MANUAL DE PREVENÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO OFTALMOLÓGICA A Oftalmologia está entre as especialidades médicas com maior número de recursos tecnológicos disponíveis. Técnicas médicas e tecnologias são aperfeiçoadas e apresentadas constantemente. Esse contexto inovador faz o mundo oftalmológico muito dinâmico. No sistema sensorial humano, a visão é o sentido mais requisitado. Aproximadamente, 75% das informações que são processadas pelo cérebro são visuais. Além das doenças oculares, há na Oftalmologia a procura por tratamentos estéticos e para correção dos problemas que exigem uso de óculos ou lentes de contato. Profissionais de grandes empresas do ramo oftalmológico poderão contar cada vez mais com um staff de consultores que, com treinamentos específicos, bom conhecimento oftalmológico e troca de informações, contribuirá com assessoria qualificada ao médico com atendimento acima do esperado e maior contribuição social em níveis de atenção primária à saúde ocular. Os colaboradores munidos de informações técnicas relevantes terão mais segurança para orientar os médicos em seu processo de condutas aplicadas para correção óptica. Ética profissional e conscientização dos atos médicos deverão ser temas também rotineiramente abordados. Oftalmologia Básica Anatomia Básica Trabalhar em uma grande empresa do ramo da Oftalmologia requer envolvimento e conhecimento de todo o processo de promoção da saúde ocular. O conteúdo referente à anatomia tem o intuito de apresentar terminologias oculares mais comuns. Estruturas acessórias do bulbo ocular Ao bulbo ocular encontram-se associadas estruturas acessórias: pálpebras, supercílios (sobrancelhas), cílios e conjuntiva. Os bulbos oculares estão alojados dentro de cavidades ósseas denominadas órbitas, compostas de partes dos ossos: frontal, maxilar, zigomático, esfenoide, etmoide, lacrimal e palatino. Mesmo com todo o conjunto de ossos, o olho é uma estrutura muito vulnerável a traumas e lesões aparentemente simples. São seis os principais músculos extrínsecos responsáveis pelos movimentos dos olhos: reto medial, reto lateral, reto superior, reto inferior, reto superior, oblíquo superior e oblíquo inferior; estes realizam, além de movimentos horizontais, verticais e diagonais, até micromovimentos de ciclotorção. Há a musculatura intrínseca, que atua nos movimentos involuntários dos músculos ciliares e da íris. Principais estruturas do globo ocular Definições: Córnea é a parte anterior transparente do olho e tem a função de convergir os raios de luzes que chegam ao olho, como uma lente fixa, para que estes atravessem a pupila e cheguem à retina. Conjuntiva é uma membrana translúcida que reveste a parte posterior da pálpebra e se prolonga continuamente para a parte anterior do olho, recobrindo a esclera. Íris é a parte colorida do olho. É um músculo intrínseco e, em seu centro, existe um orifício denominado pupila, para a entrada de luz no olho. A contração e o relaxamento da íris delimitam o diâmetro desse orifício. Pupila é um orifício de diâmetro regulável que está situado no centro da íris, permitindo a passagem da luz do meio exterior até os receptores luminosos da retina. Por ser um orifício, não tem cor, mas sua aparência é preta, pois não há iluminação na parte interna do olho. Em um ambiente onde há muita luz, ocorre a miose (diminuição do diâmetro da pupila); ao passo que, com pouca luz, ocorre a midríase (aumento do diâmetro da pupila). Humor aquoso é o líquido incolor, constituído por água (98%) e sais dissolvidos (2%) − predominantemente cloreto de sódio − que preenchem a câmara anterior ocular (cavidade do olho, entre a córnea e a íris) e a câmara posterior (espaço entre a face posterior da íris e o cristalino). Cristalino é a lente do olho responsável pela focalização. É constituído por células organizadas longitudinalmente como uma “casca de cebola”, que perdem suas organelas durante a formação, assumindo, dessa maneira, sua característica transparente. Funciona como uma lente flexível, participando dos meios refrativos do olho e sendo capaz de aumentar seu grau para focalizar as imagens de perto (acomodação). Alterações em sua estrutura e tamanho, em indivíduos com aproximadamente 40 anos de idade, desencadeiam dificuldades para enxergar de perto (presbiopia). Humor vítreo, também conhecido como corpo vítreo do olho ou, simplesmente, vítreo, é a substância gelatinosa e viscosa formada por uma substância amorfa semilíquida com fibras e células. Encontra-se na câmara vítrea entre o cristalino e a retina, sob pressão, de modo a manter a forma esférica do olho. Retina é a membrana mais interna, composta de várias camadas celulares, designadas de acordo com sua relação ao centro do globo ocular. Na retina encontram-se dois tipos de células fotossensíveis: os cones e os bastonetes. Quando estimuladas pela energia luminosa, essas células estimulam outras células nervosas e geram impulso nervoso que se propaga pelo nervo óptico. A fóvea está no eixo óptico do olho, na mácula (área central da retina), onde se projeta a imagem do objeto focalizado, e a imagem que nela se forma tem grande nitidez. No fundo do olho há um ponto cego, insensível à luz. Nesse ponto, emergem o nervo óptico e os vasos sanguíneos da retina. Esclera (antigamente denominada "esclerótica") é a túnica externa branca e fibrosa do globo ocular, popularmente chamada de "branco do olho". Coroide é uma estrutura vascular do olho que está situada entre a esclera e a retina e é fortemente pigmentada. Encontra-se intensamente vascularizada e tem a função de nutrir a retina. Nervo óptico constitui, com o homólogo contralateral, o segundo (II) par de nervos cranianos. Tem função exclusivamente sensitiva e transporta as sensações visuais do olho para o cérebro (núcleo geniculado lateral) penetrando no crânio pelo canal óptico. Disco óptico (papila), também conhecido como “cabeça do nervo óptico”, é a área correspondente à imersão das fibras nervosas, que formam o nervo óptico, e de vasos sanguíneos que nutrirão a retina. Úvea é a região vascularizada do olho constituída do conjunto: íris, coroide e corpo ciliar. Fisiologia Ocular Óptica Física: O Olho Humano e a Máquina Fotográfica O funcionamento do olho humano é muito semelhante ao funcionamento de uma câmara fotográfica. O olho é um sistema óptico composto de “duas lentes” (a córnea e o cristalino), “um diafragma” (a íris) e um “anteparo” (a retina). De um objeto real situado diante das lentes, o sistema óptico conjuga uma imagem real sobre um alvo sensível à luz (retina). Convergir= dirigir-se (para um ponto comum). A palavra convergência é usada em Matemática a fim de indicar para onde as retas se dirigem, encontrando-se num ponto comum; em Física, para indicar o ponto de encontro de raios de luz focalizados por uma lente ou um espelho curvo. Na penumbra, a pupila“dilata”, na claridade, “contrai”. Em ambientes mal iluminados, por ação do sistema nervoso simpático, o diâmetro da pupila aumenta e permite a entrada de maior quantidade de luz. Em locais muito claros, a ação do sistema nervoso parassimpático acarreta a diminuição do diâmetro da pupila e da entrada de luz. Esse mecanismo evita o ofuscamento e impede que a luz em excesso lese as delicadas células fotossensíveis da retina. A córnea A córnea é a principal superfície refrativa do olho, apresentando um poder total de, aproximadamente, 42 dioptrias (“graus”), 70% do poder refrativo do olho, com índice de refração de 1.376. Sua principal propriedade é a transparência, assim como é uma importante barreira contra traumas e infecções. A córnea é responsável por convergir os raios luminosos que vêm de fora e vão incidir na retina. Sua espessura é de, aproximadamente, 520 µm (0,52 mm), no centro, e 650 µm (0,65 mm) na periferia. A parte central da córnea, de modo geral, apresenta contorno esférico com raio de curvatura externo com cerca de 7,8 mm, sendo que a parte mais periférica é mais plana radialmente. Formação da imagem – Acomodação – Cristalino – Presbiopia As distâncias entre os elementos ópticos do olho são constantes. Para terem sobre a retina imagens nítidas de objetos observados a diferentes distâncias, devemos variar a distância focal do cristalino. Assim, quando observamos um objeto muito distante, os músculos ciliares ficam totalmente relaxados; e quando observamos um objeto o mais próximo possível, os músculos ciliares ficam em máxima tensão. Isso controla a compressão do cristalino. A luz que penetra no olho se refrata principalmente na córnea. O cristalino desempenha um papel de “ajuste fino” na focalização, mecanismo o qual chamamos de acomodação. À medida que o ser humano envelhece, o cristalino perde flexibilidade fazendo com que os músculos ciliares tenham cada vez mais dificuldade para comprimi-lo. A perda da capacidade de acomodar em razão da idade chama-se presbiopia. Chamamos de ponto próximo a distância mínima capaz de permitir visão nítida. Devido à perda de flexibilidade do cristalino em decorrência da idade, o ponto próximo aumenta durante a vida. Existe, então, um limite para a acomodação. Objetos muito próximos ao olho não serão mais vistos com nitidez após a pessoa se tornar presbita. Como enxergamos O que vemos é o reflexo da luz sobre o objeto. Esse reflexo é que nos dá a informação sobre seu tamanho, forma e cor. A luz entra no olho através da pupila, passa por várias camadas e atinge a retina, onde é transformada em estímulos elétricos, os quais são enviados ao cérebro por meio do nervo óptico. Nossos neurônios processam armazenando-as na memória. as informações recebidas e as traduzem, Atenção Primária à Saúde Ocular É essencial o cuidado com a visão desde a gestação. Segundo a Organização Mundial da Saúde − OMS, hoje existem, aproximadamente, 37 milhões de cegos no mundo, e pelo menos metade deles poderia estar enxergando se simplesmente conhecessem as doenças, os sintomas e as situações que podem levar à cegueira. A gente vê com os olhos e enxerga com o cérebro. Olhar: É quando você olha, mas de maneira "desligada", sem prestar atenção no alvo dos olhos. Ver: É quando você olha e percebe o que seus olhos estão vendo, ou seja, nota o alvo, repara o que está acontecendo. Enxergar: É quando você olha e percebe não só o que seus olhos estão vendo, mas também vê além, isto é, repara o que os olhos não veem, o que está "subliminar"; interpreta a imagem de acordo com a reação