e tem grande parte do seu curso represado
pela usina paulista de Xavantes.
Rio das Cinzas: Nasce na Serra de Furnas a oeste da Escarpa Devoniana. Recebe dois importantes
afluentes: o Jacarezinho, pela margem direita e o Laranjinha, pela margem esquerda.
Rio Tibagi: Com nascentes localizadas nos Campos Gerais e um percurso de 550Km, constitui-se no
maior afluente do Rio Paranapanema. O curso inferior do Rio Tibagi foi represado pela usina paulista de
Capivara, construída no Rio Paranapanema. Recebe pela margem direita o Rio Pitangui, velho conhecido
dos pontagrossenses, e o Rio Iapó muito conhecido pelos habitantes de Castro. Às margens do Rio Tibagi
encontram-se as cidades de Tibagi, Telêmaco Borba e Jataizinho.
Rio Pirapó: Localiza-se no Norte Novo e tem suas nascentes nas proximidades da cidade de
Apucarana. Recebe pela margem direita o Rio Bandeirantes do Norte.
Fig. 17: Rio Paranapanema (fonte: ITAMBARACÁ, 2012).
BACIA DO RIO IVAÍ
O Rio Ivaí tem um percurso de 685Km, sendo por isso, o mais extenso rio genuinamente
paranaense. Seu principal formador, o Rio dos Patos, nasce no município de Prudentópolis.
O Rio dos Patos ao encontrar-se com o Rio São João passa a ser chamado de Ivaí, o qual dirige suas
águas para noroeste até desaguar no Rio Paraná. Seus principais afluentes são Corumbataí e Mourão pela
margem esquerda e Alonzo pela margem direita.
Fig. 18: Rio Ivaí (fonte: TAPIRA, 2012).
BACIA DO RIO PIQUIRI
O Rio Piquiri nasce na Escarpa da Esperança (Serra Geral). Tem uma extensão aproximada de
485Km e seus principais afluentes são: Cantu, Goio-Bang, e Goio-Erê pela margem direita e o Rio do Cobre
pela margem esquerda.
Fig. 19: Rio Piquiri (fonte: GAZETA DO POVO, 2012).
BACIA DO RIO IGUAÇU
O Rio Iguaçu é o mais conhecido rio paranaense. Nasce no Planalto de Curitiba, bem próximo à
Serra do Mar, e segue para oeste até desaguar no Rio Paraná após 1.200Km de percurso, servindo em
alguns trechos de divisa entre o nosso Estado com Santa Catarina e com a Argentina.
Este importante rio recebe águas de uma vasta área, representando para a Região Sul do Brasil
grande fonte de energia hidrelétrica (11 milhões kW), concentrada em seus saltos dos quais se destacam:
Santiago, Osório, Segredo, Caxias, Sampaio, Capanema e Faraday.
Como afluentes importantes do Rio Iguaçu temos, pela margem direita, os rios Cotinga, Claro,
Areia, Jordão, Cavernoso, Guarani, Adelaide, Andrada, Gonçalves Dias e Floriano; pela margem esquerda,
os rios Negro, Jangada, Iratim, Chopim, Capanema e Santo Antônio.
Fig. 20: Rio Iguaçu (fonte: PORTAL IG, 2012).
4.1.2 BACIA ATLÂNTICA
Seus rios pertencem à bacia hidrográfica do Atlântico Sul-Sudeste, que em nosso Estado
compreende as terras drenadas pelo Rio Ribeira e pelos rios do litoral.
O Rio Ribeira resulta dos rios Ribeirinha e Açungui, cujas nascentes se encontram na Zona Norte do
Primeiro Planalto Paranaense. Seu curso dirige-se para leste até penetrar em terras paulistas, onde é
conhecido em seu trecho inferior com o nome de Ribeira de Iguape. Seus principais afluentes são: Santa
Ana, Ponta Grossa, Pardo e Capivari, todos pela margem direita; Turvo e Itapirapuã, pela margem
esquerda.
Os rios do Litoral correm diretamente para o oceano. Embora esses rios tenham curtos percursos,
são importantes para o fornecimento de energia hidrelétrica, pois têm declives acentuados. Serve como
exemplo a Usina Marumbi, pertencente à Rede Ferroviária Federal S.A.
Fig. 21: Rio Ribeira (fonte: BRASIL DAS ÁGUAS, 2012).
USINAS HIDRELÉTRICAS DO PARANÁ
Possuidor de imensa rede fluvial, volta-se o Paraná para o devido aproveitamento de suas águas,
pois, entre os Estados brasileiros, é um dos que tem maior potencial hidrelétrico (26 milhões de kW). Haja
visto que, em uma área de 150Km de raio, compreendida pelos rios Paraná e Iguaçu, encontra-se o maior
complexo de usinas hidrelétricas do país.
A Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL), responsável pelo aproveitamento
hidrelétrico do Estado, situa-se entre as maiores empresas nacionais do gênero.
No Rio Paranapanema encontram-se as importantes usinas paulistas de Xavantes, Lucas Nogueira
Garcês e Salto Capivara, integradas ao sistema energético paranaense.
A Usina de Itaipu, situada no município de Foz do Iguaçu, é atualmente a maior do mundo.
Constitui um empreendimento binacional (Brasil-Paraguai) para dinamizar a economia dos dois países.
USINA
Itaipu
Foz do Areia
Salto Santiago
Ilha Grande
Segredo
Salto Caxias
Capanema
Salto Osório
Parigot de Souza
Júlio de Mesquita Filho
Guaricana
Presidente Vargas
Chaminé
Mourão I
Marumbi
Mw
12.600
2.500
2.000
1.800
1.540
1.500
1.200
1.050
250
44
39
22
18
8
6
RIO
Paraná
Iguaçu
Iguaçu
Paraná
Iguaçu
Iguaçu
Iguaçu
Iguaçu
Capivari
Chopim
Arraial
Tibagi
São João
Mourão
Ipiranga
MUNICÍPIO
Foz do Iguaçu
Pinhão/Bituruna
Laranjeiras do Sul
Guaíra
Pinhão/Mangueirinha
N. Prata/Cap. L. Marques
Capanema
Quedas do Iguaçu
Antonina
Dois Vizinhos
S. José dos Pinhais
T. Borba
Tijucas do Sul
Campo Mourão
Morretes
Fig. 22: Usina Hidrelétrica Foz do Areia no Rio Iguaçu (fonte: COPEL, 2012).
OS CLIMAS DO PARANÁ
O clima é o conjunto de fenômenos meteorológicos (temperatura, umidade e pressão atmosférica)
que caracterizam, durante um longo período, o estado médio da atmosfera e sua evolução em
determinado lugar. Assim, dizemos para o clima: Tropical, Subtropical, Temperado, Frio, etc. O
conhecimento do clima reveste-se de grande importância, pois, exerce influências diretas sobre a vida das
pessoas. Como influências diretas temos diferenças na alimentação, tipos de vestuários, tipos de
habitações, entre outros. Como influências indiretas importantes para a vida humana, podemos citar:
formação das chuvas, formação dos solos, regime dos rios, distribuição dos vegetais e dos animais.
CLASSIFICAÇÃO DE “KÖPPEN”
De todas as classificações, a mais conhecida universalmente é a de Wladimir Köppen. Este notável
climatologista alemão levou em consideração as temperaturas e as precipitações mensais, bem como o
tipo de paisagem vegetal decorrente. Reconheceu cinco tipos principais de climas, identificando-os pelas
cinco primeiras letras maiúsculas do alfabeto.
A = Tropicais chuvosos: são climas quentes com temperaturas médias anuais do mês mais frio
superior a 18 ºC. São os climas das florestas e das chuvas abundantes.
B = Climas secos: Apresentam uma evaporação maior que as precipitações. Desdobram-se em: BS
(semiárido); BW (árido). A esses símbolos juntam-se as letras minúsculas: k (seco frio) e h (seco quente).
C = Climas mesotérmicos: São os que possuem temperaturas médias anuais do mês mais frio
inferiores a 18 ºC, porém, sempre superiores a -3 ºC. Possuem nevadas durante um mês ou mais.
D = Climas microtérmicos úmidos: As temperaturas médias do mês mais frio são inferiores à -3 ºC,
e as médias do mês mais quente, superiores a 10 ºC. Possuem invernos rigorosos e correspondem às
florestas frias, que se veem cobertas de neve.
E = Climas polares: A média do mês mais quente é sempre inferior a 10 ºC. Desdobram-se em: ET
(clima de tundras) e EF (clima dos gelos eternos).
A classificação é completada com letras minúsculas, para designar modalidades térmicas ou
pluviométricas:
a = verão quente;
b = verão brando;
f = chuva bem distribuída durante o ano;
m = pequena estação seca durante o ano;
w = estação seca no inverno;
s = estação seca no verão.
CLIMAS DO PARANÁ
A maior parte da área territorial do Paraná, localiza-se na região de clima Subtropical, onde
dominam temperaturas amenas e, uma pequena parte encontra-se na região de clima Tropical.
Apesar de nossas isotermas se adequarem entre as mais baixas do país, muitas vezes as
temperaturas absolutas apresentam grandes contrastes. As máximas diárias podem chegar a 40 ºC (Norte,
Oeste, Vale do Rio Ribeira e Litoral) e as mínimas, nas terras planálticas nas áreas serranas,
frequentemente registram temperaturas abaixo de zero (Palmas -11,5 ºC em 1975).
