A acupuntura na oncologia

Propaganda
1
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
SANDRA MORI KUWAJIMA
A ACUPUNTURA NA ONCOLOGIA
MOGI DAS CRUZES, SP
2009
2
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
SANDRA MORI KUWAJIMA
A ACUPUNTURA NA ONCOLOGIA
Monografia apresentada ao programa de
pós-graduação da UMC – Universidade
de Mogi das Cruzes – como parte dos
requisitos necessários à obtenção do
título de Especialista em Acupuntura.
Profa. Orientadora: Profª. Bernadete Nunes Stolai
Co-Orientadora: Profª. Romana de Souza Franco
MOGI DAS CRUZES, SP
2009
3
SANDRA MORI KUWAJIMA
A ACUPUNTURA NA ONCOLOGIA
Monografia apresentada ao programa de
pós-graduação da UMC – Universidade
de Mogi das Cruzes – como parte dos
requisitos necessários à obtenção do
título de Especialista em Acupuntura.
Aprovado em: _______________
BANCA EXAMINADORA
Profª. Bernadete Nunes Stolai
Universidade de Mogi das Cruzes – UMC
Profª. Romana de Souza Franco
Universidade de Mogi das Cruzes – UMC
4
AGRADECIMENTOS
Aos professores que dedicaram parte de suas vidas em transmitir
conhecimento e suas experiências raras.
À família, amigos e colegas que tornaram esta experiência um
aprendizado constante.
5
RESUMO
Esta revisão bibliográfica teve como objetivo, identificar quais os benefícios da
acupuntura em pacientes que realizam o tratamento quimioterápico do câncer,
uma vez que esta doença tem avançado em número e grande parte dos pacientes
necessita deste tipo de tratamento. Observou-se na maioria dos estudos a
redução dos sintomas de náuseas, vômito, fadiga, além de diminuição dos
sintomas característicos do próprio desenvolvimento da patologia como a dor e
efeitos colaterais freqüentes, como a xerostomia.
Com esta revisão observou-se que a acupuntura pode auxiliar o paciente
oncológico, como terapia complementar, a fim de minimizar algumas
manifestações constantes e bastante comuns quando este paciente se submete ao
tratamento quimioterápico.
Palavras-chave: acupuntura, câncer, quimioterapia.
6
LISTA DE TABELAS
TABELA 1
Classificação dos Agentes Quimioterápicos e seus
mecanismos de ação.......................................................
16
TABELA 2
Potencial emético das drogas quimioterápicas................ 19
TABELA 3
Parâmetros que limitam o tratamento quimioterápico e
seus riscos.......................................................................
20
TABELA 4
Sintomas de Neurotoxicidade Central e Drogas
relacionadas..................................................................... 22
TABELA 5
Sintomas de Neurotoxicidade Periférica e Drogas
relacionadas..................................................................... 23
TABELA 6
Sintomas de Neurotoxicidade Craniana e Drogas
relacionadas..................................................................... 23
TABELA 7
Contra-indicações em acupuntura – particularidades
técnicas............................................................................ 32
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................... 9
2 METODOLOGIA....................................................................... 11
3 ONCOLOGIA............................................................................ 12
3.1 TRATAMENTO CONVENCIONAL........................... 12
3.2 QUIMIOTERAPIA......................................................... 13
3.2.1 Tipos de Quimioterapia....................................... 14
3.2.1.1 Neoadjuvante.......................................... 14
3.2.1.2 Adjuvante................................................. 14
3.2.1.3 Curativa.................................................... 15
3.2.1.4 Potencializadora...................................... 15
3.2.1.5 Paliativa................................................... 15
3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS........... 15
3.4 TOXICIDADE................................................................ 16
3.4.1 Toxicidade aguda................................................. 17
3.4.2 Toxicidade tardia.................................................. 19
3.4.3 Toxicidade hematológica..................................... 19
3.4.4 Toxicidade gastrintestinal..................................... 20
3.4.5 Hepatotoxicidade.................................................. 21
3.4.6 Neurotoxicidade................................................... 21
3.4.7 Toxicidade vesical e renal.................................... 23
3.4.8 Disfunção sexual e reprodutiva............................ 24
3.4.9 Toxicidade dermatológica..................................... 24
4 TRATAMENTO COM ACUPUNTURA..................................25
4.1 CONSIDERAÇÕES......................................................... 25
4.2 INDICAÇÕES DA ACUPUNTURA EM
PACIENTES ONCOLÓGICOS.................................... 26
4.2.1 A acupuntura em relação aos sintomas em
pacientes em tratamento quimioterápico........................ 27
4.3 CONTRA-INDICAÇÕES DA ACUPUNTURA
EM PACIENTES ONCOLÓGICOS............................ 31
4.4 RESTRIÇÕES................................................................. 32
4.5 SEGURANÇA................................................................. 33
5 ACUPUNTURA NA PRÁTICA CLÍNICA EM
PACIENTES ONCOLÓGICOS......................................... 34
5.1 EFEITOS ANTI-EMÉTICOS......................................... 34
5.2 CONTROLE DA DOR.................................................... 35
8
1 INTRODUÇÃO
Segundo a OMS, o câncer é uma doença que afeta a todos sem distinção
de idade, classe social ou sexo. Representa um enorme fardo para os pacientes,
familiares e para a sociedade. O câncer é uma das principais causas de morte no
mundo, especialmente em países em desenvolvimento, porém, mesmo em
estágios avançados de câncer, o sofrimento dos pacientes pode ser aliviado com
um bom cuidado paliativo (OMS, 2008).
No Brasil, as estimativas para o ano de 2008, válidas também para o ano
de 2009, apontam que ocorrerão 466.730 casos novos de câncer. Os tipos mais
incidentes, à exceção do câncer de pele do tipo não melanoma, serão os cânceres
de próstata e de pulmão, no sexo masculino, e os cânceres de mama e de colo do
útero, no sexo feminino, acompanhando o mesmo perfil da magnitude observada
no mundo (INCA, 2007).
Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde, cuidados
paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar,
ativa e integral a pacientes cuja doença não responde mais ao tratamento
curativo, sendo o principal objetivo a garantia da melhor qualidade de vida,
tanto para o paciente quanto para seus familiares, através do controle da dor e
demais sintomas, em suas dimensões psicossociais e espirituais (INCA, 2001).
Apesar de haver tratamento para maioria dos sintomas no curso do
tratamento do câncer, a acupuntura surge como uma terapia complementar, neste
tratamento que envolve uma grande quantidade de sintomas relacionados tanto
ao curso da própria doença, quanto de efeitos colaterais dos medicamentos
empregados, onde nem sempre a terapia convencional é eficaz para todos os
pacientes em grau satisfatório.
Assim, este trabalho pontua com base na literatura pesquisada, como a
acupuntura pode ser útil para melhoria de certos sintomas, com o objetivo de
9
ampliar as opções de tratamento complementar em pacientes em tratamento
quimioterápico.
10
2 METODOLOGIA
Foi realizado um levantamento da literatura científica nas Bibliotecas da
Universidade de Mogi das Cruzes – UMC e da Universidade Federal de São
Paulo e em sites de confianças como Bireme, OMS a fim de se conhecer
publicações recentes sobre a aplicação da acupuntura em pacientes oncológicos.