cerebral. Níveis de atenção à saúde ocular Nível Primário É o nível básico de atenção à saúde ocular, voltado à educação da população para a prevenção, detecção e realização dos primeiros cuidados para com as doenças oculares. Nesse nível, pessoas instruídas sobre o assunto e habilitadas na área da saúde podem dar orientações e tomar atitudes. Quem pode contribuir: Agentes de saúde, professores e pessoas capacitadas. Quem realiza: Clínicos gerais, pediatras, médicos e profissionais da saúde qualificados. Esse nível de atenção caracteriza-se pela não obrigatoriedade da participação de um médico oftalmologista nos cuidados com a saúde dos olhos. Nível Secundário Nesse nível, o médico oftalmologista pratica ações mais simples, de baixa complexidade, como prescrição de óculos e tratamento de doenças diagnosticadas sem necessidade de aparelhos mais sofisticados. São ações executadas em consultórios básicos, algumas vezes com o auxílio de outros profissionais, como tecnólogos oftálmicos e enfermeiros. Em nível secundário, as ações executadas em geral são: Pré-consulta − anamnese, acuidade visual, autorrefração, tonometria pneumática e lensometria; consulta médica oftalmológica − acuidade visual, biomicroscopia, tonometria de aplanação, fundoscopia e refração. Nível Terciário Esse nível envolve procedimentos diagnósticos e terapêuticos mais complexos, em geral executados em hospitais ou clínicas bemmuito especializadas. A participação de especialistas nas várias doenças oculares é obrigatória. A Gestação e os Primeiros Meses de Vida Durante a gravidez, as alterações hormonais podem interferir na saúde ocular, aumentando o risco de surgirem determinadas doenças. Algumas gestantes apresentam a síndrome do olho seco, pois a produção lacrimal está relacionada ao aumento da produção de estrogênio. A retenção de líquido durante a gestação pode provocar alterações na superfície da córnea que induzem mudanças no grau dos óculos. Essa alteração na refração, em geral, desaparece após o parto, e por isso não é indicado exame para troca de lentes oftálmicas durante a gravidez. Doenças como rubéola e toxoplasmose, que podem afetar as mães nos três primeiros meses de gravidez, podem causar cegueira e problemas neurológicos na criança. O cuidado mais importante é seguir corretamente o pré-natal, evitando, assim, problemas de visão na mãe e no bebê. Há colírios que são prejudiciais ao embrião. Uma gestante com sintomas deve consultar o oftalmologista e nunca se automedicar. Avaliação oftalmológica em recém-nascido e crianças TODO PREMATURO COM MENOS DE 32 SEMANAS DE GESTAÇÃO OU PESO AO NASCIMENTO INFERIOR A 1.800 G DEVE SER EXAMINADO PELO OFTALMOLOGISTA O QUANTO ANTES, PREFERENCIALMENTE NOS PRIMEIROS DIAS DE VIDA. As principais infecções congênitas com acometimento oftalmológico são: toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus (CMV). O tratamento depende dos achados dos exames oftalmológico e clínico. Nos recém-nascidos, ainda no hospital, há a primeira inspeção ocular. O médico examinará a pupila e fará o teste do reflexo vermelho (“teste do olhinho”). As pupilas devem ter o mesmo tamanho e forma. Com o decorrer da idade, os médicos poderão solicitar exames mais avançados se houver necessidade e quando estes forem possíveis. Alterações importantes a serem observadas pelo médico oftalmologista: Catarata congênita Conjuntivite do recém-nascido Estrabismo Glaucoma congênito Retinopatia da prematuridade Segundo a OMS, se não houver intercorrências, sintomas, sinais e queixas, recomendam-se avaliações oftalmológicas em crianças quando estiverem com aproximadamente 2, 4 e 6 anos de idade. Novas orientações do especialista devem prevalecer em relação à orientação da OMS. Síndrome do Bebê Sacudido (shaken baby syndrome). Não chacoalhe seu bebê. O “sacudir com força”, movimentos bruscos e agressões a uma criança com pouca idade podem causar inúmeras alterações oftalmológicas e até mesmo neurológicas, como, por exemplo: Cegueira ou lesões oftalmológicas Atraso no desenvolvimento (DNPM) Convulsões Lesões na coluna vertebral Lesões cerebrais Morte Criança que usa óculos não é "coitadinha"! Ao nascer, a criança tem pouca visão, visão embaçada. Ainda ”não sabe ver“. Temos de “aprender a enxergar” do mesmo modo que temos de aprender a falar, a andar, a correr, a sentir. A visão se desenvolve até atingir um nível, que será o que mesmo da fase adulta. Isso ocorre por volta dos 7 e 8 anos de idade (término do período de plasticidade). Período de plasticidade ocular De forma bem resumida, podemos descrever o desenvolvimento normal da visão da seguinte forma: Recém-nascido: percebe a luz (movimentos desordenados dos olhos). Aos 3 meses: tem reflexo de fixação (já consegue seguir um objeto com olhar). Dos 6 aos 9 meses: tem visão de relevo (mobilidade ocular mais evoluída). O período de plasticidade do desenvolvimento visual é considerado o mais importante e percebe-se claramente que qualquer anormalidade ocular nessa fase pode interferir de modo grave e irreversível na visão final do indivíduo. A imagem deve ser a mais nítida possível ao chegar ao cérebro. Todas as crianças devem ser examinadas, em especial, do nascimento até completar o período de plasticidade do desenvolvimento visual e ainda em toda a fase de alfabetização. Muitas anormalidades detectadas só podem ser tratadas corretamente nesse período. Ambliopia É a baixa de visão em um ou ambos os olhos causada por privação visual. Um olho amblíope não tem boa visão, embora possa parecer normal, e, nesse caso, é praticamente ineficaz a estimulação após o período de maturação visual. Existem muitas causas que podem levar à ambliopia. O estrabismo, as doenças congênitas que causam opacidade em meios oculares e a diferença de grau de um olho para o outro (anisometropia) são as causas mais comuns. O tratamento mais indicado, quando não houver mais agente causador da privação ou da distorção visual, é a oclusão do olho bom para forçar o olho fraco e, se houver necessidade, o uso de correção óptica e/ou tratamento de oclusão alternante. O tratamento é prolongado − cabe aqui o papel fundamental dos pais −, mas, quando seguido corretamente e em época adequada, consegue-se um índice grande de sucesso. Uso de colírios Indicações e Efeitos Indesejáveis Há muitos tipos de colírios destinados ao tratamento de diferentes doenças dos olhos. O uso de qualquer tipo de colírio, sem orientação e controle do médico, poderá causar problemas indesejáveis. O colírio que pode tratar a conjuntivite de determinada pessoa pode ser prejudicial para outra que "aparentemente" tenha os mesmos sintomas. O uso abusivo de colírio pode causar sérios problemas para os olhos, por isso siga sempre a orientação do médico. Modo de Uso do Colírio e Orientações Gerais Armazenar em temperatura orientada pelo fabricante. Não utilizar após o prazo de validade. Lavar as mãos antes de manuseá-lo. Levantar a cabeça e puxar a pálpebra inferior para baixo, a fim de que o colírio caia dentro do olho, e não tenha contato com os cílios. Não entrar em contato com o “bico” do frasco. Pingar apenas uma gota. Não esfregar os olhos ou piscar excessivamente depois de pingar o colírio. Descartar o lenço ou a gaze utilizada para enxugar o excesso. Os frascos de colírios devem ser mantidos bem fechados e abrigados da luz. Se estiverem abertos há muito tempo, devem ser jogados fora. Observe o prazo de validade impresso na caixa ou no rótulo. Ao usar o colírio, coloque a tampa em lugar limpo, evitando assim que a parte de dentro tenha contato com qualquer superfície ou objeto contaminado. O uso de colírio anestésico é aceito apenas durante o exame oftalmológico e somente pode ser administrado pelo profissional habilitado. Nunca deve ser usado indevidamente, pois pode gerar problemas oculares graves, como úlceras e cegueira, inclusive sua comercialização é controlada. Uso de lente de contato (LC) As lentes de contato podem ser gelatinosas ou rígidas e servem para correção óptica e/ou uso terapêutico ou estético. As lentes gelatinosas podem ser descartáveis. Tanto as gelatinosas como as rígidas são feitas com diferentes composições e métodos de fabricação. Nem todos podem usar lentes de contato; é o oftalmologista quem deve determinar. O médico estuda o grau e a curvatura da lente a ser adaptada, bem como o melhor tipo de lente para cada paciente. A lente de contato atua como um corpo estranho dentro do olho e, em caso de má orientação, pode causar danos para a visão; assim, a segurança de seu uso depende da supervisão do oftalmologista. Complicações do mau uso das lentes: edema, úlcera, infecção, neovascularização e deformidades na córnea. A chamada conjuntivite por lente de contato, bastante frequente, em especial com as lentes gelatinosas, pode ter sua evolução controlada pelo exame periódico do usuário de lentes. Os usuários devem higienizar as lentes e o estojo e trocar o produto em que ficam armazenadas diariamente. Atenção: soro fisiológico não é apropriado para armazenar lentes. Trauma ocular Um corpo estranho pode aderir à superfície da córnea ou alojar-se atrás da pálpebra. É sentido ao piscar, por raspar na córnea e ocasionar abrasão, com lacrimejamento, dor e vermelhidão no olho. Até que a pessoa seja examinada por um oftalmologista, os sintomas podem ser aliviados com o uso de colírio de lágrima artificial. Solda elétrica pode ocasionar queimadura na superfície ocular quando não se usa óculos de proteção. Os sintomas aparecem algumas horas depois da exposição, como dor, lacrimejamento, sensação de areia nos olhos e “borramento” da visão, devido à descamação que o epitélio da córnea sofre. Substâncias químicas quando atingem os olhos levam à queimadura da superfície ocular e da face posterior das pálpebras, ocasionando dor, lacrimejamento, olhovermelho, sensação de areia nos olhos e “borramento” da visão. A conduta indicada é lavar os olhos copiosamente com água corrente, por cerca de 20 minutos, na tentativa de retirar qualquer resíduo da substância química, e encaminhar a pessoa imediatamente ao oftalmologista. Quando o olho é atingido por objeto rombudo, soco ou bolada, chamamos de trauma contuso. Nesse caso, não há perfuração, mas pode ocorrer laceração de tecidos. Trauma contuso com diminuição da visão leva à suspeita de problemas, como: descolamento da retina, hemorragia intraocular, luxação do cristalino, edema da retina, entre outros. Objetos pontiagudos com