As isoietas, registram para o Paraná índices pluviométricos médios entre 1.200mm a 1.900mm
anuais de chuvas, com excessão do litoral onde são superiores, particularmente em alguns trechos da
Serra do Mar (Véu de Noiva) com 4.000mm por ano. O máximo de chuvas cai no verão (dezembro a
fevereiro) e o mínimo nos meses de inverno.
De acordo com a classificação de Köppen no Paraná domina o clima do tipo C (Mesotérmico) e, em
segundo plano o clima do tipo A (Tropical chuvoso), subdivididos da seguinte maneira:
Af – Clima Tropical Superúmido, com média do mês mais quente superior a 22 ºC e do mês mais
frio superior a 18 ºC, sem estação seca e isento de geadas. Encontra-se o Litoral Paranaense.
Cfb – Clima Subtropical Úmido (Mesotérmico), com média do mês mais quente inferior a 22 ºC e
do mês mais frio inferior a 18 ºC, sem estação seca, verão brando e geadas severas demasiadamente
frequentes. Distribui-se pelas terras mais altas dos planaltos e das áreas serranas (Planalto de Curitiba,
Planalto de Ponta Grossa, Planalto de Guarapuava, Planalto de Palmas, etc.).
Cfa – Clima Subtropical Úmido (Mesotérmico), com média do mês mais quente superior a 22 ºC e a
do mês mais frio inferior a 18 ºC, sem estação seca definida, verão quente e geadas menos frequentes.
Distribui-se por todo o Norte, Oeste, Sudoeste do Estado, pelo Vale do Ribeira e pela vertente oriental da
Serra do Mar.
1:5000000
Fig. 23: Mapa dos Climas do Paraná (fonte: WONS, 1985).
VEGETAÇÃO DO PARANÁ
Dá-se o nome de flora ao conjunto de vegetais característicos de uma região. A distribuição
geográfica dos grandes conjuntos vegetais é estudada pela Fitogeografia, ramo da Biogeografia.
Com base nos conhecimentos fitogeográficos do Paraná estudaremos, com base em Wons (1982),
ao longo dessa unidade, as diversas formações vegetais nativas do Estado do Paraná. Para facilitar a nossa
compreensão, dividiremos essa unidade em quatro conjuntos vegetais: Matas, Formações Herbáceas e
Arbustivas, Vegetação Litorânea e Vegetação Pantanosa.
MATAS
O Paraná sempre foi conhecido no cenário nacional, pela exuberância e riqueza de suas matas,
particularmente pelo pinheiro, seu tradicional símbolo. Porém, a devastação desenfreada, ora devido à
extração madeireira, ora devido às atividades agrícolas, trouxe prejuízos irreparáveis para o nosso Estado,
como mostra o quadro exposto por Maack (1965):
TIPO DE MATA
Mata Pluvial Tropical e
Subtropical
Mata de Araucária
TOTAL
MATAS EM 1965
ÁREA
ÁREA
PRIMITIVA
DEVASTADA
94.044 Km²
61.840 Km²
73.780 Km²
167.824 Km²
57.848 Km²
119.688 Km²
ÁREA EM 1965
32.204 Km²
15.932 Km²
48.136 Km²
Com base na vegetação, as matas paranaenses podem ser agrupadas em: Mata de Araucária, Mata
Atlântica, Mata Tropical do Norte e Noroeste e a Mata Pluvial Subtropical.
MATA DE ARAUCÁRIA (FLORESTA OMBRÓFILA MISTA)
Compreende a Mata Subtropical de Coníferas, também conhecida como Mata dos Pinhas, onde o
“Pinheiro do Paraná” (Araucária Angustifolia) aparece como principal vegetal, associado frequentemente
à imbuia e à erva-mate.
O domínio geográfico da Mata de Araucária coincide com as regiões de altitudes superiores a 500m
e de temperaturas médias anuais entre 15 ºC a 18 ºC.
Segundo Wons (1982) o geográfo Orlando Valverde, distingue dois tipos de Matas de Araucária. No
primeiro sobressai nitidamente o Pinheiro, formando um andar de 25 a 30m de altura, ao mesmo tempo
em que se forma um andar inferior de árvores e arbustos latifoliados com 12 a 15m de altura. No segundo
forma-se uma floresta mista de pinheiros e árvores latifoliadas, num único nível, por volta de 25 a 30m de
altura. Os últimos vestígios importantes da Mata de Araucária se encontram no Sudoeste Paranaense.