Considerou-se trabalhos publicados em meio científico relevante sobre o tema e
literatura de autores conceituados para embasamento deste trabalho.
11
3 ONCOLOGIA
O termo oncologia deriva dos termos oncos- câncer e logia – estudo. O
termo câncer, mais antigo e com origem no latim (caranguejo), o que aliás
também pode ser usado como símbolo de tais patologias, serve para designar
claramente as neoplasias malignas, (sendo as patas do caranguejo símbolos da
característica infiltrativa do mesmo).
Conceitualmente, as neoplasias malignas se caracterizam por uma
proliferação anormal e desordenada de um determinado tecido, que passa a agir
de forma autônoma e anárquica; portanto, sem controle pelo organismo
hospedeiro.
Neoplasias Malignas são formadas por células geneticamente alteradas e
instáveis. Tais alterações, inicialmente restritas a uma única célula, na maioria
das vezes, gera toda uma população de células em tempo de duplicação menor
que o tempo de duplicação celular do tecido normal que originou tal tumoração.
A fração de crescimento das neoplasias malignas, ou seja, o percentual de
células em mitose é muito maior que o número de células perdidas
normalmente, traduzindo o crescimento da lesão (BARACAT et al., 2000).
3.1 TRATAMENTO CONVENCIONAL
Segundo Baracat et al. (2000), uma vez diagnosticado uma neoplasia
maligna e realizado o estadiamento (avaliar o prognóstico do paciente) o
próximo passo é o tratamento da mesma. As principais modalidades no
tratamento convencional oncológico tradicional são: Tratamento Cirúrgico,
Tratamento Radioterápico, Tratamento Clínico e Tratamento Clínico de Suporte.
O tratamento cirúrgico tem como objetivo o tratamento local dos tumores
sólidos, através de sua extração, assim como regiões adjacente a este, no sentido
12
de impedir sua propagação regional. A cirurgia oncológica pode também ser
utilizada como objetivo paliativo onde se corrige um percurso obstruído.
O tratamento radioterápico consiste no uso de feixes dirigidos de
irradiação ionizante em doses letais à célula neoplásica, pode ser utilizado como
método complementar a uma cirurgia oncológica curativa ou como método
único em tumores irressecáveis ou em pacientes inoperáveis.
O tratamento clínico do câncer é o emprego de drogas capazes de
exterminar ou impedir o crescimento tumoral.
A hormonioterapia consiste na manipulação do sistema endócrino em
pacientes com tumores sensíveis a este tipo de tratamento.
A quimioterapia citotóxica consiste no emprego, local ou sistêmico, de
drogas potencialmente letais às células neoplásicas, seja em tumores sólidos ou
hematológicos.
3.2 QUIMIOTERAPIA
Nas últimas décadas, houve um rápido desenvolvimento da quimioterapia
antitumoral com a descoberta de diversas drogas importantes. Atualmente,
existem mais de 50 drogas quimioterápicas que são empregadas no tratamento
do câncer, porém as pesquisas continuam em busca de novos agentes e novas
formas de utilização para as drogas já existentes com efeitos tóxicos menos
agressivos, especialmente ao coração, pulmão rins e sistema nervoso.
A quimioterapia não é apenas utilizada para casos oncológicos, é também
utilizada para tratamentos de psoríase, esclerose múltipla, artrite reumatóide e
alguns tipos de insuficiência renal (BARACAT et al., 2000).
Segundo Chevalier-Martinelli (2006), o princípio da quimioterapia é
atingir e destruir as células malignas que têm a capacidade de se multiplicar
indefinidamente. Todos os medicamentos anticancerígenos que participam dessa
destruição têm toxicidade mais ou menos intensa, capaz de afetar a composição
13
sanguínea, a pele, os pelos e outros órgãos. Quanto maior a dose, maior a chance
de destruir um grande número de células malignas – e também maior o risco de
atingir células sadias.
O tratamento quimioterápico é realizado por meio de aplicações
sucessivas alternadas com períodos de pausa. As células normais (que, em geral,
se recuperam mais rápido) e as malignas, assim como o paciente, se utilizam do
intervalo para se refazerem.
O ritmo depende desse tempo de recuperação ou da rapidez de evolução
do tumor. Em geral, pacientes idosos tendem a ter o período de recuperação
mais longo.
3.2.1 Tipos de Quimioterapia
Segundo Baracat et al. (2000), dependendo do enfoque do tratamento
temos os seguintes tipos de quimioterapia:
3.2.1.1 Neoadjuvante
Realizada com objetivo de promover a redução de possíveis tumores de
tratamento locorregianal, diminuir o risco de metástase e evitar cirurgias
mutilantes. Adotada antes do procedimento terapêutico principal (cirúrgico).
3.2.1.2 Adjuvante
Realizada com o objetivo de destruir células residuais (micrometástases),
permitindo períodos mais prolongados de remissão ou até mesmo de cura.
Adotada após utilização do procedimento terapêutico principal (cirurgia).
14
3.2.1.3 Curativa
Realizada com objetivo de erradicar qualquer evidência de neoplasia.
3.2.1.4 Potencializadora
Realizada com objetivo de aumentar a ação da irradiação. Adotada
concomitante com a radioterapia.
3.2.1.5 Paliativa
Realizada com objetivo de aliviar sintomas decorrentes da proliferação
tumoral, melhorando a qualidade de vida do paciente (BARACAT et al., 2000).
3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS
A classificação dos agentes quimioterápicos baseia-se na fase do ciclo
celular em que atua, mecanismo de ação e estrutura química.
Existem os medicamentos que dificultam a replicação do DNA através de
ligações covalentes. São denominados de Agentes Alquilantes. Já aqueles que
inibem a síntese de proteínas impedindo a duplicação e separação das cadeias de
DNA são chamados de Agentes Antimetabólicos. Os Agentes Tumorais
interferem na síntese e função dos ácidos nucléicos e os Alcalóides de plantas
podem impedir a polimerização da proteína tubilina ou estabilizar microtúbulos
impedindo o progresso celular (BARACAT et al., 2000). Na Tabela 1 temos a
classificação dos quimioterápicos e seus mecanismos de ação.
15
Tabela 1: Classificação dos Agentes Quimioterápicos e seus mecanismos de
ação
Classificação
Mecanismo de ação
Algumas drogas
Agentes
Alquilantes
Dificultam replicação
do DNA através de
ligações covalentes
Inibidores de síntese de
Agentes
proteína – impedem a
Antimetabóticos duplicação e separação
das cadeias de DNA
Antibióticos
Tumorais
Alcalóides
Plantas
Carmustina, Carboplastina,
Ciclofosfamida, Cisplatina,
Dacarbazina, Iofosfamida
Citarabina, Metotrexato,
Fluoropirimidinas (5-FU, FUDR),
Gencitabina, Fludarabine,
Mercaptopurina(6MP),6
Tioguanina
Interferem na síntese e
função dos ácidos
nucléicos através de
intercalação
Bleomicina, Mitoxantrona,
Actinomicina. Daunorrubicina,
Doxorrubicina, Epirrubicina,
Idarrubicina e Mitomicina C
Impedem a
polimerização da
proteína tubilina
Vincristina, Viblastina, Vindesina,
Vinorelbine
de
Estabilizam
microtúbulos
impedindo o progresso
celular
Paclitaxel, Docitaxel
Fonte: dados obtidos de Baracat et al., (2000). Tabela organizada pela autora.
