Cidades “É um descaso, uma falta de respeito do poder público e dos gestores com a saúde do povo” [email protected] Elias Garreto de Sousa, representante comercial, sobre a Unidade Mista do São Bernardo O ESTADO DO MARANHÃO · São Luís, 27 de junho de 2015, sábado Pacientes e médicos denunciam más condições em unidade mista No hospital de atendimento de emergência do São Bernardo, faltam médicos, medicamentos e equipamentos; cachorros de rua perambulam pelo espaço, elevando risco de usuários contraírem doenças e infecções, e infraestrutura é precária Flora Dolores Q uem vai em busca de atendimento médico na Unidade Mista do São Bernardo, em São Luís, se depara primeiramente com cachorros de rua circulando livremente pela área e dentro da recepção da unidade, um claro reflexo do descaso das autoridades com a saúde pública. Este é apenas um dos problemas existentes no hospital que causa revolta e indignação dos usuários. Na unidade de saúde faltam infraestrutura, medicamentos e equipamentos médicos, o que compromete o atendimento aos pacientes. Logo na entrada da unidade mista, as pessoas são frequentemente recepcionadas por cachorros de rua que passam a maior parte do tempo transitando pelo espaço, formando um cenário que não condiz com a de um ambiente hospitalar. Na recepção, as pessoas aguardam atendimento sem qualquer tipo de conforto, com pouca ventilação, cadeiras e bancos enferrujados e quebrados, o que contribui para piorar o estado de saúde de pacientes que precisam de tratamento de emergência. Na área externa do hospital, o mato cresce sem qualquer tipo de controle. Dentro da unidade, janelas e ventiladores quebrados, banheiros sujos e a falta Mais No ano passado, a Justiça determinou que a Prefeitura de São Luís recuperasse e fizesse a manutenção das unidades mistas de saúde dos bairros Bequimão, Itaqui-Bacanga, São Bernardo e Coroadinho. A decisão atendia a uma Ação Civil Pública proposta pela Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, segundo a qual seriam necessárias reformas e adaptações para que o atendimento ocorresse de acordo com as normas estabelecidas pelo Sistema de Vigilância Sanitária. Durante inspeções, a promotoria constatou uma série de irregularidades no funcionamento das unidades de saúde. No entanto, a Prefeitura de São Luís recorreu da decisão e obteve parecer favorável por parte do TJ-MA, que suspendeu os efeitos da liminar concedida pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos da capital. De acordo com o tribunal, a decisão foi baseada em documentos juntados à ação, como os autos da inspeção realizada à época, que comprovaram o cumprimento de cerca de 90% das determinações. Além disso, no entendimento do TJ-MA, a interdição para realização das reformas poderia causar séria lesão à saúde pública, uma vez que as unidades mistas já contavam com uma elevada demanda. Cachorro circula entre pacientes que aguardam atendimento na recepção da Unidade Mista do São Bernardo de espaços adequados para o acondicionamento dos materiais de trabalho dos médicos completam o cenário caótico da unidade de saúde. “É um descaso, uma falta de respeito do poder público e dos gestores. Na hora das eleições, os políticos prometem várias coisas, mas na hora de cumprir nada disso acontece”, reclamou o representante comercial Elias Garreto de Sousa, de 59 anos. A dona de casa Luciana dos Santos, de 40 anos, também criticou as condições da unidade de saúde. “É uma vergonha essa situação. Aqui deveria ser um espaço limpo e com higiene, mas Vítima de ataque a ônibus denuncia falta de apoio Flora Dolores Juliane dos Santos diz que Governo do Estado não está mais dando assistência Juliane Carvalho dos Santos, mãe da menina Ana Clara Santos Souza, de 6 anos, que morreu após ter mais de 90% do corpo queimado durante ataque a ônibus, em janeiro do ano passado, denuncia que não está mais recebendo assistência do Governo do Estado para continuar o tratamento. Ela deveria retornar a Brasília em março para dar prosseguimento às medicações, mas o Estado, que se comprometeu em arcar com as despesas referentes à passagem e ajuda de custo, não estaria mais oferecendo. Juliane Carvalho estava em um ônibus que foi incendiado por criminosos na noite do dia 3 de janeiro de 2014, quando teve mais de 40% do corpo queimado. Após o fato, ela foi à Brasília fazer o tratamento no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília, onde há médicos especialistas para o tratamento de queimaduras. Na ocasião, o Governo do Estado se comprometeu em arcar com as despesas relacionadas à passagem e ajuda de custo. Na capital federal, Juliane Carvalho passou 11 meses em tratamento. Em novembro do ano passado, ela retornou para São Luís e procurou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), setor que funciona no Hospital Pan Diamante, já que em março deste ano necessitava retornar a Brasília para continuar o tratamento. Segundo ela, deu entrada ao processo para a obtenção da passagem e ajuda de custo na SES e Juliane dos Santos precisa continuar com tratamento em Brasília Mais Juliane Carvalho dos Santos estava em um ônibus com suas duas filhas, Ana Clara Santos Souza, de 6 anos, e Lorrane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, quando o veículo foi alvo da ação de criminosos que o incendiaram. No crime, a pequena Ana Clara teve mais de 90% do corpo queimado e morreu. Na ocasião, o entregador de frangos Márcio Ronney da Cruz Nunes, de 37 anos, e operadora de caixa Abianci Silva dos Santos, 35 anos, também tiveram queimaduras. a resposta que recebeu foi de que deveria aguardar. Em março deste ano, ela voltou ao órgão em busca de um posicionamento, contudo, não o obteve. Avaliação - No mês passado, Juliane Carvalho retornou à secretaria, mas a resposta que obteve era de que deveria aguardar, pois passaria por um processo de avaliação para saber se continuaria com o tratamento em Brasília ou na capital maranhense. Enquanto isso, o medicamento que a jo- vem toma para as queimaduras terminou. Enquanto ela aguarda uma resposta, atualmente a jovem faz parte de um projeto social como voluntária no qual desenvolve uma séria de atividades educativas com crianças. Segundo Juliane Carvalhou, essa foi uma das formas encontradas para superar o trauma que teve por causa do ataque ao ônibus, que resultou na morte da sua filha. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que no processo do Programa de Tratamento Fora do Domicílio (TFD), Juliane Carvalho dos Santos, está pendente o laudo médico indicando o tratamento em Brasília. O TFD entrou em contato com a paciente informando a pendência e ela disse que retornaria para levar o documento, mas ainda está pendente. Porém, independentemente da falta do laudo, a SES já agendou todo o acompanhamento médico necessário para verificação do estado de saúde da paciente. Mais na versão digital oestadoma.com.br não é o que temos, disse. Estrutura – Os problemas na Unidade Mista do São Bernardo são antigos e só se intensificam. De acordo com um dos médicos do hospital, uma determinação da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) resultou na diminuição de quatro para dois médicos atendendo no hospital. Além disso, ele afirmou que eventualmente faltam medicamentos como antibióticos e anticoagulantes. Alguns dos equipamentos estão quebrados, impossibilitando a realização de exames como os de raio-X, o hemograma, eletrocardiograma, entre outros. “A estrutura aqui é ruim. No fim das contas, são os pacientes que acabam sendo os mais prejudicados”, relatou o médico. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde infor- Oficinas- Os estudantes participaram ainda de oficinas educativas, como pinturas, desenho e contação de histórias. Em seguida o cacuriá da UEB Garrastazu Médici se apresentou para o público. De acordo com a gestora Ana Dayse Rodrigues, foi uma forma de fazer com que os alunos pudessem vivenciar um pouco mais da sua própria cultura e entender o contexto ao qual estão inseridos. “É maravilhoso quando podemos oferecer algo novo aos nossos alunos, sair do ambiente da sala de aula despertando neles um interesse maior pelo conhecimento”, disse a professora Jaciara Sousa, da escola Padre Maurício. Mais na versão digital oestadoma.com.br Douglas junior Arraial da Leitura leva cultura a estudantes A programação da Biblioteca Pública Municipal de Paço do Lumiar, na quinta-feira, foi no clima de festas juninas, com o primeiro “Arraial da Leitura”, que teve a participação de alunos da escola comunitária Padre Maurício e UEB Garrastazu Médici. O projeto, desenvolvido palas secretarias municipais de Cultura e Educação, tem como objetivo despertar no público infantil o conceito de cultura popular, manutenção e preservação das manifestações desta época do ano. A coordenadora da Biblioteca, Poliana Beckman, enfatizou que a atividade buscou o conhecimento das lendas, estórias, ritmos e personagens do festejo junino maranhense, bem como da Região Nordeste. “A metodologia utilizada foi trabalhar as festas juninas aliando-as à literatura, de forma lúdica e criativa, envolvendo os estudantes neste momento de folguedos pelo país”, disse. mou que não há desabastecimento de qualquer natureza na Unidade Mista do São Bernardo e que os equipamentos existentes são compatíveis com o perfil da unidade de saúde. Em relação à estrutura física, a Semus esclareceu que existe apenas a necessidade de manutenção predial, o que, segundo a secretaria, já está agendado para ser executado ainda este semestre. Praia do Olho d’Água, que atualmente não tem mais carros circulando Praia do Olho d’Água será reurbanizada pela Prefeitura de SL Projeto contemplará padronização de bares, iluminação pública e esgotamento sanitário O projeto de reurbanização da Praia do Olho d'Água, que deve beneficiar mais de 40 barraqueiros que atuam na região, foi apresentado ontem pela Prefeitura de São Luís. Além disso, o projeto visa retomar o potencial turístico dessa parte da orla marítima de São Luís. Existem, atualmente, 42 barracas ao longo da Praia do Olho d’Água. Em março deste ano, uma reunião foi realizada com os barraqueiros, na qual foram ouvidas as demandas e discutido como deveria ser feita a reurbanização tanto visual quanto estrutural desta que já foi uma das praias mais movimentadas de São Luís. “Só em modificar o aspecto visual já vai dar um novo ar para a Praia do Olho d’Água. Já foram feitas melhorias na iluminação, no esgotamento sanitário e também na segurança, o que já tem dado outro aspecto à praia”, avaliou João Antônio Barros Filho, presidente do Conselho Municipal de Turismo e da Associa- ção Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH). O projeto de reurbanização da Praia do Olho d’Água foi feito pela Secretaria Municipal de Urbanismo de Habitação (Semurh), que visitou todas as barracas, fazendo um levantamento estrutural dos pontos. Segundo Diogo Lima, titular da Semurh, ainda não há uma data para a execução do projeto de padronização, que está em fase de captação de recurso. “O projeto foi pensado para dar uma padronização visual e paisagística, pensando na melhoria dos serviços prestados na Praia do Olho d’Água. O método de construção escolhido consegue se adaptar a praticamente todos os bares. Queremos trazer o público de volta para esse espaço que tem um grande potencial turístico e é um patrimônio de São Luís”, destacou ele. Frequentadores –Para os proprietários dos estabelecimentos, o projeto deve trazer de volta os frequentadores e aumentar a renda, que tem caído ao longo dos anos. No entanto, eles salientam que é necessário pensar uma forma de voltar a permitir a circulação de carros na praia.