GAM_101_Cirurgia do Colon e Recto por Laparoscopia

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CONTACTOS e LOCALIZAÇÃO:
Enf.ª Alexandra Cartaxo
Enf.º Júlio Ascenção
Enf.ª Nancy Agostinhio
Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E.
Rua Professor Lima Basto, 1099-023 Lisboa
Tel. Geral: 217 229 800
Website: www.ipolisboa.min-saude.pt
GAM_101 _Gabinete de Audiovisuais e Multimédia - IPOLFG |
ELABORAÇÃO:
Imagem: www.google.pt | Edição: Abril 2011
Serviço de Cirurgia Geral
Pavilhão Central - 6º piso
Tel. directo: 217 248 739 (das 09h00 às 17h00, de 2ª a 6ª feira)
Tel geral: 217 229 800 - ext. 1218/1222/1235/1501
CIRURGIA
DO CÓLON E RECTO
Instituto Português de Oncologia de Lisboa
Francisco Gentil, E.P.E.
POR VIA LAPAROSCÓPICA
INTRODUÇÃO
Antes de mais, a equipa de saúde do Serviço de Cirurgia
Geral, deseja que tudo lhe corra muito bem e que seja do seu
agrado a forma como vamos estar ao seu serviço.
Fizemos este folheto, sobre a cirurgia laparoscópica do cólon e
recto, com o objectivo de reunir informação que lhe pode ser
útil e de a colocar ao seu dispor, para uma leitura fácil.
Achamos que um paciente informado pode, com eficácia,
contribuir para o êxito do nosso trabalho e isso é tão-somente
o êxito da sua cirurgia.
Pretendemos que rapidamente recupere e que vá para a sua
casa, para junto da sua família e dos seus amigos, o mais cedo
possível.
Este folheto serve também para que, já em sua casa, depois
de operado, possa ter um guia que o ajude a compreender
algumas situações, umas sem significado e em que lhe
pedimos apenas tranquilidade e outras que podem
corresponder a complicações da cirurgia e para as quais lhe
pedimos o contacto mais rápido com a nossa equipa ou
mesmo o recurso ao nosso Serviço de Atendimento Não
Programado, nome que damos ao nosso serviço de urgência,
a funcionar 24 horas por dia.
Na contracapa deste folheto pode consultar os números de
telefones que pode utilizar.
3
Em que consiste a cirurgia laparoscópica, do cólon e
recto?
A cirurgia laparoscópica, também designada de minimamente
invasiva, é realizada com instrumentos de alta precisão e de
pequenas dimensões que se introduzem na cavidade
abdominal através de 3 a 5 orifícios com diâmetros inferiores
a 1 cm. Esta técnica cirúrgica, moderna e sofisticada, permite
a visualização das estruturas abdominais internas,
assegurando condições de fiabilidade e segurança para o êxito
da sua cirurgia (figura 1 e 2).
Utilizando esta técnica avançada de cirurgia, tudo pode ser
feito, desde uma simples operação ao apêndice, até uma
complicada remoção de um tumor a nível do cólon ou recto.
Fig. 1 - Cirurgia Laparoscópica
Laparoscópico
Fonte
de Luz
Fig. 2 - Cirurgia Laparoscópica
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NOTAS
Preciso fazer alguma dieta especial?
Não necessita de alterar os seus hábitos alimentares por
causa da sua operação.
Se antes da operação tinha uma dieta por ser portador de
alguma doença, como hipertensão arterial (tensão alta),
diabetes ou outra doença, certamente deverá mantê-la. Na
visita ao seu médico de família coloque essas questões.
O cólon e o recto formam o que vulgarmente chamamos de
intestino grosso. O cólon vai desde o fim do intestino delgado
até ao recto e divide-se em quatro segmentos, o cólon
ascendente, o cólon transverso, o cólon descendente e o cólon
sigmoide, ou simplesmente sigmoide. Logo de seguida
observamos o recto e por fim o ânus (ver figura 3).
Cólon
transverso
E agora quando é a próxima consulta?
Que documentos me vão dar?
Cólon
descendente
Verifique se lhe são fornecidos os documentos de que vai
necessitar no momento da alta hospitalar. Deles constam
normalmente a marcação de consultas ou exames, a
informação para o médico de família, a baixa e receitas
médicas.
Cólon
ascendente
Apêndice
Cólon
Sigmóide
Se necessitar de algum outro documento fale com a nossa
administrativa.
Recto
Ânus
Fig. 3 - Cólon e Recto
Esperamos que a leitura deste folheto o tenha ajudado
de alguma forma. Foi a pensar em si que o elaborámos.