superfície cortante e projéteis podem ocasionar trauma ocular com corte, perfuração ou transfixação do bulbo ocular. Essas situações demonstram a importância de conscientizar a população da prevenção dos acidentes domésticos com crianças (tesouras, facas, agulhas, alguns tipos de brinquedos e outros objetos), com idosos (quedas provocadas por desníveis de piso e tapetes); prevenção do trauma em acidentes automobilísticos (usar cinto de segurança), no trabalho (usar óculos e máscara de proteção) e na prática de modalidades esportivas (usar óculos de proteção). "Síndrome da visão do usuário de computador" Como o uso do computador exige um grande esforço visual, sintomas oculares tornaram-se comuns. Esses sintomas são hoje chamados de "síndrome da visão do usuário de computador", ou CVS. Estudos mostram que essas alterações podem estar presentes em 75 a 90% dos usuários de computador. A síndrome é caracterizada por sintomas oculares que aparecem durante ou após o uso prolongado do computador: olhos irritados ou vermelhos, coceira, olho seco, lacrimejamento, "cansaço ocular”, sensibilidade à luz, dificuldade de conseguir foco para média e longa distâncias, visão de cores alteradas e halos ao redor dos objetos, visão embaçada ou dupla e dor de cabeça, na nuca ou nas costas. Lembre-se de que nossa visão não foi feita para encarar uma tela de computador durante muitas horas seguidas. As imagens do monitor são formadas por pixels (minúsculos pontinhos) nos quais nossos olhos não conseguem manter o foco, necessitando "focar e refocar" continuamente. Isso provoca um estresse dos músculos oculares, resultando nos sintomas descritos. Os músculos ciliares ficam contraídos o tempo todo em que estamos focando objetos próximos. Alguns fatores podem favorecer o aparecimento da CVS. Siga estas dicas para evitá-la: Posicionar o monitor a 40-70 cm do usuário, com o topo na altura dos olhos ou abaixo; nunca acima da linha dos olhos. Posicionar os papéis de maneira que fiquem próximos à tela (se possível, com suporte) quando estiver digitando. Iluminar bem o ambiente em que estiver o computador. A luz incandescente é melhor que a luz fluorescente. Minimizar os reflexos na tela. Piscar os olhos frequentemente. Para cada hora de trabalho, descansar 5 minutos olhando para longe. Usar os óculos corretos. Procurar seu oftalmologista sempre que houver necessidade. Erros Refracionais Miopia O que é? É uma anomalia refrativa (necessidade de correção da visão com acréscimo de grau) e que tem incidência elevada e crescente, apresentando como causa não apenas fatores genéticos, pois há estudos procurando comprovar que a causa está relacionada também a fatores ambientais. Os olhos dos míopes são mais longos. É caracterizada pela dificuldade visual para longe (visão turva ao focar objetos distantes) e dores de cabeça. Causa preocupação nos pais, uma vez que se apresenta com tendência a aumentar ao longo dos anos de crescimento da criança até por volta de 21 a 25 anos de idade (são raros os casos que se iniciam após os 20 anos) e, por consequência, determina a diminuição da acuidade visual associada à necessidade crescente do uso de óculos ou lentes de contato. Como se percebe? Caracteriza-se pela dificuldade visual para longe, a qual, muitas vezes, é representada pelo comprometimento do desenvolvimento escolar ou, ainda, por queixas como a própria dificuldade visual (objetos distantes turvos), o pestanejar frequente dos olhos, a necessidade de aproximar os objetos para foco, “visão cansada” ao fim do dia e a associação a episódios de dores de cabeça (cefaleia). O que fazer? É fundamental a avaliação feita por profissional competente (oftalmologista), que, após exames, determinará o diagnóstico de miopia e a necessidade de correção visual, seja esta por meio de lentes corretivas, como óculos (cujo inconveniente é a limitação imposta para o exercício de algumas atividades profissionais e esportivas, além da redução do campo visual e dos reflexos do indivíduo) ou lentes de contato (que corrigem muito bem a miopia e satisfazem a estética, mas podem causar intolerâncias, exigindo maiores cuidados e uma certa habilidade na sua manipulação), ou por cirurgia a laser (caracterizada por se tratar de uma técnica segura e eficaz, a chamada "cirurgia refrativa", que procura modificar a curva da córnea, provocando um achatamento da parte central e determinando a formação da imagem na retina; é realizada com o uso do Excimer Laser), normalmente feita já em adultos, pois é compatível com a estabilização do grau. Importante! A miopia é uma patologia comum na infância e está diretamente associada ao baixo desenvolvimento escolar, sendo fundamental que as crianças sejam submetidas ao primeiro exame oftalmológico ainda na fase pré-escolar e antes dos 6 anos de idade. Hipermetropia O que é? É uma anomalia refrativa (necessidade de correção da visão com acréscimo de grau), apresentando como causa não apenas fatores genéticos como também fatores ambientais, pois há estudos que procuram provar tal relação. A hipermetropia se caracteriza pela maior facilidade de ver objetos de longe e se associa a uma dificuldade de ver objetos que estão próximos. Caracterizada por uma acentuada aplanação da porção anterior do olho (córnea), presente em olhos mais curtos e fazendo com que a imagem focalizada seja formada depois da retina, com tendência a diminuir ao longo dos anos com o crescimento diretamente proporcional aos olhos. Caracteriza-se por gerar a diminuição da acuidade visual associada à necessidade do uso de óculos ou lentes de contato para perto. Como se percebe? É caracterizada por queixas constantes de dificuldade visual para perto associada à boa visão para longe, episódios de “cansaço visual” e mesmo dores de cabeça, além da dificuldade de aprendizagem nas fases escolares iniciais. Mostrando efeitos opostos aos da miopia, quem sofre de hipermetropia tem problemas para enxergar de perto. Isso acontece porque, nesse caso, o olho tem dimensões pouco menores que o normal. O que fazer? É importante a visita ao oftalmologista diante das queixas de dificuldade visual para perto ou baixo desenvolvimento escolar. Comum em crianças, a hipermetropia pode desaparecer com o crescimento do globo ocular seguindo o desenvolvimento normal. Caso não desapareça, os efeitos podem ser corrigidos por meio de óculos, lentes de contato ou ainda cirurgia. Importante! Devem-se realizar exames oftalmológicos nos primeiros anos de vida, novas avaliações que precedam os 6 anos de idade e ter atenção quanto às queixas visuais durante o período escolar. Astigmatismo O que é? É determinado pela irregulariade da superfície da córnea (porção transparente e anterior à íris), o que estabelece a deformidade dessa superfície. Uma córnea normal é redonda e lisa, como uma esfera. Com o astigmatismo, a curvatura da córnea fica mais ovalada. O astigmatismo é hereditário e pode ocorrer em conjunto com a miopia ou a hipermetropia. Como se percebe? As pessoas que sofrem de astigmatismo apresentam visão distorcida tanto para objetos próximos como para os que estão distantes, além disso os primeiros sinais do astigmatismo podem ser manifestados pela visualização de um objeto com seus bordos desfocados, e não é possível visualizar de forma bem definida as linhas retas. As imagens ficam embaçadas porque alguns dos raios de luz que incidem no olho são distorcidos pela irregularidade da superfície ovalada, e alguns são focalizados e outros não. A visão torna-se semelhante a quando observamos algo por meio de uma superfície de vidro ondulada. Fadiga ocular e dores de cabeça também podem se associar ao quadro. O que fazer? O astigmatismo é corrigido fazendo-se com que os raios de luz se concentrem em uma superfície esférica homogênea não ovalada, determinando um plano único. Quanto às correções que podem ser realizadas estão o uso de lentes corretivas (óculos ou lentes de contato) e a cirurgia a laser. Importante! O astigmatismo tem, na maior parte das incidências, causa hereditária e pode estar associado a outras insuficiências visuais (miopia, hipermetropia e presbiopia). Em algumas situações, o astigmatismo pode desenvolver-se rapidamente ao longo dos anos devido às alterações da curvatura da córnea, provocada pelos milhares de movimentos do piscar e coçar dos olhos, que são realizados diariamente. Presbiopia O que é? A presbiopia, “vista cansada” ou também chamada “vista curta” é uma retrocesso natural da visão que se manifesta em todos os indivíduos, em geral, a partir dos 40 anos de idade. Todos iremos passar por essa situação ao longo da vida, devido ao fato de nossos cristalinos perderem a elasticidade à medida que envelhecem, caracterizando assim não uma situação patológica (doença), mas fisiológica (natural). Isso resulta em uma dificuldade progressiva para visão de perto. Como se percebe? A presbiopia é uma consequência natural do envelhecimento humano. Todas as pessoas, mesmo as que já sofrem de outra anomalia visual, começam a sentir os sinais da presbiopia a partir dos 40 anos de idade. Essa anomalia tem tendência para se agravar ao longo dos anos e em geral se estabiliza a partir dos 65 anos. Queixas como “ter braços que não são longos” o suficiente para segurar o jornal em posição de leitura, dificuldade de enfiar linha em uma agulha, dificuldade para enxergar o teclado do computador ou para visualizar a tela do celular são os primeiros sinais da presbiopia e que podem se associar a sintomas como dores de cabeça e fadiga ou “cansaço ocular”. O que fazer? A alternativa seria o uso de lentes corretivas, tal como óculos para a presbiopia na qual essas lentes funcionam quase como uma lente de aumento. Podemos citar também o uso de lentes de contato multi ou bifocais ou mesmo a lente de contato com o grau para perto a ser utilizada em apenas um dos olhos (olho não dominante) e que é chamada de monovisão. Quanto à cirurgia para correção da presbiopia, está em fase de desenvolvimento constante, e os pacientes devem ser bem avaliados para o médico confirmar se há possibilidade e indicação dessa forma de tratamento. Importante! A dificuldade para ver funciona como “lembrete” da necessidade do exame oftalmológico e das visitas mais frequentes ao oftalmologista, em especial aquelas realizadas a partir dos 40 anos de idade, que são de grande importância e utilidade, uma vez que, além de solucionarem queixas como a dificuldade visual durante as