Fig. 24: Mata das Araucárias (fonte: VIA RURAL, 2012).
MATA ATLÂNTICA (FLORESTA OMBRÓFILA DENSA)
Também conhecida como Mata Tropical de Encosta, pois localiza-se junto à Serra do Mar e no
Litoral. Pertence ao tipo de mata higrófila latifoliada, que se estende ao longo da fachada leste do Planalto
Oriental Brasileiro, onde a alta precipitação pluviométrica a torna mais úmida.
A Mata Atlântica possui muitas espécies de madeira como cedro, ipê, figueira, peroba, além de
outros vegetais como o palmito, embauba, aleluia, epífitas, lianas e musgos. Ao penetrar no Primeiro
Planalto Paranaense, a mata confunde-se com a vegetação subtropical, formando uma verdadeira zona de
transição.
A criação do Parque do Marumbi na região da Serra do Mar, tem a finalidade de preservar a
vegetação, bem como os importantes mananciais que ali se encontram.
Fig. 25: Mata das Atlântica (fonte: SPVS, 2012).
MATA TROPICAL DO NORTE E NOROESTE (FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL)
O quadro original da Mata Tropical do Norte e Noroeste foi substituído em sua maior parte pela
cultura cafeeira e pelos pastos. Poucos vestígios de sua existência podem ser assinalados em áreas de
preservação, como o Parque do Ingá e o Horto Florestal, ambos na cidade de Maringá.
Primitivamente esta mata apresentava dois aspectos distintos. O primeiro, mais rico em espécies
vegetais (peroba, pau d’alho, figueira branca e palmito) ocupava a região de “terra roxa”, situada entre os
rios Itararé, Paranapanema, Pirapó e Ivaí. O segundo mais pobre em espécies vegetais, ocupava a região
arenosa do arenito Caiuá, entre os rios Pirapó, Paranapanema, baixo Ivaí e foz do Piquiri.
Fig. 26: Floresta Tropical do Norte e Noroeste (fonte: GAZETA DO POVO, 2012).
MATA PLUVIAL SUBTROPICAL
Diferencia-se da Mata de Araucária por ocupar terras inferiores a 500m de altitude e pela ausência
do pinheiro. Primitivamente era encontrada ao longo do Rio Paraná desde a foz do Rio Piquiri até a foz do
Rio Iguaçu, pelas quais penetrava em seus vales.
O Parque Nacional do Iguaçu é a principal área preservada deste tipo de mata, onde se encontram
vegetais e animais da fauna local.
Fig. 27: Floresta Pluvial Subtropical (fonte: CATARATAS DO IGUAÇU, 2012).
6.2 FORMAÇÕES HERBÁEAS E ARBUSTIVAS
Das formações herbáceas e arbustivas que se encontram que se encontram no Paraná destacamos:
campos limpos e campos cerrados.
CAMPOS LIMPOS
Nos campos limpos predominam as gramíneas que geralmente refletem solos mais pobres.
Apresentam-se entremeados com matas ciliares e capões isolados. Aparecem em vários pontos do Estado,
como nos Campos Gerais, Campos de Guarapuava, Campos de Palmas, Campos de Curitiba, Campos de
Castro e outras áreas menores.
Fig. 28: Campos limpos (fonte: DICIONÁRIO HISTÓRICO GEOGRÁFICO DOS CAMPOS GERAIS, 2012).
CAMPOS CERRADOS
São os campos limpos entremeados de arbustos, e que ocupam locais de primitivas matas.
Aparecem em pequenas regiões do Estado, merecendo destaque os seguintes lugares: alto Rio das Cinzas,
Jaguariaíva, Sengés, São Jerônimo da Serra, Sabáudia e Campo Mourão.
Fig. 29: Campos Cerrados (fonte: GAZETA DO POVO, 2012).
6.3 VEGETAÇÃO LITORÂNEA
Ocupa uma área aproximada de 729Km² da costa paranaense, sendo representada pelos vegetais
dos mangues, pela vegetação das praias e pela vegetação das restingas.
A vegetação característica dos mangues sofre influência das marés, podendo ser encontrada nas
baías de Paranaguá e Guaratuba. A vegetação das praias é muito pobre, sendo característica das áreas
arenosas. A vegetação da restinga ocupa os solos consolidados de antigas praias. Apresenta agrupamentos
densos de vegetais, muitas vezes, com árvores de 6 a 8m de altura.
Fig. 30: Mangue (Guaraqueçaba) (fonte: GAZETA DO POVO, 2012).
6.4 VEGETAÇÃO PANTANOSA
Encontra-se junto às regiões pantanosas das restingas, nos campos de inundação do Rio Paraná e
nas vérzeas dos rios de planalto.
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