IDADE ANTIGA ORIENTAL CONTEÚDOS Egito Mesopotâmia Hebreus Fenícios Persas AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS O período chamado Antiguidade ou Idade Antiga inicia-se com a invenção da escrita (século 40 a.C.) e se estende até a queda do Império Romano do Ocidente (século 5 d.C.). Nessa época, várias civilizações pré-históricas evoluíram e constituíram grandes impérios, como, por exemplo, o Egito, a Fenícia, a Grécia, a Macedônia, etc. Seguindo essa linha, vale esclarecer que a Antiguidade Clássica estuda os Gregos e os Romanos, enquanto a Antiguidade Oriental estuda os Egípcios, Mesopotâmicos, Fenícios, Hebreus e Persas. Figura 1 – Civilizações da Idade Antiga Fonte: Fundação Bradesco Em geral, os povos da Antiguidade Oriental têm algumas características em comum, por exemplo, alguns deles surgiram graças à presença do “Crescente Fértil” que viabiliza a agricultura em uma região árida ou desértica. Essa denominação era dada às áreas onde existiam rios que transbordavam em alguns meses do ano, alagando as margens e as planícies de inundação (áreas relativamente planas próximas ao rio). Assim, no período das vazantes (quando esses rios deixavam de transbordar), essas terras que ficavam alagadas, tornavam-se extremamente propícias para a agricultura. O sistema de trabalho utilizado nessas áreas de plantio era o Modo de Produção Asiático, no qual o cidadão trabalhava compulsoriamente como servo do estado, ficando com uma parte do que foi produzido. Outra forma de trabalho era a escravidão que, geralmente era empregada nos trabalhos mais pesados como, por exemplo, a construção civil. Na Idade Antiga, os escravos eram obtidos de duas maneiras distintas. A mais comum delas era por conquista, ou seja, os guerreiros de povos inimigos que eram capturados nas guerras e vendidos como escravos. A outra forma era a escravidão por meio de dívidas, nela o indivíduo era condenado a trabalhar alguns anos como escravo para assim, quitar seus débitos. Desse modo, a escravidão não estava vinculada a nenhuma raça ou cultura, e qualquer um poderia se tornar escravo. Figura 2 - Escravidão na Antiguidade Fonte: Scc.comics/Shutterstock.com Socialmente, na maioria dos casos, não havia mobilidade entre os indivíduos que viviam nesses grandes impérios, ou seja, tratava-se de uma sociedade de estamentos (dividida em grupos de acordo com a sua função social) muito rígidos, sendo muito difícil um indivíduo mudar de classe durante a vida. Um outro ponto interessante dessa época, é que a maioria desses impérios da Antiguidade Oriental mantinham governos teocráticos, assim, o governante tinha o status de um deus, semideus ou até mesmo de um representante direto de um deus. Essa mistura de política e religião no geral era comum devido ao fato da maior parte das religiões desse período ser politeísta. As divindades poderiam ser amórficas (sem forma definida), zoomórficas (com forma de animais), antropomórficas (com forma humana) e antropozoomórficas (com forma de animais e humanos misturados). Vale lembrar que todos desenvolveram um sistema de escrita, onde o mais comum era que cada um dos caracteres dessa escrita, representassem uma palavra inteira. Esse fator dificultava o acesso das pessoas comuns a esse tipo de registro e, dessa forma, os desenhos ainda passaram, por muito tempo, sendo a principal forma de registro das pessoas comuns. Para entender melhor as similaridades e diferenças desses povos, observe o quadro comparativo a seguir: Egito Mesopotâmia Localização Atual Nordeste Africano Iraque Economia Agrária (Rio Nilo) Hebreus Israel e Territórios Palestinos Fenícios Persas Líbano Irã Agrária (Rio Jordão) Comercial (marítimo) Guerreira e Comercial Livre e escravo Militar, livre e escravo Bastante mobilidade Talassocracia (Democracia com Império) Politeístas e Antropozoomórficos Alfabeto com 22 letras Pouca mobilidade Modo de Produção Asiático e escravo Sem mobilidade Agrária (Rios Tigre e Eufrates) Modo de Produção Asiático e