Se houver situações que
esclarecidas, fale connosco.
queira
ver
melhor
Quais as vantagens desta cirurgia em relação à cirurgia
convencional, “por via aberta”?
!
Antes de voltar para a sua casa, esclareça todas as
dúvidas. Se tiver dúvidas já em sua casa, telefone e fale
connosco. A nossa equipa mantém-se ao seu dispor.
!
!
A equipa do Serviço de Cirurgia Geral deseja-lhe uma
rápida recuperação.
!
!
16
Redução significativa da intensidade da dor do pósoperatório.
Redução do risco de infecção, dada a mínima exposição
dos orgãos na sala de operações.
Diminuição do tempo de internamento.
Recuperação mais rápida, levante precoce, retoma da
alimentação mais cedo, retoma mais rápida do trânsito
intestinal.
Rápido retorno às actividades do dia-a-dia, à vida
profissional, familiar e social.
5
!
Vantagem no aspecto estético, com ausência das
grandes cicatrizes da cirurgia convencional (ver figura
4).
AGORA QUE ME SINTO RECUPERADO…
Quando poderei regressar ao trabalho?
Fig. 4
Incisão
Pode retomar a sua actividade profissional antes de 4
semanas após a cirurgia, contudo se a sua profissão requer
um grande esforço físico deve esperar até à 6ª semana de
pós-operatório.
Posso conduzir?
Laparoscopia
Colecistectomia por Via Laparoscópica
Poderá voltar a conduzir logo que se sinta recuperado e
confiante para o fazer em segurança. Se não se sentir
confortável para conduzir, então adie essa opção.
Colecistectomia por Via Aberta
Quais as desvantagens da realização desta cirurgia?
Acarreta custos mais elevados dos equipamentos, na
aquisição e manutenção, visto estarmos perante alta
tecnologia.
! Exige uma preparação rigorosa e especifica do cirurgião,
o que, para si, é um factor de confiança.
! Não é aplicável a todos os doentes. Os critérios de
inclusão ou de exclusão de doentes serão geridos pelo
cirurgião. Para ter uma ideia, poderão ser excluídos
doentes muito obesos, com várias cirurgias abdominais
anteriores, com doenças cardíacas graves, etc.
!
A que riscos fico sujeito?
! Podem ocorrer riscos inerentes ao tipo de anestesia, que
será anestesia geral;
! Há sempre o risco de infecção ou hemorragia que
contudo, é menor que na cirurgia convencional;
6
Posso fazer exercício físico?
Como viu foi encorajado a retomar a actividade física, logo no
dia seguinte à cirurgia.
Agora deve fazer exercício físico diariamente, aumentando
gradualmente o mesmo, durante as primeiras 4 semanas a
seguir à cirurgia, até conseguir os níveis de actividade física
anteriores à operação.
Pode retomar a sua actividade sexual, tendo em atenção os
conselhos anteriores.
Posso fazer desporto?
Geralmente poderá retomar as suas actividades desportivas
logo que se sinta capaz de o fazer uma vez que favorecem a
sua recuperação. Não deve realizar exercícios que exijam um
grande esforço físico, como por exemplo levantar pesos,
antes de completar seis semanas de pós-operatório.
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!
Distensão abdominal (Barriga inchada)
A barriga inchada pode ser um sinal importante, sobretudo se
é acompanhada de dor abdominal ou febre. Observe também
o aspecto das suturas (costuras) e veja se há saída de algum
líquido através delas. Deve contactar-nos e conversar
connosco.
O risco de lesão dos órgãos da cavidade abdominal, de
glândulas e vasos é pouco comum quando o cirurgião é
experiente;
! Existe ainda o risco de trombo-embolismo que se
pretende prevenir com a administração de heparina de
baixo peso molecular.
!
Quando serei internado?
!
Inflamação das suturas operatórias (costuras)
Esteja atento à cicatrização das suas suturas operatórias,
verifique se estas se apresentam com vermelhidão intenso,
inchadas, dolorosas e com saída de líquido, sobretudo se for
esverdeado ou acastanhado espesso. Nestes casos deve
sempre contactar-nos e conversar connosco.
!
Dificuldade em urinar
A dificuldade em urinar pode surgir e manifestar-se de várias
formas. Pode surgir a sensação de que não conseguiu esvaziar
completamente a bexiga, após ter urinado. Não fique
preocupado que esta situação vai melhorar gradualmente,
com o tempo.