3.4 TOXICIDADE
Segundo Baracat et al. (2000), a toxicidade ou efeitos colaterais das
drogas antineoplásicas estão relacionadas ao mecanismo de ação pois agem
tanto nas células tumorais quanto nas não tumorais.
16
As células dos tecidos hematopoiético, germinativo, folículo-piloso e
gastrintestinal apresentam rápida divisão celular, sendo as mais atingidas
(BARACAT et al., 2000).
Segundo Machado e Sawada (2008), a quimioterapia é um tratamento
sistêmico que tem um impacto grande sobre a divisão das células tumorais,
provoca toxicidade pelo efeito deletério sobre a divisão das células normais do
corpo tais como a medula óssea ou trato gastrintestinal. Já a neurotoxicidade
possui um efeito colateral diferenciado porque o sistema nervoso é composto
por células que não se dividem ou se dividem lentamente. Os principais efeitos
colaterais ou toxicidades do tratamento quimioterápico são hematológicos,
gastrintestinais, cardiotoxicidade, hepatotoxicidade, toxicidade pulmonar,
nerotoxicidade, disfunção reprodutiva, toxicidade vesical e renal, alterações
metabólicas, toxicidade dermatológicas e reações alérgicas.
A toxicidade pode apresentar-se em duas etapas: toxicidade aguda e tardia
(BARACAT et al., 2000).
3.4.1 Toxicidade Aguda
A síndrome de toxicidade precoce (STP) ou toxicidade aguda é o conjunto
de manifestações que podem iniciar em até 24 horas após administração da
quimioterapia, com duração variável, podendo chegar até 3 dias. Esta Síndrome
está relacionada com diversos fatores como diagnóstico, drogas utilizadas, dose
prescrita, tempo de infusão, diluição, idade, estado geral e emocional do
paciente.
Nesta fase destacam-se pela importância a náusea e vômito. Outros, como
mal-estar, anorexia, artralgia, mialgia, cefaléia, febre, calafrios, exantema
cutâneo, diarréia, parestesia das extremidades, exacerbação da cor tumoral, dor
no trajeto da veia e soluços, têm causado menos sofrimento (BARACAT et al.,
2000).
17
Segundo Anjos e Zago (2006), a quimioterapia está associada a efeitos
colaterias como náuseas, vômitos, anorexia, constipação, diarréria, fadiga e
mucosite. Como o diagnóstico de câncer tem significativo impacto social, o
acréscimo dos efeitos da quimioterapia pode levar o paciente a sentir-se
impotente para reagir e lutar pela sobrevivência.
Entretranto Baracat et al. (2000), afirmam que as reações psicológicas e os
múltiplos fatores fisiológicos podem antecipar os episódios de náuseas e
vômitos. Dentre outros fatores tidos como predisponente à náusea e vômito
nestes pacientes, as mulheres têm mais predisposição ao vômito que os homens
e o paciente com história de grande ingestão de álcool apresenta menor
episódios de enose que o etilista moderado ou aqueles que não ingerem bebidas
alcoólicas.
A náusea e o vômito são os efeitos mais indesejáveis e temidos pelos
pacientes em tratamento quimioterápico. Quando a ele associado, constituí o
mais freqüente e angustiante incômodo, podendo ocorrer separadamente. A
ocorrência e severidade irão depender do tipo de tratamento, dose, combinação e
protocolo utilizado, como também das características do paciente.
A náusea quando induzida por antineoplásicos geralmente tem duração de
horas até semanas, podendo ocorrer ondas intercaladas com períodos de malestar. É um sintoma menos definido, menos compreendido e mais difícil de
tratar que o vômito.
O vômito induzido por quimioterápicos chega a durar até dias após a
administração da dose e está relacionado à liberação de neurotransmissores que
se ligam à zona de gatilho de quimiorreceptores (ZQR), localizada no SNC,
próximo à região occipital, que envia o estímulo ao centro do vômito, dando
início a seu reflexo, impulsos viscerais vagais e simpáticos, receptores da zona
vestibular do córtex cerebral e do sistema límbico (BARACAT et al., 2000).
18
Algumas drogas quimioterápicas podem ser classificadas de acordo com
seu potencial emético, ou seja, potencial de causar vômitos em pacientes em
tratamento. Este potencial pode ser baixo, moderado ou alto (Tabela 2).
Tabela 2: Potencial Emético das Drogas Quimioterápicas
Potencial Emético
Drogas
Alto
Cisplatina, Dacarbazina, Ciclofosfamida*,
Citarabina*, Carmustina, Metoretamina, Lomustina,
Daunorrubicina*, Doxorrubicina*, Mitomicina e
Procarbazina
Ciclofosfamida, Metrotexato, Doxorrubicina,
Fluorouracil, Vimblastin, Teniposide, Citosina,
Iofosfamida e Acinomicina D
Moderado
Baixo
Citarabina, Beomicina, Etoposide, Melfalano,
Vincristina, Bussulfan, Clorambucil,
Tioguanina(oral), Ciclofosfamida (oral) e Vinorelbine
* Em alta dose
Fonte: dados obtidos de Baracat et al., (2000). Tabela organizada pela autora.
3.4.2 Toxicidade Tardia
Segundo Baracat et al. (2000), a toxicidade tardia está relacionado à
estrutura
química
da
droga,
aos
metabólitos,
mecanismo
de
ação,
hipersensibilidade do paciente à droga e a formação de radiais livres induzida
pelos citostáticos.O bloqueio do ciclo celular é o resultado do mecanismo de
ação das drogas citostáticas e atinge não só as células tumorais quanto às células
normais e atingem principalmente os tecidos que se dividem rapidamente.
3.4.3 Toxicidade Hematológica
19
A mielodepressão é causada pela inibição das células que formam os
leucócitos, plaquetas e hemácias.
Podemos citar alguns parâmetros onde a quimioterapia não é
recomendada como contagem de neutrófilos abaixo de 1.000 por ml devido alto
risco de infecção. Outro parâmetro limitante à quimioterapia é a contagem de
plaquetas em níveis inferiores a 50.000 onde há risco de sangramento e abaixo
de 20.000 há risco iminente de sangramento (Tabela 3) (BARACAT et al.,
2000).
Tabela 3: Parâmetros que limitam o tratamento quimioterápico e seus riscos
Tipo de células
Contagem
Risco
Neutrófilos
<1.000/ml
Alto para infecção
< 50.000
Risco de sangramento
Plaquetas
<20.000
Risco iminente de sangramento
Fonte: dados obtidos de Baracat et al., (2000). Tabela organizada pela autora.
Anemia – Diminuição da concentração de células vermelhas circulantes
necessárias para atender as necessidades de oxigenação dos tecidos normais.
Fatores como idade, tratamentos anteriores, hemorragias e metástases em
medula podem contribuir para o aparecimento da anemia em pacientes que estão
em tratamento oncológico.
3.4.4 Toxicidade Gastrintestinal
Mucosite – As células das mucosas possuem um alto índice de
proliferação e se renovam em um período de 7 a 14 dias. São sinais e sintomas
observados a queixa de dor, hiperemia, edema, sialorréia e ulceração. Pode ser
classificada em leve, moderada ou severa, de acordo com o comprometimento
20
dos lábios, língua e mucosa oral uma vez que pode comprometer todo o trato
gastrintestinal até a mucosa anal.