leituras, também poderão prevenir doenças importantes como glaucoma e doenças da retina, que podem ser diagnosticadas precocemente a partir dessa idade. Lensometria É um procedimento em que podemos determinar qual o grau de correção que o paciente está usando. Leitura do “grau” das lentes: +/- _____________ DE - _____________ DC x _________º Hipermetropia / miopia Astigmatismo Doenças Oculares Catarata O que é? Eixo É a perda da transparência de uma lente que fica atrás da íris, chamada de cristalino, responsável pela focalização de objetos nas várias distâncias, deixando a imagem nítida. Aparece naturalmente nas pessoas com mais de 60 anos de idade, mas pode ocorrer em recém-nascidos ou aparecer de forma mais precoce em pessoas diabéticas, em indivíduos tratados com medicamentos, como a cortisona, ou após traumas oculares e outras situações. Como se percebe? A visão fica embaçada em todas as distâncias e, em casos de catarata mais “madura”, a pupila fica com aspecto leitoso. O que fazer? O tratamento da catarata é por meio de cirurgia na qual se retira o cristalino opaco e o substitui por uma lente artificial, transparente, inserida no mesmo local dele (LIO – lente intraocular). Importante! Evitar o uso de colírios sem o acompanhamento médico, controlar o diabetes e procurar o oftalmologista no início dos sintomas. A catarata, uma vez removida, não volta. Todos os recém-nascidos devem ser examinados por oftalmologista para verificar se há catarata, causa importante de prejuízo no desenvolvimento da visão em crianças. Novidades Cirurgia de catarata a laser: O VICTUS™ (laser de femtosegundo) permite ao cirurgião substituir o bisturi pelo laser, que é utilizado para dar maior precisão na incisão corneana e na fragmentação da catarata, aumentando ainda mais a segurança do procedimento. Glaucoma O que é? É a destruição irreversível das fibras do nervo óptico causada principalmente pelo aumento da pressão no interior dos olhos, resultante da dificuldade na drenagem do líquido chamado humor aquoso. Como se percebe? Como a visão central não é acometida no início da doença, o glaucoma é percebido pelo paciente somente em estágio bastante avançado, após muitos anos, quando já houve grande perda de campo visual. O que fazer? Todas as pessoas devem se preocupar em saber sua pressão intraocular (PIO) antes dos 35 anos de idade, em especial os que têm histórico de glaucoma em parentes de primeiro grau. Os pacientes diagnosticados devem verificar a pressão dos olhos, passar por exames do nervo óptico e por avaliação do campo de visão periodicamente. O tratamento com colírios permite o controle da doença na maioria das vezes; outras pessoas podem necessitar de tratamento cirúrgico. Importante! É uma doença que não tem cura, apenas controlada por meio do uso crônico dos medicamentos e pelas avaliações semestrais. O oftalmologista, por meio de exames, consegue detectar a doença precocemente, evitando a destruição das fibras do nervo óptico. A maioria dos tipos de glaucoma não apresenta dores e sintomas muito significativos no início da doença. Um caso mais raro é o glaucoma agudo, que aparece abruptamente, causa muita dor no olho, embaçamento da visão, náusea e vômitos. Recém-nascidos podem ter glaucoma, percebido quando há lacrimejamento, sensibilidade à luz e aparência de olho "grande". Perda de campo visual: Glaucoma avançado. Estrabismo O que é? É decorrente de uma alteração na musculatura ocular. Seu aparecimento pode ocorrer do nascimento até a idade adulta, existindo diversos tipos. Como se percebe? Há um desalinhamento ocular. Em adultos pode ocasionar visão dupla, dor de cabeça, “embaralhamento” na leitura, entre outros sintomas. Quando aparece na infância, durante o período de desenvolvimento visual, pode ocasionar uma baixa visual irreversível (ambliopia). O que fazer? Existem muitas formas de tratamento para o estrabismo: óculos, tampão, exercícios e cirurgias. O tratamento oclusivo, realizado de acordo com as orientações do oftalmologista e do ortopedista e em idade adequada, é um dos tratamentos mais eficazes em Oftalmologia. Importante! São muito importantes o diagnóstico e o tratamento precoces. Crianças com suspeita de desvio nos olhos devem ser examinadas pelo oftalmologista o mais cedo possível. Conjuntivite O que é? Inflamação da membrana translúcida que reveste atrás das pálpebras e a esclera (parte branca dos olhos). As causas mais comuns são: simples irritações por poluentes do ar, alergias, bactérias e vírus. Como se percebe? O sinal mais frequente da conjuntivite é o olho vermelho. Dependendo da causa, pode ocorrer secreção, lacrimejamento, coceira, ardor, inchaço das pálpebras, crostas nos cílios e fotofobia. O que fazer? Nem todas as conjuntivites são contagiosas e enquanto não houver exame feito por um médico que reconheça a causa, é importante tomar cuidados que evitem a contaminação: lavar as mãos várias vezes ao dia, não permitir que as toalhas usadas pela pessoa com conjuntivite sejam usadas por outros, evitar cumprimentar com as mãos e beijar no rosto e fazer compressas com água filtrada gelada. O colírio de lágrima artificial pode ser usado com orientação médica. Importante! Recém-nascido com conjuntivite tem de ser examinado pelo oftalmologista e pelo pediatra para prevenir pneumonia e infecção do ouvido que acontecem pelo contato com algumas bactérias. A mãe desse recém-nascido deve ser examinada pelo ginecologista e o pai por urologista, pois podem ter doença sexualmente transmissível que tenha provocado a contaminação dos olhos da criança. Ceratocone O que é? O ceratocone é uma deformação progressiva com afinamento e aumento de curvatura irregular da córnea (camada mais externa do olho). Uma córnea normal tem a forma arredondada, quase esférica, ajudando a focar as imagens corretamente. No ceratocone, pela deformação progressiva, a córnea fica com um formato cônico, o que deu origem ao nome da doença. Como se percebe? Os primeiros sinais perceptíveis do ceratocone são o embaçamento e a distorção da visão, provocados pela miopia e pelo astigmatismo resultantes da alteração na forma da córnea. O que fazer? Nas fases iniciais da doença, a visão pode ser corrigida com o uso de óculos, os quais são trocados frequentemente a medida que a doença avança e o grau aumenta. Importante! Em fases moderadas da doença, os óculos já não podem oferecer uma boa qualidade de visão, sendo então necessário o uso de lentes de contato especiais. Já em fases críticas, o tratamento é feito por meio do transplante de córnea ou implante de anel intraestromal. Para um tratamento efetivo do ceratocone, consulte um especialista e conheça alternativas únicas, como: Implante de anel intracorneano Transplante de córnea Novidades Crosslinking: Procedimento no qual o médico utiliza colírio de riboflavina sobre a córnea e radiação ultravioleta para promover um enrijecimento das células corneanas de pacientes com ceratocone e outras ectasias corneanas em progressão. Transplante de córnea com Intralase® e VICTUS™ (laser de femtosegundo): Realizado por lasers com pulsos de energia de curta duração e altíssima velocidade, permite maior precisão na incisão corneana, pois utiliza o laser em vez de lâminas e aumenta a segurança do procedimento. Retinopatia diabética O que é? É a manifestação ocular mais importante do diabetes mellitus e uma das principais causas de cegueira no mundo. Quanto mais tempo a pessoa tem diabetes, maior a chance de desenvolver retinopatia. Essa doença pode ser detectada precocemente nos pacientes que fazem exames da retina regularmente (fundo de olho e mapeamento de retina) e tratada adequadamente. Tais exames necessitam ser feitos com a pupila dilatada para uma maior precisão e eficácia diagnóstica. Como se percebe? O paciente com retinopatia diabética pode não perceber nenhuma alteração da visão e ter desenvolvido retinopatia avançada. Quando a baixa de visão é notada, normalmente, a doença já atingiu a mácula, região mais nobre da visão. Sintomas de diabetes poderiam ser os indicadores para consulta especializada. O que fazer? Devido a essas características, é fundamental que todo paciente diabético seja orientado a procurar avaliação oftalmológica para detectar precocemente a retinopatia. O clínico geral, o endocrinologista, o cardiologista, o oftalmologista e todos os profissionais que tratam os pacientes diabéticos devem orientá-los a fazer avaliações retinianas periódicas. Importante! É muito importante o controle glicêmico. Os diabéticos são mais propensos a ter pressão alta. O tratamento principal para a retinopatia diabética é a fotocoagulação a laser, que deve ser iniciada tão logo seja feito o diagnóstico. A retinopatia diabética pode levar à cegueira. Pterígio O que é? O pterígio é um tecido carnoso que cresce sobre a córnea. Essa lesão pode manter-se pequena ou crescer até interferir na visão. Como se percebe? Pode diminuir a visão em função da alteração na curvatura da córnea, a qual induz ao astigmatismo. Os sinais mais comum são olhos vermelhos e uma massa de cor avermelhada, triangular e elevada que pode aumentar em direção à córnea. O que fazer? O tratamento pode ser clínico (com colírios) e também cirúrgico, com a remoção do pterígio, sendo importante cientificar o paciente de que as recidivas são frequentes. Importante! Deve-se procurar o médico para certificar-se da doença e receber os tratamentos corretos. Muitas pessoas confundem pterígio com catarata. É um equívoco falar que já fez “raspagem” da catarata. Exposição a raios ultravioletas pode ter influência no aparecimento do pterígio. Descolamento de retina O que é? É uma separação da retina da sua conexão na parte posterior do olho. A separação resulta, em geral, de uma rasgadura na retina. A rasgadura frequentemente ocorre quando o vítreo se separa da sua conexão na retina, em geral nas bordas periféricas do olho. Como se percebe? Pequenos sintomas e curtos episódios de sensação de luzes piscando e flutuando são geralmente benignos e podem resultar de uma separação do vítreo da retina. Essa circunstância é chamada de descolamento posterior do vítreo (DVP). Se perceber sintomas mais intensos de flashes de luzes, sombra ou mancha que cubra parte da visão, pode ser de uma rasgadura na retina que progrediu para o seu descolamento. O que fazer? Em caso de sintomas de descolamento da retina, o paciente deve imediatamente consultar um oftalmologista, que dará a conduta e o