As situações de ardor ou dor no momento em que urina, ou
ainda a urgência de ir urinar, fazendo-o várias vezes, urinando
por vezes às pinguinhas, podem indiciar uma infecção urinária
e deverá contactar-nos.
!
Obstipação (prisão de ventre) ou diarreia
Estas situações podem ocorrer após esta cirurgia, mas devem
desaparecer ao fim de 48 horas. Se a obstipação (prisão de
ventre) ou a diarreia persistirem por mais de 3-4 dias deve
contactar o seu médico. Beba muitos líquidos.
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Será internado no dia anterior à cirurgia.
Quanto tempo ficarei no Hospital?
O tempo de internamento hospitalar vai depender do local
onde se localiza a sua doença, assim, o tempo de
internamento vai de 3 a 6 dias de acordo com o seguinte:
Cólon e recto alto, 3 a 4 dias; Recto, 4 a 5 dias; Colectomia
total, 5 a 6 dias.
Que cuidados devo ter na preparação para a cirurgia?
! Na véspera da cirurgia, deve alimentar-se apenas de
líquidos, pobres em resíduos, pobres em fibras e pobres
em gorduras.
! Deve ficar em jejum durante um período de 6 horas antes
da cirurgia, habitualmente desde a meia-noite.
No hospital o enfermeiro irá cuidar da restante
preparação para a cirurgia, que poderá constar de:
! Preparação intestinal, através da ingestão de laxantes
específicos ou da realização de clister.
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Colocação de um soro. Eventual administração de
antibióticos para prevenção de infecções e administração
de outras terapêuticas que o seu médico ache
importantes para si.
! Poderá ter que fazer tricotomia, que é o nome que damos
ao corte dos pêlos que possam existir no seu abdómen.
!
!
Os arrepios podem estar associados a febre ou não. Muitas
vezes antecedem o aparecimento da febre. Se tiver arrepios
coloque o termómetro, nesse momento e passados alguns
minutos. Se observar subida da temperatura, contacte-nos.
!
Como vai ser a minha anestesia?
Será uma anestesia geral.
E DEPOIS DE SER OPERADO?
Vou sentir muitas dores?
A redução das dores sentidas pelas pessoas, neste tipo de
cirurgia é uma das vantagens em relação à cirurgia
convencional, “de barriga aberta”.
Pode sentir dores mas tem uma equipa de saúde preocupada
consigo, que irá proporcionar-lhe todo o alívio, através da
administração de medicamentos analgésicos, que são
medicamentos que tiram as dores, e através de todas as
outras medidas de conforto e bem-estar que certamente vão
fazer que a dor não esteja presente no seu período de depois
de operado.
Nas primeiras horas após a cirurgia o controle das dores pode
fazer-se utilizando a injecção de medicamentos através de um
cateter (uma espécie de agulha de plástico) que foi
introduzido ao nível da sua coluna vertebral durante a
anestesia. Esta forma de tirar as dores é muito eficaz e
confortável para si. (analgesia epidural)
Podemos também ter que administrar medicamentos para as
dores através da agulha do soro. (analgesia endovenosa)
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Arrepios
Dor Abdominal
É normal que sinta algumas dores durante a primeira semana
após a cirurgia, que cedem com os analgésicos prescritos. No
entanto caso tenha dores de barriga intensas, durante cerca
de 1 a 2 horas, acompanhadas ou não de febre, deverá
recorrer de imediato à urgência ou contactar-nos através dos
números fornecidos no folheto.
A dor abdominal intensa, durante um grande período de
tempo, pode indicar uma fuga de líquido, ao nível do local
onde o intestino foi suturado. Esta é uma complicação grave
que ocorre com pouca frequência. Pode ou não ser
acompanhada de febre.
!
Vómitos
Os vómitos podem ocorrer mas raramente representam uma
complicação.
Deverá fazer refeições ligeiras, de cozidos e grelhados, não se
deitar logo a seguir à refeição, aproveitando para fazer um
pouco de marcha, pode ser suficiente para melhorar a
situação.
Por vezes o vómito pode estar relacionado com a ausência de
trânsito intestinal. Se for esta a situação, contacte a nossa
equipa.
Tenha sempre o cuidado de observar as características do
vómito.
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4. Ter emissão de gases e/ou evacuar
5. Não ter febre
6. Não existirem objecções pessoais para a alta
Assim que começar a alimentar-se, os medicamentos para as
dores serão em forma de comprimidos. (analgesia por via
oral)
Será que vou conseguir fazer o que esperam de mim?