Anorexia – Pode ser causada por dor, fadiga, infecções, doença renal ou
hepática, alterações do paladar, do trato gastrintestinal, metabólicas, hormonais,
fatores psicológicos, drogas quimioterápicas, narcóticos e antibióticos.
Diarréia – Está relacionada, em pacientes em tratamento quimioterápico, à
rápida divisão celular do epitélio de revestimento do trato gastrintestinal.
Apresenta-se como efeito colateral relevante da quimioterapia.
A constipação intestinal, geralmente associada com dor abdominal e retal,
também pode ser causada por alguns agentes quimioterápicos: vincristina e
vinorelbine (BARACAT et al., 2000).
3.4.5 Hepatotoxicidade
A toxicidade do fígado pode estar relacionada a alguns agentes
antineoplásicos
como
metotrexato
ou
6-mercaptopurina,
citarabina,
ciclofosfamida, mitomicina C e dacarbazina. O tratamento prolongado com estas
drogas pode causar fibrose e ou cirrose hepática.
Os sinais e sintomas vão depender da gravidade da disfunção hepática na
pós-quimioterapia, destacando-se: icterícia, anorexia, náusea, prurido, dor
abdominal, hepatomegalia, ascite, alterações visuais e tremores nas mãos. Este
quadro é freqüentemente reversível com a suspensão da droga (BARACAT et
al., 2000).
3.4.6 Neurotoxicidade
Segundo Baracat et al. (2000), a toxicidade neurológica pode estar
relacionada ao uso de antineoplásico e ao tratamento realizado.
21
As alterações mentais de nível central envolvem sintomas como confusão,
depressão e sonolência. Em nível cerebelar pode-se ter dismetria, fala pastosa,
nistagmo, vertigem ou mesmo convulsões. As drogas relacionadas com sintomas
de Neurotoxicidade Central encontram-se na Tabela 4.
Podemos relacionar sintomas de neurotoxicidade periférica com o uso de
antineoplásico como o formigamento e dormência das extremidades, diminuição
dos reflexos tendinosos, fraqueza muscular, constipação, íleo paralítico, cólica
abdominal e impotência. Em nível periférico ainda temos sintomas como
náuseas, vômitos, rigidez de nuca, cefaléia, febre e tontura. Os antineoplásicos
que podem desencadear estes sintomas estão relacionados na Tabela 5.
Além dos sintomas centrais e periféricos de neurotoxicidade temos a
neurotoxicidade craniana que envolve a ototoxicidade, a perda de paladar e a
neurorretinite óptica. Estão relacionadas a estes sintomas as drogas Cisplatina e
Nitrouréias (Tabela 6).
Segundo Trincaus e Corrêa (2007), nos pacientes são observadas as
mudanças ocorridas, mostrando o que eles colocam à frente como urgente: o
controle das reações adversas do tratamento, os limites físicos de
emagrecimento, da falta de apetite, da fraqueza corporal constante e da
dependência do outro na realização de tarefas corriqueiras.
Tabela 4: Sintomas de Neurotoxicidade Central e Drogas relacionadas
Sintomas
Drogas relacionadas
Metotrexato, metoretamina, bleomicina
Alterações Mentais
Confusão
(em doses altas), procarbazina,
Depressão
asparaginase, nitrosuréias, dacarbazina e
Sonolência
ifosfamida.
Ataxia Cerebelar
Dismetria, fala pastosa
Nistagmo e vertigem
Fluorouracil, nitrosuréias e procarbazina
Vincristina, cisplatina e hidroxiuréia
Convulsões
Fonte: dados obtidos de Baracat et al., (2000). Tabela organizada pela autora.
22
Tabela 5: Sintomas de Neurotoxicidade Periférica e Drogas relacionadas
Sintomas
Drogas relacionadas
Neuropatia periférica
Formigamento e dormência nas
extremidades, diminuição dos
reflexos tendinosos, fraqueza
muscular, constipação, íleo
paralítico, cólica abdominal e
impotência
Irritação meníngea
Náusea, vômitos, rigidez de nuca,
cefaléia, febre, tontura
Vincristina,vimblastina, cisplatina,
vinorelbine e paclitaxel
Metotrexato intratecal
Fonte: dados obtidos de Baracat et al., (2000). Tabela organizada pela autora.
Tabela 6: Sintomas de Neurotoxicidade Craniana e Drogas relacionadas
Sintomas
Drogas relacionadas
Ototoxicidade, perda de paladar,
neurorretinite óptica
Cisplatina e nitrouréias
Fonte: dados obtidos de Baracat et al., (2000). Tabela organizada pela autora.
3.4.7 Toxicidade Vesical e Renal
Pode estar relacionada a diversas drogas antineoplásicas como cisplatina,
ciclofosfamida, ifosfamida, gencitabina e metotrexato causando alteração do
volume urinário, disúria, hematúria, edema periférico bilateral, aumento da
pressão arterial, freqüência respiratória, peso, náuseas, vômitos, anorexia, dor
lombar, urgência urinária e alterações laboratoriais (BARACAT et al., 2000).
23
3.4.8 Disfunção Sexual e Reprodutiva
Segundo Baracat et al., (2000), a mudança na função sexual de um
indivíduo que é tida como insatisfatória, não gratificante ou inadequada podendo
ser causada por diversos fatores desde tumores primários, alterações hormonais,
medo, depressão, ansiedade, tratamento quimioterápico ou radioterápico.
Os medicamentos antineoplásicos podem alterar temporariamente ou
permanentemente a fertilidade e a função sexual em diversos graus. O risco de
aborto e de malformação congênita é reação quando são utilizados agentes
citostáticos em gestantes, principalmente no primeiro trimestre de gestação.
Supressão Gonadal – Diminuição ou parada do funcionamento testicular
ou ovariano que pode ser temporária ou permanente.
Diminuição da Libido – Alteração mais comum durante o tratamento.
Relacionado por diversos fatores como ansiedade, tipo de tratamento, alterações
físicas, entre outros.
Irregularidade do Ciclo Menstrual e Amenorréia – Alterações comuns
durante o tratamento quimioterápico. Podem persistir, em alguns casos, por
meses ou anos principalmente quando o tratamento é feito por drogar do grupo
alquilante.
A gravidez é desaconselhável durante o tratamento quimioterápico,
mesmo sendo o homem que esteja recebendo o tratamento.
3.4.9 Toxicidade Dermatológica
Segundo Baracat et al. (2000), pode ser local ou sistêmica. Sendo a
toxicidade local se manifesta com flebite, urticária, dor, eritema, descoloração
venosa e necrose tecidual decorrente de extravasamento. Na toxicidade
sistêmica
temos
como
manifestações
a
alopecia,
fotossensibilidade, hiperpigmentação e alterações nas unhas.
urticária,
eritema,
24
4 TRATAMENTO COM ACUPUNTURA
4.1 CONSIDERAÇÕES
Patiel et al. (2001), definem Terapias Complementares como quaisquer
terapias que não se incluem no tratamento ortodoxo convencional de pacientes
com câncer, dentre elas está a Acupuntura. No estudo realizado, observou-se que
51,2 % dos pacientes utilizam alguma Terapia Complementar e que
aproximadamente 9% dos pacientes com câncer utilizam a Acupuntura. Dos que
utilizam a Acupuntura, aproximadamente 71% procuraram esta terapia após o
diagnóstico. Enfatizou-se também que pacientes com câncer raramente
abandonam a terapia convencional, e na maioria dos casos, a terapia tradicional
é complementada por estas terapias, não substituída. Pacientes que escolhem
terapias complementares representam um subgrupo de pacientes com
necessidades individuais ou características que requerem uma atenção e
considerações especiais. No estudo realizado, 3 características sóciodemográficas foram associadas ao uso de Terapias Complementares: mulheres,
com faixa etária entre 35 a 59 anos, bem instruídas (3 ° grau completo) eram as
que já utilizavam ou iniciaram o uso recentemente.
