Limitações metabólicas e ambientais à fotossíntese Maria da Glória Esquível Factores externos • • • • Luz CO2 Temperatura Disponibilidades hídricas Luz – 3 parâmetros fundamentais a ter em conta: 1- comprimentos de onda da luz (espectro qualitativo da luz) - 60% não é absorvida 2- quantidade (intensidade) 3- direcção da luz incidente Irradiância – quantidade de energia que chega a uma determinada superfície (m-2) por unidade de tempo 1W=1joule (J) s-1 Irradiância fotonica nº moles de fotões por unidade de superfície por unidade de tempo (1mol de luz tem 6.02x1023 fotões, nº de Avogadro) 2- quantidade (intensidade) Competição das plantas pela Luz •Luz Radiação fotossinteticamente activa PAR, 400-700nm) Praticamente toda a luz é absorvida pelo copas das árvores do topo Para dissipar a energia de luz absorvida em demasia as plantas têm vários mecanismos por exemplo dissipação de calor Luz em Excesso ROS (espécies reativas de oxigénio) Orientação das folhas para a luz Lupinus succulentus 3- direcção da luz incidente Resposta da fotossíntese à luz em plantas C3 (1) (2) Ponto de Compensação para a luz (1) – Fotossíntese limitada pelo cadeia transportadora de electrões (2) – Fotossíntese limitada pela capacidade de carboxilação da rubisco As curvas de resposta à luz revelam as propriedades fotossintéticas das plantas em estudo As plantas de sombra têm o ponto de compensação para a luz mais baixo e atingem taxas de fotossíntese também mais baixa do que as plantas de sol Quando expostas a excesso de luz as folhas têm que dissipar a energia de luz absorvida em demasia para não danificar o aparelho fotossintético •Luz As plantas podem dissiparem luz absorvida em excesso por meio do ciclo das xantofilas A zeaxantina é a xantofila mais eficiente na dissipação de calor Variação ao longo do dia Experiência em Helianthus annuus Distribuição dos cloroplastos em células fotossintéticas de Lemna Meio alternativo para reduzir o excesso de luz – movimentação dos cloroplastos Nas células os cloroplastos movem-se no citoplasma pela acção dos microfilamentos de actina. O cálcio regula este movimento. CO2 Efeito de estufa – a luz absorvida pelo CO2 é pouco transmitida em comprimentos de onda mais longos e portanto a atmosfera aquece. As concentrações do CO2 continuam a aumentar (k mil anos) O principal gás da atmosfera é o azoto N2 (77%) O oxigénio O2 (21%) vapor de água H2O (2%) A quantidade de CO2 é de 0,038% ou seja 380 partes por milhão (ppm) Pontos de resistência à difusão do CO2 desde o exterior da folha até chegar ao cloroplasto. A resistência estomática é o factor principal de resistência à difusão do CO2 •Disponibilidades hídricas: Se há falta de água, fecho dos estomas, diminui a concentração intercelular de CO2 Diminui a taxa fotossintética. (resistência do mesófilo) CO2 Carboxissoma em Cianobactérias Mecanismos de concentração de CO2 em Algas Baixa difusão do CO2 na água em relação ao ar O Pirenóide Chlamydomonas reinhardtii A quantidade de rubisco é maxima no meio da folha CO2 A capacidade de assimilação de CO2 na fontossítese depende sobretudo da quantidade de rubisco Distribuição da radiação absorvida numa folha de espinafre Plantas C3 e Plantas C4 Epiderme Parênquima paliçada Feixe vascular Parênquima lacunar Células guarda Estoma Folha C3 Epiderme Células do mesófilo Células da bainha do feixe Feixe vascular cloroplastos Chamam-se plantas C3 porque o primeiro composto estável após fixação do CO2 tem 3 carbonos o PGA – Plantas C4 estão adaptadas a climas secos e quentes Estoma Células guarda Folha C4 o ác. fosfoglicérico. PEP- fosfoenolpiruvato Plants C4 a fixação de CO2 é feita pela PEPcarboxilase, resultando um composto com 4 carbonos o oxaloacetato e seguidamente o malato (nas cél. Do mesófilo) Nestas plantas o ciclo de Calvin funciona nas células da bainha do feixe onde o malato liberta CO2 para ser utilizado pela Rubisco Células do mesófilo Células da bainha do feixe - Nas plantas C4, a taxa fotossíntética fica saturada para concentrações de CO2 baixas devido a terem mecanismos de concentração de CO2 -Nas plantas C3, um aumento gradual da CO2 intracelular vai aumentando a taxa fotossíntética ( A taxa fotossítética máxima é atingida a valores de CO2 intercelulares muito mais elevados). - Nas plantas C4 o ponto de compensação para o CO2 é zero ou muito perto deste, reflectido os valores muito baixos de fotorespiração. - Nas plantas C3 o ponto de compensação para o CO2 é cerca de 10Pa devido à fotorespiração. CO2 Ponto de compensação para o CO2 – dá nos uma ideia do balanço entre Fotossíntese e Respiração e Fotorespiração PlantasC4 Algas CCMs CO2 Plantas CAM Fixação do CO2 - RUBISCO Factores que intervêm na regulação da actividade da Rubisco " CO2 e temperatura •Temperatura -A temperatura afecta as enzimas da fotossíntese e a integridade das membranas dos Cloroplastos Nas plantas C3 a temperatura afecta também a actividade da rubisco porque a rubisco activase é muito sensível a temperatura elevadas. A quantidade de CO2 disponível também é muito menor. A expansão foliar é geralmente mais sensível do que a fotossíntese ao deficit hídrico Nessas condições mais assimilados podem ser translocados para as raízes Disponibilidades hídricas A Fotossíntese sob stress hídrico é limitada por: ► Difusão do CO2 ► -fecho estomático -condutância do mesófilo Alterações metabólicas Alterações metabólicas são mediadas pelo decréscimo do CO2 nos espaços intercelulares, bem como por alterações nas concentrações de açúcares, hormonas, iões etc A capacidade de resistência do aparelho fotossintético ao stresse hídrico depende da idade fisiológica da folha Photosynthetic Capacity Lupinus albus 50 45 ψpd= -1.1MPa nas plantas em stress Young Mature Old LPI 10 LPI 16 A, µmol m s -2 -1 40 35 30 25 20 15 10 5 0 LPI 6 (Chaves and Pereira, in BIOS 1993) Control Stress Rewatered Factores intrínsecos • A anatomia foliar é altamente especializada para a absorção da luz e do CO2. • Estomas que abrem à luz nas C3 e C4. Nas CAM os estomas abrem à noite, o CO2 é fixado durante a noite. As folhas de sombra têm menos clorofila por área foliar, porque são mais finas Floresta tropical – competição para a luz Folha de sombra, grande superfície, folhas muito finas e portanto leves. Genero Cecropia floresta tropical África – Terras altas da Etiópia Hábito em roseta para protecção do excesso de luz. Só as folhas marginais é que estão sujeitas a um excesso de radiação a outras estão protegidas. Lobelia rhynchopetalum Deserto do Arizona e Norte do Mexico Cacto dominante Pachycereus pringlei Folhas reduzidas a espinhos, caules cheios de água. Notar também a vegetação arbustiva constituída por plantas com folhas pequenas e espessas