Título Equipe Vinculação a projetos Descrição ANÁLISE DE DIFERENTES MECANISMOS FÍSICOS PARA OBTER ACELERADORES COMPACTOS Yasmara C. De Polli, Antonio C.J. Paes e Francisco Sircilli do IEAv; Antonio Serbeto da UFF e M. Virgínia Alves do INPE Vinculado à Divisão de Física Aplicada. Aceleradores de elétrons compactos são aceleradores de partículas que têm taxa de aceleração superior a 10 MeV/m. Este valor é praticamente o limite da taxa de aceleração de aceleradores convencionais que operam com radiofreqüência (linacs). O acelerador em construção no IEAv tem essa taxa nominal de aceleração. Presentemente, estes aceleradores compactos que utilizam ondas eletromagnéticas ou ondas de plasma vêm sendo intensamente pesquisados quer teórica, quer experimentalmente. Eles serão extremamente úteis, seja no campo de investigações de fenômenos na área de Física de Partículas, pois permitirão obter feixes de elétrons e pósitrons com energia muito maior com máquinas que apresentam as mesmas dimensões dos atuais aceleradores, seja no campo de aplicações industriais, no desenvolvimento de novos materiais e nas áreas de medicina e biologia, nas quais certamente seria conveniente utilizar um acelerador que pudesse ser transportado numa pasta, como os atuais “notebooks”. Neste trabalho realizamos uma comparação entre quatro tipos diferentes de mecanismos aceleradores, usando um modelo equivalente ao modelo de partícula única relatívístico (equivalente, pois na realidade são usados 300 elétrons, todos tratados como no modelo de partícula única, ou seja, movendo-se sob a ação de campos prescritos). Para cada elétron resolvemos três equações de evolução temporal, sendo uma para a variável z (correspondente à coordenada na direção longitudinal) e as outras duas para os momentos nas direções x e z. Os elétrons evoluem no tempo sob a ação de campos elétricos Ex e Ez e campos magnéticos By. Este modelo aplica-se muito bem a feixes de baixa perveância (esse parâmetro mede, em essência, o efeito da carga espacial no feixe de elétrons). Como resultado das simulações obtemos a evolução temporal da energia média do feixe, perfis da distribuição de energia do feixe na saída da região de interação e histogramas da distribuição de energia, para os quatro mecanismos de aceleração estudados e que passamos a descrever sucintamente a seguir. No mecanismo de aceleração através de batimentos, utilizam-se duas ondas eletromagnéticas (lasers) cuja diferença de freqüência é igual a freqüência do plasma subdenso, em que são lançadas. O batimento entre as duas ondas gera ondas longitudinais que se propagam no plasma. Os elétrons ressonantes “surfando” nestas ondas são acelerados. A taxa de aceleração obtida com nossas simulações para este processo é da ordem de 150 MeV/cm. Outro mecanismo de aceleração estudado foi o processo de bremsstrahlung inverso não linear. Neste mecanismo, a partir do fato de que a interação laser elétron efetua-se através do termo Exvx e do fato de que a Recursos utilizados (Humanos, materiais e instalações/equipamentos. força que o laser exerce sobre o elétron relativístico na direção x (direção perpendicular) é quase nula, utiliza-se um campo elétrico externo E0x(z), cuja magnitude é muito menor que a do campo elétrico do laser. Esse campo elétrico atuando sobre o elétron faz com que o vx deste varie de tal modo que o termo de interação Exvx permaneça sempre negativo, o que leva o elétron a ganhar energia constantemente, uma vez que a variação da energia cinética do elétron é dada por -eExvx. A taxa de aceleração obtida com nossas simulações para este processo é da ordem de 15 MeV/cm. Os dois últimos mecanismos simulados envolvem acelerações baseadas em processos que envolvem lasers de elétrons livres. Experiências bem sucedidas com lasers de elétrons livres mostraram que é possível haver transferência de energia do elétron para o laser. No caso do laser de elétrons livres inverso a energia é transferida do laser para os elétrons. Simulamos o mecanismo de aceleração de alta energia baseado no laser de elétrons livres inverso. Para os parâmetros utilizados obtivemos uma taxa de aceleração muito inferior a prevista teoricamente, sendo que rapidamente os elétrons param de acelerar. No último mecanismo que envolve a configuração de lasers de elétrons livres com um plasma de fundo, ondas de Langmuir são excitadas no plasma e aceleram os elétrons. Com nossas simulações obtivemos para este último mecanismo taxa de aceleração de cerca de 50 MeV/m. Atualmente, estão envolvidos diretamente no projeto três pesquisadores do IEAv, um pesquisador da UFF e uma pesquisadora do INPE, todos em tempo parcial. O projeto aqui no IEAv está sendo desenvolvido na Divisão de Física Aplicada, utilizando um micro dual P-III 500 MHZ, 512 Mbytes de memória, HD 15GB e usando Compaq Visual Fortran para os cálculos, além de outros micros da EFA e do INPE. Recursos adicionais necessários Capacitações adquiridas. Compreensão de possíveis mecanismos de aceleração de elétrons, que no futuro poderão viabilizar o desenvolvimento de aceleradores compactos. Produtos obtidos. O trabalho “Comparison of Physical Mechanisms of Different Compact Electron Accelerators” foi apresentado, na forma de painel, no 6° Encontro Brasileiro de Física dos Plasmas, realizado no Hotel Leão da Montanha em Campos do Jordão, SP, de 1 a 5 de Dezembro de 2001 (Livro de Programa e Resumos do 6° Encontro Brasileiro de Física dos Plasmas, pg.23). Um artigo com o mesmo título do trabalho mencionado foi escrito e submetido ao Brazilian Journal of Physics. Fonte Aporte (R$) Recursos financeiros aplicados. Parcialmente FAPESP (Proj. 99/12468-8) 34.415,00