Não se preocupe. Vai ter sempre alguém da equipa a quem
recorrer para esclarecer todas as questões, à medida que o
tempo for decorrendo.
Vamos fazer-lhe perguntas com frequência, vamos vigiar
algumas coisas com regularidade. Isso não é sinal de que algo
correu mal, serve apenas para prevenir situações negativas e
garantir que tudo decorrerá bem.
Desta forma, vamos medir a sua tensão arterial várias vezes,
saber se tem dores, vamos olhar e palpar o seu abdómen
(barriga). Iremos perguntar se o seu intestino já funcionou,
se já urinou, etc.
DE NOVO EM CASA…
QUE CUIDADOS DEVO TER?
Dir-lhe-emos quando pode começar a ingerir líquidos, quando
pode levantar-se. Terá informações regulares e pode sempre
perguntar-nos coisas, falando connosco.
E se me sentir mal?
Se insistirmos consigo para que caminhe mais, para que beba
mais líquidos, pense sempre que queremos apenas a sua
rápida recuperação.
Podem ocorrer complicações após este tipo de cirurgia. É
fundamental que esteja desperto para o aparecimento de
alguns sinais e sintomas.
Vou trazer muitos tubos e muitos pensos?
Deve contactar o hospital caso observe ou sinta:
! Febre
Se tiver uma temperatura igual ou superior a 38ºC., deve
contactar o seu médico. Certifique-se da ausência de febre,
utilizando o termómetro duas vezes ao dia, por exemplo, de
manhã e ao deitar.
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Em relação aos tubos, drenos ou sondas, como também lhes
chamamos, apenas será necessária a presença da algália.
Sabe que a algália é um tubo que vai pela uretra até à bexiga,
para conduzir a urina até a um saco no exterior. A algália
permanecerá 24 horas se a sua cirurgia foi ao cólon e recto
alto ou 2 a 4 dias, se a sua cirurgia for ao recto baixo, ou seja,
mais próxima do ânus.
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Relativamente aos pensos, serão pequenos pensos, a
proteger as mínimas suturas feitas nos pequenos orifícios,
sobre os quais já lhe falámos. Estes pensos podem retirar-se
48 horas após a cirurgia, ficando as suturas (costuras)
expostas ao ar.
Vou poder tomar banho?
Sim. Poderá tomar banho de chuveiro no dia seguinte à
cirurgia. Deve proteger os seus pensos, especialmente se não
forem de material impermeável. O banho de imersão só é
permitido depois da primeira semana do pós-operatório.
Vai trazer um soro.
Não trará quaisquer outros tubos.
Vão ter de me dar muitos medicamentos?
Serão administrados
Vou ficar com cicatrizes?
Como já lhe dissemos, uma
das virtudes desta cirurgia é
a vantagem estética. As
cicatrizes serão de mínimas
dimensões.
Antibióticos para prevenção de infecções, durante 24
horas.
! Analgésicos para controlar a dor.
! Uma injecção diária de heparina de baixo peso molecular
para prevenção de fenómenos trombo-embólicos.
! Anti-eméticos para prevenir o enjoo.
!
Quando vou poder comer?
Quando poderei sair do hospital?
Pode começar a comer dieta líquida no final do dia da
operação. Após o 2º dia poderá alimentar-se livremente.
Respeite a dieta se tiver diabetes, tensão alta ou outras
doenças que exigem dietas específicas.
!
Quando vou poder levantar-me e andar?
!
Fará o levante no dia seguinte à cirurgia, poderá caminhar
sem dificuldade e sem quaisquer riscos para si.
!
Para a realização do primeiro levante (1ª vez que se levantar,
após a cirurgia), terá a ajuda de um enfermeiro, que lhe vai
ensinar a fazê-lo com o mínimo desconforto. O enfermeiro vai
também medir a sua tensão arterial e vai permanecer a seu
lado para garantir que tudo correrá normalmente, visando a
sua segurança e o seu bem-estar.
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!
!
Como já dissemos atrás, a alta ocorrerá 3 a 6 dias após a
cirurgia.
Na cirurgia do cólon e recto alto, no 3º ou 4º dia do pósoperatório.
Na cirurgia do recto baixo, entre o 4º e 5º dia de pósoperatório.
Na colectomia total, será ao 5º ou 6º dia.
Para que a alta possa ocorrer nos períodos supra
mencionados, algumas condições têm que se observar.
Há seis critérios a respeitar:
1. Tolerar os alimentos sólidos
2. Ser autónomo nas mobilizações
3. Ter controlo da dor com os analgésicos prescritos
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