A cura através da imposição de mãos - Associação Médico

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A cura através da imposição de mãos
A troca de energia através das mãos tem sua eficácia divulgada em várias
correntes filosóficas e, nos últimos 40 anos, a ciência traz pesquisas da aplicação e
benefícios da mesma na área da saúde
O Toque Terapêutico é uma técnica contemporânea de terapia complementar
desenvolvida por Dolores Krieger e Dora Kunz, na década de 70. A expressão “toque
terapêutico” corresponde à conhecida técnica de “imposição de mãos”, amplamente
estudada pela Doutrina Espírita como fator promotor de benefícios na área da saúde.
Por ser um meio não invasivo, pode ser utilizado como complemento da terapia ou
tratamento utilizado nos doentes.
O toque terapêutico tem registros antigos: aparece no Papiro de Ebers, um dos
tratados médicos mais antigos e importantes que é conhecido. Este tratado foi escrito no
Antigo Egito e é datado de 1552 a.C. A confirmação deste achado aparece também no
livro “O Espiritismo perante à Ciência”, de Gabriel Delanne no trecho “Os egípcios ...
empregavam, no alívio dos sofrimentos, os passes e a aposição de mãos, como os
executamos ainda em nossos dias”. Esta prática aparece por toda a história da
humanidade, como na Bíblia, na época dos romanos, na ascensão da medicina árabe
com Aviccena, em épocas medievais, etc.
O médico Paracelso (1493-1541) coloca mais explicitamente a existência de uma
força vital magnética e que essa substância sutil possuía notáveis qualidades curativas,
pode-se encontrar o principio de bases para o magnetismo que viria a ser descoberto
alguns séculos depois. Robert Fludd, médico e místico, atuante no século seguinte a
morte de Paracelso, acreditava que os seres humanos possuíam as propriedades
magnéticas semelhantes às dos imãs. Esta utilização terapêutica na cura de pessoas
começa a ser didaticamente estudada após as descobertas de Franz Mesmer, com o
detalhamento do magnetismo animal, em 1779.
No final da década de 60, Dora Kunz estudava a imposição de mãos praticada
por Oskar Estebany, um coronel húngaro com a reputação de ter poderes de cura de
bócio com seu toque terapêutico. Kunz convidou Krieger a conhecer o trabalho
realizado por Estebany. Krieger observava cuidadosamente as sessões onde ele se
aproximava do paciente e suavemente movia as mãos para o ponto em que sentia a
necessidade de cura. Ao perceber que a prática aliviava e promovia a cura de grande
variedade de doenças, Krieger passou a se dedicar a estudar a aplicabilidade deste
fenômeno, introduzindo-o no cuidado com o paciente.
Em meados da década de 70, Dolores Krieger, enfermeira e professora na escola
de Enfermagem da universidade de Nova Iorque, e a terapeuta Dora Kunz introduziram
a prática que denominaram “toque terapêutico”, com a finalidade de promover a
melhora da saúde física e emocional.
Os princípios científicos que sustentam esta terapia baseiam-se na concepção de
que o ser humano possui um campo de energia que pode estender-se além da pele, é
abundante, e flui em determinados padrões que se pretendem equilibrados.
A metodologia deste trabalho é bem semelhante ao passe ministrado em centros
espíritas: a pessoa que aplica o toque terapêutico entra em estado meditativo
objetivando a cura do paciente. Com compaixão e motivação, o curador foca o desejo
de ajudar e até mesmo curar o individuo. Esta vontade é parte importante do processo.
Com este pensamento, o campo de energia individual é acessado e a troca de
energia faz-se real. As mãos podem agir como um instrumento onde a sensibilidade e a
intuição ficam mais vulneráveis a sensações que indicam onde a energia do paciente
possa apresentar algum bloqueio. Após a determinação onde das áreas que possam estar
em desequilíbrio, o curador começa a mover ou distribuir a energia pelo corpo,
aliviando partes doloridas ou congestionadas e melhorando aquelas que estão sem tanta
energia.