O uso anterior de Terapias Complementares foi mais prevalente em
pacientes com diagnóstico de câncer de mama, hematológico, pulmão e cérebro
comparados a outros sítios. Já o uso recente foi particularmente mais presente
em pacientes com câncer de mama e pulmão e menor em pacientes com câncer
gastrintestinal e câncer de próstata.
Dos pacientes que nunca se utilizaram de Terapias Complementares e
vieram a usá-la após o diagnóstico, 17,6 % (76 entre 427) deles sentiam que o
tratamento convencional não atendia suas necessidades e 41 % (187 entre 455)
dos pacientes que já utilizava alguma técnica sentiam que a terapia convencional
não atendia suas necessidades (PATIEL et al., 2001).
25
As técnicas de inserção de agulhas (acupuntura) tem a finalidade de
promover a mobilização, a circulação e o fortalecimento das energias humanas,
bem como a expulsão de Energias Perversas que acometem o indivíduo
(YAMAMURA, 2004).
Acupuntura é uma técnica que envolve a inserção de agulhas finas sobre a
pele e tecidos abaixo dela em pontos específicos, com propósitos terapêuticos ou
de prevenção cujo protocolo clínico desenvolvido para uso da acupuntura no
tratamento de pacientes com câncer prevê suas indicações e algumas contraindicações para esta prática. (FILSHIE e HESTER, 2006).
4.2
INDICAÇÕES
DA
ACUNPUNTURA
EM
PACIENTES
ONCOLÓGICOS
Devem ser considerados para tratamento com acupuntura os pacientes
com câncer que possuem uma, ou mais indicações gerais: pacientes que não
respondem ao tratamento convencional com analgésicos e permanecem com dor,
pacientes que têm efeitos colaterais importantes com o tratamento convencional
devido grande sedação, os que desejam reduzir a medicação, os que têm dores
que respondem positivamente a acupuntura como dores circunvizinhas a
cicatrizes cirúrgicas e aqueles que se recusam a analgesia convencional.
São consideradas indicações específicas para o tratamento com
acupuntura a xerostomia em pacientes que não respondem ao tratamento
convencional, as náuseas e vômitos refratários devido a pós-operatórios ou
secundários à quimioterapia, a dispnéia relacionada ao câncer avançado, os
sintomas vasomotores devido ao câncer de mama, câncer de próstata ou outros
cânceres em pacientes que não respondem ao tratamento convencional ou
escolhem a acupuntura ao invés do tratamento medicamentoso convencional
devido aos efeitos colaterais, as úlceras que surgem cirurgias ou radioterapia a
26
fadiga e a insônia que não responde ao tratamento padrão (FILSHIE e HESTER,
2006).
4.2.1 A Acupuntura em relação aos sintomas de pacientes em tratamento
quimioterápico
Conhecendo os sintomas de toxicidade dos quimioterápicos, a acupuntura
é aplicada dentro de um conceito diferente do ocidental onde se estuda atividade
fisiológica das vísceras, suas modificações patológicas e suas relações
recíprocas (teoria Zang Fu).
Segundo Auteroche e Navailh (1992), o termo genérico de Zang Fu
designa o conjunto das vísceras do corpo humano e abrange, na realidade, três
categorias de vísceras distintas, sendo Zang os “órgãos” (o Coração, o Fígado, o
Baço, o Rim e o Pulmão) e Fu que se divide em “vísceras” (o Intestino Delgado,
o Estômago, o Intestino Grosso, a Bexiga, a Vesícula Biliar e o Triplo
Aquecedor) e “vísceras de comportamento particular” (o cérebro, a medula, os
ossos, os vasos e o útero).
Refere Maciocia (1996), que a principal função do Estômago (Wei)
consiste em decompor e amadurecer os alimentos, ou seja, transformá-los e
digeri-los de maneira que o Baço (Pi) possa separar as Essências alimentares
destiladas. Assim, todos os padrões do Estômago (Wei) envolvem alguns
sintomas digestivos.
O Estômago (Wei) e o Baço (Pi) pertencem ao elemento Terra e a
preocupação e pensamentos excessivos causarão desarmonia neste elemento.
No Estômago (Wei) a ansiedade e a preocupação interferem na
descendência do Qi do Estômago (Wei) resultando em Rebelião do Qi do
Estômago (Wei) em Ascendência (Qi contra-corrente) tendo como sintomas:
náusea, vômito, soluços e eructação. Para o tratamento deste sintomas deve-se
dominar a rebelião do Qi e estimular a Descendência do Qi do Estômago (Wei).
27
Destacam-se os pontos de acupuntura: VC-13 (Shangwan), VC-10 (Xiawan),
CS-6 (Neiguan) e BP-4 (Gongsu).
A fúria, a frustração e ressentimento também afetam o Estômago (Wei),
embora indiretamente por meio do Fígado (Gan) causando Estagnação do Qi do
Fígado (Gan) que invade o Estômago (Wei) resultando em náusea, eructação ou
dor em distensão.
O Fígado (Gan) tem como principal função assegurar o livre fluxo do Qi.
Sua influência se estende por todo organismo auxiliando o Baço (Pi) a
transformar e transportar as Essências Alimentares, o Estômago (Wei) a
amadurecer e decompor os alimentos. O Qi do Fígado (Gan) também auxilia o
Qi do Baço (Pi) a ascender e o Qi do Estômago a descender.
De acordo com Auteroche e Navailh (1992), as três funções principais do
Fígado (Gan) são de aplainar e assegurar a regulação, de encerrar e conservar o
sangue e de comandar os tendões. Ele assegura o bom andamento e facilidade
nos movimentos e transformação do Qi garantindo a atividade funcional dos
órgãos e das vísceras. Essa função se manifesta em três direções: dos
sentimentos (espírito, emoções), da função digestão/assimilação e da
movimentação do Triplo Aquecedor.
Afirma Maciocia (1996), que a Estagnação do Qi do Fígado (Gan) tem
como manifestações clínicas, entre outras, náuseas, vômitos, anorexia, diarréia,
suspiro, soluço. O paciente pode apresentar melancolia, depressão, estado
mental instável ou temperamental, tristeza, sensação de agitação, sensação de
caroço na garganta ou sensação de dificuldade para engolir.
O tratamento deste padrão envolve dispersar o Fígado (Gan) e regularizar
o Qi. Destacam-se os pontos VB-34 (Yanglingquan), F-3 (Taichong), F-13
(Zhangmen), F-14 (Qimen), TA-6 (Zhigou) e CS-6 (Neiguan). Sendo aplicada a
técnica de sedação nestes pontos sem aplicação de Moxa.