tratamento necessários. As condutas podem variar: expectante com observação, laser e cirurgia. Importante! É importante tratar o descolamento da retina antes que sua área central (mácula) se descole também. Siga as orientações do médico! Degeneração macular relacionada à idade − DMRI O que é? É um processo degenerativo da retina que atinge a região macular, levando a uma baixa de visão importante e muitas vezes irreversível. É uma das principais causas de cegueira no mundo, em pessoas com mais de 60 anos de idade, ocasionando uma importante diminuição na qualidade de vida de seus portadores. Como se percebe? Os primeiros sintomas são embaçamento na visão, distorção das imagens e linhas, ocasionando dificuldade na leitura e na realização de trabalhos manuais. Na fase mais avançada, ocorre perda visual acentuada, com dificuldade para realizar atividades habituais, como atravessar ruas, utilizar transportes coletivos e dirigir, passando a depender cada vez mais de outras pessoas. O que fazer? Uma avaliação oftalmológica inicial é importante e deve sempre ser feita com a dilatação da pupila. O especialista em retina poderá solicitar alguns exames com eventual utilização de contrastes e fotografias do fundo de olho. A finalidade desses exames é caracterizar a fase da doença e estabelecer o tratamento mais adequado. Vitaminas, antioxidantes, uso de óculos escuros com proteção UVA UVB, dieta rica em vegetais, folhas e vitamina A são benéficos. Há tratamentos com drogas intraoculares que podem ser eficazes, dependendo do tipo e da fase da doença. Importante! Há dois tipos de DMRI: o tipo "seco" (atrófica) e o tipo "úmido" (cistoide). A maioria dos casos (85 a 90%) é do tipo seco, que é caracterizada pela formação de pequenos depósitos amarelados sob a mácula. Esses depósitos são chamados de "drusas" e podem fazer com que a mácula fique mais fina e completamente ressecada. Às vezes, a DMRI seca se transforma em úmida conforme novos vasos sanguíneos anormais são formados sob a mácula. Esses vasos formam tecidos de cicatrização que danificam a visão. O principal cuidado com os pacientes diagnosticados é seu seguimento periódico e a orientação médica adequada sobre a evolução da doença. Olho seco O que é? É uma doença ocasionada pela falta de lágrimas em quantidade e qualidade adequadas para manter a umidade da superfície dos olhos, promovendo a destruição de células. Está geralmente relacionada a processos naturais da idade, doenças reumáticas, uso de alguns medicamentos e condições ambientais. Como se percebe? Sensação de ardor, de algo “raspando” nos olhos, queimação e lacrimejamento espontâneo. O que fazer? Na presença de sintomas e sinais é necessário o exame feito pelo oftalmologista, que medirá a quantidade de lágrimas produzida e verificará a presença de lesões na superfície dos olhos. Havendo necessidade, ele indicará qual o melhor colírio de lágrima artificial para fazer a reposição. Importante! O olho seco frequentemente está relacionado a doenças reumáticas, que levam também à secura da boca. Ambientes com ar condicionado, uso excessivo de computador e lentes de contato podem piorar os sintomas. Normal Lesões por ressecamento Blefarite O que é? A blefarite é a inflamação das pálpebras. Como se percebe? Produz sintomas e sinais tais como: prurido (comichão), ardor, lacrimejamento, olhos doloridos, remela que “cola” as pálpebras, vermelhidão e pequenas pústulas nas bordas das pálpebras, escamas nas margens das pálpebras, sensação de “areia” nos olhos, sensibilidade à luz e visão embaçada. O que fazer? Entre os tratamentos indicados, o mais comum é a aplicação de massagens que ajudam a liquefazer a secreção oleosa excretada pelas glândulas de Meibomius localizadas nas pálpebras. A massagem ajudará a prevenir o aparecimento de calázio, que é um tipo de inflamação da glândula sebácea palpebral. Além das massagens, podem ser prescritos como auxiliares do tratamento a higiene feita com soluções e xampus infantis ou específicos para as pálpebras, lágrimas artificiais, colírios ou pomadas de acordo com cada caso. Importante! É importante lembrar que o sucesso do tratamento da blefarite está diretamente ligado à higienização correta dos olhos e das mãos ao manuseio das medicações e realização dos tratamentos indicados. Alguns Exames Diagnósticos Acuidade visual É o grau de aptidão do olho para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos. Essa capacidade discriminatória é atributo dos cones (células fotossensíveis da retina), responsáveis pela acuidade visual central, que compreende a visão de forma e a visão de cores. O sistema-padrão universal para avaliar a visão é o teste de Snellen. Esse teste, que a maioria de nós conhece, consiste em ler linhas de letras cujo tamanho vai diminuindo, e elas estão em “tabelas” penduradas a uma distância padronizada da pessoa a ser testada (normalmente 6 m). Cada linha na tabela diz respeito a uma graduação, que representa a acuidade visual. Autorrefrator Aparelho automático pelo qual se obtém a refração aproximada do paciente. Tonometria de não contato − pneumática (não tem contato com a córnea) Medida aproximada da pressão intraocular (PIO) do paciente por meio da emissão de um sopro de ar. Tonometria de contato Medida da PIO do paciente. Uso de colírios para realização do exame, que é de contato. Curva tensional diária É um estudo do comportamento da pressão ocular durante o dia. É indicado no diagnóstico de glaucoma e no acompanhamento de seu tratamento. Topografia de córnea É uma maneira de se examinar detalhadamente a superfície corneana em relação à sua curvatura, para entendimento, acompanhamento e tratamento de várias doenças corneanas. Paquimetria ultrassônica Determinação ultrassônica da espessura corneana, necessária para o acompanhamento de diversas alterações, como, por exemplo, o ceratocone, bem como para o planejamento de diversas cirurgias, como para: miopia, astigmatismo, hipermetropia, catarata, anel intracorneano etc. Também é um método de avaliar as células da córnea e pode ser indicado para acompanhar pacientes com glaucoma. Uso de colírios para realização do exame, que é de contato. Biometria ultrassônica/Biometria óptica Exame ecográfico computadorizado necessário para se medir o comprimento axial do olho e determinar o grau da lente intraocular a ser implantada durante a cirurgia da catarata. Uso de colírios para realização do exame, que é de contato. Biometria óptica – IOL Master Biometria por interferometria de coerência óptica − IOL Master −, a qual apresenta uma precisão muito maior que a biometria ultrassônica. Pelo fato de ser de não contato proporciona também maior conforto ao paciente. A biometria realizada com o IOL Master fornece maior precisão em diversas situações, como: 1) Lentes intraoculares premium multifocais, bifocais, acomodativas e tóricas. 2) Pós-cirurgia refrativa. 3) Olho alto-míope e alto-hipermetrope. 4) Olhos com óleo de silicone. 5) Implantes secundários de LIO em afácicos e pseudofácicos. 6) Piggy back. 7) Troca de LIO. 8) Programação de LIO fáscica. Além da biometria, o IOL Master mede, com precisão, a profundidade da câmara anterior e a ceratometria. Medida do potencial de acuidade − PAM (“Acuidade visual com laser”; “Potencial de acuidade macular”) Exame que avalia o potencial de visão do olho. Ajuda a definir o prognóstico de alguns procedimentos cirúrgicos, como, por exemplo, catarata. Uma tabelinha de AV é projetada no fundo do olho do paciente. (Não há raio laser.) Microscopia especular de córnea Avaliação do endotélio corneano que fornece importantes dados sobre as células fundamentais para a manutenção da transparência da córnea. Esse exame é muito importante para o conhecimento exato dessas células no diagnóstico e no acompanhamento de diversas doenças que acometem a córnea, bem como para o planejamento e acompanhamento pós-operatórios de algumas cirurgias oculares. Orbscan Permite a avaliação da córnea em toda a sua espessura por meio de cortes tomográficos. É importante no pré-operatório das cirurgias refrativas. Outras aplicações incluem o diagnóstico e o acompanhamento da progressão de doenças da córnea (como o ceratocone), além de avaliação pré e pós-operatória de diversas cirurgias corneanas e intraoculares. O Orbscan, por meio de seu mecanismo de varredura em fenda, também fornece uma série de outras informações: mapa topográfico corneano; medida da espessura da córnea; avaliação da profundidade da câmara anterior (para o implante de lentes intraoculares fácicas); medida do diâmetro pupilar e posição exata do eixo visual. Campimetria computadorizada Avalia a função do nervo óptico e da retina, testando o campo de visão do paciente. Ajuda na detecção de alterações e no acompanhamento das alterações já existentes. O exame é importante para o acompanhamento de pacientes com glaucoma, patologias neuroftalmológicas e doenças da retina. Teste de sensibilidade ao contraste – Glare O exame visa comprovar o quanto o paciente tem de “visão de contraste” com e sem estímulo luminoso. Aberrometria A imagem que enxergamos pode apresentar distorções de “baixa ordem” − são aquelas corrigidas com graus de óculos − ou distorções conhecidas como “aberrações de alta ordem”; tais aberrações implicam principalmente a perda de qualidade visual com distorção dos pontos luminosos. O conhecimento das aberrações permite sua correção mediante cirurgia a laser personalizada. A análise das aberrações totais do sistema óptico permitiu o entendimento da perda de qualidade visual referida por alguns pacientes. Com essa tecnologia é possível planejar cirurgias refrativas que melhorem o desempenho visual da córnea humana. Oftalmoscopia direta (fundoscopia) e indireta (mapeamento de retina): Há necessidade de dilatação pupilar. A oftalmoscopia direta é o exame pelo qual o médico avalia a retina e o nervo óptico do paciente, em geral, sem necessidade de dilatação pupilar. O médico examina com o oftalmoscópio direto, que gera uma imagem ampliada. Na oftalmoscopia indireta, o médico avalia todo o polo posterior do olho com o auxílio de uma lente especial, observa artérias, veias e nervos da retina do paciente e transpõe, para um desenho esquematizado do fundo do olho, as lesões observadas. O exame é feito após dilatação pupilar. A imagem proporcionada é com ampliação menor, porém com maior campo visual, evidenciando-se a periferia da retina. Retinografia e/ou Estereofoto de