A filosofia budista na linguagem escrita: um estudo sobre o uso do

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A filosofia budista na linguagem escrita: um estudo sobre o uso do
ideograma 仏 no Jornal San Pauro Shimbun
Daniel Tsuboi Ogusico
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de letras orientais, USP, São Paulo
1. Objetivos
Há tempos que o budismo como filosofia de
vida está presente no dia-a-dia dos japoneses.
E costuma-se dizer que as expressões budistas
aparecem freqüentemente na linguagem diária
dos japoneses. O presente estudo, de caráter
preliminar, visa levantar as ocorrências com o
ideograma butsu para observar em que medida
isso se materializa lingüisticamente.
2. Material e métodos
O ponto de partida para este estudo foi a leitura
de estudo bibliográfico sobre a presença de
termos budistas na linguagem do dia-a-dia dos
japoneses. A partir daí, foi selecionado o
ideograma butsu por ser um signo linguístico
passível de interpretações e de combinações
com outros ideogramas, sendo possível seu
emprego na leitura originalmente chinesa
(on’yomi) ou na forma de tradução (kun’yomi).
Em seguida, analisamos o jornal da
comunidade nipo-brasileira, o Jornal San Pauro
Shimbun, jornal diário, que vem sendo
publicado desde 1946 no Brasil. A seção
selecionada foi a de shakai (“sociedade”) para
investigar quantitativa e qualitativamente as
ocorrências com o ideograma butsu ou hotoke
仏
( ), que representa a idéia de Buda, que em
sua origem na língua sânscrita significa “aquele
que alcançou a iluminação”. Ainda em fase de
levantamento de ocorrências, dos quatro
meses inicialmente proposto, conseguimos
pesquisar os textos de cerca de um mês e meio.
仏 陀 (“Buda”), 誕 生 仏
(“nascimento de Buda”), com 3 ocorrências, 潅
仏 会 法 要 (“culto budista em memória do
aniversário de Buda”), 仏教婦人会 (“associação
de senhoras budistas”), 3 ocorrências, 仏心寺
(nome de um templo), 3 ocorrências, 念 仏
(“oração budista”), 仏心寺開教使(“ensino aberto
do templo Busshin”), 仏前 (“diante de Buda”),
仏壇(“altar budista”), 仏式(“cerimônia budista”),
仏 教 関 係 者 (“pessoas relacionadas com o
budismo”), 仏教 (“budismo”), 仏の眼 (“olho de
Inglaterra e França”),
Buda”).
4. Conclusão
Até o estágio em que se encontra a pesquisa,
podemos apontar algumas tendências: (1) seu
emprego se dá muito mais na forma chinesa,
ou seja, da leitura chinesa butsu e não hotoke:
(2) em decorrência a esta tendência, há muito
mais ocorrências na forma composta, ou seja,
na combinação com outros ideogramas; (3) em
termos de contexto de uso, a esmagadora
maioria do emprego está restrita ao âmbito do
budismo, com exceção do caso do emprego
fonético, para indicar o país (França). Além
disso, não se observou nenhum tipo de
emprego que provinha de provérbio ou outras
interpretações.
5. Referências Bibliográficas
3. Resultados
Até o presente momento foram encontradas 23
仏
ocorrências com o ideograma , referentes ao
período de 1º de abril a 16 de maio de 2009. As
ocorrências foram:
仏典(“literatura budista”), 仏
式慰霊法要 (“cerimônia budista de culto aos
mortos”), 仏語 (“termo budista”), 英仏間 (“entre
A Doutrina de Buda. 4º edição revisada.
Ed.Bukkyô Dendô Kyôkai, 1998.
KODO, Matsunami. Introducing Buddhism.
Revised Edition. Chales E.Tuttle Company.
Rutland, Vermont & Tokyo, Japan.
KUBOSE, Gyomay. Budismo Essencial: A
arte de viver o dia-a-dia. São Paulo: Ed.
Budagaya.
San Pauro Shimbun. São Paulo, 1 abr. - 31
jul. 2009, p.2 – 3.
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