Quando o Fígado (Gan) invade o Estômago (Wei) temos Estagnação do Qi
do Fígado (Gan) invadindo o Estômago (Wei) e interferindo na descendência do
28
Qi do Estômago resultando na ascendência do Qi do Estômago (Qi contracorrente). Assim, como manifestações clínicas temos: náuseas, vômitos,
regurgitação ácida, irritabilidade, distensão e dor no epigástrio e hipogástrio, e
plenitude no epigástrio. Deve-se harmonizar o Fígado (Gan) e tonificar o
Estômago (Wei). Destacam-se os pontos de acupuntura: F-14 (Qimen), F-13
(Zangmen), VB-34 (Yanglingquan), VC-13 (Shangwan), VC-10 (Xiawan), E-36
(Zusanli) e B-21 (Weishu). Como técnica, deve-se sedar nos pontos para
harmonizar o Fígado (Gan) - F-14, F-13 e VB-34 e tonificar nos pontos para
tonificar o Estômago (Wei).
Conforme Auteroche e Navailh (1992), o Baço (Pi) está situado no
Aquecedor Mediano sendo suas principais funções o transporte e transformação
do Jing Qi dos Alimentos, a “subida do que é puro” e de conter o sangue nos
vasos. O Baço (Pi) atua ao mesmo tempo na manutenção do tônus muscular e na
força dos membros.
Segundo Maciocia (1996), o Baço (Pi) tem como função principal o
transporte e a transformação dos alimentos e fluidos, assim qualquer desarmonia
do Baço (Pi) interferirá no processo digestivo com sintomas de distensão
abdominal, anorexia e perda de fezes.
O Baço (Pi) controla os músculos e é responsável pelo transporte do QI
dos alimentos aos músculos do corpo todo e, em particular, aos quatro membros.
Assim na desarmonia do Baço (Pi) freqüentemente o paciente refere cansaço
que é um sintoma da Deficiência do Baço (Pi).
O excesso de pensamento, tensão mental ou preocupação excessiva por
muito tempo pode causar uma Deficiência do Qi do Baço (Pi). Neste padrão, é
comum os sintomas de anorexia, diarréia, cansaço e debilidade dos membros.
Sendo o princípio do tratamento a seguir a tonificação do Qi do Baço (Pi).
Alguns pontos a serem utilizados para este padrão são: VC-12 (Zhongwan), E36 (Zusanli), BP-3 (Taibai), BP-6 (Sanyinjiao), B-20 (Pishu) e B-21 (Weishu).
29
As manifestações gerais do Vento do Fígado (Gan) são: tremor, tique,
parestesia, tontura e convulsões ou paralisia.
Os sintomas de Vento do Fígado, no caso de pacientes oncológicos, em
geral, se relacionam com a Deficiência do Sangue (Xue) do Fígado (Gan).
Para tratamento destes sintomas deve-se tonificar o Sangue (Xue) do
Fígado (Gan) e dominar o Vento. Destacam-se os pontos: F-8 (Ququan), F-3
(Taichong), BP-6 (Sanyinjiao), R-3 (Taixi), B-18 (Ganshu), B-17 (Geshu), B-20
(Pishu), B-23 ( Shenshu), IG-4 (Hegu), VB-20 (Fengchi), VG-16 (Fengfu) e
VG-20 (Baihui). A técnica aplicada é sedação nos pontos F-3, IG-4, VB-20,
VG-16 e VG-20 e tonificação nos demais (MACIOCIA, 1996).
Na Umidade-Calor do Fígado (Gan) e na Vesícula Biliar (Dan) temos
como manifestações clínicas, entre outras: plenitude e dor no tórax e no
hipocôndrio, icterícia, náusea, vômito, anorexia e distensão abdominal. Como
tratamento deve-se resolver a Umidade, dispersar o Fígado (Gan) e a Vesícula
Biliar (Dan) e eliminar o Calor. Destacam-se os pontos: F-14 (Qimen), VB-24
(Riywe), VB-34 (Yanglingquan), B-18 (Ganshu), B-19 (Danshu), VG-9
(Zhiyang), VC-12 (Zhongwan), BP-9 (Yinlingquan), BP-6 (Sanyinjiao), BP-3
(Taibai), IG-11 (Quchi) e F-2 (Xingjian).
A Bexiga (Pangguang) rebebe Qi para essa função do Rim (Shen). Na
patologia, a Deficiência da Bexiga (Pangguang) freqüentemente resulta da
Deficiência de Yang do Rim (Shen). Quando não há padrões de excesso no Rim
(Shen) deve-se considerar padrões de excesso na Bexiga (Pangguang). A Bexiga
(Pangguang) e o Rim (Shen) são afetados pelo medo.
Na Umidade-Frio na Bexiga encontramos como manifestações clínicas a
freqüência e urgência urinárias, micção difícil, sensação de peso na uretra e
hipogástrio, urina clara e turva. Como tratamento deve-se resolver a Umidade,
expelir o frio e remover a obstrução das passagens das águas do Aquecedor
Inferior. O tratamento é de sedação nos pontos: BP-9 (Yinlingquan), BP-6
30
(Sanyinjiao), B-22 (Sanjiaoshu), VC-3 (Zhongji), E-28 (Shuidao), VC-9
(Shuifen) e B-28 (Pangguangshu) (MACIOCIA, 1996).
Maciocia (1996), refere que na Deficiência do Rim (Shen) e do Fígado
(Gan) o paciente apresenta, entre outras manifestações clínicas, menstruações
escassas ou amenorréia, ciclo menstrual alongado, infertilidade feminina.
Podendo apresentar compleição pálida, insônia, parestesia dos membros,
lombalgia, garganta seca, propensões de fúria. A infertilidade feminina pode ser
decorrente tanto da Deficiência do Sangue (Xue) do Fígado (Gan) que falha ao
nutrir o útero como da Deficiência da Essência (Jing) do Rim (Shen) que se
torna incapaz de promover a concepção.
O tratamento baseia-se em nutrir o Yin do Fígado (Gan) e do Rim (Shen).
São pontos a ser manipulados: R-3 (Taixi), R-6 (Zhaohai), F-8 (Ququan), VC-4
(Guanyuan), B-23 (Shenshu), B-20 (Pishu), B-17 (Geshu), B-18 (Ganshu), B-10
(Tianzhu) e VG-20 (Baihui).
É bastante importante salientar que a acupuntura não deve ser
necessariamente usada como “último recurso” mas sim deve se considerada no
controle precoce destes sintomas, como por exemplo na dor após a cirurgia de
mama, onde o perfil de efeitos colaterais é bom se comparado com muitos
medicamentos de referência (FILSHIE e HESTER, 2006).
4.3 CONTRA-INDICAÇÕES DA ACUPUNTURA EM PACIENTES
ONCOLÓGICOS
A tabela a seguir tem particular relevância em pacientes oncológicos e
pacientes que estão sendo acompanhados por cuidados paliativos e deve ser
considerada além das contra-indicações gerais de acupuntura. A tabela 7 inclui
condições para acupuntura ou particularidades das técnicas onde são contraindicadas (FILSHIE e HESTER, 2006).