papila É um exame no qual se documenta o fundo de olho mediante registro fotográfico. Podem ser feitas fotos da retina e do disco óptico. Há necessidade de dilatação pupilar. Fotografa-se a papila para avaliar o nervo óptico com auxílio de instrumentos que viabilizem uma análise tridimensional. Angiofluoresceinografia – “Angio” Exame extremamente necessário para uma avaliação detalhada da retina, seja para diagnóstico, acompanhamento ou tratamento de várias patologias, como, por exemplo, a retinopatia diabética e as degenerações retinianas. Um corante (fluoresceína sódica) é injetado em uma veia do braço para a realização do exame antes da sessão de fotos. OCT – Tomografia de coerência óptica de segmento posterior A tomografia de coerência óptica (OCT) é uma nova e revolucionária técnica de diagnóstico que permite a realização de “cortes virtuais” do órgão estudado. Seu mecanismo é semelhante ao do ultrassom, porém utiliza luz infravermelha de baixa intensidade em vez das ondas sonoras. Sem necessitar de qualquer contato com o olho, o tomógrafo de coerência óptica obtém imagens digitais de alta definição da retina e do nervo óptico. Há necessidade de dilatação pupilar. Pentacam® − Tomografia de coerência óptica de segmento anterior Permite a avaliação da córnea de forma detalhada, através de cortes tomográficos mínimos que fornecem a curvatura e a espessura de grande parte da córnea. É um OCT (tomografia computadorizada) de córnea. Avalia a profundidade da câmara anterior. As imagens do Pentacam revelam a profundidade do segmento anterior assim como a espessura do cristalino, fatores estes que auxiliam no diagnóstico diferencial de catarata. É um exame que fornece muitas informações para avaliações pósoperatórias de cirurgias corneanas e de implantes de lente. Visante® – Tomografia de coerência óptica de segmento anterior Exame para aquisição de imagens do segmento anterior do olho com alta resolução. Utiliza uma técnica de não contato para fornecer imagens nítidas e altamente detalhadas, além de dados biométricos precisos do segmento anterior, incluindo a forma da córnea e do ângulo da íris. O Visante informa dados pré e pós-cirúrgicos valiosos para o uso em cirurgia refrativa, transplante de córnea, glaucoma e cuidados com os implantes de lentes intraoculares. Ultrassom A ultrassonografia ocular visualiza as partes mais internas do olho utilizando uma sonda que é colocada em contato com a pálpebra. Indolor e sem necessidade de dilatação pupilar. Teste ortóptico e Cartões de acuidade de teller (CAT) O objetivo do teste ortóptico é estudar os casos de qualidade de visão binocular, em especial, em pacientes com estrabismo e ambliopia. Por isso, são aplicados vários testes sensoriais e motores para auxiliar o Ortoptista e o médico na escolha do melhor tratamento. O teste ortóptico é específico para cada faixa etária e pode ser indicado em qualquer idade, inclusive em bebês. No teste dos CAT, o objetivo é medir, por meio de cartões especiais, a acuidade visual dos pacientes (crianças) e deficientes intelectuais que não conseguem informar pelos métodos habituais. Gonioscopia Exame feito na lâmpada de fenda, em que o médico utiliza lente com espelhos diferenciados. É realizado um estudo do ângulo de drenagem do humor aquoso para caracterizar se ele é estreito, médio ou aberto e selecionar o colírio hipotensor mais apropriado para ser utilizado no tipo de glaucoma diagnosticado. Definição das Especialidades em Oftalmologia Catarata Trata-se da especialidade responsável por avaliar a opacidade do cristalino (lente do olho) chamada catarata. O especialista determinará se há ou não necessidade cirúrgica para melhorar a visão, qual é a melhor técnica cirúrgica a ser realizada e qual é a melhor lente artificial para substituir a natural. Cirurgia refrativa Trata-se da especialidade responsável por avaliar a possibilidade de correção dos erros refracionais (qual o tipo de deficiência visual – miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia) com a cirurgia a laser (cirurgia refrativa que utiliza o aparelho Excimer Laser), determinando se há ou não possibilidade de correção cirúrgica e qual a técnica a ser realizada. Lente de contato e refração Trata-se da especialidade responsável pelo tratamento clínico dos erros refracionais (miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia) através da utilização das lentes corretivas, sendo estas representadas pelos óculos ou pelas lentes de contato, determinando o grau ideal a ser utilizado em cada situação. Córnea e conjuntiva Trata-se da especialidade responsável por tratar as doenças da córnea [porção transparente do olho que fica anterior à porção colorida (íris)] e da conjuntiva [membrana que recobre a porção interna das pálpebras e a porção anterior do olho (encontra-se sobre a porção branca do olho/esclera)]. Esses tratamentos podem ser desde os transplantes de córnea até a retirada de tumores, tratamentos das conjuntivites e alergias. Glaucoma Trata-se da especialidade responsável por tratar o glaucoma [caracterizado por alterações da pressão intraocular, perda do campo periférico da visão e comprometimento do nervo óptico (responsável pela interação do olho com o sistema nervoso central)]. Cabe a esse especialista a realização de tratamentos ambulatoriais (determinando o uso de certos colírios) ou cirúrgicos para o controle da doença. Neuroftalmologia Trata-se da especialidade responsável pelo tratamento de doenças que acometem o nervo óptico e seus anexos [estruturas que são responsáveis pela interação do olho com o cérebro (sistema nervoso central)] nas mais variadas faixas etárias. O especialista analisa exames, como tomografia e ressonância magnética do encéfalo. Estrabismo Trata-se da especialidade responsável pelo tratamento daqueles indivíduos que apresentam o desvio de um ou de ambos os olhos de forma constante ou esporádica. Cabe a esse especialista determinar tratamentos que vão desde a utilização de tampão, uso de óculos especiais, sessões de estimulação visual até a realização de cirurgias corretivas. Oftalmopediatria Trata-se da especialidade responsável pela realização do primeiro exame oftalmológico nos primeiros dias de vida e seguimento oftalmológico-pediátrico das crianças, além de determinar, quando necessário, as terapias compatíveis com essa fase do desenvolvimento. Retina e vítreo Trata-se da especialidade responsável pela avaliação e pelo tratamento (clínico e cirúrgico) das doenças da retina e do vítreo. Os especialistas realizam exames pré e pós-operatórios para seguimento em outras especialidades. Úvea Trata-se da especialidade responsável pelo tratamento das doenças que acometem as estruturas vasculares do olho: íris (porção colorida do olho), corpo ciliar (estrutura responsável pela filtração do humor aquoso – líquido produzido pelo olho) e coroide (camada que fica localizada logo abaixo da retina). Órbita Trata-se da especialidade responsável por tratar das doenças associadas à cavidade óssea localizada na parte anterior do crânio na qual o bulbo ocular (olho − propriamente dito) juntamente com os músculos, responsáveis pelos movimentos do olho, ficam alojados. Cabe a essa especialidade realizar tratamentos clínicos e intervenções cirúrgicas relacionadas a essa estrutura óssea. Tumores Trata-se da especialidade responsável pelo diagnóstico, tratamento (clínico, radioterápico, quimioterápico e cirúrgico) e acompanhamento dos mais variados tumores que podem acometer o olho e suas estruturas anexas, como as pálpebras e os músculos oculares. Plástica ocular e estética Trata-se da especialidade cirúrgica responsável pela reparação ou estética das estruturas extraoculares, como as pálpebras. Vias lacrimais Trata-se da especialidade responsável pela avaliação e pelo tratamento (clínico e cirúrgico) das doenças que acometem o sistema de drenagem da lágrima pelo olho. Visão subnormal Trata-se da especialidade responsável por adequar aqueles pacientes que têm visão muito baixa aos seus afazeres diários e, desse modo, corroborar sua qualidade de vida, permitindo que eles interajam da forma mais habitual possível com o meio em que vivem mediante a adaptação de auxílios ópticos (desde óculos especiais até os mais variados tipos de lupa) e até mesmo de procedimentos cirúrgicos. Algumas Cirurgias Oftalmológicas Cirurgia de catarata: Único tratamento para a doença. Na presença da catarata e não havendo contraindicação, a cirurgia estará sempre indicada. Não é preciso esperar a catarata “amadurecer’’ (conceito antigo), pois isso pode tornar o procedimento mais difícil, com maiores chances de complicação durante o procedimento realizado com as técnicas mais avançadas. A indicação dessa cirurgia, na maioria das vezes, é chamada de “eletiva”, pois não constitui uma urgência médica, ou seja, pode ser realizada na data que o paciente preferir. Se a cirurgia for realizada em 1 semana, 1 mês ou 1 ano, o resultado provavelmente será o mesmo, mas o paciente terá “perdido” 1 semana, 1 mês ou 1 ano de boa visão, tempo que poderia ter desfrutado caso já tivesse operado. Facectomia Extracapsular (FEC) Técnica na qual se realiza uma incisão de cerca de 5 a 8 mm na região límbica superior (entre a córnea e o branco do olho). O núcleo do cristalino é removido, porém preservando sua cápsula, que servirá de suporte para o implante da lente intraocular. É retirada a parte central mais “dura” da catarata (denominada núcleo da catarata) e, em seguida, é executada a remoção dos resíduos “mais moles” (conhecidos como córtex da catarata) por meio de sucção. São necessários pontos para o fechamento da incisão. Indicada para a catarata muito densa, quando o quadro clínico-oftalmológico contraindica a facoemulsificação. Facoemulsificação O cirurgião faz uma pequena incisão no olho, introduz o facoemulsificador, que possui uma ponteira metálica que vibra na frequência ultrassônica, fragmenta o cristalino opaco em pedaços bem pequenos e os aspira ao mesmo tempo em poucos instantes. A facoemulsificação está indicada atualmente para a maioria dos pacientes com catarata, excetuando-se aqueles com catarata extremamente avançada ou portadores de outras anormalidades oculares que impeçam a realização dessa técnica. A técnica utiliza a energia de ultrassom para dissolver e aspirar o cristalino através de uma pequena incisão (cerca de 2,2 mm), que cicatriza rapidamente, não necessitando de pontos nem causando