escravo Sem mobilidade Politica Império Teocrático Império Teocrático Religião Politeístas e Antropozoomórficos Politeístas e Antropozoomórficos Monoteístas e amórficos Escrita Hieróglifos Cuneiforme Aramaico Sistema de Trabalho Sociedade Modo de Produção Asiático e escravo Pouca mobilidade Juizado e Monarquia Teocráticos Império Teocrático Dualistas e Antropomórficos Cuneiforme Egito A história do Egito na Antiguidade, data-se do século 4 a.C. (com a unificação do império) até o século 1 a.C. (quando se tornaram um domínio romano). Localizado em pleno Saara (região desértica), sua sobrevivência estava intimamente ligada às áreas do crescente fértil do Rio Nilo. Seu governo era centralizado nas mãos de um faraó que representava o mais alto poder político, militar e religioso, sendo considerado um ser divino. Assim, o poder era vitalício e passava de pai para filho. Para assessorar o faraó, existia uma corte composta por membros das famílias nobres e sacerdotes. Sua economia era predominantemente agrária e o modo de produção asiático era a forma de se organizar e explorar a mão de obra dessa população que ali vivia. Nesse caso, as terras agricultáveis pertenciam ao Faraó e os agricultores trabalhavam nela em um esquema de servidão coletiva, ficando apenas com uma parte da produção. Nessa economia, também era possível observar o comércio e a produção artesanal. Figura 3 – Pendente em Ouro Fonte: Wikimedia Commons Nos momentos de cheia do Nilo, o faraó poderia requisitar essa mão de obra para desenvolver outras atividades como a construção de diques, canais de irrigação, palácios, templos e pirâmides. A mão de obra escrava, geralmente era utilizada em outros serviços como a construção civil e o embalsamento de corpos (mumificação). Para garantir o alimento para o ano todo, o faraó mantinha grandes celeiros que serviam como estoques reguladores, onde se armazenava os alimentos para as entressafras. A sociedade era muito complexa e praticamente não havia mobilidade social. A divisão das classes era bastante rígida e pode-se observá-la no esquema a seguir: Figura 4 – Esquema de organização social do Egito na Idade Antiga Fonte: Fundação Bradesco No campo religioso, vale lembrar que os egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses) e seus deuses, em sua maioria, eram antropozoomórficos (parte animal e parte humano). Eles também cultuavam alguns animais como gatos e serpentes, devido a sua agilidade e importância no controle de pragas (ratos). Figura 5 – Principais Deuses do Egito na Idade Antiga Fonte: Charis Estelle/Shutterstock.com Para os egípcios, após a morte a alma era julgada pelo tribunal de Osíris e, em seguida, poderia voltar ao corpo. Por isso, era preciso preservá-lo por meio da mumificação. As técnicas de embalsamar poderiam variar muito de acordo com a renda e a classe social dos indivíduos e é por isso que as múmias melhores preservadas são de membros das classes mais altas. As pirâmides eram construídas para abrigar a múmia do faraó, ou seja, no Egito Antigo, elas tinham a função de grandes túmulos. Como acreditava-se que o faraó regressaria ao seu corpo, no interior da pirâmide, eram colocados os seus objetos pessoais, como roupas e joias, os símbolos de sua riqueza material do mundo externo, um grande banquete e alguns dos seus escravos. Curiosidade: A esfinge era um ser mitológico do Egito, com corpo de leão e cabeça de gente, que quando encontrada por um viajante do deserto, lançava um desafio. Caso sua vítima não fosse capaz de resolver o enigma, a esfinge o devorava. O monumento mais famoso que representava esse ser mitológico encontra-se próximo as pirâmides de Gize. Figura 6 – Grande Esfinge de Gizé Fonte: Wikimedia Commons No campo das ciências, pode-se destacar o grande desenvolvimento matemático, astronômico e arquitetônico. A medicina era extremamente desenvolvida graças ao grande conhecimento de anatomia humana que eles desenvolveram com as técnicas de embalsamamento. Nas artes, destaca-se