31
Tabela 7: Contra-indicações em Acupuntura – particularidades técnicas
Material
Agulhas
Agulhas
Semipermanentes
Contra-indicação
Pacientes com extrema fobia a
agulhas
Pacientes com importante
distúrbio de coagulação
Nota
Pacientes com doença valvular
cardíaca
Risco de sub-alocar
endocardite bacteriana
Pacientes neutropênicos
Risco de infecção
Pacientes após esplenectomia
Risco de infecção
Eletroacupuntura
Pacientes com disfibrilador
intracardíaco
Fonte: dados obtidos de Baracat et al., (2000). Tabela organizada pela autora.
4.4 RESTRIÇÕES
O uso de agulhas não devem ser inseridas diretamente no nódulo tumoral
ou área de ulceração, em nódulos linfoedematosos, no mesmo braço que o
paciente realizou dissecção axilar pelo risco de linfoedema após inserção por
qualquer agulha, em áreas de instabilidade espinhal devido ao potencial risco de
compressão medular devido às propriedades da acupuntura no relaxamento
muscular, nas próteses de silicone e na cabeça após neurocirurgia e
eletroacupuntura com pacientes com marcapasso.
Alguns cuidados extras devem ser tomados com pacientes com câncer:
podem ser mais sensíveis à acupuntura, assim a supervisão mais próxima é
recomendada principalmente no primeiro tratamento, cuidados extras com todos
os pacientes que possuem grandes reações à acupuntura, cuidado para não
inserir tão profundamente na área torácica em pacientes caquéticos, a progressão
32
da doença deve ser sempre considerada naqueles que repentinamente começam a
ser tolerantes a acupuntura que anteriormente respondiam bem, pacientes que
possuem quelóides devidos a escaras, gravidez, pacientes com epilepsia
necessitam estar acompanhados e pacientes confusos (FILSHIE e HESTER,
2006).
4.5 SEGURANÇA
A acupuntura em geral é um tratamento muito seguro com um baixo perfil
de efeitos colaterias. Um avanço mencionado que reduz o risco de infecção na
corrente sanguínea é o uso de agulhas descartáveis (FISHIE e HESTER, 2006).
Segundo Lu (2005), a segurança do paciente é definida como ausência de
danos acidentais e a acupuntura pode ser considerada uma prática ultrasegura,
onde o número de fatalidades encontra-se em 1 por 100.000.
33
5 ACUPUNTURA NA PRÁTICA CLÍNICA EM PACIENTES
ONCOLÓGICOS
A subutilização da acupuntura em pacientes com câncer é uma questão na
qualidade dos serviços de tratamento resultante de: falhas no acervo e
disseminação das evidências disponíveis, exploração da aceitação de novas
evidências pela comunidade médica e lacunas de métodos de incentivo ao
pagamento e acesso de serviços de acupuntura em pacientes oncológicos (LU,
2005).
Ainda assim, nota-se um gradual aumento do interesse em se comprovar
através de estudos clínicos os benefícios nestes pacientes.
5.1 EFEITOS ANTI-EMÉTICOS
Cohen et al. (2005), relatam que para oncologistas que têm dificuldade
para controlar náuseas e vômitos em pacientes com grande êmese relacionada à
quimioterapia, a acupuntura deve ser considerada de grande valia como
tratamento complementar. Na atual literatura, enquanto se demonstram a
eficácia da acupuntura no tratamento de náuseas e vômitos relacionados à
quimioterapia, não existem protocolos claros sobre o número ou sessões de
tratamentos necessários ou a técnica ideal de acupuntura. Usualmente, os
pacientes recebem acupuntura uma ou duas vezes por semana durante o
tratamento quimioterápico por 20 a 30 minutos em cada sessão. A acupuntura é
administrada imediatamente antes a quimioterapia e /ou até 24 horas depois.
Os pontos E-36 (Zusanli) e CS-6 (Neiguan) são usualmente estimulados
para tratamento de náuseas e vômitos.
Alguns acupunturistas tratam o efeito colateral dos taxanos com eficácia
após dois ou três dias após aplicação deste quimioterápico.
34
Segundo Yamamura (2004), o ponto E-36 (Zusanli) é o ponto de difusão
de Qi para baixo do corpo, é ponto de entrada e de saída da Energia de Defesa
(Wei Qi) e é uma regularizador geral de Energia. O ponto CS-6 (Neiguan)
harmoniza o Qi do Estômago e do tórax, harmoniza a Energia Essencial e
redireciona o Qi contracorrente.
Acupuntura tem demonstrado efeitos anti-eméticos úteis para náuseas e
vômitos relacionados à quimioterapia e o efeito da acupuntura pode ser
prolongado pressionando-se os pontos. A estimulação transcutânea nervosa dos
pontos de acupuntura também são efetivos (MANNIX, 2006).
5.2 CONTROLE DA DOR
Acupuntura pode ser um importante tratamento adjunto para dores
viscerais, dores ósseas, e outros processos malignos de dor e deve ser estudada
em trabalhos controlados. Dores relacionadas ao câncer freqüentemente são
aliviadas por analgésico orais, entretanto, 10% a 20% dos pacientes são
resistentes aos opióides e necessitam de tratamento complementar. Há também
aqueles que se recusam a utilizar narcóticos e sofrem dos efeitos colaterais dos
métodos analgésicos típicos. Há ainda os pacientes que parecem nunca
responder totalmente ao tratamento tradicional. Para estes pacientes e para todos
os outros pacientes com câncer que apresentam dor, a acupuntura pode ser um
tratamento efetivo, com menos sedação, menos constipação que o tratamento
convencional e também uma opção potencialmente válida.
5.3 FADIGA
Auteroche e Navailh (1992), relataram que a fadiga física esgota o Qi e
nisso observa-se falta de força, respiração curta, astenia muscular, mente
cansada, falta de vontade de falar e dispnéia agravada pelos movimentos. O
35
aumento de pensamentos e de reflexões acarreta o esgotamento do Qi e do
Sangue (XUE). A Shen do Coração não é mantido e há palpitações, insônia,
amnésia e abundância dos sonhos.
Vichers et al. (2004), verificaram que a fadiga é um sintoma comumente
relatado por pacientes com câncer. É um sintoma complexo, um problema
multifatorial, associado com o estado psicológico, cognitivo, emocional e social
do paciente. Embora os resultados (31%) tenham sido um pouco menores que o
desejado (40%), é clinicamente bastante significativo a melhora da fadiga em
pacientes que seguem com acupuntura devido a fadiga crônica pós
quimioterapia. Além disso, a idade avançada foi um dos fatores associados a
uma resposta mais baixa ao tratamento.
5.4 DESORDENS MENTAIS E QUALIDADE DE VIDA
Cohen et al 2005, relataram que a depressão freqüentemente ocorre após
um diagnóstico de câncer. Um grande nível de depressão pré-existente em
pacientes com câncer também têm sido observado. Alguns estudos mostram que
a eletroacupuntura é tão eficaz quantos alguns tipos de medicamentos utilizados
para tratamento de depressão com significante redução dos efeitos colaterais que
estes medicamentos causam.
Estes estudos sugerem que a terapia com acupuntura é um tratamento
efetivo para depressão, com poucos efeitos colaterais comparado às terapias
medicamentosas tradicionais. E, embora estes estudo tenham sido realizados em
pacientes sem diagnóstico de câncer, os resultados são promissores e justificam
extrapolar a eficácia da acupuntura para depressão relacionada ao câncer.
