Princípio da Interação Fármaco-Receptor Princípio da Interação Fármaco-Receptor Descrição Quantitativa do Efeito de um Fármaco Como explicar a observação empírica de quanto maior a dose, maior o efeito observado? Compreender e quantificar os efeitos produzidos pelos fármacos Princípio da Interação Fármaco-Receptor 1) Lei de Ação das Massas – Langley (1878) Efeito resultava da interação fármaco-célula 2) Teoria da Ocupação – Clark (1920) O efeito de um fármaco é diretamente proporcional à fração de receptores ocupados. O efeito máximo só seria alcançado quando todos os receptores fossem ocupados. 0% de ocupação – 0% de efeito 100% de ocupação – 100% de efeito ou efeito máximo Fração intermediária de receptores ocupados – efeito intermediário Princípio da Interação Fármaco-Receptor K1 Fármaco + Receptor Fármaco-Receptor Efeito K2 [DR] = [R]total x [D] kd + [D] [E] = [E]máximo x [D] CE50 + [D] Onde kd = constante de dissociação fármaco-receptor e CE50 é a concentração do fármaco que produz 50% do efeito máximo Princípio da Interação Fármaco-Receptor Princípio da Interação Fármaco-Receptor Entretanto a teoria de Clark não explicava porque alguns fármacos nunca produziam efeitos máximos, mesmo que todos os receptores estivesses ocupados Princípio da Interação Fármaco-Receptor 1) Lei de Ação das Massas – Langley (1878) 2) Teoria da Ocupação – Clark (1920) 3) Atividade Intrínseca (α) – Ariens (1954) – introduz o conceito de atividade intrínseca – capacidade do fármaco de se ligar ao receptor, ativá-lo e de desencadear uma resposta. Agonista: ligante que se acopla a um receptor e produz um efeito (ex: histamina) Antagonista: ligante que se acopla a um receptor e não produz efeito (ex: antihistamínicos) Agonista Inverso: ligante se liga ao receptor e causa uma redução do nível de ativação constitutiva - beta carbolinas e sistema benzodiazepinico α - Emáx Fármaco x Emáx Agonista total α = 1 – agonista total α = 0 – antagonista 0 < α <1 – agonista parcial Princípio da Interação Fármaco-Receptor 1) Lei de Ação das Massas – Langley (1878) 2) Teoria da Ocupação – Clark (1920) 3) Atividade Intrínseca (α) – Ariens (1954) 4) Eficácia Intrínseca (Sthephenson, 1956, Furchgott, 1966, Kenakin, 1987) – Evolução do conceito anterior de atividade intrínseca – eficácia intrínseca – depende de características do fármaco e do tecido K1 F+R ε DR E K2 E = f x ε x [R] x [F] Kd x [F] Onde: E = Efeito f = Característica do tecido ε = Eficácia intrínseca – característica do ligante [R] = densidade de receptores (característica do tecido) [F] = concentração do ligante Kd = constante de dissociação do fármaco Ariens e Furchgott são diferentes – é possível que 2 agonistas tenham atividade intrínsecas iguais e diferentes eficácias Princípio da Interação Fármaco-Receptor Receptores de Reserva: Em alguns tecidos, agonistas com grande eficácia podem produzir efeito máximo mesmo que somente uma fração dos receptores seja ocupada. Consequência: Não-linearidade entre ocupação dos receptores e efeito CE50 < Kd Representação Gráfica: • Curva concentração x Efeito • Curva log concentração x Efeito Representação Gráfica: • Curva concentração x Efeito • Curva log concentração x Efeito Princípio da Interação Fármaco-Receptor Análise de curvas dose-resposta graduais Princípio da Interação Fármaco-Receptor Curvas dose-resposta graduais Princípio da Interação Fármaco-Receptor Curvas dose efeito graduais Potência: a potência designa a concentração (CE50) ou dose (DE50) de um fármaco necessária para produzir 50% do efeito máximo. Eficácia: está relacionada ao efeito máximo Inclinação da curva: dá informações a respeito da ligação do fármaco ao receptor DE50 = DOSE DO FÁRMACO QUE PRODUZ 50% DO EFEITO MÁXIMO – DOSE – ENSAIOS “ IN VIVO” CE50 – CONCENTRAÇÃO DO FÁRMACO QUE PRODUZ 50% DO EFEITO MÁXIMO CONCENTRAÇÃO – ENSAIOS “ IN VITRO” MAIOR POTÊNCIA- O COMPOSTO QUE POSSUIR MENOR DE50 OU CE50 UM FÁRMACO PODE SER MENOS POTENTE, PORÉM PODE SER MAIS EFICAZ B EFEITO A DE50A DE50B LOG DOSE DE50 A< DE50B LOGO A É MAIS POTENTE QUE B EFEITO MÁXIMO DE B > EFEITO MÁXIMO A LOGO B É MAIS EFICAZ QUE A Princípio da Interação Fármaco-Receptor Tipos de Antagonismo Antagonismo: O efeito de um fármaco é diminuído ou abolido pela presença de outro fármaco Classificação: Antagonismo Superável e Não-Superável Superável: A inibiçao exercida pelo antagonista é vencida quando se aumenta suficientemente a concentração do agonista Característica da Representação Gráfica nessa situação: • Ocorre deslocamento da curva para a direita • Ocorre manutenlção do Efeito Máximo • Aumento da CE50 Possível Mecanismo Molecular envolvido: antagonismo competito reversível Não-Superável: a inibição exercida pelo antagonista não é vencida mesmo quando se aumenta suficientemente a concentração do agonista. Característica da representação gráfica nessa situação: • Não ocorre deslocamento da curva para a direita • ↓ E máx • CE50 – manutenção ou aumento Possíveis mecanismos moleculares envolvidos: 1) Antagonismo competitivo irreversível – fenoxibenzamina – antagonista irreversível dos receptores alpha adrenérgicos 2) Antagonismo não-competitivo – antagonismo alostérico (antagonista se liga em outro sítio que não seja aquele do agonista e gera modificação conformacional do sítio ativo que perde a afinidade pelo ligante). Princípio da Interação Fármaco-Receptor Princípio da Interação Fármaco-Receptor Outros tipos de antagonismo: Químico: um fármaco pode antagonizar as ações de um segundo fármaco ligando-se a ele e inativando-o. Ex: protamina e heparina Fisiológico: dois agonistas influenciam o mesmo fenômeno em direções opostas Ex: insulina combate os efeitos hiperglicêmicos dos glicocorticóides Princípio da Interação Fármaco-Receptor Acoplamento Receptor-Efetor Modelo Estático: Chave e Fechadura (desuso) Modelo Dinâmico: ligação levaria a mudança conformacional do receptor e desencadearia uma cascata de eventos que levaria a um efeito. 1) Modelo do Ajuste Induzido - a ligação acontece e gera uma mudança conformacional do receptor. Uma parte de sua estrutura ativa outras proteínas intracelulares, ou abre canal iônico, etc. Torna-se ativo em fução da ligação. D+R DR (inativo) DR* (ativo) Princípio da Interação Fármaco-Receptor 2) Modelo dos dois estados Hipótese: o receptor já preexiste sob a forma de 2 conformações possíveis (uma majoritária e outra minoritária ativa), independente da presença ou não do fármaco. R (inativo) R* (ativo) RD (inativo) RD* (ativo) O fármaco pode ter afinidade para uma forma ou outra. Princípio da Interação Fármaco-Receptor Análise de curvas dose-resposta quantais Princípio da Interação Fármaco-Receptor Curvas dose-efeito quantais Usada quando a resposta farmacológica for um evento tudo ou nada Ex: prevensão de convulsões, arritmias ou morte. Dose Mediana Eficaz: dose em que 50% dos indivíduos apresentam o efeito quantal especificado (DE50) Dose Tóxica Mediana: dose em que 50% dos indivíduos apresentam efeito tóxico especificado (DT50). Se esse efeito for a morte – DL50. Dose Tóxica Mínima (DT1) Dose Efetiva Mínima (DE99) Índice Terapêutico (IT) = margem de segurança de um fármaco utilizado para produzir efeito especificado IT = DL50 = DT1 DE50 CE99 IT pode ser considerado baixo quando se tem uma diferença menor que 2 vezes entre os valores de DL50 e DE50, ou existe uma diferença menor que 2 vezes entre as doses tóxicas (letais) mínimas e as doses efetivas mínimas no sangue. Princípio da Interação Fármaco-Receptor Curvas dose-efeito quantais