a cerâmica, a pintura e a escultura. Mesopotâmia A região da mesopotâmia, além de apresentar uma excelente área do crescente fértil entre os rios Tigre e Eufrates, também encontra-se em meio às rotas comerciais da Europa Ásia e África. Todos esses fatores contribuíram para que diversas civilizações tentassem tomar posse e estabelecer grandes impérios nessa região. Entre os séculos 5 a.C. e 1 a.C., esse território foi dominado por acádios, amoritas, assírios, babilônicos, caldeus e sumérios. A cidade da Babilônia foi por muitos anos, a capital desse império e a mais importante cidade da antiguidade. Seu governo manteve-se forte e centralizado nas mãos de um monarca que concentrava os poderes militar, político e religioso em suas mãos. No campo legal, essa civilização destacou-se pela criação do primeiro código de leis escritas da humanidade, o Código de Hamurabi (que se baseava na Lei de Talião – Olho por olho, dente por dente). Dessa forma, ficava determinado que a punição de um crime deveria ser aplicada na mesma forma e intensidade do delito. Figura 7 – Bloco de pedra onde está registrado o Código de Hamurabi Fonte: Wikimedia Commons A economia era predominantemente agrária e o modo de produção asiático era a forma de se organizar e explorar a mão de obra da população que ali vivia. Nessa economia, também era possível observar o comércio e a produção artesanal, sendo que a mão de obra escrava geralmente era utilizada em outros serviços como, por exemplo, a construção civil. Curiosidade: Durante o reinado de Nabucodonosor II, foi construído sobre as casas e prédios públicos da capital do império, um grande jardim que ficou conhecido como os “Jardins Suspensos da Babilônia”, uma das 7 maravilhas do mundo antigo que foi ofertado a esposa do imperador como prova do seu amor. Um dado interessante dessa obra é que esses jardins se interligavam como vasos comunicantes, de modo que a água pudesse se espalhar por todos os terraços, independentemente da região da cidade em que chovia, garantindo assim, que ele sempre estivesse florido durante a primavera. Durante o século 20, os Estados Unidos bombardearam o Iraque, destruindo as poucas ruínas desse jardim que sobreviveram ao tempo, acabando com seus últimos registros. Vale lembrar que os mesopotâmicos eram politeístas (acreditavam em vários deuses) e seus deuses, em sua maioria, eram representados por fenômenos da natureza. Eles não acreditavam em vida após a morte, por isso, não se preocupavam com a preservação dos cadáveres como os egípcios faziam. Figura 8 - Divindade mesopotâmica Fonte: Watch_The_World/Shutterstock.com No campo das ciências, eles desenvolveram uma elaborada matemática, já realizavam cálculos com “Raiz Quadrada e Cúbica” e conheciam uma geometria extremamente elaborada, por exemplo, a divisão do círculo em 360° foi proposta por essa civilização. Na cartografia, destacaram-se devido ao registro de um mapa de escrita cuneiforme. No campo astronômico, eles identificaram 5 planetas do sistema solar. E nas artes, destacaram-se na produção das esculturas em baixos relevos. Hebreus Os hebreus são um povo que vivia nas áreas do crescente fértil do Rio Jordão, porém, durante o século 18 a.C., devido a um longo período de seca, eles migraram buscando conquistar as terras do Norte do Egito. Nessa invasão, os hebreus acabaram sendo capturados em batalha, se tornando escravos. Foi apenas no século 13 a.C. que os hebreus, liderados por Moisés, fogem do Egito e retornam ao seu território original. Sua economia era baseada na produção agrícola e no pastoreio e, em alguns momentos de sua história, foi possível observar que os hebreus também utilizavam a mão de obra escrava. O governo era teocrático, uma vez que seus líderes diziam-se representantes diretos de Deus (Jeová). Houve uma fase descentralizada, em que o poder se dividia entre os juízes das 12 tribos (que mantinham uma função de chefes políticos, militares e religiosos na região que comandavam) e uma fase centralizada