inflamação. No lugar do cristalino é implantada uma lente intraocular, dobrável, que passa pela pequena incisão. As vantagens de uma incisão pequena incluem: o Cicatrização mais rápida (recuperação visual mais acelerada); o menor trauma ao olho e melhor visão; o retorno mais rápido às atividades normais; o maior controle do astigmatismo induzido pela cirurgia. Lentes intraoculares (LIO) Com o passar dos anos, o cristalino, a lente natural do olho humano, perde a transparência e a capacidade de focalização, necessitando ser removido e substituído por uma lente artificial que reabilite a visão. Há vários modelos de lentes artificiais (chamadas lentes intraoculares) que são recomendadas e implantadas em pacientes operados de catarata, com resultados visuais altamente satisfatórios, com grande vantagem das lentes dobráveis. Exames pré-operatórios ajudam o cirurgião a determinar o valor dióptrico (grau) da lente a ser implantada e o local exato do implante dentro do olho. A escolha da lente é uma decisão conjunta do paciente e do médico, salientando que caberá ao cirurgião, por motivos técnicos e científicos, possíveis ajustes no momento cirúrgico. Tipos de LIO: LIOs monofocais dobráveis: Os oftalmologistas estavam restritos a determinar quão pequena uma incisão poderia ser de acordo com o tamanho do implante da lente intraocular (não dobrável). Isso acontecia porque a remoção do cristalino opaco, utilizando a técnica de facectomia extracapsular requeria suturas para fechar a incisão, cujo tamanho variava entre 5 e 8 mm. Tecnologia mais recente, que usa lentes intraoculares dobráveis, permite ao oftalmologista reduzir o tamanho da incisão. Com a remoção automatizada do cristalino opaco (facoemulsificação) e a utilização de lentes intraoculares dobráveis acrílicas, normalmente não são necessárias suturas, e o tamanho da incisão é menor que 3 mm. A recuperação do paciente é muito mais rápida, e os riscos pós-cirúrgicos são muito menores. Uma incisão pequena, combinada a uma LIO dobrável, pode fornecer muitas vantagens em relação às técnicas mais antigas, que utilizavam uma incisão maior. LIOs Multifocais − Lentes multifocais ou pseudoacomodativas: Proporcionam aos pacientes a boa visão de perto e de longe sem ter de usar óculos na maioria dos casos e com excelentes resultados clínicos, tais como: menos opacificação de cápsula posterior, menos contração capsular e menos inflamação no pós-operatório. A apodização reduz os fenômenos fóticos, tais como glare e halos associados à visão noturna. O design da zona óptica da lente proporciona uma visão de alta qualidade. No implante da LIO multifocal dobrável, o cirurgião pode optar pela técnica faco-coaxial, que exige apenas uma incisão de aproximadamente 2,2 mm, com a vantagem de não necessitar de mudança nos equipamentos e da técnica utilizada pela maioria dos operadores. As lentes intraoculares difrativas, multifocais, acomodativas e pseudocomodativas dão, ao paciente, a possibilidade de uma visão adequada às suas necessidades para todas as distâncias. LIOs Tóricas: A LIO tórica permite o planejamento da correção do astigmatismo com a cirurgia de catarata (facoemulsificação). O astigmatismo corneano regular pode ser corrigido com LIO tórica. O uso dessas lentes necessita do cálculo da LIO no biômetro e mais um cálculo com calculadoras específicas de cada laboratório, para análise do posicionamento do eixo a ser implantada. Técnica da monovisão: Pela definição de presbiopia, o cristalino perde sua elasticidade, não conseguindo, assim, exercer a acomodação. Princípio da acomodação: o olho possuir visão para longe e para perto sem nenhum auxílio óptico. Quando o médico propõe a monovisão, o paciente pode optar por implante de LIO´s monofocais e terá visão de longe e perto (assim como em adaptação de lentes de contato). Um LIO” para longe em um olho e “grau de outro “grau de LIO” para perto no outro olho. Pacientes com catarata com idade entre 38 a 70 anos obtêm melhores resultados. Esse processo é utilizado no mundo todo e traz muita satisfação aos pacientes. Na maioria dos casos, cerca de 90%, coloca-se a dioptria de longe no olho dominante. A cirurgia de catarata pode ser feita com o laser de femtosegundo para a realização da incisão, capsularrexe e fragmentação no núcleo. O facoemulsifador é utilizado após o laser. O laser de femtosegundo VICTUS™ pode executar procedimentos tanto de catarata como refrativos e tratamentos corneanos em uma única plataforma. Diferentemente da cirurgia refrativa na qual o seu uso fica restrito a moldar a superfície corneana, na cirurgia de catarata o laser é capaz de realizar as incisões, a abertura da cápsula anterior do cristalino para retirar a catarata e, por fim, diminuir a densidade da catarata, promovendo seu amolecimento. Sendo assim, os passos cirúrgicos ficam mais simplificados e seguros, diminuindo o risco sobremaneira. O laser de femtosegundo veio, sem dúvida, para ficar, porém é importante ressaltar que ele não evita as incisões ou mesmo a necessidade da utilização do facoemulsificador para a retirada de toda catarata. Cirurgia refrativa PRK (Ceratectomia fotorrefrativa): Nessa técnica, o Excimer Laser realiza a vaporização de alguns micra de tecido corneano, fazendo um “micropolimento” da face anterior da córnea, corrigindo a ametropia. É uma cirurgia ambulatorial que necessita somente de anestesia local por instilação de colírio. É possível dar alta imediatamente após a intervenção cirúrgica. Depois da remoção do epitélio da córnea pelo cirurgião, o laser é aplicado diretamente na superfície da córnea, sendo as pálpebras mantidas abertas por um pequeno afastador (blefarostato). O procedimento é rápido e indolor. O paciente utiliza uma lente de contato terapêutica por um curto período determinado pelo médico. LASIK: É a abreviação do termo inglês laser-assisted in situ keratomileusis. É uma das cirurgias mais populares do mundo nos últimos anos. É uma cirurgia ambulatorial que somente necessita de anestesia local por instilação de colírio, em que se levanta uma delicada camada da córnea (flap) utilizando-se um aparelho sofisticado e aplicando-se o laser numa camada mais interna, vaporizando alguns micra do tecido corneano e corrigindo a ametropia. Essa técnica é, em geral, utilizada em graus moderados e elevados. A recuperação é mais rápida do que na técnica de PRK, ocorrendo geralmente em menos de 24 horas após a intervenção. Implante de LIO na câmara anterior ou posterior – (Cachet e ICL): Lente para altas ametropias: A correção a laser da alta ametropia é considerada segura somente até um limite máximo de dioptrias. Outras técnicas são consideradas mais eficientes e seguras, como a técnica de implante de lente intraocular fácica (dobráveis). Essa lente é implantada, e não precisa ser trocada. Em geral, a totalidade do grau pode ser corrigida. A cirurgia é bastante segura, sendo a lente implantada por meio de uma pequena incisão. A cirurgia pode ser realizada somente com anestesia tópica, não havendo necessidade de internação, e a recuperação visual é quase imediata. Os estudos há muito tempo vêm confirmando sua segurança e eficácia nos altos míopes e também nos hipermetropes. As lentes fácicas foram aprovadas pelo FDA (Food and Drug Administration) em fevereiro de 2004 e recebeu sua autorização. Já foram implantadas em mais de 300 mil olhos em todo o mundo. Visian ICL − LIO fácica de câmara posterior: A última tecnologia em correção de astigmatismo, miopia e ceratocone. O procedimento é reversível, sendo um dos mais modernos do mundo no segmento e garante eficácia, devido à biocompatibilidade com os tecidos do olho humano. Um dos procedimentos mais utilizados na Europa e nos Estados Unidos, essa cirurgia é também uma das únicas alternativas para tratar o astigmatismo miópico composto em pacientes com ceratocone. O resultado positivo das lentes deve-se à composição de colágeno semelhante aos olhos humanos e ao formato anatômico, que permite que o material seja dobrado para passar por um micro-orifício durante a cirurgia. Flexivue – Inlay Inlay (microlente) intracorneano para correção óptica da presbiopia: Flexivue é o primeiro e único inlay óptico para presbiopia que pode ser implantado apenas no olho não dominante, facilmente, com o auxílio de um laser de femtosegundo. Pode ser posteriormente substituído à medida que a presbiopia avança e o grau aumenta. O Flexivue Microlens intracorneano oferece potência refrativa de +1,50 D a +3,5 D, e não possui potência óptica intrínseca. Possui o mesmo índice de refração da córnea e há alteração em sua curvatura. PresbyLASIK: Ametropia + Presbiopia: Por meio do software específico para a correção da presbiopia, denominado Presbymax, o cirurgião utiliza os princípios da cirurgia iLASIK para criar uma superfície corneana multifocal destinada a reduzir a dependência dos óculos para visão de perto. Na técnica do PresbyLASIK, a ablação por laser de SCHWIND AMARIS 750 S cria uma área central que é hiperpositiva para corrigir a visão de perto deixando a córnea em redor dessa área para a visão de longe. Personalizada: Essa técnica é individualizada e respeita as características de cada olho, baseando-se em um mapa tridimensional (espécie de impressão digital) obtido pela análise de wave front (“frente de onda”). Com todas as informações do modo como a pessoa enxerga, o cirurgião planeja um tratamento de correção especificamente para ela. Por ser mais eficiente, atuando seletivamente apenas nas áreas que necessitam de tratamento, há um “consumo” menor de tecido da córnea, sendo recomendada para altos graus e para pacientes que, mesmo com sua correção (óculos ou lentes de contato), não atingem ótima qualidade de visão. A cirurgia personalizada diminui sinais de ofuscamento e melhora a visão noturna. Intralase® e VICTUS™: Novo laser em cirurgia refrativa feito para pulsar em femtosegundo, usa a radiação infravermelha. Pacientes que têm indicação de Lasik podem substituir o procedimento para confecção do flap feito com instrumentos com lâminas tradicionais pelo Intralase® ou pelo VICTUS™. Essas características proporcionam um tratamento muito preciso, com o máximo de segurança. Cirurgia de retina e polo posterior: Retinopexia pneumática Tratamento para o descolamento da retina com a injeção de gás na cavidade vítrea, de modo que a bolha de gás pressione a área de rotura, forçando-a de volta para o lugar. Retinopexia com introflexão escleral