COMPROVAÇÕES CIENTÍFICAS DO TOQUE TERAPÊUTICO - Desde a
década de 60, pesquisas acadêmicas mostram a eficácia da utilização do toque
terapêutico, ou imposição de mãos. Inicialmente realizada com animais, as pesquisas
logo foram direcionadas a pessoas com diferentes tipos de patologias. Em 1975,
Dolores Krieger demonstrou os efeitos do toque terapêutico através da medição de
índices fisiológicos em seres humanos após estudos laboratoriais. Comprovou que após
a imposição de mãos ocorrem significativas alterações fisiológicas em doentes
hospitalizados em diferenciados casos clínicos. Este estudo foi publicado na Revista
Americana de Enfermagem, em 1979, sob o título de “Therapeutic touch: searching for
evidence of physiological change” (Toque Terapêutico: busca por evidências de
mudanças fisiológicas).
A maioria dos estudos foi realizada em ambiente hospitalar com grupos de
controle. Procedeu a uma investigação com a colaboração de profissionais de saúde em
que participaram vários doentes divididos em dois grupos, foram seguidos ao longo de
três anos. Um grupo recebeu o tratamento convencional, o outro recebeu além do
tratamento instituído a imposição de mãos. Conforme a própria Dolores Krieger
escreveu após detalhado estudo dos benefícios desta prática em pacientes oncológicos,
os níveis da hemoglobina nos doentes com neoplasia submetidos ao toque terapêutico
aumentaram significativamente, apesar de estarem a ser submetidos à quimioterapia.
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde de Washington (EUA), com base
em cerca de trinta teses de doutoramento foi atribuído ao Toque Terapêutico, em 1994,
a comprovação da sua eficácia como terapia alternativa. A maioria dos estudos da
evidência científica relaciona-se com a diminuição da intensidade da dor e do estresse e
aumenta a resposta em tratamentos, incluindo a cicatrização de cortes e feridas. A
diminuição da ansiedade e indução de relaxamento também aparecem com significância
em diversos estudos.
Em fevereiro de 2005, o “Australian Nursing Journal” traz um artigo acerca da
aplicação do toque terapêutico em idosos com diversas patologias. Foram selecionados
121 doentes de acordo com os critérios de inclusão definidos pelas autoras (Sue
Gregory e Julie Verdouw), tendo sido reagrupados conforme as diversas patologias.
Relativamente ao total de doentes que referiam dor (53), após a aplicação da imposição
de mãos, os mesmos referiram que a intensidade da dor diminuiu em aproximadamente
40%.
O trabalho desenvolvido pela enfermeira Dolores Krieger tem crescido e
angariou muitos adeptos em vários países. O toque terapêutico assumiu a condição de
curso, e passou a ser ministrado para os alunos do Mestrado e Doutoramento em
Enfermagem, na Universidade de Nova Iorque e também pela ordem dos enfermeiros
da província de Quebec, no Canadá e por muitos hospitais americanos, sendo incluído
no currículo escolar como disciplina na oncologia, saúde materna e nos pacientes com
transplante dos órgãos.
Desde a introdução do toque terapêutico, Krieger já divulgou e realizou
treinamentos para enfermeiras em várias universidades. Estima-se que mais de 70 mil
enfermeiros, fisioterapeutas, auxiliares e terapeutas ocupacionais tenham participado de
treinamentos conduzidos por Krieger e sua colega Kunz..
Em 1981, Dolores Krieger publicou “Foundations for Holistic Health Nursing
Practices” e o manual, As Mãos: Como usá-las para ajudar ou curar, em 1992. Seu livro
mais recente é Toque Terapêutico: Novos Caminhos da Cura Transpessoal, de 2002.
Neste ano, a enfermeira Dolores Krieger participa do 2º Congresso Espírita dos
Estados Unidos trazendo um pouco mais sobre as descobertas e pesquisas acerca do
toque terapêutico e dos benefícios que esta técnica não-invasiva traz à melhora e até
mesmo cura de diversos quadros patológicos.
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