em que o poder se concentrou nas mãos de um monarca. Saul, Davi e Salomão, foram os reis dos hebreus e durante esses governos, houveram grandes investimentos na construção de palácios e templos. Porém, após a morte desse último monarca (famoso pelas suas 700 esposas e pelo seu grande senso de justiça), esse povo de dividiu em dois formando, os reinos de Israel e Judá. Figura 9 - Cálice em ouro onde as bebidas do rei Salomão eram servidas Fonte: Wikimedia commons No século 8 a.C., fragilizados pela divisão dos reinos, os hebreus tornaram-se alvo fácil para a conquista dos assírios e, depois, já no século 6 a.C., eles acabaram sendo conquistados pelos babilônicos que os mantiveram como escravos por praticamente um século (Cativeiro da Babilônia). Após esse período, o povo hebreu regressou ao seu território, mas não recuperou a sua força, tornando-se colônia dos macedônicos, egípcios e, por fim, dos romanos que, no século 1 d.C., destruíram Jerusalém e expulsaram os hebreus dessa região, promovendo uma grande diáspora desse povo. Curiosidade: O povo judeu, após a perda do seu território, espalhou-se por diversas regiões do globo e sofreu grandes perseguições no decorrer da história. Para tentar recuperar o território que eles ocupavam durante a Idade Antiga, eles organizaram o movimento Sionista (reivindicavam um território para sediar o Estado Judeu) e, foi apenas em 1948, sob determinação da ONU, que eles formaram o Estado de Israel em terras ocupadas por palestinos. O grande problema é que houve muitas guerras entre os judeus e os palestinos na formação desse estado, com sérios abusos dos dois lados. Figura 10 – A expansão do Estado de Israel sobre o Território Palestino Fonte: Fundação Bradesco Atualmente, o Estado de Israel ocupa uma área maior que a determinada inicialmente pela ONU e mantém territórios palestinos sob sua custódia, e isso aumenta a tensão nessa região que não consegue atingir a paz. A religião dos hebreus é uma das poucas da antiguidade que se baseava no monoteísmo. Seu deus, Jeová, é descrito como um ser amórfico (sem forma definida) que se comunica diretamente com os líderes desses povos, como foi o caso de Moisés, que segundo a tradição religiosa, recebeu diretamente dele os 10 mandamentos. Os hebreus acreditavam na imortalidade da alma, mas em um plano espiritual e não físico, como acreditavam os egípcios. Muito da história dos hebreus aparece tangenciada nas passagens bíblicas do velho testamento. O povo hebreu pouco se destacou no desenvolvimento das ciências e das artes, sendo que sua maior contribuição para o mundo atual foi a formação religiosa monoteísta que deu origem a duas importantes religiões, o Judaísmo e o Cristianismo. Fenícios Os fenícios, desde o século 30 a.C., organizavam-se em cidades-estados independentes, chefiadas pelas suas elites locais e, por isso, adotaram a Talassocracia como sistema de governo. Isto é, basicamente, eles viviam de forma autônoma e democrática, unindo-se sob um único governo forte e centralizador em momentos de graves crises, como por exemplo, para vencer uma guerra. A ausência de terras em uma área de crescente fértil ou a falta de um grande rio que pudesse promover a produção agrícola para essa civilização, forçou os fenícios a buscar outras formas de sobrevivência, como o comércio marítimo (joias, tecidos tingidos, etc.). Assim, eles se tornaram um dos povos mais conhecidos pelas relações comerciais do mundo antigo, fundando várias colônias pelas costas do mediterrâneo (da África, como Cartago, e da Europa, como Palermo, Cádiz e Málaga). Dada a sua intensa atividade comercial por meio da navegação, os fenícios desenvolveram diversos instrumentos náuticos e um elevado conhecimento cartográfico e astronômico. Foram eles que criaram o primeiro alfabeto (composto de 22 letras) que se tem conhecimento na história, que facilitou muito o processo de escrita, quando comparado com a escrita cuneiforme ou em hieróglifos. Dada a eficiência do alfabeto