Cirurgia para o tratamento de descolamento da retina feita com a fixação de um anel de silicone ao redor do globo ocular, com o objetivo de comprimir o olho, reduzindo o descolamento. Vitrectomia anterior Cirurgia para retirar uma pequena parte do humor vítreo (massa gelatinosa que preenche o interior do olho) das estruturas anteriores do olho. Vitrectomia posterior Cirurgia para retirar uma pequena parte ou todo o humor vítreo da parte posterior do olho. Vitrectomia via pars plana sem sutura Termo que indica um conjunto de procedimentos que se destina a retirar uma pequena parte ou todo o humor vítreo da câmara posterior do olho, por meio de pequenas incisões que não necessitam de sutura após a cirurgia. Cirurgia de glaucoma: Trabeculectomia com implante de tubo/válvula de Molteno Essa cirurgia implanta um tubo que funcionará como uma válvula, atravessando a malha trabecular e redirecionando o fluxo do humor aquoso para uma bolha no espaço subconjuntival. Trabeculoplastia a laser (SLT) A trabeculoplastia seletiva a laser é uma cirurgia que usa uma combinação de frequências de laser que permite o tratamento com pouca energia. Ele trata células específicas da malha trabecular, deixando outras porções intatas. Isso possibilita que o procedimento seja repetido várias vezes e pode ser uma alternativa para pacientes tratados anteriormente com laser tradicional. Iridectomia a laser Procedimento destinado ao tratamento e à prevenção de glaucomas de ângulo fechado. Uma pequena abertura periférica é criada na íris para que o humor aquoso passe livremente da câmara posterior para a câmara anterior do olho. Transplante de córnea: Ceratoplastia lamelar É o transplante da parte anterior da córnea, indicado em casos de patologias que afetam essa porção. Ceratoplastia penetrante É o transplante de córnea envolvendo toda a sua espessura. Indicada em casos de patologias que afetam todas as camadas da córnea. Transplante de córnea a laser: Intralase® ou VICTUS™ Transplante de córnea realizado por um laser com pulsos de energia de curta duração e altíssima velocidade (femtosegundo). Permite maior precisão na incisão corneana, pois utiliza o laser em vez de lâminas e aumenta a segurança do procedimento. Anel para ceratocone – KERARING® O anel intraestromal é um pequeno segmento semicircular, implantado na córnea para corrigir a visão em pacientes com ceratocone. O objetivo é causar um aplanamento da córnea mudando a refração. Crosslinking® Procedimento que utiliza radiação ultravioleta e colírio de riboflavina para promover o enrijecimento da córnea de pacientes com ceratocone e outras ectasias corneanas em progressão. Botox® É o nome comercial para a toxina botulínica. Foi a primeira a ser liberada para o uso estético, por isso é a mais conhecida. Toxina botulínica: É uma substância produzida com a bactéria Clostridium Botulinum. Quando aplicada em pequenas doses, ela impede a contração muscular, suavizando as linhas de expressão. Utilizada em plástica ocular e estrabismo. Laser em Oftalmologia Trabeculoplastia com laser de argônio Em paciente com glaucoma de ângulo aberto, pode-se realizar a trabeculoplastia com laser de argônio, que cria pequenas alterações no ângulo da câmara anterior. As marcas promovidas pelo laser sofrem um processo de cicatrização, abrindo o ângulo da câmara anterior e aumentando a filtração do humor aquoso, o que leva a uma diminuição da pressão intraocular (PIO). Tem como efeito colateral a inflamação da câmara anterior do olho, e não pode ser repetida mais do que uma vez. Trabeculoplastia a laser (SLT) A trabeculoplastia seletiva a laser é um tipo de cirurgia a laser que usa uma combinação de frequências, permitindo um tratamento com pouca energia. Ele trata células específicas da malha trabecular, deixando outras porções intatas. Isso permite que o procedimento seja repetido várias vezes e pode ser uma alternativa para pacientes tratados anteriormente com laser tradicional sem sucesso. Fotocoagulação a laser É um dos mais eficientes métodos de tratamento das doenças retinianas. Utiliza uma fonte geradora de laser para propiciar a coagulação de estruturas oculares (retina, coroide, íris etc.). É realizada, em especial, nos pacientes com retinopatia diabética, obstruções vasculares e rupturas retinianas. Iridectomia Procedimento cirúrgico que se destina ao tratamento e à prevenção de hipertensão ocular (glaucoma) no qual uma pequena abertura é criada manualmente na íris para que o humor aquoso passe livremente da câmara posterior para a câmara anterior do olho. Iridotomia a laser Procedimento cirúrgico que se destina ao tratamento e à prevenção de hipertensão ocular (glaucoma) no qual uma pequena abertura é criada com utilização de laser na íris para que o humor aquoso passe livremente da câmara posterior para a câmara anterior do olho. Pode ser realizada no aparelho de SLT. Capsulotomia Procedimento que utiliza o YAG Laser para fazer uma abertura na cápsula posterior do cristalino, quando a acuidade visual fica comprometida pela sua opacificação após a correção cirúrgica da catarata. Indicado em grande porcentagem dos pacientes submetidos à cirurgia de catarata. Excimer Laser É o laser ultravioleta usado em cirurgia refrativa que permite a correção do grau com altíssima precisão. Derivado da combinação de gases (argônio e fluoreto) e estimulação luminosa, produzindo um dímetro que, quando recebe o laser, gera uma luz ultravioleta. É um laser frio, que não aquece o ar nem as superfícies ao seu redor. O raio ultravioleta penetra uma pequena distância microscópica na superfície da córnea. O calor gerado pela energia liberada pelo laser é dissipado junto com essa camada microscópica da córnea, e a esse processo se dá o nome de fotoablação. Laser de femtosegundo − Dois aparelhos: Intralase® e VICTUS™ Novos aparelhos a laser para cirurgia refrativa e tratamentos corneanos feitos para pulsar em femtosegundo usando radiação infravermelha. São muito mais rápidos que os lasers tradicionais. Flap corneano para cirurgia refrativa, o “botão” da córnea para transplante e o “túnel” para implante de anel intracorneano podem, pelo aparelho de laser com femtosegundo, ser realizados totalmente a laser com maior precisão, pois o utiliza em vez de lâminas, o que aumenta a segurança do procedimento. O VICTUSTM pode ser utilizado também na cirurgia de catarata para realização da incisão, da capsularrexe e da fragmentação do cristalino. Mitos e curiosidades Ler demais faz mal aos olhos? Ler nunca fez mal a ninguém! A "vista cansada", chamada de presbiopia, é resultado do processo natural de envelhecimento. Criança que brinca de “entortar” os olhos pode ficar vesga? Não, de jeito nenhum. Quem não usa óculos piora a visão? Forçar a visão sem óculos pode causar dores de cabeça ou tonturas, isso não significa que a visão esteja sendo danificada. O grau de deficiência não vai aumentar por causa disso. O que pode ocorrer é o cérebro se acostumar com uma visão ruim, e, ao fazer novos exames, o paciente se surpreender com sua refração atualizada. Vitamina A é boa para a vista? A carência de vitamina A pode causar um distúrbio chamado “cegueira noturna”, que é a dificuldade de distinguir imagens em locais escuros. Mas esse quadro de carência só aparece em desnutrições graves. Assistir TV à curta distância prejudica a visão? O que se tem constatado é que deficiências visuais, como miopia, hipermetropia ou astigmatismo, são causadas por uma formação irregular do globo ocular determinada por fatores genéticos, ou seja, não são causadas pelos hábitos. É verdade, porém, que ficar muito tempo em frente ao vídeo pode causar sintomas desconfortáveis. Ficar muito tempo com o olhar fixo na tela diminui a frequência das piscadas que lubrificam o olho, favorecendo seu ressecamento. Filhos de pessoas míopes ou hipermetropes terão de usar óculos? As deficiências visuais podem, de fato, fazer parte da herança genética de uma pessoa. Mas isso não quer dizer que todas as características serão passadas diretamente de pai para filho. Uma criança cujos pais tenham miopia, hipermetropia, astigmatismo ou estrabismo pode nascer com a visão normal. Anel aquecido trata terçol, e leite materno cura conjuntivite de bebê? O tratamento do terçol baseia-se na aplicação de compressas mornas e, às vezes, na associação de antibióticos em forma de pomadas. O calor do anel aquecido pode até ter o efeito semelhante, mas não é o tratamento mais adequado. Com bebês, o cuidado deve ser ainda maior. Jamais aplique nenhuma substância no corpo da criança sem consultar o médico, mesmo que pareça algo inofensivo como o leite materno. Uma conjuntivite não tratada adequadamente pode comprometer a visão. Ler dentro de veículos em movimento ou de avião causa descolamento de retina? Ler ao estar em movimento pode causar tontura ou náusea, mas ainda não se sabe se é capaz de afetar a retina. O descolamento de retina é, em geral, provocado por um evento traumático. As pessoas que têm um alto grau de miopia estão mais sujeitas a sofrer esses problemas e devem fazer exames antes de viajar em aviões e se envolver em esportes radicais. Quem usa óculos não pode doar a córnea? Miopia, hipermetropia e astigmatismo não são, de forma alguma, contraindicações para doação da córnea. Na hora do transplante, o cirurgião pode fazer as correções que forem necessárias. O uso de lentes de contato estabiliza a miopia? Não. O que ocorre, na realidade, é que a época em que se costuma prescrever as lentes, em geral, coincide com a idade em que a miopia “estaciona” naturalmente, após os 20 anos. Fonte: http://www.drpaulolarocca.com.br/index.asp?s=20&cod=45 Seja íntegro em suas atividades, siga os mandamentos da ética profissional e durma com a consciência tranquila. 1) Ser honesto em qualquer situação. 2) Ter coragem para assumir as decisões. 3) Ser tolerante e flexível. 4) Ser íntegro e agir de acordo com seus princípios. 5) Ser humilde. “Respeite aqueles que confiam em você.” Utilize as informações deste manual e dos treinamentos do programa de educação continuada em Oftalmologia para contribuir com a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Vamos trabalhar juntos em prol de uma medicina preventiva no Brasil. Prevenção é a solução! Equipe do Instituto Verter OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) mantida pelo Grupo CERPO Contatos: [email protected] [email protected] Este manual não pode ser comercializado.