Estudos demonstram também que o uso de acupuntura (auriculoterapia) é
eficaz tanto para o tratamento de distúrbios de ansiedade como níveis gerais de
ansiedade. Isso sugere que a acupuntura é potencialmente eficaz para ansiedade
relacionada ao câncer.
36
Na prática clínica a acupuntura, especialmente a baseada nos 5 Elementos,
é utilizada rotineiramente no tratamento de ansiedade e depressão.
5.5 DIFICULDADE DE RESPIRAÇÃO
Pode-se fazer uma projeção para os pacientes com câncer que apresentam
dificuldades de respiração com os estudos realizados em pacientes com doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) onde, após receberem tratamento
tradicional com acupuntura, relataram significante melhora subjetiva na
dificuldade de respiração e melhoraram em 6 minutos a distância de caminhada.
5.6 XEROSTOMIA
A experiência clínica dos acupunturistas e positivas tendências em vários
trabalhos, sugerem que a terapia com acupuntura deve aliviar as complicações
de xerostomia (boca seca) em pacientes (COHEN, 2005).
Para Maciocia (1996), uma situação persistente de ansiedade com
freqüência pode induzir o Fogo-Vazio dentro do Rim (Shen), o qual ascende
para a cabeça causando boca seca, rubor malar, agitação mental e insônia.
Embora o mecanismo de ação envolvendo a acupuntura seja complexo e
não compreendido em sua totalidade, a eficácia dela têm sido demonstrado por
trabalhos científicos e tem desmistificado a crença de que seja apenas um efeito
placebo. Sabemos agora que os resultados benéficos da acupuntura vão além
disso. Acupuntura pode seguramente ser utilizada como um tratamento
complementar. Embora a acupuntura seja eficaz para o tratamento dos efeitos
colaterais da quimioterapia, ela não deve ser necessariamente substituída pelo
tratamento ocidental convencional. Ao invés disso, deve ser utilizada quando
indicada, em conjunto com a terapia e tratamento médico convencional para se
ter obter o melhor resultado.
37
6 CONCLUSÃO
Embora os trabalhos pesquisados apresentassem dificuldades estatísticas
e, em alguns casos, questões éticas, uma vez que é muito difícil ter um grupo
controle em oncologia onde os medicamentos anti-eméticos ou analgésicos
possam ser retirados do tratamento dos pacientes sem que isso os prejudiquem,
pode-se observar na maioria dos estudos a redução dos sintomas de náusea,
vômitos e fadiga nos pacientes em tratamento quimioterápico. Mesmo os
sintomas característicos do próprio desenvolvimento da patologia como a dor e
principalmente os referentes aos freqüentes efeitos colaterais do próprio
tratamento, como a xerostomia, podem ser diminuídos com o tratamento com
acupuntura.
A maioria dos trabalhos pesquisados propõem novos e mais abrangentes
estudos onde se possa comprovar ainda mais os benefícios do tratamento da
acupuntura, porém ressalvam um ponto importante quando se trata de pesquisa
científica: a dificuldade de se analisar resultados em acupuntura padronizando o
tratamento de um grupo de estudo específico, uma vez que um dos pontos
diferenciais desta prática complementar é a individualidade do tratamento.
Há
ainda, algumas outras questões onde o uso de acupuntura em
oncologia é subutilizado que envolvem questões de acessibilidade financeira,
transporte, aderência ao tratamento, entre outros.
A literatura e trabalhos científicos recentes têm sugerido que a
acupuntura pode auxiliar o paciente oncológico, como terapia complementar, a
fim de minimizar algumas manifestações constantes e bastante comuns quando
estes são submetidos ao tratamento quimioterápico.
38
REFERÊNCIAS
ANJOS, A.C.Y.; ZAGO, M. M. F. A Experiência da Terapêutica
Quimioterápica Oncológica na Visão do Paciente. Rev Latino-am
Enfermagem. Janeiro-Fevereiro; 14 (1): 33-40 2006.
AUTEROCHE, B.; NAVAILH P. O Diagnóstico na Medicina Chinesa. São
Paulo: Andrei Editora. 1992.
BARACAT, F. et al. Cancerologia Atual: um enfoque multipdisciplinar. São
Paulo: Rocca, 3-10, 120-121, 124-131, 2000.
BARDIA, A.et al. Efficacy of Complementary and Alternative Medicine
Therapies in Relieving cancer Pain: A Systematic Review. Journal of Clinical
Oncology, Vol. 24, N° 34 Dec 2006.
CHAVES, E. Câncer da Mama – Diagnóstico, Tratamento e Prognóstico.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994.
CHELAVIER-MATINELLI, C. Convivendo com o Câncer. São Paulo:
Larousse do Brasil, 76-86, 2006.
COHEN, A. J. et al. Acupuncture: Role in Comprehensive Cancer Care – A
Primer for the Oncologist an Review of the Literatura. Integrative Cancer
Therapies, 4(2); 131-143, 2005.
FILSHIE, J.; HESTER, J. Guidelines for providing acupuncture treatment for
cancer patients - a peer-reviewed sample polity. Acupuncture in Medicine;
24(4) 172-182, 2006.
LU, W. Acupuncture for Side Effects of Chemoradiation Therapy in Cancer
Patients. Seminars in Oncology Nursing, Vol 21, N° 3, 190-195 August, 2005.
OMS,
Organização
Mundial
de
Saúde.
Disponível
em:
http://www.who.int/cancer/en/. Acesso em 07/04/2008.
MACHADO, S.M.; SAWADA, N.O. Avaliação da Qualidade de Vida de
Pacientes Oncológicos em Tratamento Quimioterápico Adjuvante Texto
Contexto Enferm. Florianópolis Out Dez 17 (4) 750-7 2008.
MACIOCIA, G. Os Fundamentos da Medicina Chinesa: um texto
abrangente para acupunturistas e fitoterapeutas. 90-134; 257-381 São Paulo:
Roca., 1996.
39
MANNIX, K. Palliation of nausea and vomiting in malignancy. Clinical
Medicine. Vol. 6, n° 2, 114-147, March/April 2006.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À
SAÚDE.INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Controle do câncer de
mama. Documento de consenso. Rio de Janeiro: INCA, 2004.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À
SAÚDE.INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. COORDENAÇÃO DE
PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA DE CÂNCER. Estimativas 2008: Incidência
de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro:INCA, 2007. (versão eletrônica) – páginas
23, 24 e 29.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À
SAÚDE.INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Cuidados paliativos
oncológicos: controle de sintomas. Rio de Janeiro: INCA, 2001.
OMS, Organização Mundial de Saúde. Cancer. Disponível em:
http://www.who.int/cancer/en/. Acesso em 07/04/2008.
PATIEL, O. et al. Determinants o the use of Complementary Therapies by
patients with cancer. Journal of Clinical Oncology, Vol. 19, N° 19:2439-2448,
May, 2001.
TRINCAUS, M. R.; CORRÊA, A.K. A Dualidade Vida-Morte na Vivência dos
pacientes com metástase. Rev Esc Enferm USP 41 (1): 44-55 2007.
VICKERS; A. J.; STRAUS, D. J; FEARON, B.; CASSILETH, B. R.
Acupuncture for Postchemotherapy Fatigue: A Phase II Study. Journal of
Clinical Oncology. Vol 22, N° 9, May, 2004.
YAMAMURA, Y. Acupuntura Tradicional : A arte de inserir. São Paulo:
Roca, 2004.
Download