fenício, muitas outras civilizações adotaram e adaptaram essa concepção de escrita ao longo da história, até chegar à matriz que dará origem ao alfabeto ocidental atual. Figura 11 – As 22 letras do alfabeto fenício Fonte: Wikimedia Commons No campo religioso, os fenícios cultuavam os elementos da natureza, mas acabaram praticando um grande sincretismo adotando alguns dos deuses de outras civilizações com quem eles mantinham contato. Essa característica fez com que a arte fenícia também fosse representada pela mistura das artes de diversos povos, reforçando essa característica de eles serem um povo de muitos sincretismos. Curiosidade: Na antiguidade, os fenícios também se destacavam como excelentes arquitetos e construtores. Assim, eles acabaram sendo requisitados pelos hebreus, durante o reinado de Salomão, para se tornarem os responsáveis pela construção do templo de Jerusalém. Persas O império Persa surgiu durante o século 6 a.C. com a ascensão de Ciro I, teve seu apogeu durante o reinado de Dário I e teve seu fim quando os sucessores de Xerxes I acabaram sendo derrubados em 4 a.C. pelos macedônicos. Durante esse curto espaço de tempo, essa civilização se destacou por criar algumas importantes inovações como, por exemplo, a construção de estradas calçadas em pedra, um sistema de correios, uma moeda (Dárico) e um sistema que dividia as diversas regiões do império em satrápias (algo como pequenas províncias chefiadas por líderes locais). Figura 12 – Dárico, moeda da Fenícia na Idade Antiga Fonte: Wikimedia Commons O fato do seu território estar fora da região do crescente fértil, fizeram com que os persas acabassem se dedicando mais ao comércio e às atividades guerreiras que estavam ligadas à conquista e à expansão territorial. Uma característica bastante singular dos persas é que eles não oprimiam a cultura e a religião dos povos conquistados e também não mantinham os prisioneiros de guerra como escravos por um longo tempo como acontecia nos demais impérios desse período. No geral, eles respeitavam as leis e costumes dos dominados, apenas obrigando-os a pagar seus impostos. Essa tática evitava que os dominados se rebelassem contra o dominador e garantia uma relativa estabilidade. Curiosidade: Durante o “Cativeiro da Babilônia”, os persas auxiliaram a libertação do povo hebreu que estava escravizado na Mesopotâmia, em troca disso, os hebreus, ao se reestabelecerem em seu território, passaram a contribuir pagando tributos aos persas. No campo religioso, os persas mantinham uma religião dualista, ou seja, com a presença de dois deuses de igual força e importância. A luta constante entre essas divindades representava o conflito entre o bem e o mal, sendo assim, quando os homens praticavam boas ações, eles fortaleciam o deus do bem e coisas boas aconteciam no mundo (por exemplo, a fartura, a fecundidade e a vitória nas guerras). Por outro lado, quando os homens praticavam maldades, isso favorecia o deus do mal, tendo como consequência tragédias para a humanidade (por exemplo, pestes, secas prolongadas e derrota nas guerras). Essa religião previa a ideia de ressureição após um juízo final. ATIVIDADES 1. Sobre a escravidão na Idade Antiga, explique como era possível um indivíduo tornar-se escravo? 2. Associe as civilizações da Idade Antiga com as suas características correspondentes: (E) Egípcios (M) Mesopotâmicos (H) Hebreus (F) Fenícios (P) Persas (__) Facilitaram o sistema de escrita do mundo antigo ao desenvolverem o primeiro alfabeto da história, composto por 22 letras. (__) Mumificavam os mortos para evitar a decomposição dos cadáveres e construíram pirâmides para sepultar os mortos mais importantes do império. (__) Desenvolveram uma moeda chamada de Dárico que facilitava as trocas comerciais nos domínios do seu império. (__) Criaram um conjunto de leis escritas chamado de Código de Hamurabi que se baseava na Lei de Talião (olho por olho, dente por dente). (__) Tentaram conquistar as terras do norte do Egito mas foram derrotados na batalha e acabaram se tornando escravos por praticamente cinco séculos. (__) Foram grandes comerciantes marítimos e, por isso, desenvolveram grandes conhecimentos náuticos, cartográficos e matemáticos. (__) Utilizaram o modo de produção asiático para explorar a mão de obra do homem livre no plantio do crescente fértil do rio Nilo. (__) Adotaram uma religião monoteísta, divergindo dos demais povos da antiguidade que eram politeístas. (__) Abrigaram uma das sete maravilhas do mundo antigo em sua capital, os Jardins Suspensos da Babilônia. 3. (ENEM-2009) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizé, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos. b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos. c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos. d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito. e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições. LEITURA COMPLEMENTAR Pirâmides de Gizé As Pirâmides de Gizé são estruturas monumentais construídas em pedra. Possuem uma base retangular e quatro faces triangulares que convergem para um vértice. Essas três majestosas pirâmides foram construídas como tumbas reais para os reis Kufu (ou Quéops), Quéfren, e Menkaure (ou Miquerinos) - pai, filho e neto. A maior delas, com 160 m de altura (49 andares), é chamada Grande Pirâmide, e foi construída cerca de 2550 a.C. para Kufu, no auge do antigo reinado do Egito e estão localizadas na cidade de Gizé, que integra o Cairo, no Egito. Elas são as únicas das antigas maravilhas que sobreviveram ao tempo. As grandes pirâmides de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos, foram construídas há cerca de 2.700 anos a.C., desde o início do antigo reinado até perto do período ptolomaico. A época em que atingiram o seu apogeu, o período das pirâmides por excelência, começou com a terceira dinastia e terminou na quarta dinastia (2686 a.C. - 2345 a.C.). As pirâmides de Gizé são um dos monumentos mais famosos do mundo. Como todas as pirâmides, cada uma faz parte de um importante complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerário e as pirâmides menores das rainhas, todo cercado de túmulos (mastabas) dos sacerdotes e pessoas do governo, uma autêntica cidade para os mortos. Para os egípcios, a pirâmide representava os raios do Sol, brilhando em direção à Terra. Todas as pirâmides do Egito foram construídas na margem oeste do Nilo, na direção do sol poente. Os egípcios acreditavam que, enterrando seu rei numa pirâmide, ele se elevaria e se juntaria ao sol, tomando o seu lugar de direito com os deuses. As Pirâmides de Gizé não eram consideradas estruturas isoladas mas integradas num complexo arquitetônico. Foram encontradas cerca de 100 pirâmides no Egito mas a maior parte delas estão reduzidas a pequenos montes de terra. Para se colocar em pé as três pirâmides, calcula-se que cerca de 30 mil egípcios trabalharam durante 20 anos, e a cada três meses havia uma troca de homens. Uma grande parte trabalhava no corte e transporte de blocos de pedras. Porém, não havia somente trabalhadores braçais, mas também arquitetos, médicos, padeiros e cervejeiros, pois se acredita que os homens que ali trabalhavam eram pagos com cerveja e alimentos, apesar das várias polêmicas existentes. A Pirâmide de Quéops, também conhecida como a Grande Pirâmide, é o monumento mais pesado que já foi construído pelo homem. Aproximadamente possui 2,3 milhões de blocos de rocha, cada um pesa em torno de 2,5 toneladas.Com mais de 146 metros de altura. Quéops foi um faraó do Antigo Império do Egito. Ele reinou por volta de 2551 a.C. até 2528 a.C.. Foi o segundo faraó da quarta dinastia. Quéops foi filho do Rei Snefru e, ao contrário de seu pai, foi lembrado como um faraó cruel e sem piedade. Quéops teve diversos filhos, um dos quais, Djedefré, foi seu sucessor imediato. Ele teve uma filha chamada Rainha Hetepheres II. O faraó Quéops também foi o responsável pela construção da maior pirâmide de Gizé - que são as únicas das sete maravilhas do mundo antigo ainda existentes - levando seu nome: a pirâmide de Quéops. Quéfren foi um faraó egípcio da quarta dinastia. Ele construiu a segunda maior das pirâmides de Gizé, a Pirâmide de Quéfren, a Esfínge de Gizé e um templo, que é o único exemplo de templo remanescente do período do Antigo Império egípcio. Seu nome, KhafRe, significa "da coroa de Rá" para alguns tradutores e "suba Ra!" para outros; o significado mais provável é o primeiro, pois, os hieróglifos representando seu nome possuem tal coroa. Menkauré foi um rei da quarta dinastia egípcia. Em português, é também conhecido como Miquerinos, que é oriundo da versão helenizada do seu nome. Menkauré significa "estáveis são os kau de Ré" (sendo kau o plural de ka, elemento constituinte do ser humano na mentalidade egípcia). Era filho de Khafré (também conhecido como Quéfren, rei da segunda pirâmide de Gizé) e da rainha Khamerernebti I. Foi casado com a sua irmã Khamerernebti II, tendo tido mais duas esposas. Mikerinos teve pelo menos dois filhos do sexo masculino: um faleceu e o outro, Chepseskaf, foi o seu sucessor. Desconhecem-se os detalhes relativos ao reinado de Mikerinos. Heródoto descreveo como um rei "pio" e justo, que mandou reabrir os santuários. Esta descrição do historiador grego baseia-se em relatos populares de credibilidade duvidosa. A sua pirâmide em Gizé é menor das três. Contudo, foi revestida, até um terço da sua altura, com um material mais nobre, o granito de Assuão. O seu túmulo foi restaurado na época da vigésima sexta dinastia. No seu interior foi encontrado na época moderna um sarcófago que foi enviado para Londres, mas o barco que o transportava acabou por naufragar ao largo da costa de Portugal. A palavra pirâmide não provém da língua egípcia. Formou-se a partir do grego "pyra" (que quer dizer fogo, luz) e "midos" (que significa medidas). Assim, uma livre tradução para pirâmide seria “medida de luz”. Embora de natureza mística, para a construção dessas pirâmides, usou-se uma série de conhecimentos de trigonometria voltados às dimensões da terra redonda e projeções celestiais. Desse modo, observa-se que os ângulos de inclinação de seus lados fizeram com que cada face ficasse orientada cuidadosamente pelos pontos cardeais. Só História. Pirâmides de Gizé. Disponível em: <http://www.sohistoria.com.br/ef2/egito/piramides.php>. Acesso em: 20 jan. 2016. 9h. REFERÊNCIAS CARDOSO, Ciro Flamarion S. Antiguidade Oriental: Política e Religião. São Paulo: Contexto, 1990. CARDOSO, Ciro Flamarion S. Modo de Produção Asiático (org.). Rio de Janeiro: Campus, 1990. CARDOSO, Ciro Flamarion S. O Egito antigo. São Paulo: Brasiliense, 1982. CARDOSO, Ciro Flamarion S. Sete olhares sobre a antiguidade. Brasília: UNB, 1998. 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Nos dois casos, ela não tinha nenhuma ligação com aspectos étnicos, como ocorreu no Brasil Colonial da Idade Moderna (onde se escravizava apenas os negros e indígenas), ou seja, no mundo antigo qualquer um poderia se tornar escravo. Dessa forma, existiam na antiguidade escravos brancos – capturados em batalhas na Europa, escravos negros – capturados em batalhas na África, escravos árabes – capturados em batalhas no Oriente Médio, escravos orientais – capturados em batalhas no Extremo Oriente e até mesmo escravos da mesma nacionalidade do seu dono (no caso de dívidas), independentemente de sua religião, língua ou cultura. 2. F - Fenícios E - Egípcios P - Persas M - Mesopotâmicos H - Hebreus F - Fenícios E - Egípcios H - Hebreus M - Mesopotâmicos 3. Alternativa: A. Comentário: Para se construir as grandes pirâmides, era necessário um grande contingente de mão de obra. Para tanto, o faraó contava com a articulação do trabalho livre e do trabalho escravo nesses grandes canteiros de obras. Além disso, era preciso planejar toda uma logística de distribuição de alimentos, água, vestimentas e moradia para que essa massa trabalhadora tivesse as condições mínimas de trabalho.